quinta-feira, 30 de maio de 2019

"AS LUZES DO PRÍNCIPE" TEORIA DA RELATIVIDADE GERAL UMA CELEBRAÇÃO EM BANDA DESENHADA


BDpress #497: Recorte de imprensa sobre BD – Público 29-05-2019 


"AS LUZES DO PRÍNCIPE"
TEORIA DA RELATIVIDADE GERAL 
UMA CELEBRAÇÃO EM BANDA DESENHADA 

O livro As Luzes do Príncipe, com argumento de João Ramalho-Santos e ilustração de Rui Tavares, acaba de ter distribuição gratuita em escolas da ilha do Príncipe e o mesmo acontecerá em escolas portuguesas e nos centros Ciência Viva.


Teresa Firmino

João Ramalho-Santos é biólogo e presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Mas o que nos traz aqui hoje é a banda desenhada de que gosta tanto, sendo autor e co-autor do argumento de vários livros de BD – e de histórias mais curtas, de duas páginas, centradas na biologia, que tem divulgado no PÚBLICO com a sua equipa. Desta vez, o tema é outro – as experiências realizadas na ilha do Príncipe em 1919, que ajudaram a validar a teoria da relatividade geral. Curioso também é que João Ramalho-Santos e o ilustrador, Rui Tavares, entram na história como personagens.

“Então professor, sobre o que é esta história? Sobre o corpo humano? Sobre como funcionam as mitocôndrias?”, pergunta logo no início do livro Rui Tavares a João Ramalho-Santos, desenhado com o seu emblemático rabo-de-cavalo. “Não Rui, desta vez não é sobre biologia. Mas física.” Está dado o mote de As Luzes do Príncipe, livro de BD de 44 páginas, uma edição de 5000 exemplares em papel e gratuito. E muita divulgação científica, para que todos percebam facilmente o que disse Einstein na teoria da relatividade geral e como é que o encurvamento da luz ao passar perto do nosso Sol provou que a visão de cosmos do físico estava certa. E, ainda, por que é que as experiências de observação de um eclipse solar total tiveram lugar na roça Sundy, na ilha do Príncipe, e na cidade de Sobral, no Brasil.

O biólogo – que faz investigação sobretudo na área da biologia da reprodução, com destaque na fertilização, formação de espermatozóides e óvulos, e ainda células estaminais – respondeu a um desafio da agência Ciência Viva.

“Disse que sim, quase automaticamente.... Depois quase que me arrependi, dada a quantidade de pesquisas que tive de fazer de um tópico que não é a minha área”, conta João Ramalho-Santos. “Sendo um livro de física, e não sendo nem eu nem o Rui de física, achei por bem fazer do livro também uma espécie de viagem de descoberta nossa ao tema, trocando ideias sobre como pôr as ideias de Einstein e as experiências de Eddington [chefe da expedição britânica à ilha do Príncipe] e Dyson [o responsável pela organização das duas expedições britânicas] no papel, descartando ideias más...”

O livro foi lançado oficialmente esta semana em escolas da ilha do Príncipe. “Tive o real prazer de distribuir a BD nas escolas e ver a alegria de professores e alunos com algo que lhes diz respeito, mas nem todos conhecem em pormenor. Pode ser um modo de inspirar são-tomenses em ciência. É gratificante ter a sensação de algo poder fazer muito mais diferença do que se fosse distribuído só em Portugal. Esse é o desafio fundamental que assumo em comunicação de ciência.”

A partir da próxima semana, As Luzes do Príncipe vão ser distribuídas nos Centros de Ciência Viva e em escolas portuguesas (“pelo menos nas bibliotecas”, refere João Ramalho-Santos). É o sétimo livro de banda desenhada em que o investigador é autor ou co-autor, como A Revolução Interior – À Procura do 25 de Abril(1999), Eden 2.0 (2011) e Uma Aventura Estaminal (2013). Com a sua equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, também criou pequenas histórias de BD para o PÚBLICO como divulgação científica – sobre o sono, a diabetes, a (in)fertilidade humana ou a tuberculose.

