quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

EM LIGAÇÃO DIRECTA AO SITE DA ASA NEGRA COMICS: JOANA LAFUENTE NO BAR ACERCADANOITE E PEDRO ALVES NO FÓRUM ROMEU CORREIA COM UM SKETCHCRAWL!


Em parceria com o bar acercadanoite iremos começar uma série de exposições dedicadas a artistas portugueses com trabalho publicado no estrangeiro, que muitas vezes são esquecidos pelas organizações de eventos de Banda Desenhada e cuja qualidade merece ser divulgada e apreciada pelo público geral. Começaremos esta série já no próximo fim-de-semana, no dia 20 de Fevereiro, com uma exposição de trabalhos de Joana Lafuente.

A autora, ainda que licenciada numa área completamente diferente da das artes, dedica parte do seu tempo livre a estas, de forma autodidacta, em especial à digital.
Presentemente é colorista na IDW Publishing, tendo já pintado vários títulos da série Transformers incluindo capas e interiores, e freelancer multifacetada ao realizar ilustrações, storyboards e design para diversos outros clientes.

Ficam aqui alguns dos seus trabalhos publicados para a IDW:

- Spotlight Blurr (cover and interiors)
- Spotlight Drift (covers and interiors)
- Spotlight Cliffjumper (cover and interiors)
- All Hail Megatron #4-#12 (cover)
- Maximum Dinobots #3-#5 (cover and interiors)
- All Hail Megatron #15 (cover and 1/2 interiors)
Podem ainda visitar o seu trabalho AQUI!

No próximo dia 20 de Fevereiro a Asa Negra Comics convida todos os amigos e clientes à inauguração da exposição, aproveitando um duplo evento a decorrer no Acercadanoite. Vão poder inclusive assistir a um concerto de Jazz.
Apareçam!

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No blog de Pedro Alves TOONMAN.
Malta de Almada que queira juntar-se para bonecos, a sugestão é na esplanada do bar do Fórum Romeu Correia (tem café, snacks, é abrigado e tem uma vista catita) pelas 15horas.

Mesmo quem “não saiba” desenhar pode comparecer, o importante é sujar esses cadernos!
Se o tempo permitir, dá-se uma volta por Almada para ir desenhar por aí.

Dia 27 deste mês haverá Sketchcrawl, apareçam. Eu estarei por lá certamente. Podem encontrar mais informação no site oficial sketchcrawl .

E, para quem não conhece Almada, orientem-se pelas vistas do Google Earth:





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domingo, 14 de fevereiro de 2010

BEDETECA DE BEJA - Galeria de Exposições Temporárias



åbroïderij! HA!
International Graphic Arts Exhibition Tour
De 20 de Fevereiro a 20 de Março de 2010

Bedeteca de Beja
Galeria de Exposições Temporárias
(1º andar da Casa da Cultura)

De 2ª a 6ª feira, das 9h00 às 23h00
Sábados das 14h00 às 20h00

Organizada no âmbito da 10ª Feira Laica, e depois de ter estado patente na Bedeteca de Lisboa, a exposição “åbroïderij! HA! - International Graphic Arts Exhibition Tour” iniciou um périplo de itinerância que passa agora pela Bedeteca de Beja, como não podia deixar de ser.

Reúne alguns dos principais talentos gráficos portugueses e estrangeiros que operam no movimento independente da banda desenhada, ilustração, edição e impressão e está pronta para atormentar todos aqueles que não gostam de ser confundidos pelos sentidos, já que a esmagadora das propostas que encerra estão nos antípodas do convencional.

A exposição junta 45 autores de países como Portugal (naturalmente), Alemanha, Brasil, Croácia, França, Grécia, Itália, Reino Unido e Suécia.

Alguns destes artistas já estiveram em Beja, ou por ocasião da realização de exposições temporárias com o seu trabalho, ou por ocasião de exposições realizadas no âmbito do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

Inclui trabalhos de Ana Menezes, André Lemos, Andrea Bruno (Itália), Artur Varela, Bráulio Amado, Bruno Borges, Cátia Serrão, Christopher Webster (Reino Unido), Daniel Lima, Daniel Lopes, Dice Industries (Alemanha), Fabio Zimbres (Brasil), Filipe Abranches, Gianluca Costantini (Itália), Guillaume Soulatges (França), Igor Hofbauer (Croácia), Ilan Manouach (Grécia), Joana Rosa Bragança, Joanna Latka, João Fazenda, João Maio Pinto, João Rubim, José Feitor, Jucifer, Júlio Dolbeth, Kai Pfeiffer (Alemanha), Kolbeinn Karlsson (Suécia), Lucas Almeida, Lucas Barbosa, Luís Henriques, Marco Mendes, Maria Pia Cinque (Itália), Miguel Carneiro, Nuno Neves, Pedro Lourenço, Pedro Zamith, Rafael Gouveia, Richard Câmara, Rosa Baptista, Rui Vitorino Santos, Sérgio Vieira, Stevz (Brasil), Teresa Amaral, Ulli Lust (Alemanha) e Zé Cardoso.

