segunda-feira, 2 de março de 2015

AMANHÃ – 369º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA – HOMENAGEADO O JORNALISTA CARLOS PESSOA

AMANHÃ
369º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA
HOMENAGEADO 
O JORNALISTA CARLOS PESSOA

Carlos Pessoa (n. 1952, Viseu), jornalista profissional desde 1978.



Integrou a equipa fundadora do jornal Público, onde trabalhou entre 1990 e 2013 (redacção de Lisboa), especializado em temas de cultura – com destaque para a banda desenhada – e sociedade (nomeadamente defesa do consumidor e ambiente).

Fez parte da redacção ou colaborou em diversos media, entre os quais Extra, Agência France Presse, Diário de Lisboa, Jornal de Educação, O Jornal, Expresso, O Semanário e Diário de Notícias.

À laia de apresentação – BD, o meu “abre-te Sésamo” para o jornalismo

Nos anos 70 e 80 do século passado, a banda desenhada – na altura era mais comum a expressão histórias aos quadradinhos – estava muito longe de ser uma forma de expressão artística com o prestígio e reconhecimento que tem hoje.

Não havia muita “elevação” em gostar de ler quadradinhos, e ainda menos em querer escrever sobre eles. Mas a banda desenhada foi mesmo o meu “abre-te Sésamo” do jornalismo.

Embora não tenha sido a minha única e exclusiva área de trabalho como jornalista profissional, ela constituiu uma espécie de “passaporte” para começar a colaborar e/ou integrar a redacção das sucessivas publicações por onde passei.

Foi assim no semanário “Extra” em 1977-78 (onde iniciei a minha actividade profissional como jornalista), no “Diário de Lisboa” (primeiro como colaborador e depois como redactor, no período de 1979-1985), e como colaborador no “Jornal de Educação”, “Diário de Notícias”, “Expresso” e, finalmente, “Público”.

Foi sob a égide desses heróis de papel que decorreram etapas fundamentais da minha vida profissional – do Diário de Lisboa ao Expresso, Diário de Notícias ou Jornal de Educação, para concluir no Público.

É claro que a banda desenhada nunca deixou de ser, apenas, um dos centros de interesse pessoais e profissionais. Mas também é verdade que esteve sempre presente ao longo dos anos e das décadas, tornando possível a manutenção, nos média em que trabalhei ou colaborei, de espaços regulares de informação sobre banda desenhada.

O apogeu desse processo foram os anos 1990, durante os quais a banda desenhada conheceu em Portugal uma fase de considerável expansão, em boa medida induzida pela existência de fluxos regulares de informação, análise e crítica na imprensa portuguesa nacional ou regional. No meu caso particular, o suplemento de livros do Público (e quando este acabou, no Ypsilon, já de forma mais pontual) abrigou durante vários anos uma secção semanal dedicada à divulgação da banda desenhada.

A produção de colecções de banda desenhada distribuídas com o jornal Público marcou a primeira década deste século. Durante esse período, a partir de 2001 e até à minha saída do jornal, estive envolvido nos projectos comerciais de venda de banda desenhada com o jornal, traduzido no lançamento sucessivo de colecções de grandes nomes da banda desenhada franco-belga (Tintin, Corto Maltese, Lucky Luke, Spirou, Alix, Gaston Lagaffe, Blake e Mortimer, Blueberry, etc.) e norte-americana (super-heróis Marvel e DC Comics), levadas até um público mais alargado através da distribuição em quiosques e outros pontos de venda de jornais.

Além de participar na definição e selecção das colecções, tive a responsabilidade directa na divulgação e informação aos leitores sobre os conteúdos das obras e autores.

Atrás de todo aquele trabalho veio a oportunidade de escrever alguns guias de leitura (Tintin, Corto Maltese e Lucky Luke, também distribuídos com o Público) e, noutro plano, a publicação de monografias sobre autores (José Carlos Fernandes, Cosey e Jovens Autores portugueses, edição do Centro Nacional de BD e Imagem, na Amadora) ou o Roteiro Breve da Banda Desenhada em Portugal (edição dos CTT).

Carlos Pessoa
Fevereiro 2015

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