terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

TERTÚLIA BD DE LISBOA ENVIEM-NOS RETRATOS E CARICATURAS DO GERALDES LINO

TERTÚLIA BD DE LISBOA

ENVIEM-NOS
RETRATOS E CARICATURAS 
DO GERALDES LINO 

Agradecíamos que nos enviassem os retratos e caricaturas do Lino ou vinhetas em que ele apareça desenhados por vocês.
Podem enviar-nos:
- por esta via (imagens incluídas nos comentários),
- indicar-nos o respectivo link de cada imagem ou
- para o email tertuliabd@gmail.com.

Vamos partir do princípio que ao responderem a este repto e enviarem as imagens estão a dar-nos autorização para incluí-las num ou dois mosaicos de retratos que pretendemos realizar.
Não vamos indicar os autores. Só imagens sem textos.
Não podemos garantir usá-las todas mas pelo menos uma por autor, sim.

Para já os vossos desenhos serão incluídos num Tertúlia BDzine a distribuir gratuitamente já na próxima tertúlia de dia 5 de Março. (Uma homenagem ficará para mais tarde).
De futuro, irá depender da disponibilidade de terceiros. mas a intenção é exibi-las em festivais e eventos.

Desde já obrigado e... saudações bedéfilas. 
E agradecemos também a divulgação deste repto. 



sábado, 23 de fevereiro de 2019

AINDA A MORTE DE GERALDES LINO – O IMORTAL APAIXONADO – TEXTO DE NUNO SARAIVA

Foto de Jorge Machado-Dias
No 226º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa, em 2 de Dezembro de 2003

AINDA A MORTE DE GERALDES LINO
TEXTO DE NUNO SARAIVA 

Republico aqui, com a devida autorização do autor o post que colocou na sua página do facebook 

O IMORTAL APAIXONADO 

Entramos na capela do do Cemitério do Alto de São João e as pernas tremem-nos. Tenho 16 anos, o Filipe Abranches tem 14, o Ricardo Tércio está com 10, o João Fazenda tem 11 acabados de fazer, o João Maio Pinto está mais velho que eu hoje, apareceu aqui com 30 anos. Neste momento sentimos ter todos a idade em que o conhecemos.
É toda uma espécie de família desunida, desigual, afastada no estilo e gosto, aqueles dos clássicos ou aqueles do Underground ou lá o que isso possa significar, que hoje encontra um significado num denominador comum: reconhecemos todos ser filhos e filhas da paixão de um só homem, o nosso querido Geraldes Lino. Por não lhe querermos falhar, estamos pela última vez a fazer-lhe companhia, estupidamente convencidos que o Lino nos está a ver e a responder-nos com um sorriso, inchado de satisfação e corado de vergonha.

Todos aqueles que começaram, desde os oitentas, a sonhar fazer BD e ver os seus primeiros trabalhos publicados, sentem uma dívida de gratidão para com o Lino. Soa mal chamar-lhe de padrinho, seria mais um parteiro que insistia em ajudar a parir novos autores, mesmo que a ferros, independentemente do estilo ou tendência artística. Se hoje temos uma panóplia de estilos no pensamento e engenho, muito se deve ao Lino defensor do contrário, do diferente, do reverso das coisas. Era daqueles que tanto podia aparecer num Grémio Literário como de seguida num encontro de fanzines LGBT.

Fundador do Clube Português de Banda Desenhada em 1976, franco conhecedor e presença assídua nos principais festivais internacionais de BD, um permanente viajante cuja vida de funcionário da TAP ajudava muito nesse sentido, pioneiro em Portugal na edição de fanzines, divulgador e organizador de eventos, o Lino nunca conseguia estar parado. Sempre pronto para opinar, discutir, construir e acima de tudo apoiar os mais jovens. Junto dos mais jovens, e por ele passaram gerações, os seus pequenos olhinhos transformavam-se em faróis luminosos cheios de alegria.