(Ilustração do cartaz de José Feitor)


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

BDPRESS (RECORTES DE IMPRENSA) #113 – PEDRO CLETO NO “JN” – 10 ANOS SEM CHARLES SCHULZ, PAI DOS PEANUTS (12 DE FEVEREIRO DE 2000)…

Pedro Cleto no Jornal de Notícias e no suplemento IN, sobre OS 10 ANOS DA MORTE DE CHARLES SCHULZ, O CRIADOR DE PEANUTS (12 DE FEVEREIRO DE 2000); "ASTÉRIX ENTRE OS BRETÕES" SERÁ ADAPTADO AO CINEMA e BATMAN E ROBIN EM FILME PORNOGRÁFICO?


Jornal de Notícias – suplemento IN – 6 de Fevereiro de 2010

HISTÓRIAS GRANDES DE GENTE PEQUENA

Há dez anos, a 12 de Fevereiro de 2000, falecia Charles Schulz, o criador de Peanuts,
possivelmente a banda desenhada que mais autores (e não só) influenciou.

No dia seguinte era publicada nos jornais a última prancha dominical desenhada por ele.
Em Outubro passam sessenta anos sobre a estreia da sua criação.


Texto F. Cleto e Pina

«QUEM TE DISSE que sabias jogar basebol? És o pior do mundo! És uma nulidade! És uma desgraça!», afirma alto e bom som Lucy, dirigindo- se a Charlie Brown, na tira de 7 de Setembro de 1959. Logo de seguida, Patty reitera: «Não prestas para nada! És abaixo de zero! És pior do que mau! És...»

Era Charlie Bown, em todo o seu (total desprovimento de) esplendor, ou não seja ele, possivelmente, o (anti)-herói mais nulo da história, sem quase nenhum êxito ao longo de cinquenta anos de quadradinhos. Mas foi com ele – em torno dele, mais exactamente - que Charles Momoe Schulz desenvolveu uma das mais notáveis galerias de personagens e um dos mais espantosos universos das histórias em quadradinhos, um autêntico «microcosmos», como os classificou o insuspeito Umberto Eco, «uma pequena comédia humana, tanto para o leitor inocente como para o leitor sofisticado».

E estes dois níveis de leitura (pelo menos...) são um dos segredos do sucesso dos pequenos «amendoins» (tradução literal de Peanuts, nome imposto pelo United Features Syndicate, que Schulz sempre abominou) que ao longo de quase cinco décadas e de 17.897 tiras diárias e pranchas dominicais integralmente escritas e desenhadas por ele mantiveram um assinalável nível de qualidade, chegando, no seu apogeu, a mais de 2.500 jornais de todo o mundo, estando traduzidas em 25 línguas (incluindo o latim!) e em 75 países, tendo os seus livros vendido mais de trezentos milhões de exemplares.

Neles, aquele leitor simples citado por Eco diverte-se com os sucessivos fracassos de Charlie Brown - a lançar um papagaio, junto dos amigos, a jogar basebol, a chutar uma bola de futebol americano ou a conseguir chegar à fala com a rapariguinha de cabelo ruivo -, repetidos à exaustão, sempre com desfechos diferentes, sempre com resultados iguais: o falhanço. E também com a maldade de Lucy, a sua indiferença como psiquiatra, o sempre surpreendente Snoopy, tão capaz de se portar como um cão quanto como um ser humano, dormindo no tecto da casota, escrevendo à máquina romances de sucesso, assumindo a identidade de um ás da aviação da Primeira Guerra Mundial em luta contra o terrível Barão Vermelho, o piano de Schroeder, o cobertor de Linus, o nonsense de muitas situações...

QUANTO ao leitor sofisticado, embora se divertisse igualmente com as situações atrás descritas, apreciaria igualmente como com um grupo de crianças - a série esteve para se chamar Li'l Folks (Gente Pequena) - e um cão, Snoopy, que progressivamente ocupa o lugar de consciência crítica do conjunto, Schulz foi capaz de criar um retrato tão próximo quer do seu mundo quer do mundo adulto. Porque dotou cada um com características do ser humano, inspirando-se para isso em familiares e amigos e vertendo muito da sua própria vida para as situações retratadas nos quadradinhos. Ele próprio o afirmou: «Desenhei os Peanuts pela mesma razão que Beethoven compôs as suas sinfonias, porque era a minha vida.» Para o pior e para o melhor, pois Schulz era propenso a crises de depressão e de amarga solidão que frequentemente influenciaram a tira. Por isso, se os Peanuts podem ser temos, meigos, engraçados, amigos, interessados, disponíveis ou altruístas, também conseguem ser maus, egocêntricos, cruéis, amargos, egoístas, ressentidos ou injustos.

