As imagens e os textos que apresentamos abaixo, são da responsabilidade do GICAV, (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), organizador do 17º Salão de BD de Viseu.
NO 2.° CENTENÁRIO DO HISTORIADOR E ESCRITOR ALEXANDRE HERCULANO
Quanto a Alexandre Herculano, chegou agora a vez de Moura e Viseu relembrarem este gigante da cultura portuguesa, numa exposição em parceria. Alexandre Herculano (aliás, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo), nasceu em Lisboa a 28 de Março de 1810 e faleceu em Vale de Lobos a 13 de Setembro de 1877. Está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
Da grandeza da sua vida e obra não nos compete aqui falar agora, mas apenas da sua conotação à Banda Desenhada, pois vários textos seus foram adaptados à 9.a Arte, a saber:
«A Abóbada», por Fernando Bento, José Batista (Jobat) e Victor Mesquita; «O Bobo», por José Ruy, editado em álbum pela Editorial Notícias; «A Morte do Lidador», por Eduardo Teixeira Coelho, publicado na revista «O Mosquito». Há também uma versão por José Garcês; «Eurico, o Presbítero», por José Garcês, publicado na revista «Modas & Bordados», na revista «Falcão» e mais tarde reeditado em álbum pela Futura; «Nuno Gonçalves», por José Antunes, adaptação de «O Castelo de Faria»; «Alexandre Herculano», uma biografia da autoria de Baptista Mendes, publicada no Jornal do Exército; «A Dama Pé-de-Cabra», por José Garcês e Augusto Trigo; a versão de Trigo, onde o próprio Herculano aparece como narrador, está incluída no 2.° tomo de «Lendas de Portugal», pela Asa. Existe também uma versão, de José Pires, que se mantém inédita até hoje; «O Monge de Cister», pelo brasileiro Eduardo Barbosa; publicado em 1954 no n.° 80/ Extra da colecção «Edição Maravilhosa», pela Ebal.; «O Último Combate», por Baptista Mendes, no «Camarada»; «A Morte do Lidador», numa versão de José Pires, publicada no Tintin belga e que será, em breve, publicada pela primeira vez em português no «Alentejo Popular»* e, posteriormente, no «Jornal do Exército». Por fim, e enquanto reuníamos todo o material para esta exposição, tivemos a grata surpresa de sermos contactados por José Ruy que nos enviou algumas pranchas, ainda em esboço, com a biografia (resumida) de Alexandre Herculano. Esta história destinava-se a ser publicada em jeito de preâmbulo na edição de «O Bobo» mas assim não aconteceu e este trabalho, até hoje, continua por concluir.
Luiz Beira; In Alentejo Popular (30.09.10)
(Texto actualizado para esta exposição).
Agradecimento especial a Carlos Rico - Moura e Luiz Beira – Sobreda
(*) Nota do editor do Kuentro: nesta altura, “A Morte do Lidador”, de José Pires já foi integralmente publicada no Alentejo Popular, iniciando-se ainda esta semana a sua republicação no Kuentro.
A dama pé de cabra
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CIDADES DO VELHO OESTE (TEX)
Tex vive as suas aventuras principalmente na segunda metade do século XIX tendo por base de acção a reserva Navajo situada entre o Arizona, o Novo México, o Utah e o Colorado, um território em grande parte desértico que inclui o Monument Valley, parte do Deserto Pintado e parte da Floresta Petrificada, onde o inimigo não é representado apenas pelo homem, mas também pela própria natureza dura e hostil, mas como um verdadeiro herói, Tex está sempre pronto a acorrer em socorro dos amigos, seja sobretudo nas cidades do velho Oeste, que deste modo ainda hoje habitam a nossa imaginação, com as suas peculiares cadeias, barbearias, armazéns, saloons, hotéis, ferreiros, xerifes, pistoleiros e cheias de incríveis perseguições a cavalo e de duelos, seja inclusive nas principais cidades dos Estados Unidos da América como São Francisco, Nova Iorque, Boston, Nova Orleães, Washington, ou até mesmo em cidades canadianas e mexicanas ou ainda em terras mais distantes como a Oceânia.