E nós aqui a chorar. Nós, passados os anos e já mulheres e homens feitos, sempre que tínhamos um livro para lançar, uma exposição a inaugurar ou uma conferencia para o debate das ideias, sabíamos que o Lino iria lá estar. O Lino nunca nos falhou, estivesse ele doente ou com impossíveis engarrafamentos de trânsito encontrava sempre uma maneira de conseguir estar presente, não apenas por “militância” mas porque sabia que o seu apoio era importante para nós. O Lino aparecia, intervinha sempre mesmo quando, em esforço, forçava as muito magoadas cordas vocais, (quase as perdia numa agitada conferencia no Forum Picoas nos finais dos oitentas) e depois fazia questão de se despedir de todos um-a-um. “-Então Lino, já vais? Vamos a uma jogatana no Snooker club?” “-ehpá, hoje não dá, tenho que acabar um texto para o meu blog... Quem é aquela garota contigo? Bonita pá! Ok, vamos lá."

Escondido atrás do seu grande bigode, um sorriso maroto ocultava um genuíno sedutor, parecia o Bertrand Morane do filme do Truffaut un homme qui aime les femmes, o Lino amava as mulheres tanto quanto as respeitava. E recebia delas um carinho desmedido de tão estranhas proporções que chegava a ser invejado por muitos. “-A menina também faz BD? Gosta de fanzines? Dá-me o seu contacto?". Eros em puro êxtase.

De baixa estatura e franzino, tinha colhões do volume de toda a colecção reunida do Cavaleiro Andante mais todas as séries do Mundo de Aventuras, resmas de coragem, defendia um amigo em qualquer ocasião. Alguns recordarão um episódio no Intercidades em que uma comitiva regressada de um Festival do Porto assiste a um agitado confronto entre dois colossos da BD e, carruagem repleta, é o Lino que salta a separar os amigos, vermelho que nem um tomate.

Despedimos-nos agora do Lino. O nosso imortal. O imortal apaixonado. Aquele que nunca morrerá porque não se matam as paixões. Mesmo combalidas, todos aqui sabem que as paixões voltam sempre a florescer.
E a paixão do Lino deve estar neste momento a nascer no peito de algum pequenote. Acreditamos.

Adeus e obrigado, Lino.
Nuno Saraiva

no Alto de São João, em Lisboa.

Última aparição pública de Geraldes Lino no 416º Enconto da Tertúlia BD de Lisboa, 
em 8 de Janeiro de 2019.

COMENTÁRIO DE JOSÉ RUY A ESTE TEXTO DE NUNO SARAIVA

Estimado amigo Nuno Saraiva, estou comovido com o que escreve sobre o saudoso Geraldes Lino, amigo do seu amigo, e amigo das causas da BD a que dedicou toda a vida. Foi-me impossível, como sabem, de estar presente nessa despedida; para nós dois, a despedida foi na sede do CPBD umas semanas atrás, quando foi visitar a exposição do centenário de ETCoelho, que muito admirava. Todos temos muito a recordar sobre a conduta e dedicação desta figura ímpar que marcou a nossa BD, em todos os escalões etários. O Geraldes Lino manteve sempre o espírito jovem e era entre os jovens que se sentia mais útil, ora aconselhando, ora ajudando mesmo. É com grande carinho que o vamos manter na nossa memória viva, pois assim ele continuará connosco. Obrigado, Nuno Saraiva pelo seu gesto, obrigado Machado Dias por dar este relevo no prestigiado «Kuentro». Profunda saudade, querido amigo Geraldes Lino, e um até já.
José Ruy

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

MEMÓRIA DE G. LINO E TEXTO AUTOBIOGRÁFICO-BEDÉFILO PELO PRÓPRIO


IT'S PAPER DISTRIBUTION MAN
Desenho em toalha de mesa , numa Tertúlia. Não me recordo quem foi o autor (Jorge Falcato?).