Esta dualidade está também presente a nível dos temas. Se por um lado são os pequenos nadas quotidianos que ocupam Charlie Brown e os seus companheiros, por outro são recorrentes na série - tratados de forma enganadoramente leve e divertida - temas como o crescimento, a velhice, a morte, o futuro (assustador), os sonhos, as relações, as ambições... Além disso, ao longo dos anos, Schulz foi capaz de actualizar a série, introduzindo nela os avanços e as invenções que o homem foi criando, como a televisão, o microondas ou a chegada à Lua, em que Snoopy precedeu os astronautas da Apolo XI e mesmo...
o gato do vizinho!

Graficamente, se se pode classificar de minimalista o traço de Schulz, já que «os seus desenhos não passavam de rabiscos, meia dúzia de traços pouco mais elaborados do que as figuras de pauzinhos das crianças», como escreve Walter Cronkite na introdução do segundo tomo de Peanuts - Obra Completa, e se muitas vezes os fundos das vinhetas se encontram vazios ou quase, a verdade é que o seu desenho é extremamente legível e expressivo, funcionando com toda a auto-suficiénda nas muitas tiras sem qualquer palavra.

FINALMENTE, Schulz deixou que os seus heróis se libertassem do papel, saltando para o cinema de animação em mais de quatro dezenas de bem conseguidas longas-metragens, um musical da Broadway ou um espectáculo no gelo, transformando-os em apetecíveis marcas que serviram para publicitar tudo o que se possa imaginar e também para apoiar as causas que julgou meritórias. Por isso dificilmente algum de nós se pode gabar de nunca ter tido sua casa um ou outro artigo com Snoopy ou Charlie Brown estampados, mesmo que nunca tenha lido qualquer das suas tiras. O que só se pode lamentar, porque, pondo tudo o mais de lado, lembra Matt Groening, o criador de Os Simpsons, fica «o que interessa: cinquenta anos de Peanuts propriamente ditos, a brilhante, atormentada e genuinamente divertida obra-prima de Schulz, impregnada de alegria e mágoa». E na qual podemos reconhecer-nos, seja nos fracassos de Charlie Brown, na irritabilidade de Lucy (que nunca tem dúvidas e raramente se engana...), na insegurança do intelectual Linus, no virtuosismo de Schroeder, na dificuldade comunicacional de Woodstock e, pontualmente – felizes de nós -, na multiplicidade de Snoopy, porque, ainda segundo Cronkite, «o maior dos truques mágicos de Schulz foi dar vida a todas aquelas criaturas maravilhosas com as quais povoou o nosso mundo e alegrou os nossos dias».

Foi desse mundo no qual teve «a felicidade de desenhar Charlie Brown e os seus amigos durante quase cinquenta anos», realizando completamente os seus «sonhos de criança», que Schulz se despediu, no último quadradinho que desenhou.
E, sem dificuldade, podemos fazer nossas as suas palavras: «Charlie Brown, Snoopy, Linus, Lucy... nunca os poderei esquecer...».