Muitas das cidades onde Tex comparece ao longo da saga são caracterizadas por uma "main street"(rua principal) delineada por duas filas de construções dispostas paralelamente, única barreira entre o homem e os vastos espaços desabitados que as circundavam e que se tornaram célebres como teatros de duelos sanguinários, encontros mortais e desafios infernais, mas também convém dizer que por norma os fãs de Tex podem considerar-se afortunados porque os ambientes citadinos das suas histórias revelam sempre um surpreendente recheio de elementos dramáticos, em grado de oferecer um bom campo de acção a quem, como Tex Willer, tenha a vocação de reparador de injustiças. É impossível não recordar também as histórias de Tex acontecidas em inquietantes e melancólicas "ghost towns", pequenas cidades "fantasmas", nascidas nas vizinhanças de minas no decurso de poucos meses e depois entretanto rapidamente abandonadas quando a veia aurífera se esgotava ou se tornava uma trágica ilusão, ou nos pitorescos e misteriosos pueblos, aldeias índias construídas com pedras e tijolos de barro, no flanco de uma montanha, ou ainda nas perigosas e inacessíveis robber towns, inteiramente geridas por bandos de ladrões, assassinos e criminosos de todos os tipos, mas também nas fantásticas e improváveis cidades "esquecidas pelo tempo", habitadas por comunidades de espanhóis, vikings, egípcios, astecas ou russos.
Cenários esses que podem ser admirados na exposição integrada no XVII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu, intitulada "As Cidades do Tex" e que contará com a presença de um dos mais renomados e admirados desenhadores citadinos de Tex Willer: Fabio Civitelli.
Zé Carlos Francisco
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AS CIDADES DOS SONHOS (EM REDOR DAS OBRAS DE SCHUITEN E PETEERS)
Assim inicia a Dra. Inês do Carmo Borges o seu artigo "As arquitecturas setecentistas de Piranesi e a das Cidades Obscuras da BD de Scuiten do século XX - um elo artístico no trajecto do risco urbano", na Revista Cultura entre Culturas, onde magistralmente aproxima a obra La Tour (As cidades Obscuras - Schuiten e Peteers) da obra do arquitecto setecentista Giovanni Piranesi. "Os binómios Arquitectura/Cidade e Forma/Imagem que Schuiten apresenta na BD do século XX, com a série As Cidades Obscuras, e concretamente com o álbum "A Torre", evidencia a Excepção numa crítica à Cidade Moderna, e num processo de colagem de fragmentos sobreviventes de Piranesi. Há uma desmaterialização volumétrica da parte do edifício, e uma imperceptibilidade das suas infra-estruturas, nestes autores relativo às obras citadas.
O efeito cenográfico decorrente da estética da Estampa (setecentista) /imagética da BD (contemporânea) é concretizado numa mestria no controle do traço, e do efeito Luz/Sombra. De facto, o seu contributo faz-se pela excepção enquanto ruptura. Schuiten defende em "A Torre" uma Cidade Obscura que não rompe com a História nem com a Cultura, pretendendo assim uma obra que seja referencial, contextual. Os elementos dissonantes e por isso de Excepção de Piranesi tornam-se referências formais reconhecíveis no imaginário da Cidade, que os perdurará numa permanência de "estruturas da memória".