A MORTE DE GERALDES LINO 
04Jan1936 – 19Fev2019 


 MEMÓRIA DE G. LINO 
E 

TEXTO AUTOBIOGRÁFICO-BEDÉFILO PELO PRÓPRIO
(Até 2001)


Conheci Geraldes Lino em 1986 numa exposição de banda desenhada, na livraria Barata, em que participei, com José Rui, Victor Mesquita, José Garcês, Baptista Mendes, Augusto Trigo e Eugénio Silva. Devo dizer que o Lino me pediu emprestadas as quatro pranchas que expus de “Os Dias de Bartolomeu Dias” e... nunca mais as vi. Mais tarde as edições Asa pediram-me uma história sobre Ayrton Sena, mas depois de desenhar a primeira prancha, a Asa desistiu do projecto e vendi essa prancha ao Lino.

Nessa altura Geraldes Lino era ainda hospedeiro da TAP, ou já instrutor de hospedeiros, não me recordo bem.

Depois de o conhecer comecei a frequentar a Tertúlia BD de Lisboa, na qual fui homenageado no 345º Encontro da TBDL, em 2 de Julho de 2013.

Com Geraldes Lino (n. 04 Jan 1963 – m. 19 Fev 2019) e Fernando Relvas (n. 20 Set 1954 – m. 21 Nov 2017), no Amadora BD de 2010, após o regresso de Relvas da Croácia. Acaba por ser complicado para mim, ver esta foto e constatar que, destes três, ainda sou o único que está vivo...


Na Bedeteca de Lisboa

A minha única participação em fanzines editados pelo Lino, foi com a prancha intitulada Um Fado para Corto Maltese, no fanzine Efeméride #5 – Corto Maltese no Século XXI (formato A3). 

Desenho da minha autoria para o  Tertúlia BDzine, quando fui homenageado.



Geraldes Lino visitou-me em Caldas da Rainha, em Agosto de 2014 e almoçou uma sardinhada que preparei, na quintinha do Formigal, da Clara Botelho, em companhia do pai dela, o arquitecto José Rafael Botelho. 


Foto da Clara.


Última presença de Geraldes Lino na Tertúlia BD de Lisboa, em 6 de Janeiro de 2019

TEXTO AUTOBIOGRÁFICO-BEDÉFILO 
DE GERALDES LINO (até 2010)

Geraldes e Lino são apelidos de família, mas juntos formam o nome literário com que, desde a adolescência, assino textos de vária índole – com especial incidência no tema da banda desenhada – espalhados por diversas publicações. Nasci em Lisboa, cidade onde li as primeiras revistas de banda desenhada, com relevo para “O Mosquito”, “Cavaleiro Andante”, “Mundo de Aventuras” e, mais tarde “Tintin”, entre outras; onde frequentei o curso de Filologia Germânica, na Faculdade de Letras; e também onde comecei a escrever artigos sobre BD, que se encontram dispersos por diversos jornais e revistas.

Das publicações não especializadas em que colaborei, ressaltam o semanário O País, no qual fui responsável por uma página semanal de BD durante dois anos (1981/1982); o vespertino Diário Popular, em que criei e dirigi (de Set.85 a Set.86) o suplemento “Tablóide” (título influenciado pelo formato do próprio jornal), composto por duas páginas com bandas desenhadas de novos, alguns dos quais são hoje importantes naquela arte, e de entrevistas aos respectivos autores, além de textos diversos; no J.L.– Jornal de Letras e Artes (nº 476, 20 Ag.91) em que, numa colaboração esporádica, assinei extenso texto de estudo sobre fanzines incluído num bastante completo dossiê BD. Actualmente (desde Novembro de 2004) estou a colaborar no quinzenário Mundo Universitário.

Tenho também artigos em algumas revistas, designadamente na Atlantis (TAP) e Tempos Livres (Inatel), bem como entrevistas a coleccionadores de banda desenhada numa outra que se intitulava Coleccionando. No que se refere a colaboração em publicações especializadas no tema, o meu nome aparece nas revistas Mundo de Aventuras, Jornal da BD, Mosquito (5ª série), Selecções BD (1ª série) e Heróis Inesquecíveis; mais recentemente escrevi vários artigos, reportagens e entrevistas para a 2ª série de Selecções BD, editada entre Novembro de 98 e Maio de 2001.