SCHULZ E OS PEANUTS, UMA CRONOLOGIA

1922 - 26 de Novembro - Charles Monroe Schulz nasce em Mineápolis, no Minesota, EUA.
1943 - É incorporado no exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial, participando na libertação da França e na'ocupação da Alemanha.
1947 - Publica as primeiras ilustrações humorísticas no Saturday Eveníng Post e Lí'1 Folks no Saínt Paul Píonner Press.
1950 - Assina com o United Features Syndicate.
1950 - 2 de Outubro - Publicação da primeira tira diária de Peanuts, em oito jornais norte-americanos.
1952 - 6 de Janeiro - Publicação da primeira prancha dominical de Peanuts. Lançada a primeira colectânea. A tira chega a mais de quarenta jornais norte-americanos.
1955 - Uma câmara da Kodak é o primeiro produto comercial a utilizar a marca Peanuts.
1958 - É comercializado o primeiro artigo de merchandísíng dos Peanuts: bonecos de Charlie Brown, Snoopy, Linus e Lucy.
1965 - Os Peanuts fazem a capa da revista Time.
1967 - Musical na Broadway: You're a Good Man, Char/íe Brown. Ronald Reagan, governador da Califórnia, institui 24 de Maio como o Dia Charles Schulz.
1983 - Os Peanutssurgem no Guínness Book of Wor/d Records como a primeira tira vendida a mais de dois mil jornais.
1990 - Recebe a Ordem das Artes e das Letras do ministro francês da Cultura Jack Lang durante uma exposição da sua obra no Museu do Louvre, em Paris.
1992 - Condecorado com a Ordem de Mérito pelo governo italiano.
1996 - Inaugura a sua estrela no Passeio da Fama, em Hollywood.
1999 - 14 de Dezembro - Anuncia o fim dos Peanuts, por sofrer de cancro do cólon.
2000 - 3 de Janeiro - Publicação da última tira diária dos Peanuts.
2000 - 12 de Fevereiro - Charles Schulz morre em Santa Rosa, Califórnia.
2000 - 13 de Fevereiro - Publicação da última prancha dominical dos Peanuts.
2007 - A prancha de 10 de Abril de 1955, assinada por Charles Schulz, mostrando Charlie
Brown sozinho num campo dy basebol, debaixo de um dilúvio, é arrematada num leilão por cerca de 76.500 euros.

PEANUTS, OBRA INTEGRAL

Em 2004, a editora norte-americana Fantagraphics Books lançava o primeiro tomo de um ambicioso projecto: a edição integral de Peanuts, anunciando-a como "O mais aguardado e ambicioso projecto editorial da história das tiras diárias americanas". Dos 25 volumes previstos, lançados a uma média de dois por ano, estão já editados 1, devendo a edição ficar concluída em 2016. Cada volume, com mais de trezentas páginas, reúne por ordem cronológica, recuperadas e restauradas, todas as tiras diárias e pranchas dominicais de dois anos, com excepção do primeiro, que abarca o período 1950-1952.
O notável arranjo gráfico da colecção é da responsabilidade de Seth, também ele autor de BD, sendo cada volume prefaciado por personalidades de diferentes áreas que de alguma forma foram influenciadas pela obra de Schulz, como Matt Groening, criador dos Simpsons, a cantora Diana Krall, a actriz Whoopi Goldberg ou a ex-tenista Billie Jean King.
Em 2006, a Afrontamento, a exemplo do que têm feito outras editoras um pouco por todo o mundo, lançou os dois primeiros tomos, em versão portuguesa Peanuts – Obra Completa, tendo até ao momento editado cinco volumes, o último dos quais em Dezembro último. Para este ano, prevê lançar em Maio o sexto tomo, referente a 1961-1962, com a caixa arquivadora para os volumes #5 e #6, e em Outubro os volumes 7 e 8, com a respectiva caixa.
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Imagem da responsabilidade do Kuentro

Jornal de Notícias, 4 Fevereiro 2010

"ASTÉRIX ENTRE OS BRETÕES" SERÁ ADAPTADO AO CINEMA

F.Cleto e Pina

"Astérix entre os bretões", o oitavo álbum da série, publicado na revista "Pilote" em 1965 e um ano depois em álbum, foi escolhido como base para o quarto filme com actores reais inspirado nas aventuras do pequeno gaulês.

O projecto terá como realizador Laurent Tirard, a mesma equipa responsável por uma outra adaptação de um herói criado por René Goscinny, "Le petit Nicolas" ("O menino Nicolau" em Português), um dos grandes êxitos do cinema francês em 2009, visto por mais de cinco milhões de espectadores.

A responsável por esta escolha foi a Hachette Livre, sócia maioritária das Éditions Albert-René, que assim preteriu a equipa de Thomas Langmann, responsável pelos três filmes anteriores: "Astérix e Obélix contra César" (1999), "Missão Cleópatra" (2002) e "Astérix nos Jogos Olímpicos" (2008).

Tirard escreverá o argumento em parceria com Grégoire Vigneron, desconhecendo-se para já a composição do elenco. No entanto, parece certa a mudança de protagonistas, uma vez que Clovis Cornillac e Gérard Depardieu, intérpretes de Astérix e Obélix na película anterior, tinham contrato de exclusividade com Langman.

"Astérix e os bretões" leva os heróis gauleses até uma pequena aldeia da Bretanha a convite de um primo de Astérix, para os ajudarem resistir ao invasor romano. Descobrem um país onde a chuva e o nevoeiro são permanentes e onde os habitantes têm estranhos hábitos: diariamente, às cinco da tarde, bebem uma chávena de água quente com um farrapinho de leite, gostam de cerveja morna e praticam um jogo violento com uma bola oval…
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Jornal de Notícias, 6 de Fevereiro de 2010

BATMAN E ROBIN EM FILME PORNOGRÁFICO?

