terça-feira, 8 de dezembro de 2015

GAZETA DA BD #51 - 26º AMADORA BD – 2015 PRÉMIOS NACIONAIS DE BANDA DESENHADA DESTE ANO

GAZETA DA BD #51
26º AMADORA BD – 2015
PRÉMIOS NACIONAIS 
DE BANDA DESENHADA DESTE ANO

Gazeta da BD #51 na Gazeta das Caldas
Jorge Machado-Dias
27 de Novembro de 2015


A edição do 26º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora de 2015 apresentou aquele que penso ter sido o pior cartaz de sempre do Festival. Mostrou cerca de 25 exposições, repartidas entre o Fórum Luís de Camões na Brandoa – 14 exposições – e por diversos núcleos na cidade da Amadora e “Grande Lisboa”. O Festival contou com as habituais enchentes de público no núcleo central do Fórum, se calhar por não terem mais sítio nenhum onde ir. Dos outros núcleos sei pouco – só visitei as exposições da Bedeteca e da Galeria Municipal Artur Bual, que estavam sem gente alguma. Na primeira visita que fiz ao Fórum Luís de Camões, no primeiro fim-de-semana do Festival, a exposição central, dedicada “à criança na banda desenhada” só estava montada apenas numa sala (1/4 da extensão que vi no fim-de-semana seguinte), com legendas trocadas e outras coisas incompatíveis para um Festival desta natureza. Contudo as desilusões (que já não serão muitas para mim, que frequento este Festival desde 1994) devem-se também ao facto de serem apresentadas cópias (por vezes fotocópias, ou reproduções fotográficas de originais) em algumas das exposições. A exposição de Quim & Manecas (1915-1918), de Staurt de Carvalhais, na Bedeteca da Amadora, era de bradar aos céus. Tendo a obra sido reeditada (reimpressa) em 2010, e não sendo possível porventura encontrar os originais, deveria ter-se apresentado uma exposição, no mínimo com páginas impressas do álbum da Tinta da China, ou de colectâneas de impressões originais que devem existir na Biblioteca Nacional ou em alfarrabistas e não fotocópias como as que se mostraram. Relembre-se que Quim & Manecas foi também republicado no suplemento humorístico do jornal O Século até 1953. Quanto à exposição de Putain de Guerre, de Jacques Tardi, ainda se compreendem (embora mal) as reproduções fotográficas mostradas, porque, segundo me parece, estando o autor vivo, não seria talvez difícil que cedesse originais. Destaco, contudo a exposição sobre o trabalho de Pedro Massano, em A Batalha – 14 de Agosto de 1385, com os originais fabulosos em formato gigante: cada conjunto de duas páginas foi desenhado em pranchas A1 (59,4 cm x 84 cm) ao baixo. Outra das questões é que continuam sem saber iluminar uma exposição, os reflexos são tantos que em certos casos não se conseguem ver decentemente as pranchas – mas bastava substituírem o vidro pelo acrílico fosco anti reflexo e os resultados seriam excelentes…

Fiquemos então com os vencedores dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada de 2015 
que foram os seguintes:

Melhor Álbum Português
Zombie, de Marco Mendes (Edição Turbina/Mundo Fantasma)


Melhor Argumento para Álbum Português
André Oliveira, Volta - O Segredo do Vale das Sombras (Edição Polvo)


Melhor Desenho para Álbum Português
Nunsky, Erzsébet (Edição Chili com Carne)


Melhor Álbum de Autor Português em Língua Estrangeira
Crumbs, de Afonso Ferreira, Ana Matias, André Caetano, André Oliveira, André Pereira, Bernardo Majer, David Soares, Fernando Dordio, Francisco Sousa Lobo, Inês Galo, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Pedro Cruz, Pedro Serpa, Ricardo Venâncio, Sérgio Marques, Zé Burnay (Edição Kingpin Books)


Melhor Álbum Estrangeiro de Autor Português
Loki - Agent of Asgard, de Jorge Coelho (Edição Marvel)


Melhor Álbum de Autor Estrangeiro
Papá em África, de Anton Kannemeyer (Edição MMMNNNRRRG)


Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Toda a Mafalda, de Quino (Edição Verbo)


Prémio Clássicos da 9.ª Arte
O Diário do Meu Pai, de Jiro Taniguchi (Edição Levoir/Público)


Melhor Fanzine
Terrea, de Ricardo Cabral (Edição de Autor)


Troféu de Honra
Pedro Massano


O júri deste ano foi constituído por Nelson Dona, director do Amadora BD, Pedro Massano, autor de BD, Bruno Caetano, colecionador de BD, Luís Salvado e Sara Figueiredo Costa, jornalistas e comissários da exposição do Ano Editorial.

O Troféu de Honra é uma deliberação da Câmara Municipal da Amadora que, anualmente, atribui este prémio a uma personalidade ligada à área da Banda Desenhada.

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