Durante as celebrações do centenário da confirmação da teoria da relatividade geral vai ser lançado, na ilha do Príncipe, o livro O Eclipse de Einstein – Entre Lisboa, Londres e o Príncipe, de Luís Tirapicos e Nuno Crato, editado pelo Clube do Coleccionador dos Correios.

Haverá ainda outro livro em banda desenhada sobre as viagens ao Príncipe e a Sobral em 1919, com ilustrações da artista Ana Matilde Sousa e texto de Ana Simões, historiadora da ciência do Centro Interuniversitário de Histórias da Ciência e Tecnologia da Faculdade de Ciências de Lisboa. Sairá mais para o final do ano, a 6 de Novembro, quando o mundo soube da validação da relatividade geral com as observações do eclipse total de 29 de Maio de 1919.

Para já, fiquemos mais um pouco com As Luzes do Príncipe. “E foi preciso ir à ilha do Príncipe para o confirmar [que Einstein tinha razão]”, diz a personagem Rui Tavares. “A ciência vai onde for preciso! Tem é de ser igual sempre, e para todos”, responde-lhe a personagem João Ramalho-Santos. “Esta história mostra como podemos fazer descobertas importantes em qualquer sítio.”







quarta-feira, 29 de maio de 2019

BUG de ENKI BILAL

BUG
de 
ENKI BILAL

LANÇAMENTO NO FESTIVAL DE BD DE BEJA


Com o Festival de Beja a aproximar-se anunciamos 
BUG - Livro 1 de Enki Bilal (edição Arte de Autor).

A ser distribuído no próximo mês nas livrarias/ à venda no nosso site e no Festival de Beja.


Livro 2 - Outubro 2019

Enki Bilal, denunciante! O que acontecerá se a raça humana abandonar sua memória apenas à tecnologia? Ao contar o BUG do ano de 2041, o artista assina um thriller de antecipação nervosa em que os destinos íntimos se chocam com o caos de um mundo em completo apagão. Na continuidade directa de Monster e Coup de Sang, Bilal continua seu trabalho orwelliano e shakespeariano.

Num futuro próximo, numa fracção de segundo, o mundo digital desaparece, como se sugado por uma força inexprimível. Um homem encontra-se só no meio da tormenta, cobiçado por todos os outros.

BUG significado - Em português: erro ou falha na execução de programas informáticos, prejudicando ou inviabilizando o seu funcionamento. - Em inglês: insecto, bicharoco ou vírus.

Argumento e Desenho: Enki Bilal
Edição: Cartonada
Formato: 234 x 312 cm
Número de páginas:
Impressão: cores
ISBN: 978-989-54047-0-4






  

Enki Bilal

segunda-feira, 27 de maio de 2019

O COLEGA DE SEVILHA UMA AVENTURA DE PITANGA

O COLEGA DE SEVILHA
UMA AVENTURA DE PITANGA 

Texto e Desenho de Arlindo Fagundes – Cor por José Pedro Costa 


A Arcádia volta à banda desenhada, desta vez com o lançamento de O Colega de Sevilha – Uma Aventura de Pitanga de Arlindo Fagundes, colorido por José Pedro Costa, e que será apresentado no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

A acção de O Colega de Sevilha passa-se entre Tanger e o sul de Espanha, com o nosso herói a ver-se envolvido no transporte e tráfego de mão de obra clandestina para a Europa.

O Colega de Sevilha é o terceiro álbum das aventuras de Pitanga, depois de La Chavalita e de A Rapariga do Poço da Morte e o primeiro a ser editado a cores.

