sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

43º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE ANGOULÊME – VENCEDOR DO GRAND PRIX: HERMANN HUPPEN



O cartaz ofical, de Katsuhiro Otomo, vencedor do Grand Prix de 2015

43º FESTIVAL INTERNACIONAL 
DE BD DE ANGOULÊME
28 A 31 DE JANEIRO DE 2016

VENCEDOR DO GRAND PRIX
HERMANN HUPPEN


O Festival de BD de Angoulême deste ano começou na passada quinta-feira e termina no domingo.

No final da votação electrónica, organizada pelo Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, durante este mês de Janeiro, a comunidade de autores profissionais de BD, elegeu pela maioria de votos Hermann Huppen, coroando assim uma das obras mais emblemáticas da banda desenhada franco-belga e o percurso de um autor, dos mais prolíficos da nona arte europeia.

Hermann Huppen (de 77 anos) é assim o vencedor do Grand Prix d’Angoulême de 2015.

Isto apesar de a votação deste ano ter estado envolvida na polémica, relativa à ausência de mulheres na lista inicial de 30 indicados. Hermann inicialmente não queria receber o prémio – assim como outros, no passado, como Alan Moore ou Claire Wendling, que pediu para que não votassem nela –, mas acabou convencido por colegas a aceitar a homenagem.

Hermann Huppen nasceu em 1938, em Bévercé, na Bélgica. A sua carreira iniciou-se na década de 1960, desenhando algumas histórias da série Histoires de l’oncle Paul. Em 1966, passou a ilustrar as histórias de Bernard Prince, escritas por Greg.

O autor realizou Comanche, Jughurta, Jeremiah, em publicação desde 1977, Les Tours de Bois-Maury, que já teve mais de 13 álbuns publicados; Caatinga,The Girl from Ipanema, Afrika, On a tué Wild Bill e Lune de Guerre. Recentemente, Hermann tem ilustrado histórias escritas pelo seu filho, Yves H, como Le Diable des sept mers, Une nuit de pleine Lune e Sans pardon. Em 2010, recuperou Bernard Prince, lançando uma aventura com argumento do seu filho.

Seguindo a tradição do evento, Hermann ilustrará o cartaz e será o presidente do Festival de Angoulême de 2017.

 

Hermann Huppen esteve em Portugal, que me lembre, quatro vezes: no Salão BD da Sobreda em 1994, 1996 e 1999 e no Festival de BD de Beja em 2010. Neste último ficou famosa a sua parceria desenhada com Fabio Civitelli, em que o belga desenhou o seu Red Dust e o italiano, o seu Tex. Deixo aqui a foto, publicada aqui no Kuentro de 14 de Junho de 2010, em que os dois desenhadores ladeiam José Carlos Francisco, que lhes lançara o repto e exibe o resultado.






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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

GAZETA DA BD #53 NA GAZETA DAS CALDAS - HÁ OITENTA ANOS INICIAVA-SE O MOSQUITO – REVISTA DE BANDA DESENHADA QUE SE PERPETUOU POR 50 ANOS


GAZETA DA BD #53 NA GAZETA DAS CALDAS
HÁ OITENTA ANOS INICIAVA-SE 
O MOSQUITO 
REVISTA DE BANDA DESENHADA 
QUE SE PERPETUOU POR 50 ANOS

Gazeta da BD #53 - na Gazeta das Caldas, 22 Janeiro 2016
Jorge Machado-Dias

Comemoraram-se neste mês de Janeiro de 2016 (dia 14) oitenta anos do início da publicação de O Mosquito – o “semanário (depois bissemanário) da rapaziada”. Para assinalar anualmente o aniversário da primeira edição da revista, vem sendo organizado um almoço no segundo sábado de Janeiro, que este ano calhou no dia 16. Trata-se de uma confraternização “almoçarada”, digamos assim, realizada já há alguns anos no Restaurante Pessoa, na Rua dos Douradores, onde comparecem cerca de vinte convivas (por vezes mais), entre coleccionadores, antigos e novos fãs da revista e mesmo alguns dos seus colaboradores ainda vivos e de saúde. Isto segundo uma tradição que remonta a 1986, quando se comemoraram os cinquenta anos do início da publicação, embora nessa altura se tivesse optado por um jantar, na Rua da Rosa, Bairro Alto, perto do local onde a revista, dirigida por Raul Correia e António Lopes Cardoso viu a luz do dia – como relata o jornalista Carlos Pessoa no Diário de Lisboa de 16 de Janeiro de 1986. Talvez não por acaso, essa primeira comemoração coincidiu com a públicação do último número da 5ª série da revista e a extinção definitiva do título.

