BDpress # 487
Dado que este livro saiu ontem, reproduzo aqui o recorte de imprensa com o texto de João Miguel Lameiras, publicado no passado dia 4 no Público
Colecção Novela Gráfica IV
10º VOLUME
10º VOLUME
O JOGADOR DE XADREZ
Argumento – David Sala (a partir do romance de Stefan Zweig)
Desenhos – David Sala
Quarta-feira, 8 de Agosto
O JOGO DA VIDA, DE STEFAN ZWEIG A DAVID SALA
É essa obra de grande densidade psicológica que o desenhador francês David Sala adapta numa versão que a revista L’Express classificou, com toda a propriedade, como "sumptuosa".
Nascido em Décines, perto de Lyon, em 1973, David Sala não é estranho às adaptações à banda desenhada de obras literárias, pois com a colaboração de Jorge Zentner – com quem assinou também Replay, o seu único trabalho publicado em Portugal até à data – publicou a série Nicolás Eymerich, Inquisidor, uma adaptação de uma novela de Valeria Evangelisti.
Desta vez é o próprio Sala que se encarrega de todas as fases da adaptação, com excelentes resultados, tanto narrativos como gráficos. Abandonando as cores luminosas e o registo impressionista de outros trabalhos, Sala faz aqui uma aproximação à obra de Gustav Klimt e aos pintores da escola de Viena, o que faz todo o sentido, não só em termos simbólicos, mas também históricos, pois eles foram contemporâneos de Zweig e a sua arte simboliza a época em que decorre a acção.
Optando por uma paleta de aguarela pouco óbvia, onde dominam o verde-água e o roxo e explorando, na melhor tradição klimtiana, os padrões luxuosos dos tecidos, David Sala constrói páginas de uma beleza deslumbrante. Páginas que, cumprindo com brilhantismo a sua função estética, são também extraordinárias em termos narrativos, jogando com o leitmotiv do tabuleiro de xadrez, repetido nos ladrilhos do chão, ou dos próprios quadrados que dividem a página.
A forma como a crescente perrurbação de B. é transmitida graficamente também é reveladora do talento narrativo de David Sala, que, além de um talentoso desenhador e um extraordinário aguarelista, mostra ser também um fabuloso narrador.
Para além de ser o mais belo livro desta colecção, O Jogador de Xadrez é também um exemplo perfeito de como pode ser produtivo o diálogo entre a Banda Desenhada e a literatura.
João Mlguel Lamelras
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