Pitanga, que usa um quase interminável cachecol com bolas pretas, vive com Armando, o seu braço direito que, embora cego, vê muita coisa em que outros não reparam, sendo um pouco destravado a falar. Esta banda desenhada, criada por Arlindo fagundes, evidencia um estilo e consistência narrativa muito originais, com predominância de um humor muito pessoal, aliado ao seu habitual e vigoroso traço negro.

Autor de banda desenhada, ilustrador, capista, caricaturista, ceramista, cineasta, pintor, professor, Arlindo Fagundes frequentou o curso de desenho e pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa tendo-se diplomado como realizador de cinema no Conservatoire Libre de Cinéma Français em 1973, aquando do seu exílio político em França.

Assina como realizador alguns documentários para a RTP e, como caricaturista, colabora com vários periódicos.

Em 1997 é-lhe outorgado o 1.º Grande Prémio de Design Artesanal na Bienal de Vila Nova de Cerveira.

Tem sido o ilustrador e capista da colecção juvenil Uma Aventura, com textos de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

Ler texto de Pedro Cleto em http://asleiturasdopedro.blogspot.com/2019/05/pitanga-o-colega-de-sevilha.html



Arlindo Fagundes





sexta-feira, 24 de maio de 2019

REBORN - RENASCIDOS

REBORN
RENASCIDOS 
Argumento de MARK MILLAR 
Ilustração de GREG CAPULLO 


Texto do Editor:
Quando morrerem não vão para o Céu... vêm para aqui..

Para onde vamos quando morremos? Bonnie Black é uma mulher velha e doente, que adormece todas as noites no seu quarto de hospital angustiada com a possibilidade de morrer sem saber o que a espera no além. Mas, depois de morrer, vai acordar num mundo de ficção científica como nunca tinha imaginado - um mundo mágico assolado por uma guerra eterna. O pai dela - e o cão que teve em criança - estão lá, e juntos, terão de partir numa viagem tremenda em busca do seu marido, assassinado há mais de uma década.


Mark Millar, o argumentista por detrás de sucessos como Kick-Ass ou Serviço Secreto, junta-se ao artista Greg Capullo, célebre pelo seu Batman, numa aventura de proporções épicas.

Mark Millar é o escritor de séries de comics aclamadas como Kick-Ass, Kingsman: Serviço Secreto, O Legado de Júpiter e O Círculo de Júpiter, Nemesis, etc.... Muitos destes livros já foram adaptados ao grande ecrã, e muitos outros estão em adaptação para o cinema, e depois da recente aquisição da Millarworld pela Netflix, para a televisão. O seu trabalho para a DC inclui o aclamado Superman: Red Son (em português Super-Homem: Herança Vermelha), e para a Marvel Comics criou The Ultimates (Os Supremos), Wolverine: Old Man Logan (Velho Logan) e Civil War (Guerra Civil) - a série de super-heróis mais vendida em quase duas décadas.

Greg Capullo é um dos mais aclamados ilustradores de banda desenhada da actualidade, em particular depois dos incríveis cinco anos que passou como ilustrador principal na revista Batman, para a DC Comics (várias vezes best-seller do New York Times). O seu trabalho em Reborn foi também tremendamente aclamado pela crítica. Antes do seu período como desenhador do Batman, tinha-se tornado já famoso pelos oito anos como desenhador da revista Spawn, na Image Comics. É também criador de The Creech, um comic de terror, e produziu muita da arte para os visuais de World of Warcraft, da Blizzard Entertainment. Vale a pena acrescentar que Capullo é secundado neste livro por dois dos seus colaboradores habituais, que ajudam a assegurar a tremenda qualidade do seu trabalho: o arte-finalista Jonathan Glapion e o colorista FCO Plascencia.

Reborn/Renascidos está neste momento em adaptação para filme, com a actriz Sandra Bullock e o realizador Chris McKay (The Lego Movie) como produtores executivos. O filme tem estreia marcada para finais de 2019 ou inícios de 2020, e será um dos primeiros a adaptar uma história de Mark Millar para a Netflix.