F. Cleto e Pina

Segundo o site de banda desenhada Bleeding Cool, a Vivid Entertainment Group, especializada em filmes pornográficos, pretende fazer uma adaptação de Batman e Robin nesse estilo, tendo por base a série televisiva de sucesso dos anos 60 interpretada por Adam West, da qual manterá o visual retro e a utilização de onomatopeias combinadas com imagem real.

A película, intitulada “Batman XXX: A Porn Parody”, deverá contar com um orçamento considerável, será realizada por Axel Braun e contará entre os protagonistas com Nick Manning (como Batman), Kris Slater (Robin), Tori Black (Cat Woman) e Nicole Ray (Batgirl). Os responsáveis pelo guarda-roupas poderão ser os mesmos da série original, sendo que o símbolo do morcego no fato do protagonista será substituído por um triplo X a vermelho.

Um vídeo anúncio com cerca de um minuto foi divulgado no Youtube, onde pode ser visto pelo menos enquanto a DC Comics e a Warner Bros, detentoras dos direitos do Homem-Morcego, não tomarem uma posição.


Nick Manning - Kris Slater - Tori Black - Nicole Ray
Imagem da responsabilidade do Kuentro


Clicar AQUI para ver o vídeo no YouTube
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LER TAMBÉM "AS LEITURAS DO PEDRO"
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

BDPRESS (RECORTES DE IMPRENSA) #112 – Luís Chambel na “Voz de Ermezinde”, sobre Rui Lacas e “Asteroid Fighters”, João Miguel Lameiras no “Diário As Be


A Voz de Ermesinde, 30 de Janeiro de 2010

RUI LACAS: ASTEROID FIGHTERS – SUPER-HERÓIS À PORTUGUESA

Luís Chambel

Publicado pelas edições ASA em 2009, o primeiro tomo de “Asteroid Fighters” revela-nos uma estória que se insere na tradição dos comics de super-heróis norte-americanos.

Mais uma vez a ideia parte de uma situação histórica apocalíptica para o planeta, em que após terríveis cataclismos, se edifica uma nova ordem que beneficia de guardiães dotados de poderes super-especiais.

Uma deriva relativamente ao guião mais comum é que estes poderes super-especiais resultam não tanto de um acidente ou de uma programação externa ou de super-competências derivadas de aptidões particulares, mas do desenvolvimento planeado e continuado a favor de uma elite de super-soldados capazes de proteger o planeta.
É no grafismo, atiramos nós, que se encontrarão os maiores trunfos de “Asteroid Fighters”. Rui Lacas demonstra aqui uma grande capacidade de produzir situações e personagens muito expressivas, mostrando-se completamente à vontade quer nos ambientes de fantasia tecno-futurista, quer nos quotidianos mais aparentados com o “presente” que conhecemos.

“Asteroid Fighters” tem início com o colapsar da civilização terrestre, tal como a conhecemos, e a emergência, em função da necessidade de interajuda, do primeiro governo global, a União Global: «Novas ideias foram debatidas, as dívidas perdoadas e todos eram iguais. O importante já não eram os países, mas sim a Terra, o Ambiente, a ameaça de um novo asteróide».

Mas desta perspectiva igualitária e utópica, Lacas prossegue esboçando a perspectiva anti-utópica que fundamenta e justifica “Asteróide Fighters”, a criação de um monstro de que o autor não parece sentir a enormidade: «A Ciência tinha também um novo propósito: defender a Terra de ameaças exteriores! Rapidamente descobriu um melhor uso para a tecnologia nuclear.../ A vida na Terra já havia sido ameaçada... Não nos podíamos dar ao luxo de ser atingidos outra vez. Muitos se ofereceram como voluntários, e um novo Exército Global foi formado. Os recrutas eram submetidos a treinos extremos... Os limites eram testados... e quebrados! / Foram os primeiros de um novo regimento, onde só os melhores tinham lugar... / foram os primeiros Asteróide Fighters». São pois estes os bons da fita da série agora apresentada por Rui Lacas em “Asteroid Fighters – O Início”.

Se as questões civilizacionais e reflexivas sobre a construção da sociedade comum aqui aparecem mais ou menos esboçadas, o resto do livro é um puro exercício de “combates de boxe”.

Se é evidente que o tom geral de “Asteroid Fighters” obriga a que este não seja levado muito a sério, esboçando-se sempre uma atmosfera complexa entre o delirante, o histriónico e o épico, também não deixa de ser notória, por exemplo, a incipiente proposta de mal apresentada aqui pelos super-vilões.