Como autor de BD (argumentista) fiz equipa com os desenhadores Miguel Braga, C. Moreno e Pedro Alves. Na área das exposições, fui comissário da que intitulei “Autores Portugueses Editados no Estrangeiro” título alterado para “Export BD” pelos responsáveis do Festival Internacional da Amadora, evento onde foi integrada; de “A Segunda Guerra Mundial na BD” (Biblioteca Museu da República e Resistência) e de “Lisboa na Banda Desenhada” (Museu da Cidade).

Em 1976 fui sócio-fundador do Clube Português de Banda Desenhada [juntamente com mais cento e tal outros chamados sócios-fundadores], de cujos corpos directivos fiz parte durante dezassete anos. Em 1985 fundei a Tertúlia BD de Lisboa, associação informal sem estatutos, cujos encontros mensais mantenho ininterruptos desde a citada data. Ressalta nessa associação informal as homenagens prestadas a mais de uma centena de nomes importantes da banda desenhada portuguesa e de incentivo a igual número de autores iniciantes, na presença de uma média mensal de quatro dezenas de bedéfilos.

Fui igualmente fundador, em 19 de Outubro de 1999, da Tertúlia Lisboa dos Fanzines, esta de escassa participação por estar limitada a faneditores e autores colaboradores de zines de Lisboa e arredores.

Nos fanzines tenho tido longa actividade editorial, tendo a meu crédito os seguintes títulos: Eros (1987-1991), distinguido pelo CPBD com o troféu “Vinheta”, Tertúlia BDzine (i.1992), premiado em 2003 e 2004 como “Melhor Fanzine”, pelo Festival BD da Amadora, Ad Hoc (i.1997), creditado com menção honrosa também pelo Festival BD da Amadora, Autobiografias Ilustradas (i.1998), Preciosidades da BD (i.1998), Folha Volante (i.1998), Improvisos na toalha da mesa (i.2000) e Cadavre Exquis aliás Cadáver Esquisito (i.2001). Sobre ser faneditor, sou igualmente coleccionador, actividade iniciada em Janeiro de 1972, data do aparecimento em Portugal deste tipo de magazines amadores, o que me proporciona possuir, provavelmente, a maior colecção do género no nosso país.

Além de ter escrito vários artigos sobre o assunto, e de ser co-autor, com Leonardo De Sá, do livro Dédalo dos Fanzines, editado em 1997, dirigi em 2001 um “workshop” intitulado “Faz Fanzines”, no CNBDI, em que participaram professores e alunos de várias escolas da Amadora, e cujo resultado prático foi a edição de uma dúzia de títulos. Sob apoio técnico do bandadesenhista Álvaro, coordeno e escrevo os textos do sítio dos fanzines, localizável no endereço http://geocities.yahoo.com.br/fanzinelandia.

Ainda na internet, com textos diversos acerca de bd, tive colaboração no “site” www.interdinamica.pt, pertencente a João Monsanto. Nos anos 1980, a convite de Vasco Granja, fiz parte da representação de Portugal no Salão Internacional de BD de Lucca, em Itália, e seguidamente no Festival de BD de Angoulême, em França, tendo em ambos, nas primeiras participações, apresentado publicamente trabalhos sobre banda desenhada portuguesa, apoiados em projecção de diapositivos.

Em 1979, fui pela primeira vez, membro de júri de um concurso de BD, isso no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. A partir daí, tenho tido idêntica responsabilidade em eventos similares na capital ou organizados por autarquias e entidades privadas noutras localidades: Amadora, Amora, Faro, Gouveia, Loulé, Moura, Olhão e Sobreda.

Em 1999 fui galardoado com o “Prémio Imprensa” pelo Festival de Banda Desenhada da Amadora, graças a um estudo intitulado “Fanzines e fanálbuns – definições, polémicas e balanço de 1998”, publicado em Abril de 1999, no nº 6 da revista Selecções BD (2ª série). Pelos responsáveis desse mesmo evento foi-me atribuído o “Troféu de Honra” em 2001, por ter sido considerado personalidade de relevo na especialidade. Nesse mesmo ano, recebi o “Balanito de Honra”, distinção outorgada pelo Salão de Banda Desenhada de Moura, por idêntico motivo.

