AMANHÃ
369º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA
HOMENAGEADO
O JORNALISTA CARLOS PESSOA
Carlos Pessoa (n. 1952, Viseu), jornalista profissional desde 1978.
Fez parte da redacção ou colaborou em diversos media, entre os quais Extra, Agência France Presse, Diário de Lisboa, Jornal de Educação, O Jornal, Expresso, O Semanário e Diário de Notícias.
À laia de apresentação – BD, o meu “abre-te Sésamo” para o jornalismo
Nos anos 70 e 80 do século passado, a banda desenhada – na altura era mais comum a expressão histórias aos quadradinhos – estava muito longe de ser uma forma de expressão artística com o prestígio e reconhecimento que tem hoje.
Não havia muita “elevação” em gostar de ler quadradinhos, e ainda menos em querer escrever sobre eles. Mas a banda desenhada foi mesmo o meu “abre-te Sésamo” do jornalismo.
Embora não tenha sido a minha única e exclusiva área de trabalho como jornalista profissional, ela constituiu uma espécie de “passaporte” para começar a colaborar e/ou integrar a redacção das sucessivas publicações por onde passei.
Foi assim no semanário “Extra” em 1977-78 (onde iniciei a minha actividade profissional como jornalista), no “Diário de Lisboa” (primeiro como colaborador e depois como redactor, no período de 1979-1985), e como colaborador no “Jornal de Educação”, “Diário de Notícias”, “Expresso” e, finalmente, “Público”.
Foi sob a égide desses heróis de papel que decorreram etapas fundamentais da minha vida profissional – do Diário de Lisboa ao Expresso, Diário de Notícias ou Jornal de Educação, para concluir no Público.
É claro que a banda desenhada nunca deixou de ser, apenas, um dos centros de interesse pessoais e profissionais. Mas também é verdade que esteve sempre presente ao longo dos anos e das décadas, tornando possível a manutenção, nos média em que trabalhei ou colaborei, de espaços regulares de informação sobre banda desenhada.
O apogeu desse processo foram os anos 1990, durante os quais a banda desenhada conheceu em Portugal uma fase de considerável expansão, em boa medida induzida pela existência de fluxos regulares de informação, análise e crítica na imprensa portuguesa nacional ou regional. No meu caso particular, o suplemento de livros do Público (e quando este acabou, no Ypsilon, já de forma mais pontual) abrigou durante vários anos uma secção semanal dedicada à divulgação da banda desenhada.
A produção de colecções de banda desenhada distribuídas com o jornal Público marcou a primeira década deste século. Durante esse período, a partir de 2001 e até à minha saída do jornal, estive envolvido nos projectos comerciais de venda de banda desenhada com o jornal, traduzido no lançamento sucessivo de colecções de grandes nomes da banda desenhada franco-belga (Tintin, Corto Maltese, Lucky Luke, Spirou, Alix, Gaston Lagaffe, Blake e Mortimer, Blueberry, etc.) e norte-americana (super-heróis Marvel e DC Comics), levadas até um público mais alargado através da distribuição em quiosques e outros pontos de venda de jornais.
Além de participar na definição e selecção das colecções, tive a responsabilidade directa na divulgação e informação aos leitores sobre os conteúdos das obras e autores.
Atrás de todo aquele trabalho veio a oportunidade de escrever alguns guias de leitura (Tintin, Corto Maltese e Lucky Luke, também distribuídos com o Público) e, noutro plano, a publicação de monografias sobre autores (José Carlos Fernandes, Cosey e Jovens Autores portugueses, edição do Centro Nacional de BD e Imagem, na Amadora) ou o Roteiro Breve da Banda Desenhada em Portugal (edição dos CTT).
Carlos Pessoa
Fevereiro 2015
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