O plano destes parece ser, pura e simplesmente, a destruição do planeta, usando para tal o disparo de uma série de asteróides artificiais criados por eles. Mas, ao mesmo tempo, presume-se, sucumbindo também aos ataques, como terroristas suicidas sem qualquer objectivo de nova ordem ou de redenção por uma eventual submissão ao divino ou ao que quer que fosse, apenas a destruição pura e simples, um programa que não tem sequer que ver com qualquer perspectiva nihilista.

Apreciado o guião, voltemo-nos então para o grafismo. E aqui já não nos atreveríamos a ser tão críticos, antes pelo contrário.

Rui Lacas desenvolve aqui um estilo de narração muito expressivo, animado e eficaz.
Isso começa logo a notar-se pelo trabalho de organização das pranchas, que é muito inventivo e funcional, no sentido em que serve às mil maravilhas o enredo que pretende ilustrar.

A criação de tipos humanos é feliz, as paisagens e arquitecturas surgem com bastante força e efeito de verosimilhança, os pormenores de natureza cinética estão muito bem expressos e equilibrados, nada a apontar também no capítulo da coloração, que é perfeita para o fim que se tem em vista.

Enfim, para dizer a verdade, ficámos com a ideia de que Rui Lacas dispersa erradamente o seu talento, dispersando-se por áreas em que revela fragilidades várias, em vez de se concentrar naquilo que demonstra aqui inequivocamente, sabe fazer muito bem: a arte gráfica, área em que aqui sim, demonstra toda a sua competência criativa e narrativa, muito engenho e segurança.

Também é provável que ao propor uma história um pouco ao sabor da mainstream dos comics de grande consumo, o autor visasse fazer-se notar em busca de uma possibilidade de carreira. Mas se o conseguir, tal só ficará a dever-se mesmo aos seus dotes enquanto muito bom desenhador.

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Diários As Beiras, 30 de Janeiro de 2010

Jodorowsky explora o filão do Incal - Parte I

João Miguel Lameiras

Depois de “Castaka” e a “Casta dos Metabarões”, a Vitamina BD acaba de editar mais dois álbuns que exploram o universo criado por Moebius e Jodorowsky na série “O Incal”, verdadeiro mito fundador do Universo em BD de Jodorowsky, que o argumentista chileno tem explorado das mais diversas formas, com diferentes desenhadores. Esses álbuns são “Os Quatro John Difool”, primeiro volume da série “Incal Final”, com desenhos do mexicano José Ladronn e “As Armas do Metabarão”, um álbum isolado ambientado no universo da série “A Casta dos Metabarões”, com desenhos de Travis Charest e Zoran Janjetov, de que falarei na próxima semana.

Conhecido em Portugal essencialmente pelo seu trabalho como argumentista de Banda Desenhada, Alejandro Jodorowsky é muito mais do que isso. Verdadeiro homem do Renascimento, este filho de judeus emigrantes russos, nascido no Chile em 1929, foi actor, mimo (discípulo de Marcel Marceau), tarólogo de renome, responsável com Philipe Camoin pela restauração do Tarot de Marselha, criador de uma nova técnica terapêutica chamada psicomagia, poeta, escritor, dramaturgo, encenador, fundador do grupo surrealista Panique (com Fernando Arrabal e Roland Topor) e realizador de cinema, que encontrou na BD a forma ideal de fazer chegar ao grande público as histórias que quer contar e que não conseguiu meios para o fazer no cinema.
Foi precisamente o falhanço da adaptação ao cinema do romance “Dune”, de Frank Herbert, que em 1975 lhe permitiu iniciar uma colaboração com a Moebius, na série O Incal. Obra que, conforme o próprio Jodorowsky refere: “representa tudo o que eu não consegui fazer em Dune. Há bocados inteiros do filme que foram inventados por mim. Eles estão todos no Incal.”

Depois dos 6 álbuns da série principal, desenhada por Moebius, a exploração do Universo do Incal continuou em várias direcções, com a prequela “Avant L’Incal” (Antes do Incal), desenhada por Zoran Janjetov, num estilo bastante colado ao de Moebius e com as séries paralelas “Les Technopéres” e “A Casta dos Metabarões”, que por sua vez deu origem à prequela “Castaka”, desenhada por Das Pastoras e a “As Armas do Metabarão”.

