domingo, 4 de novembro de 2018

REPORTAGEM DO 413º ENCONTRO DA TERTÚLIA DE BD DE LISBOA

REPORTAGEM
DO 413º ENCONTRO 
DA TERTÚLIA DE BD DE LISBOA 
6/11/2018 

APRESENTAÇÃO DE LIVROS 
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FUTUROSCÓPIO 

Num estado terapêutico, o poder político e a autoridade médica aliam-se para determinar o destino da humanidade, e não se admitem excepções.
Vigiar e punir, estigmatizar e manipular: a diferença é uma doença que pode ser curada; a revolução uma epidemia a ser tratada.
Inspirado por alguns dos mais importantes debates ideológicos e morais do início do século XXI, Miguel Montenegro apresenta um universo distópico, marcado pelo intervencionismo estatal e pelo furor terapêutico da medicina, onde o individualismo é uma ilusão e a liberdade um conceito arcaico, num futuro onde a pessoa dá lugar ao simulacro e a angústia à promessa de felicidade.

Prefácio

FUTUROSCÓPIO é uma antologia da totalidade de histórias curtas de ficção científica em banda desenhada que escrevi – e que, salvo em dois casos, também desenhei –, entre 2016 e 2018. Algumas foram previamente publicadas na revista BANG! (Saída de Emergência) ou no anuário APOCRYPHUS (Mighell). A excepção está nas duas últimas, de uma prancha cada, publicadas em 2013 no fanzine unitário DOUBLE HELIX, editado por mim, e que são aqui incluídas por se enquadrarem na temática do livro. Todas elas foram revistas e actualizadas em função do gosto do autor, devendo a presente versão ser considerada canónica, pelo menos até à realização de um novo concílio.

Estas histórias foram escritas em períodos diferentes e de modo a que cada uma fosse auto-contida, sem que houvesse um fio condutor interno entre elas.
O recurso às mesmas personagens e instituições, como os juízes-médicos,
os enfermeiros e A Cura, dão conta de um universo de elementos partilhados, mas sem encadeamento temporal ou espacial necessário. Esses elementos são usados para explorar dimensões diferentes, de acordo com a sua utilidade, pelo que têm identidade fluida entre narrativa.

Todas estas histórias expressam reflexões críticas decorrentes da minha formação, entrecruzando temáticas de psicologia e psiquiatria com direito e intervencionismo estatal, bem como filosofia e ciência. Uma amiga mencionou tratar-se de ensaios filosóficos ficcionados em banda desenhada. É uma interpretação simpática. Espero, acima de tudo, que estas histórias divirtam o leitor estimulado a pensar nelas e por elas.

Deixo ainda um agradecimento especial aos meus amigos Franz Marco e Helena Morão pelas revisões e sugestões apresentadas.
Agosto, 2018

Miguel Montenegro foi o primeiro ilustrador português a trabalhar para a Marvel Comics nos Estados Unidos. Foi o único aluno na história do ISPA a terminar a licenciatura em Psicologia em dois anos sem equivalências, e com mérito, fazendo aí também o mestrado em Psicologia Clínica. É o autor de PSICOPATOS, a tira humorística que satiriza temas “psi”. Frequentou ainda a Pós-graduação em Ética, Direito e Pensamento Político. Actualmente, é doutorando em Filosofia da Ciência, Tecnologia, Arte e Sociedade, e desenvolve trabalho científico na área da psicologia clínica e da filosofia continental.
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WatcherS 

Com Watchers, Luís Louro comemora vários regressos. O regresso ao seu trabalho a solo e a uma Lisboa muito própria. Uma vez mais, num livro extraordinariamente visual, apresenta-nos uma Lisboa de tirar o fôlego e de uma riqueza inimaginável, com veículos voadores, árvores a sair dos prédios, animais selvagens, e onde podemos encontrar cerca de 200 referências e easter eggs, o saudoso autocarro 30 para a Picheleira, entre outros. Uma Lisboa futurista mas vintage!

Com um argumento que nos leva a explorar as profundezas da consciência humana, Watchers é um retrato do estado da nossa sociedade e a refletir sobre as nossas prioridades.

Esta é a história do Sentinel, um utilizador da plataforma online People Watching que, tal como os outros, é um Watcher mas não um Watcher como…os outros. Numa demanda para estar sempre no topo, acaba por entrar numa onda de crimes, dando azo a perseguição policial, ao nascimento de cultos, de haters, num caminho alucinante e sem regresso...