RENASCIDOS é uma obra-prima. Misturando ficção científica e fantasia, Mark Millar e Greg Capullo servem-nos uma visão única da vida depois da morte, e provam que estão no topo da sua criatividade.”

comicsverse.com
Renascidos
Reúne os números #1-6 de Reborn.
Formato deluxe, capa dura, 176 pgs. a cores.
PVP: 16€
ISBN: 978-84-16510-97-9
Link para a capa e páginas de amostra do interior: https://nx10xf.s.cld.pt











quinta-feira, 23 de maio de 2019

MARCHA PARA A MORTE - DE SHIGERU MIZUKI

Recorte de imprensa. JL - Jornal de Letras - 22Maio2019


MARCHA PARA A MORTE 
DE SHIGERU MIZUKI


BANDA DESENHADA
João Ramalho Santos 
DESONRA 

No meio editorial estranhamente pujante que é o da BD nacional há, no entanto, propostas que merecem uma referência especial, seja pela dimensão, seja pelo arrojo. Ou, no caso de "Marcha para a morte!" de Shigeru Mizuki, pelas duas coisas, destacando-se a "reincidência" de editora Devir, que já tinha editado o igualmente monumental "NonNonBa". Porquê? Porque as grandes radiografias do Japão que compõem a obra de Mizuki (1922- 2015), estando presas a um espaço-tempo e a um estilo gráfico, tudo transcendem, para se tornarem manifestos sobre a condição humana.

Se "NonNonBa" (1977) abordava a mitologia japonesa e a infância do autor, "Marcha para a morte!" (1973) utiliza as suas experiências como soldado do exército japonês nas ilhas do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

E é uma crítica demolidora ao militarismo em geral, e à abordagem nipónica em particular. Se no início "apenas" somos confrontados com o quotidiano quase banal e a estupidez (a todos os níveis) da guerra, mais tarde, e numa situação de derrota japonesa iminente, líderes incompetentes que só se preocupam com a sua imagem, decretam para os seus soldados a "morte nobre"; um ataque suicida em que todos deveriam perecer. O problema é que nem todos morrem, e o Estado Maior, que se antecipou aos factos e publicitou o sacrifício supremo dos soldados em prol do Império, exige que o destino se cumpra; que não haja, como não era suposto haver, sobreviventes. É assim decretada Morte, como, de acordo com Hannah Arendt, só os melhores (piores) burocratas são capazes de fazer. Tudo isto serve como pano de fundo a uma meditação dura sobre as noções tradicionais de honra e dever no Japão, um contraponto para a ligeireza e admiração com que os mesmos conceitos são amiúde abordados no Ocidente.

Graficamente o desenho de Mizuki é funcional, mas não particularmente atrativo, e se em "NonNonBa" os seres fantásticos pontuavam as histórias utilizando de forma inteligente as caraterísticas caricaturais do traço, em "Marcha para a morte!" é por vezes difícil distinguir as diferentes personagens, os muitos soldados que compõem o exército amaldiçoado pelo destino. Mas isso acaba por resultar a favor da obra, com as narrativas e percursos pessoais individualizados apesar das semelhanças na representação, todos os soldados fazendo um só. Fundamental é também a (não) imagem do "outro", os soldados norte-americanos que aqui surgem como fantasmas quase invisíveis, com recurso também a imagens fotográficas, que contrastam com a humanização dos soldados japoneses. No fundo, Mizuki podia perfeitamente estar a falar de seres extraterrestres, e essa incapacidade de intuir a semelhança na diferença de quem está do outro lado de uma qualquer barricada, é uma das forças da sua obra, fazendo de "Marcha para a morte!" uma das mais brilhantes obras anti belicistas em banda desenhada. JL

Argumento e desenhos de Shigeru Mizuki.
MARCHA PARA A MORTE!
Devir. 368 pp., 25 Euros.





 
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