Em 2000, Jodorowsky lançou com Moebius a série “Aprés do Incal”, (prevista para 6 volumes, tal como os ciclos de “Incal” e “Antes do Incal”) que fecharia a trilogia dedicada ao Incal, mas que não passou do 1º volume, face à desistência de Moebius, o que levou Jodorowsky a repensar o projecto e a encontrar um desenhador que estivesse a altura de substituir Moebius. O artista que reuniu o consenso dos dois criadores foi o mexicano José Ladronn, que os leitores portugueses já conhecem da mini-série dos Inumanos publicada pela Devir em 2005 e que, para além de ter colaborado com Jodorowsky numa história curta publicada na última série da revista “Metal Hurlant”, já tinha desenhado as personagens da série “O Incal” nas capas que fez para a edição americana de “Avant L’Incal”.

E não há grandes dúvidas que a escolha não podia ser mais acertada. Basta reparar no pormenor que Ladronn põe em cada desenho e no seu excelente trabalho de cor, felizmente longe do colorido metálico usado na nova coloração do “Incal” e no “Depois do Incal”, desenhado por um Moebius pouco motivado e claramente em “piloto automático”.

Em termos de história ainda é cedo para saber o que nos vai trazer este “Incal Final”, que pouca coisa aproveita do argumento do descartado “Depois do Incal”, até porque Jodorowsky já declarou, numa entrevista à revista “Casemate, que o ciclo do “Incal Final” será composto por 6 álbuns, tal como os ciclos anteriores, ao contrário dos 2 volumes anunciados pela editora… Já quanto ao desenho, este novo ciclo está uns bons furos acima de “Avant L’Incal”, graças ao excelente trabalho de Ladronn, artista talentoso que faz uma interessante síntese entre os estilo mais “linha clara” usado por Moebius no “Incal” e o traço barroco de Juan Giménez, conseguindo criar algo novo e personalizado.

“Incal Final 1: Os Quatro John Difool”, de Jodorowsky e Ladronn, Vitamina BD, 64 pags, 14,50 €

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Jornal de Notícias, 2 Fevereiro 2010

JORGE COELHO, MAIS UM PORTUGUÊS A DESENHAR COMICS

F. Cleto e Pina

Chega esta semana ao mercado norte-americano e às lojas especializadas nacionais o segundo tomo de “Forgetless”, uma mini-série em 5 números editada pela Image, que conta entre os seus desenhadores o português Jorge Coelho.

"Forgetless é o nome de um clube nocturno exclusivo, que irá encerrar com uma última festa”, explicou o desenhador ao Jornal de Notícias, e “toda a trama gira em torno dos acontecimentos dessa noite, contada por um rol de personagens adolescentes, parte de uma bizarra fauna urbana”. E sublinha o cariz actual da história “que utiliza adereços contemporâneos como vídeos do YouTube, Tweets e SMS, via iPhone, para veicular a narrativa”.

Como ela “é contada por flashbacks, saltando entre o presente e o passado, o argumentista, Nick Spencer experimentou artistas diferentes para os diferentes ambientes e histórias dentro da trama geral”. Por isso, Jorge Coelho desenhou 16 pranchas para o segundo número agora disponível, outras tantas para o #4 e mais 8 para o volume final. Como usufruiu “de liberdade criativa, a nível visual”, trabalhou com uma “técnica particular” que tem vindo a usar: “desenho a lápis, arte-final tradicional, digitalização e modelação de luz/sombras por computador”, aplicando depois Eric Skillman as cores.

Entretanto, também esta semana fica disponível “Marvel Fairy Tales, que compila as revistas “Avengers Fairy Tales” #1-4, “Spider-Man Fairy Tales” #1 e “X-Men Fairy Tales” #2, algumas das quais desenhadas pelos portugueses Ricardo Tércio, João Lemos e Nuno Plati Alves. Nelas, o argumentista C. B. Cebulski revisitou contos tradicionais infantis como “O Capuchinho Vermelho”, “Pinóquio” ou “Peter Pan”, substituindo os protagonistas pelo Homem-Aranha, Capitão América, Thor ou Iron-Man.



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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

TERTÚLIA BD DE LISBOA – 306º ENCONTRO – 2 DE FEVEREIRO DE 2010

E voltamos novamente às Tertúlias. Decorreu ontem, 2 de Fevereiro, o 306º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa, que teve como Convidado Especial Osvaldo Medina… no sítio do costume. Aqui fica, como habitualmente, o material distribuído por Geraldes Lino.

Atente-se na prosa do programa: “… Angola era ainda território integrante de Portugal…” – há quase 36 anos que não lia este tipo de frases e tive que ler duas vezes para acreditar e confirmar a data do dia, não fosse termos mesmo recuado para os tempos “da outra senhora” sem ter dado por isso, apesar de actualmente me parecer que as coisas estão, em certos aspectos, a ir um bocado por aí. Não acredito minimamente que o Lino seja um saudosista dos “outros tempos”, mas a ânsia de querer ser politicamente (e não só) correcto, leva-o a coisas deste género – que são mesmo piores do que insistir em chamar “Espanha” aos “territórios integrantes” da monarquia castelhana. Que diabo, “território integrante”?