Ora O Mosquito, revista de “histórias aos quadradinhos”, como então se designava a banda desenhada, iniciou a sua publicação em 14 de Janeiro de 1936 (com o formato de 31x21 cm), concorrendo com as revistas congéneres já existentes, cujos títulos eram igualmente sugestivos: Tic-Tac, O Senhor Doutor, Mickey e O Papagaio. Embora estas revistas se destinassem a um público de faixa etária mais baixa, uma vez que eram consideradas “infantis”, ao passo que O Mosquito se considerava “para rapazes”. Estava-se numa época em que esse tipo de publicações constituía uma das mais populares formas de entretenimento da juventude e as bandas desenhadas publicadas n’O Mosquito possuiam histórias mais complexas e dramáticas, capazes de cativar mesmo um público mais adulto.

Custava cinquenta centavos (ou cinco tostões), menos de um cêntimo no actual Euro e o sucesso foi tal que a revista, no início com periodicidade semanal até ao nº360 e com saída inicialmente às terças-feiras, mais tarde às quintas-feiras, passou a partir de 9 de Dezembro de 1942 com o nº361 a ser bissemanal, com saída às quartas-feiras e sábados.

Atingiu tiragens de 30.000 exemplares por número, o que mostra o estrondoso sucesso da publicação.

Em 1942, no auge da 2ª Grande Guerra, O Mosquito reduziu o formato para metade devido à falta de papel e é no decurso do ano seguinte que Eduardo Teixeira Coelho passa a colaborar na revista com capas, ilustrações e construções de armar. Em 1946 é retomado o formato inicial.

Pelas suas páginas passaram grandes autores de BD estrangeiros, como Colin Merritt, Reg Perrott, Roy Wilson, Percy Cocking, Walter Booth (ingleses); José Cabrero Arnal (aragonês), Arturo Moreno (valenciano), os catalães Angel Puigmiquel, Emilio Freixas Aranguren, Jesús Blasco e os seus irmãos Adriano, Alejandro e a irmã Pili Blasco; Darrel McClure, Harold Foster, John Lehti (americanos); Gigi, Marijac, Paul Gillon (franceses). E muitos outros. Quanto a autores portugueses, foram sobretudo Tiotónio (António Cardoso Lopes), Eduardo Teixeira Coelho, Jayme Cortez (até seguir para o Brasil em 1947), Vítor Peon, José Garcês e José Ruy (que começou por trabalhar na revista no desenho e litografia das cores), a fazerem as “honras da casa”.

Em 1948 dá-se a separação entre Raúl Correia e Cardoso Lopes.

As últimas fases d’O Mosquito caracterizaram-se pelo aparecimento de dois fortes concorrentes, O Mundo de Aventuras e O Cavaleiro Andante. Apesar das dificuldades financeiras por que já passava havia alguns anos, ainda são apresentadas séries inglesas de qualidade como Garth (de Steve Dowling) e Buck Ryan (de Jack Monk), Terry e os Piratas (George Wunder), e autores franceses da craveira de Gigi, Marijac, Paul Gillon e outros. Mas os tempos já não eram os mesmos. A revista saiu pela última vez em 24 de Fevereiro de 1953 com o nº1412, após dezassete anos de publicação.

Existiram, no entanto, quatro tentativas (designadas por “séries”) de ressuscitar O Mosquito. Deixo aqui o registo dessas tentativas, baseado em texto abrevidado de Leonardo De Sá:

2ª Série (1960-1961)

Era editada e dirigida por E. Carradinha e José Ruy, com coordenação também de Roussado Pinto na segunda metade da colecção. Tinha inicialmente 12 páginas e as dimensões 26x17,5 cm. O primeiro número saiu a 16 de Novembro de 1960. O último número foi o 30, publicado a 7 de Junho de 1961.

3ª Série (1961)

O editor e director foi António da Costa Ramos. Tinha 16 páginas e as dimensões eram de 25,5x17,5 cm, o primeiro número foi publicado a 14 de Novembro de 1961. O último foi o nº 4, publicado a 22 de Novembro de 1961.

4ª Série (1975)

Foi publicado um único número, com data de 31 de Dezembro de 1975. Tinha 16 páginas e as dimensões eram de 23,5x17 cm, o seu editor e director foi Fernando de Andrade.

5ª Série (1984-1986)

Inicialmente era bimestral, depois mensal, propriedade de Carlos & Reis, Lda e direcção de José Chaves Ferreira, com coordenação de Jorge Magalhães. Tinha 60 páginas e as dimensões eram de 29x21 cm, o primeiro número foi publicado em Abril de 1984.