Todos já passamos por encruzilhadas onde tivemos de tomar decisões importantes, de optar pelo caminho da esquerda ou da direita, pelo comprimido vermelho ou azul... Tendo irremediavelmente de viver com essa decisão para o resto da vida.

Característica distintiva do novo álbum de Luis Louro é o facto de, provavelmente pela primeira vez na história da Banda Desenhada, ser publicada uma edição com duas versões diferentes: a “vermelha” e a “branca”, cada uma com um final distinto. Dito de outra forma: uma história surpreendente com dois finais possíveis à escolha do leitor!

Luís Louro nasceu em Lisboa, em 1965, tendo sido desde muito cedo um apaixonado pela BD.

A sua primeira banda desenhada foi criada com o argumentista António José (Tozé) Simões, em 1980, mantendo-se essa pareceria, sob o nome Louro & Simões, por mais de dez anos. Juntos produziram um grande número de histórias de aventuras, com especial destaque para a série Jim Del Monaco, que se tornou mítica no panorama da BD portuguesa, com 7 álbuns publicados entre 1986 e 1993, e mais 2 desde 2015. Em 1989, ainda em parceria com Tozé Simões, iniciou uma nova série, Roques & Folque, da qual saíram três álbuns publicados entre 1989 e 1992. A partir de 1993, a solo ou em colaborações pontuais, lançou O Corvo (1994), Alice na Cidade das Maravilhas (1995), Coração de Papel (1997), O Halo Casto, (2000), Cogito Ego Sum (2000), Cogito Ego Sum II (2001), Éden 2.0 (2002), O Corvo-O Regresso (2003), Fadas Láureas (2004), O Corvo-Laços de Família (2007).

Tem, entretanto, desenvolvido atividade nas áreas da ilustração e da fotografia, sendo sobretudo a esta última que se tem dedicado desde 2007. As suas obras têm sido apresentadas em diversas exposições individuais e coletivas, e estiveram presentes em alguns dos festivais mais relevantes da especialidade, nomeadamente em diversas edições do Festival de BD da Amadora.
De entre as muitas exposições que têm tido a sua obra como referência, a mais completa foi “Luís Louro – Contrastes”, que esteve patente no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem e que constituiu a maior retrospetiva sobre a sua vasta obra.

Versão A/ ISBN: 978-989-23-4314-3/ 48 páginas/ PVP C/ IVA 14,95€
Versão B/ ISBN: 978-989-23-4315-0 / 48 páginas/ PVP C/ IVA 14,95€

Contactos para a comunicação social:
Caminho | ASA BD – Direção de Comunicação
Catarina Cruzeiro | ccruzeiro@leya.com |T. 91 197 3359
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Nódoa Negra 

Nódoa Negra é uma antologia de banda desenhada que reúne a participação de Bárbara Lopes, Cecília Silveira,
Dileydi Florez, Hetamoé, Inez Caria, Inês Cóias, Marta Monteiro, Mosi, Patrícia Guimarães, Sara Figueiredo Costa, Silvia Rodrigues e Susa Monteiro. Uma edição
coordenada por Dileydi Florez e publicada pela Chili Com Carne.
No nosso imaginário, a Dor pertence ao campo físico. Neste pensamento, associamos sempre o nosso corpo a um estado de dor físico e facilmente nos esquecemos de que existem vários níveis de dor, entre eles a dor emocional e psicológica, que ocupam o mesmo peso que a dor sentida fisicamente. Assim, partindo da vontade de trabalhar a plasticidade e diferentes entendimentos da Dor enquanto temática, as doze
autoras neste volume (onze trabalhando com texto e imagem, uma com palavras)
reflectem sobre a Dor através do seu olhar, desenho e escrita. Nódoa Negra foi o projecto
vencedor da edição de 2017 do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD, organizado pela Chili Com Carne.

Sara Figueiredo Costa (1978) Lisboa. Estudou literatura e linguística histórica. Jornalista Freelancer e crítica literária, trabalha entre Lisboa e Macau. Colaboradora regular da revista Blimunda e do Expresso (onde escreve sobre banda desenhada e ilustração), edita o suplemento literário Parágrafo no jornal Ponto Final, de Macau, onde também assina reportagens e crónicas.

Susa Monteiro. Beja. Estudou Realização plástica do espectáculo, na ESTC, e cinema de animação no CITEN. Depois de um breve período a trabalhar no teatro e no cinema, passou a dedicar--se exclusivamente à ilustração e B.D. Colabora com a Bedeteca de Beja e com FIBD de Beja desde a sua criação em 2005. Ilustra regularmente para a imprensa e trabalha para várias editoras de livros infantis e para adultos.