Geraldes Lino, Fevereiro 2005
-------------------------------------------------------------------------

OS BLOGUES DE GERALDES LINO

Divulgando Banda Desenhada - http://divulgandobd.blogspot.com/
Fanzines de banda desenhada - http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
Sítio dos Fanzines de Banda Desenhada - http://sitiodosfanzines.blogspot.com/

OS FANZINES

Uma das folhas do Comic-Jam, desenhada durante os Encontros da TBDL, com vinhetas de seis tertulianos, sendo a primeira desenhada sempre pelo Convidado Especial e ou o Homenageado.

 
 
 
 
 
 




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

MORREU GERALDES LINO


Post do blogue de Geraldes Lino, Divulgando Banda Desenhada
editado hoje por seu filho Pedro Lino


MORREU GERALDES LINO
04Jan1936 – 19Fev2019


Notas biográficas reunidas e completadas por Leonardo De Sá 

De seu nome completo, António Geraldes Lino nasceu em Lisboa a 4 de Janeiro de 1936 e faleceu a 19 de Fevereiro de 2019 (também em Lisboa). Fez o Curso Comercial da Escola Comercial Veiga Beirão e tinha o curso geral do Liceu, tendo também frequência da Faculdade de Letras de Lisboa, em Germânicas. Foi funcionário da TAP, nomeadamente como instrutor de acompanhantes de bordo [onde ficou meio surdo e completamente rouco] — tendo partido bastante cedo em pré-reforma, o que lhe permitiu dedicar-se mais completamente ao seu hobby. Divulgador, “militante” e estudioso de banda desenhada, foi autor de textos dispersos englobando críticas, entrevistas, actualidades, biografias de autores e personagens. Foi colaborador esporádico em diversos jornais: semanário O País, Correio da Manhã, Diário Popular, JL: Jornal de Letras e Artes. Colaborador eventual em revistas: Atlantis, Bibliotecas. Colaborador de revistas de BD: Mundo de Aventuras, Jornal da BD, Selecções BD (1ª série), Heróis Inesquecíveis, Selecções BD (2ª série). Comissário de exposições: “A História na Banda Desenhada” (Museu de Arqueologia, Lisboa); “A II Guerra Mundial na Banda Desenhada” (Biblioteca-Museu da República e Resistência, Lisboa); “Lisboa na Banda Desenhada” (Museu da Cidade, Lisboa). Foi um dos muitos chamados sócios-fundadores do Clube Português de Banda Desenhada, em Junho de 1976 e integrou depois os seus corpos directivos. Com mais propriedade, foi fundador da Tertúlia BD de Lisboa em Junho de 1985, mantendo-se durante décadas como dinamizador desta iniciativa bedéfila mensal, que tem por finalidade homenagear autores consagrados e outras individualidades ligadas à BD, e como incentivo aos novos autores da BD portuguesa. Foi responsável por programas radiofónicos sobre BD, na Rádio Onda Livre da Amadora e na Rádio Popular de Lisboa. Foi ainda editor de diversos fanzines de banda desenhada: Eros, Tertúlia BDzine, Folha Volante, Autobiografias Ilustradas, Ad Hoc e Preciosidades da BD. Foi revisor ortográfico de textos de diversos autores. Em parceria com Leonardo De Sá, foi co-autor da obra Dédalo dos Fanzines: O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal (Edições Temporárias, 1997) — que seria o único livro onde deixou o seu nome.


Geraldes Lino no 226º Encontro  da Tertúlia de Banda Desenhada de Lisboa - 2-12-2003

NOTA - AMANHÃ COLOCAREI AQUI UM POST MAIS PESSOAL

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

NELSON DONA DEMITE-SE DA DIRECÇÃO DO AMADORA BD

NELSON DONA DEMITE-SE 
DA DIRECÇÃO DO AMADORA BD 


DIRECTOR DO AMADORA BD
DEMITE-SE AO FIM DE VINTE ANOS NO CARGO

O diretor do Festival de Banda Desenhada da Amadora, Nelson Dona, demitiu-se do cargo que ocupava há 20 anos, justificando que o AmadoraBD precisa de renovação e que não está disponível "para trabalhar nas mesmas condições", revelou à agência Lusa.