Schuiten e Peteers
"O ilustrador de Banda Desenhada, François Schuiten nasceu em Bruxelas, Bélgica em 13 de Abril de 1956, no seio duma família de arquitectos, área em que nunca fez estudos. Trabalha desde 1980, com Benoit Peeters na série As Cidades Obscuras, um dos melhores modelos das cidades/ficção da BD. Estes álbuns foram traduzidos numa dezena de línguas europeias e ganharam vários prémios, constituindo-se na sua obra mais conhecida. Esta série ficcionada decorre num universo paralelo ao nosso onde os protagonistas são quase sempre Cidades com características peculiares: Samaris, Alaxis, Calvani, Brüsel, Urbicande, Mylos, Galatograd, Xhystos, Pâhry, Blosssfeldtstad. Delas foi elaborado um guia turístico: "Le Guide des Cites" pelos geógrafos de Pâhry onde aparecem os espaços existentes no Continente Obscuro; um jornal, "L'Écho des Cites"; um site de Urbicanda na Internet, www.urbicande.be e diversas exposições. Autor de trabalhos de cenografia concebeu o pavilhão das Utopias na Exposição Universal de Hanôver, em 2000 bem como o pavilhão belga na Exposição de Aichi, no Japão em 2005, com o pintor Alexandre Obolensky. Em 2002 foi distinguido com o Grande Prémio de Angoulême pelo conjunto da sua obra, no decorrer do 29.° Festival de Banda Desenhada que decorreu em França. "
"O processo de concepção desta obra de Benoit Peeters e François Schuiten onde a Cidade é compreendida pelo binómio beleza etrusco-itálica / arquitectura romana Piranesica, enquanto realidade intrínseca e incontornável, assume-se como um processo projectual de servir o Homem contemporâneo na sua dimensão artística. (...) Somos colocados perante as questões da posição do observador face à obra de arte, num contextualismo integrado que não repete a Cidade Tradicional. (...) A distância temporal desta referência comprova-nos que possui uma capacidade de permanência e sucesso, demonstrando-nos que pode persistir no tempo, desde que aliado a significados e valores mais profundos que a sua própria Imagem. Estamos assim perante uma abordagem de edifício Ícone, mas que ultrapassa a questão da construção de uma Imagem de BD contemporânea forte e efémera, dada a continuidade com as Estruturas da Memória. A Excepção integrada do edifício nas Cidades Obscuras permite-nos compreender o diferente modo de com ele construir Cidade."
Esta exposição surge como singela homenagem a esta obra magistral no panorama da nova banda desenhada europeia. Remetemos para a leitura integral do artigo citado da autoria da Dra. Inês do Carmo Borges, a quem agradecemos a disponibilidade e autorização para esta adaptação textual. Adaptação Gicav 2011.
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FABIO CIVITELLI (ITÁLIA) - PRÉMIO ANIM'ARTE BD 2010
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CIDADES DA AMBIÇÃO - CENÁRIOS INTEMPORAIS
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CENÁRIOS INTEMPORAIS – PORTUGAL
Nomes como Eugénio Silva, José Garcês, Luis Diferr, Luis Louro, Vítor Mesquita, José Ruy, José Pires, Filipe Andrade e Filipe Pina, Luis Correia, ilustram esta mostra de cenários de Portugal, muitos deles presença habitual no salão iternacional de bd de Viseu.
Destacamos um nome estrangeiro, em jeito de homenagem, que partilhou trabalho com Luis Diferr - Jacques Martin (Portugal - ASA) , recordando a sua obra e a sua recente partida do mundo dos vivos (também dele se destaca a exposição ALIX, baseada num dos seus mais conhecidos heróis).
A todos o Gicav agradece pela qualidade do trabalho desenvolvido em prol da preservação e divulgação do nosso património monumental e artístico espalhado por muitas das nossas belas vilas e cidades. Bem hajam.
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EUGÉNIO SILVA - PRÉMIO ANIM'ARTE BD 2010
Obrigado Eugénio.
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TINTIN – HERGÉ
Desde muito cedo revela alguma vocação para o desenho, tendo publicado a sua primeira banda desenhada na revista Le Boy-Scout Belge, intitulada Les Aven¬tures de Totor, C.P. dês Hannctons.
Em 1925, concluídos os estudos, começou a trabalhar no jornal diário belga Le Vingtième Siecle, que passara a incluir, a partir de 1 de Novembro de 1928, o suplemento juvenil Le Petit Vingtième, que publica a banda desenhada Les Aventures de Flup, Nénesse, Poussette et Cochonet, desenhada pelo jovem Hergé.
No dia 10 de Janeiro de 1929, no número 11 do Le Petit Vingtième começa a publicar-se Tintin no País dos Sovietes, a primeira aventura de Tintin e Milou, a que se seguirão outras 22, durante quase meio século.
Hergé morre no dia 3 de Março de 1983 deixando incompleto Tintin e a Alpha Arte, o 24° álbum de uma obra que fez sonhar milhões de adolescentes em todo o mundo.
Numa época em que o acesso à informação era limitado, foi com Tintin e os seus inconfundíveis companheiros que começámos a descobrir o mundo. Foi com Tintin que fomos ao Congo e aos EUA, ao Médio Oriente ou à China. Aos Andes, à Escócia e ao Tibete.