Publicou autores e séries como ET Coelho, Jorge Magalhães e Augusto Trigo (“Kumalo”), Antonio Hernández Palacios (“Manos Kelly”), Julio Ribera (“Nunca Estamos Contentes”), Sánchez Abulí e Esteban Maroto (“Zodíaco”), Ricardo Barreiro e Juan Giménez (“Ás de Espadas”), Fernando Relvas (“Vast”), Dan O’Bannon e Moebius (“The Long Tomorrow”), Abulí e Jordi Bernet (“Torpedo 1936”), Victor Mesquita (“Navegadores do Infinito”), Richard Corben (“O Crepúsculo dos Cães”), Yves Chaland (“Freddy Lombard”), Jesús Blasco (“Jack, o Estripador”), Manfred Sommer (“Frank Cappa”), Carlos Trillo e Mandrafina (“Ciclo Vital”), Milo Manara (“Acherontia Atropos”), Hal Foster (“Príncipe Valente”), Muñoz e Sampayo (“Alack Sinner”), Tozé Simões e Luís Louro (“Jim del Mónaco”), Paul Gillon (“Um Homem de Palavra”), Hugo Pratt (“Fort Detroit”), etc.

Houve também quatro almanaques anuais. O último número foi o 12, publicado em Janeiro de 1986.


Brevemente teremos aqui a reportagem do almoço/convívio comemorarivo dos 80 anos d'O Mosquito


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

BDPRESS #467 – TALCO DE VIDRO DE MARCELLO QUINTANILHA – EDIÇÕES POLVO – NO EXPRESSO

BDpress #467

No EXPRESSO
31de Dezembro de 2015
Texto de José Mário Silva

TALCO DE VIDRO
Marcello Quintanilha
Polvo, 2015, 160 págs, €14,90


Há uns meses, a Polvo deu-nos a conhecer, na sua excelente coleção de "romance gráfico brasileiro", o penúltimo trabalho de Marcello Quintanilha: "Tungsténio". Nesse livro, que tem Salvador da Bahia como cenário, acompanhamos histórias cruzadas de traficantes de droga e polícias, choques sociais e dilemas psicológicos, num fluxo de acontecimentos muitíssimo bem trabalhado, linear na sua estrutura mas com uma série de rasgos visuais que lhe conferem uma certa sofisticação narrativa. Na verdade, faltava a "Tungsténio" apenas um final a mais forte, capaz de fazer jus à espantosa energia que atravessa todo o álbum. Com "Talco de Vidro", a sua mais recente novela gráfica (publicada no Brasil já em 2015), Quintanilha. supera-se e oferece-nos uma obra que não se parece com nenhuma outra. Se um dos aspetos mais interessantes do livro anterior era o modo como o autor explorava a interioridade das personagens, os seus pensamentos e pulsões (sobretudo no caso de Keira, figura da amante que se questiona, à beira da rutura sentimental), esse mergulho na psique é levado agora muito mais longe - na verdade, é levado até às últimas consequências. No centro de "Talco de Vidro" está Rosângela, uma mulher de classe média-alta, com uma vida aparentemente perfeita: marido atencioso, filhos adoráveis, uma profissão (é dentista, com consultório próprio), casa no melhor bairro de Niterói, um bom carro. Esta harmonia é desfeita quando o sorriso radioso da prima pobre e de vida desgraçada, com quem sempre manteve uma distância feita de preconceito social (e respetiva ilusão de superioridade), lhe instiga a sensação de que Daniele, afinal, tem algo que lhe escapa, um qualquer inapreensível e inacessível talento para ser feliz. A inveja pura e dura lança-a num turbilhão autodestrutivo, em que a sua personalidade, de tanto querer eliminar fantasmas e inseguranças, acaba por se desagregar e cair a pique num caos existencial. O esquivo narrador de Quintanilha, ele próprio cheio de dúvidas e hesitações no modo como nos conta o que se passa na cabeça de Rosângela (um território de "sensações", mais do que de pensamentos), consegue o prodígio de nos fazer sentir, na sua crueza extrema, as oscilações e abismos de um estado mental. O triunfo maior do livro, porém, está no modo como um texto tão fugidio, por vezes quase rarefeito, se articula exemplarmente com as imagens - ora realistas ora abstratas; umas vezes captando pormenores em zoom, outras inserindo ecos e memórias, ou materializando estados de alucinação, indícios de loucura.


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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

REPORTAGEM – 379º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA


REPORTAGEM
379º ENCONTRO
TERTÚLIA BD DE LISBOA
ANO XXX
5 JANEIRO 2016

CONVIDADA ESPECIAL
Sharon Mendes






Comic Jam 


Autores participantes:
1 - Sharon Mendes
2 - Penim Loureiro
3 - Ricardo Lopes
4 - Mitsu + Led
5 - Sérgio Santos
6 - Paulo Vicente

AS FOTOS
(de Álvaro)


















 Sharon Mendes, ela própria!














O dia em que Luís Graça voltou à Tertúlia... plaudite!!!


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