"O festival vai fazer 30 anos e como qualquer projeto precisa de renovação", afirmou Nelson Dona.

Ligado ao festival desde a primeira edição e diretor desde 1999, Nelson Dona explicou que sai da direção também por razões pessoais e por "não estar disponível para trabalhar nas mesmas condições".

"Há um problema de adequação entre o que é um grande evento cultural e os tempos de um organismo público. O empenho da câmara [municipal da Amadora] é grande, mas quando planeamos todos juntos vamos encontrando uma série de bloqueios legais e temos de encontrar soluções para o que deveria ser simples", referiu.

Questionada pela Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal da Amadora lembrou que o AmadoraBD “celebra este ano a sua 30.º edição, um marco importante na história do maior festival de banda desenhada do país, sendo também para o Município da Amadora uma oportunidade para rejuvenescer a equipa e dar um novo impulso ao festival, mantendo a qualidade que sempre lhe foi reconhecida”.

O município acrescentou que “o Amadora BD continuará a ser dirigido e promovido pela autarquia”.

O AmadoraBD, que é considerado um dos eventos culturais emblemáticos da Amadora, decorre anualmente entre outubro e novembro com exposições, apresentações de livros, sessões de autógrafos e atribuição de prémios.
Newsletter

As notí­cias não escolhem hora, mas o seu tempo é precioso. O SAPO 24 leva ao seu email a informação que realmente importa comentada pelos nossos cronistas.

Subscrever Já subscrevi

Nos últimos anos, grande parte da programação do festival tem decorrido no Fórum Luís de Camões, embora tenha eventos espalhados pela cidade.

Além da direção do AmadoraBD, Nelson Dona programou no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem entre 1999 e 2013.

Sapo 24 online
Tchauzinho pá, até mais ver...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

MORREU ZÉ MANEL (1944-2019)


MORREU ZÉ MANEL
(1944-2019) 

O cartoonista Zé Manel, 75 anos, Prémio de Honra do Amadora BD 2011, que publicou no Diário de Notícias, entre outras publicações, morreu em Lisboa, na quinta-feira, disse hoje à agência Lusa o ex-diretor daquele jornal Dinis de Abreu.

Zé Manel, de seu nome de registo José Manuel Domingues Alves Mendes, nasceu em Lisboa a 22 de janeiro de 1944, era filho do ilustrador António Alves Mendes, 'Méco’.

O 'desenhador’ Zé Manuel, “como gostava de ser tratado”, recordou Dinis de Abreu, estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, "da qual falava sempre com um agudo sentido de pertença".

Zé Manel é autor de “uma obra multifacetada, repartida por uma invulgar galeria de cartoons políticos, publicados, sobretudo, no Diário de Notícias, que chegaram, a ser expostos no Palácio Galveias, numa mostra comemorativa dos 120.º aniversário do jornal", disse Dinis de Abreu, recordando igualmente "inúmeros trabalhos de ilustração infantojuvenil e de banda desenhada", áreas que sempre o seduziram.

Entre as muitas obras para a infância por si ilustradas, destaca-se a edição original de "O Soldado João", uma história anti belicista de Luísa Ducla Soares, que, em 1973, inaugurou a coleção Cor Infantil da Editorial Estúdios Cor, então dirigida por José Saramago.

A história, com o seu apelo à paz, concebida originalmente para o suplemento infantil do Diário Popular, onde fora proibida pela censura.

O artista plástico “dedicou-se igualmente ao desenho satírico” e trabalhou na ilustração de livros escolares, tendo sido ainda autor de vários vitrais em diversas igrejas nacionais, onde deu "largas ao seu talento criativo e a uma componente mística que o acompanhava”.

As revistas Século Ilustrado, Rádio & Televisão, o jornal O Emigrante, as publicações humorísticas Os Ridículos, Bomba H, A Chucha e O Cágado, os livros “Manual da Má-Língua” e “Os Salazarentos”, assim como os quatro álbuns das “Histórias do Renato, Um Menino muito Chato”, destacam-se no percurso de Zé Manel, iniciado aos 17 anos, na Parada da Paródia, segundo o Clube Português de Imprensa.