Foi Tintin que nos levou à Bordúria e à Sildávia, nos Balcãs e à sul-americana República de San Theodoros, que muitos procurámos encontrar nos mapas, sem sucesso.
Enebriados por um desenho eficaz, linear e com cores planas e vivas, ao serviço de argumentos progressivamente mais consistentes, conhecemos Chi¬cago, Port Said, Bombaim, Petra, Xangai, Genéve, Katmandou ou as fictícias Klow e Los Dopicos.
E foi com Tintin que fomos à Lua, no início da década de 50, muito antes da viagem pioneira de Neil Armstrong.
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XVII SALÃO INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA VISEU
ORGANIZAÇÃO GICAV — GRUPO DE INTERVENÇÃO E CRIATIVIDADE ARTISTICA VISEU
CENÁRIOS URBANOS ... e do ermo nascem as cidades ...
A organização (Gicav) 2011.
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AS CIDADES NAS AVENTURAS DE ALIX
Nas aventuras de Alix, o par de figuras históricas como César e Cleopoara, os leitores convivem com uma rica galeria de personagens imagindas pelo autor, entre as quais se destacam o jovem egípcio Enok, fiel companheiro de jornada de Alix, Calva, oficial romano ao serviço de César e amigo de Alix, ou Arbacés o arqui-inimigo do herói.
Jacques Martin, o criador de Alix, falecido em 2010, é um dos grandes autores do escota franco-belga tendo também sido um dos mais importantes colaboradores de hergé, pai de Tintin. Após 1991 com a vista gravemente afectada por problemas de saúde, continuou a desenvolver as aventuras de Alix, entre outros projectos, com o apoio de diversos cotaborodores. Por vontade do autor, foi garantida a continuidade das aventuras de Alix pela Casterman, com recurso a diversos autores, em Portugal, após o contributo das Edições 70, na década de 80 do século passado, a edição das histórias de Alix, é actualmente assegurada pela Asa.
Fascinado desde tenra idade pela Antiguidade Clássica e apaixonado peia arquitectura, Jacques Martin vai fazer viajar o leitor com Alix através de diferentes culturas, aquém e além fronteiras do poder romano, num mundo onde as cidades são elementos estruturantes da vivência política, social e económica.
Não se poupando o esforços na obtenção da documentação histórica necessária e mestre de traço elegante e da capacidade de encenação, Jacques Martin recriou cidades antigas, reais e imaginadas, de Roma à longínqua China.
Na presente exposição, seguimos alguns desses percursos urbanos nas aventuras de Alix, dos telhados dos edifícios às ruas, dos aquedutos ao sistema de esgotos, dos bairros populares às grandes praças monumentais. E a aventura começa precisamente numa cidade, Khanabad antiga capital do rei assírio Sargão II (722-705 a.C). onde encontramos pela primeira vez o jovem herói, no ano de 53 a.C.
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FÁBULA DE VENEZA
As cidades são espaços de memórias , vivências e cenários que fazem delas especiais, eternas. É o caso de Veneza, visitada por Corto Maltese na obra "Fábula de Veneza", e que nesta exposição se pretende revelar em alguns dos seus percursos e ambientes, a partir da obra referida e uma referência no conjunto da obra de Hugo Pratt.
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Isto é para nos animar? Depois de um FIBDA enfadonho vem um festival de Viseu do tempo do Estado Novo.
ResponderEliminarAi que poster de divulgação tão desfasado da realidade.
Mafaldinha, Spirou, Astérix e grandes figuras da história de Portugal!
Oh, pá os únicos que ainda se safam são os 'Pitufos' que agora tão na berra, mas sinceramente, se querem chamar público aos magotes e podem usar num poster personagens sem ter os direitos de autor, então metam logo o Naruto, o Faísca McQueen, o Lanterna Verde, o Titeuf, os Buraka Som Sistema, o Cristiano Ronaldo e o Zé Mourinho.
Esses os putos ainda conhecem e se este é um festival para chamar a atenção dos mais jovens, só vos fazia bem em actualizar.
Logo em Viseu com tanto emigrante na França para aproveitar vão fazer algo tão século XX.