sábado, 29 de setembro de 2018

NOVA COLECÇÃO DE ÁLBUNS DE BD COM O JORNAL PÚBLICO EM PARCERIA COM A ASA - LARGO WINCH

BDpress #490 

NOVA COLECÇÃO DE ÁLBUNS DE BD 
COM O JORNAL PÚBLICO EM PARCERIA COM A ASA 

LARGO WINCH 
UM JOVEM AVENTUREIRO 
NA ALTA FINANÇA MUNDIAL 


É um dos maiores êxitos de vendas da banda desenhada franco-belga, que agora será objecto, pela primeira vez em Portugal, de uma edição integral em 11 álbuns – dez deles duplos – com 13 histórias inéditas em Portugal. O herói é o jovem dono de um dos maiores impérios industriais e financeiros do mundo.

Textos de Carlos Pessoa

Elegante e desenvolto, corajoso e audaz, mas sobrerudo rico, Largo Winch tem tudo para ser uma estrela de primeira grandeza. E assim é, mas só depois de herdar um conglomerado de empresas multinacionais avaliado em 10 mil milhões de dólares...

Combinando aventura, acção, sexo e intriga nos ambientes sofisticados da alta finança internacional, a série (argumento de Jean Van Hamme e desenho de Philippe Francq), é uma das criações de banda desenhada franco-belgas de maior sucesso, com vendas acumuladas desde a sua criação, em 1990, superiores a 10 milhões de exemplares. Só em língua francesa, cada novo título (15 álbuns até à data) vende em média mais de 600 mil cópias, valor que apenas é superado por outras séries de grande públioo, como Astérix, Titeuf, Tintin ou XIII.

Em Portugal, os primeiros quatro títulos foram publicados pela Bertrand entre 1993 e 1996, sem êxito suficiente para editar os restantes. Mais tarde, foi a Gradiva quem voltou a pegar na série, tendo publicado os dois títulos seguintes, H e Dutch Connection. Teve ainda presença pontual em colecções anteriores da parceria PÚBLICO-Edições Asa.

Pensado para ser um herói de BD, Largo Winch viu a luz do dia em romances policiais no final dos anos 70 do século passado. As vendas não foram más (cerca de 10 mil exemplares vendidos por titulo), mas "não suficientes para viver", admitiu Van Hamme numa entrevista.

Em 1989, o argumentista volta à ideia original, publicando as aventuras de BD directamente em álbum. O sucesso foi imediato: o primeiro volume vendeu 50 mil exemplares, dando início a uma escalada de vendas que nunca mais parou.

Adaptada para televisão (em 2001, foi exibida na SIC) e cinema (duas longas-metragens, em 2008 e 2011) e utilizada em numerosas campanhas publicitárias, a série foi também explorada numa linha de produtos derivados (cartões telefónicos, artigos de papelaria, roupa, jogos vídeo e online, etc.).

Philippe Francq, desenhador da série, é um criador que obtém com Largo Winch o primeiro grande sucesso da sua carreira. Van Hamme, em contrapartida, é um "veterano'" argumentista que regista no seu currículo um punhado de criações de grande êxito – Thorgal, XIII (ambas já publicadas no âmbito das colecções PÚBLICO-Edições ASA), SOS Bonheur e Largo Winch, entre outras.

Como explicar que tudo aquilo em que toca se transforme em ouro? Em declarações ao PÚBLICO em 2001, por ocasião do lançamento de um dos álbuns de Largo Winch no mercado português, Van Hamme começou por reagir desta forma: "A questão é boa, mas não sei se há uma resposta." Contudo, não iludiu a questão: “Tento escolher personagens que não ganhem sempre. São pessoas com fraquezas que as tornam mais humanas e próximas dos leitores. O Super-Homem não tem muita piada, pois ganha sempre e pode fazer tudo..."

Van Hamme tenta também nunca se esquecer que o principal "é contar de forma simples histórias que, por vezes, são complicadas". Outro requisito consiste no que descreveu como "fazer cinema em papel", ou seja, "contar histórias às quais eu próprio me ligue de imediato". E como a sua preocupação é que as histórias de que gosta "correspondam às que o público quer", Van Hamme define-se a si próprio como "um autor de vocação popular, incapaz de abordar os grandes temas psicologistas, pessoais...”

Até chegar a Largo Winch foi um pequeno passo que o argumentista não hesitou em dar: "O tema tem uma actualidade social e económica evidente. A série fala de um capitalismo de rosto humano, como aconteceu um pouco entre os anos 30 e 60 do século XX, mas não do capitalismo do século XIX ou dos nossos dias.

No caso de Winch, a sua grande vantagem é ser o seu principal accionista; pode dar-se ao luxo de perder dinheiro pois não há um conselho de administração que o possa demitir...”

Graças à parceria entre o PÚBLICO e as Edições Asa, ficará em breve (o primeiro álbum saiu na passada quarta-feira, dia 26) disponível a totalidade das aventuras da série, numa oolecção de 11 álbuns (10 duplos e um simples com a última aventura de Largo Winch, a primeira que já não é escrita por Van Hamme, mas pelo seu sucessor, Eric Giacometti).


 





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