Além do Diário de Notícias, Zé Manel trabalhou também para O País, semanário para o qual concebeu uma série de caricaturas de políticos portugueses. Desenhou ainda para discos e revistas do “Fungagá da Bicharada” e para publicações como O Brincalhão, Pisca-Pisca e Pão com Manteiga, revista que acompanhou o antigo programa humorístico da Rádio Comercial.

“Macau a tinta-da-China” é apontado por Dinis Abreu como “um dos mais importantes livros-álbum que [Zé Manel] deu à estampa, resultado de uma divagação por aquele antigo território sob administração portuguesa”.

Zé Manel participou em várias exposições, individuais e coletivas, “embora avesso a vender os seus trabalhos, que gostava de cativar para si ou de partilhar com família e amigos”.

Em 2014, foi feita uma retrospetiva da sua obra, “Eros uma vez… O Humorista Zé Manel”, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, na Amadora, que deu origem à publicação de uma coletânea do seu trabalho.

Entre os mais recentes trabalhos de Zé Manel contam-se as ilustrações para os livros de António Gomes de Almeida “Como era antes de haver”, adotado pelo Plano Nacional de Leitura, “Os Maias – Uma Análise ilustrada”, além de um álbum dedicado a Manuel da Fonseca, o escritor de "Seara de Vento".

O Clube Português de Imprensa destaca o Museu Sammlung, de cartoon e caricatura, de Basileia, na Suíça, entre as coleções em que Zé Manel se encontra representado.

Em 2011, recebeu o Prémio de Honra do festival Amadora BD.

Apesar de “reservado”, como recordou Dinis de Abreu, Zé Manel fazia parte, “com gosto”, de tertúlias, “onde pontificavam artistas e intelectuais, mas sem nunca lhe apetecer o palco e as luzes, nem ceder à tentação do deslumbramento, mesmo no auge da sua brilhante carreira”.

In Sapo 24 online







segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

REPORTAGEM DO 417º ENCONTRO TERTÚLIA BD DE LISBOA 5 DE FEVEREIRO DE 2019

REPORTAGEM DO 417º ENCONTRO 
TERTÚLIA BD DE LISBOA
5 DE FEVEREIRO DE 2019

Inês Garcia




Nasceu em Lisboa, em 1990. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, Mestre em Anatomia Artística e atualmente a frequentar o segundo ano do Doutoramento em Belas-Artes na mesma instituição. É também bolseira por parte da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Em termos profissionais é professora assistente na Escola Superior de Educação de Lisboa, lecionando disciplinas de Concept Art, Creature Design e Pintura Digital. Estas áreas profissionais, bem como o universo do sobrenatural e do terror são grandes interesses que pretende explorar a vários níveis.

No campo da banda-desenhada estreou-se oficialmente em 2017 com um primeiro livro do qual foi co-autora e ilustradora: “SINtra”, editado pela Escorpião Azul, tendo sido nomeado em 2018 para os prémios Adamastor (melhor ficção fantástica) e Troféus Central Comics (nas categorias de melhor argumento, melhor publicação nacional e melhor desenho). Também em 2018, participou na colectânea “Humanus” da mesma editora com a curta “Retornado”. Atualmente encontra-se a trabalhar numa futura banda-desenhada relacionada com o mar, sem nunca esquecer o seu foco principal ligado ao universo fantástico, lendas e mitos portugueses. O seu trabalho é sempre realizado em dupla, com Tiago Cruz, argumentista.

Paralelamente, encontra-se também a desenvolver toda a componente artística de um videojogo que irá brevemente ser lançado, denominado de “Sea Warrior”.

Em termos de influências, alguns dos seus autores predilectos são Tyler Crook (Harrow County), Paul Azaceta (Outcast), Bertrand Gatignol (Petit: The Ogre Gods), Alberto Breccia (Mort Cinder), entre muitos outros.

















 
Locations of visitors to this page