MOSI (1994) nasceu em Lisboa e vive na Ericeira, onde fundou a associação EriceiraBD. Licenciada em Pintura nas Belas Artes de Lisboa, é professora de Desenho e responsável do curso de Concept Art, na Etic. Já publicou alguns livros de banda desenhada, sendo o seu primeiro trabalho a mini série autobiográfica Altemente (ComicHeart 2016) e, o mais recente, Nem Todos os Cactos têm Picos (Polvo). Atualmente, frequenta o Mestrado em Desenvolvimento de projecto Cinematográfico, na ESTC, em Lisboa.

Marta Monteiro (1973) Penafiel. Estudou Artes Plásticas Escultura e Desenho. Após alguns anos como docente, trabalha como ilustradora e realizadora. Colabora com jornais, revistas e editoras de todo o mundo, incluindo a editora Kus e New York Times.

Inês Cóias. Lisboa. Estudou Arquitetura, Design Visual, Ilustração e BD. Interessa-se por explorar as potencialidades de diversas técnicas de impressão, como a gravura e a tipografia. Editou o livro Red Shoes, presente na exposição da Oficina do Cego e na ExperimentaDesign EXD’11.

Inez Caria. Porto. Curso de Ilustração e BD, Ar-Co. Lisboa. Desenvolve o seu trabalho no Artes & Letras Atelier, Óbidos.

Hetamoé (1984) Lisboa. Artista visual e investigadora, trabalha em diversos meios, incluindo a pintura, desenho e banda desenhada, fotografia, instalação e vídeo. Publica fanzines através do selo editorial Clube do Inferno, do qual também co-
-fundadora. Contribuiu para uma série de antologias de banda desenhada nacionais e internacionais, como a série de livros QCDA da Chili com Carne e da editora Kus. Doutoranda em Belas-Artes de Lisboa.

Cecília Silveira (1983) Belo Horizonte, Brasil. Licenciada em Artes Plásticas pela Escola Guignard, em Belo Horizonte. Mestrado em Crítica de Arte e Arquitetura na Universidade de Coimbra. Frequentou o Projecto Aplicado em ilustração/banda desenhada no Ar.Co. Colaborou com banda desenhada e ilustrações para em Portugal, Brasil, UK e Espanha. Participa regularmente em eventos ligados à área e é fundadora do projecto Sapata Press. Doutoranda em Belas-Artes, na UL.

Sílvia Rodrigues. Lisboa. Ilustradora, artista e designer. Estudou Design de Comunicação (DFBAUL) e Ilustração e Banda Desenhada (Ar.Co). É sócia e autora da Chili com Carne desde 2009, tendo participado em diversas publicações da editora. É Mestre em Pintura (FBAUL, 2017). Publica e expõe regularmente em colectivas internacionais e a solo.

Dileydi Florez (1990) Bogotá. Estudou Design, Ilustração Artística e Banda Desenhada. Foi Bolseira da Universidade de Évora e do Ar.Co. Tem desenvolvido trabalhos variados, quer enquanto freelancer, quer enquanto artista plástica.
É autora do livro Askar, o General (2015, CCC) e tem participado em antologias e fanzines de Banda Desenhada. Doutoranda em Desenho na FBAUL. Membro residente do The Lisbon Studio.

Bárbara Lopes (1992) Barreiro. Licenciou-se em Pintura, na FBAUL (2013). Desde 2014 que trabalha como ilustradora freelancer, tendo já publicado na revista Q.I. do Diário de Notícias, Revista Gerador, Revista H-Alt e contribuído para alguns livros de ilustração infantil. A sua primeira história como autora foi publicada no TLS Series Silêncio (2017, GFloy e ComicHeart), estando planeada outra participação no 4º livro da série. Residente do The Lisbon Studio

Patrícia Guimarães (1985) Lisboa. Vive trabalha nas Caldas da Rainha. Licenciada em Arte Multimédia – Animação, na FBAUL, onde também frequentou o Curso Laboratório de Ilustração e Banda Desenhada. É autora de STABAT MATER e MANUELinútil (Façam Fanzines e Cuspam Martelos). Em 2017 colaborou com a equipa do Teatro da Rainha na criação de imagens para as peças da companhia. Atualmente trabalha como animadora 2D e, em paralelo, dá continuidade aos seus projetos de Banda Desenhada.

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COMIC JAM

Os autores participantes foram:
1. Mosi
2. Bárbara Lopes
3. Inês Cóias
4. Luís Louro
5. Miguel Montenegro
6. Teresa Archer.


AS FOTOS
(de Álvaro)













































































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