Depois, algumas fotos e um pequeno vídeo.



A auto-biografia do Convidado Especial (Osvaldo Medina revela-se um dos santos cruzados contra o tabaco):


Este simpático novo tertuliano com quem Geraldes Lino conversa, não é, acho eu, um “menino de deus”. Mas que trazia uma fatiota a destoar… lá isso trazia!

Geraldes Lino e Osvaldo Medina, com o original do Convidado Especial, que seria sorteado e que calhou, como já vai sendo hábito com este tipo de originais, ao Zé Manel…

Paulo Marques distribui o Tertúlia BDzine #147, de cuja BD é o autor.

A mesa do Convidado Especial: o CE Osvaldo Medina, Mário Freitas e David Soares, que espera – e esperamos todos – o lançamento do seu novo romance “O Evangelho do Enforcado” (então ó David, isso são maneiras, pá?)

O vídeo começa com a imagem do novo televisor gigante d’A Gina, quando o Sporting estava a levar 5 a 1 dos tripeiros mafiosos (depois lá reduziu para 5 - 2) …

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

37º FESTIVAL INTERNATIONAL DE BANDE DESSINÉE DE ANGOULÊME – PRÉMIOS + BDPRESS (RECORTES DE IMPRENSA) #111 – TEXTO DE PEDRO CLETO NO JORNAL DE NOTÍCIAS



Os prémios do Festival de Angoulême foram ontem conhecidos: o GRANDE PRÉMIO foi para Baru (ou, de seu verdadeiro nome, Hervé Baruléa), que foi um dos principais destaques da XI Edição do Salão Internacional de BD do Porto, em 2001. Pedro Cleto fez-lhe uma entrevista, que pode ser lida AQUI.

Ficam os prémios desta edição do FIBDA (eh, eh…) e o texto de Pedro Cleto publicado hoje no Jornal de Notícias.


Baru, Grande Prémio Cidade de Angoulême 2010.



De cima para baixo e da esquerda para a direita:
GRANDE PRÉMIO ANGOULÊME 2010
PRÉMIO DO PÚBLICO
PRÉMIO DO JÚRI
PRÉMIO MELHOR SÉRIE
PRÉMIO AUDÁCIA
PRÉMIO BD ALTERNATIVA
PRÉMIO PATRIMÓNIO
PRÉMIO INTERGERAÇÕES
PRÉMIO JUVENTUDE
PRÉMIO OLHARES SOBRE O MUNDO
PRÉMIO REVELAÇÃO








Jornal de Notícias, 1 de Fevereiro de 2010

GRANDE PRÉMIO DE ANGOULÊME PARA BARU

F. Cleto e Pina

Após quatro dias intensos, o 37º Festival Internacional de BD de Angoulême encerrou ontem com uma boa notícia para os amantes da 9ª arte: Hervé Baruléa, conhecido como Baru, foi distinguido com o Grande Prémio de Angoulême, pelo que irá presidir à edição de 2011, que se antevê desde já como popular e com uma banda sonora de rock and roll.

Autor militante, à margem de correntes e estéticas, mas também consagrado, popular e original, Baru, distinguido duas vezes com o prémio para melhor álbum por “Le Chemin de l’Amérique” (1991) e “L’Autoroute du Soleil” (1996), possui um traço não muito atraente mas extremamente eficaz e dinâmico, com que conta histórias de gente simples, muitas vezes marginal, com os (sub)mundos do boxe e da música como fundo recorrente.

Nascido em 1947, iniciou-se como autor de BD na revista “Pilote” em 1982, foi convidado de honra do XI Salão Internacional de BD do Porto em 2001 e três dos quatro tomos de “Les années Spoutnik”, uma BD autobiográfica sobre a sua infância, foram editados no nosso país pela Polvo.

Entretanto, entre os 3599 novos álbuns lançados em França em 2009, o festival, entre outros, distinguiu: Álbum do Ano “Pascal Brutal - T3 : Plus Fort Que les Plus Forts” (Fluide Glacial), de Riad Sattoufd, uma série que poderá vir a ser editada pela ASA; Prémio Especial do Júri: “Dungeon Quest” (L’Association), de Joe Daly; Prémio da Série: “Jérome K. Jérome Bloche” (Dupuis), de Alain Dodier; Revelação: “Rosalie Blum - T3, Au Hasard Balthazar!” (Actes Sud), de Camille Jourdy; Património: “Paracuellos – Intégrale” (Fluide Glacial), de Carlos Giménez.
 
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