Jornal de Notícias, 17 de Fevereiro de 2010
FANTASMA, O ESPÍRITO QUE CAMINHA HÁ 75 ANOS
F. Cleto e Pina
Apesar disso, o Fantasma não tinha super-poderes, que entrariam na BD apenas um par de anos mais tarde com o Superman, servindo-se da força, da agilidade física e do seu aspecto amedrontador para derrotar gangsters e tiranos, que marcava para sempre com o seu anel da caveira. E ainda da lenda que o afirmava imortal, contando mais de 400 anos, sendo por isso conhecido como “o espírito que caminha” ou “o homem que nunca morre”.
Na verdade, este Fantasma inicial era apenas o 21º de uma longa linha sucessória, iniciada em 1526 por um aristocrata inglês que, naufragado na costa africana na sequência de um ataque de piratas Singh, jurou consagrar a sua vida e a dos seus descendentes a combatê-los.
Imaginado por Lee Falk, que dois anos antes criara o mágico Mandrake, o Fantasma inicialmente foi desenhado por Ray Moore, sucedendo-lhe Wilson McCoy e Sy Barry. À tira diária juntar-se-ia uma prancha dominical colorida, em Maio de 1939, ano em que também se estreou em revista autónoma. Actualmente, as tiras diárias são escritas por DePaul e desenhadas por Paul Ryan.
Na sua primeira aparição o Fantasma salvava de apuros a bela Diana Palmer, que seria sua noiva durante mais de meio século, até finalmente casarem, em 1977. Guran, chefe dos pigmeus Bandar, Diabo, o cão-lobo, Herói, o cavalo branco e a Patrulha da Selva, são outras personagens recorrentes desta banda desenhada.
O Fantasma habita a Caverna da Caveira, na fictícia selva de Bengala, de onde parte para os mais exóticos destinos para combater o crime e a opressão, tendo mesmo participado na II Guerra Mundial, contra invasores japoneses.
O sucesso da BD, fez com que fosse levada ao cinema em 1943, com Tom Tyler como protagonista, papel que coube a Billy Zane, num filme de má memória de 1996. Na televisão apareceu em 1986, numa série animada futurista, integrando os Defensores da Terra, juntamente com Flash Gordon, Mandrake e os respectivos filhos (!). No ano passado, uma mini-série interpretada por Ryan Carnes, narrou a iniciação do 22º Fantasma.
Em Portugal, a estreia do herói deu-se em 1952, na revista Condor, tendo depois passado pelo Mundo de Aventuras, Audácia, Jornal do Cuto e até por títulos próprios. A título de curiosidade, refira-se que foi desenhado pelo português Eliseu Gouveia (Zeu), nos números #20 e #26 da edição da Moonstone Books, em 2007/08.
Nota do Kuentro: Este texto (um pouco mais alargado) pode ser lido no blogue do autor: As Leituras do Pedro onde se mostram também imagens diferentes das que apresentamos abaixo. Confiram!
Prancha dominical de The Phantom desenhada por Ray Moore (28 Maio 1939)
Prancha de Paul Ryan, com argumento de Tony DePaul (2010)
Capas da DC Comics (1989) e da Moonstone Books (2003)
Cartaz e foto promocional do filme de 1943, com Tom Tyler
Cartaz e fotos do filme de 1996, com Billy Zane
Capas de edições portuguesas
Capas do #20 e do #26 desenhadas por Eliseu Gouveia (Zeu). De referir que a capa do #26 é diferente da que Pedro Cleto apresenta no seu blogue As Leituras do Pedro, que é, aliás, bem melhor que esta. Comparem!
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Jornal de Notícias, 17 de Fevereiro de 2011
TRUE GRIT, A BANDA DESENHADA
F. Cleto e Pina
O seu autor é o britânico Christian Wildgoose, que revelou que tudo começou quando editou no seu blog um sketch da personagem de Bridges, feito após o visionamento do trailler do filme. De alguma forma a imagem chegou às mãos de um responsável da Paramount que o convidou para fazer a BD.
Agora, estão disponíveis online (http://www.truegritmovie.com/intl/uk/dimenovel/ ) duas dúzias de pranchas, apenas a preto e branco (e cinzento para realçar os volumes), nas quais Cogburn narra em tribunal como encontrou duas vítimas dos irmãos Wharton e partiu em sua perseguição. O traço de Wildgoose, duro e agreste, é ideal para o tom duro e violento da trama e para retratar o cenário em que ela decorre, deixando sem dúvida o leitor desejoso de conhecer o resto da história…
Apesar de “incompleta”, esta BD encontra-se nomeada para os Eagle Awards, nas categorias de Melhor BD Britânica a Preto e Branco e Melhor Legendagem.
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Imagens da responsabilidade do Kuentro
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NOTA DO EDITOR DO KUENTRO: LEIAM AQUI EM BAIXO OS COMENTÁRIOS DE LEONARDO DE SÁ EM RELAÇÃO AO RECORTE SOBRE O "FANTASMA"!!!
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As minhas desculpas, mas não posso deixar de evocar isto: comecei a ler o Fantasma aos oito anos – 1961–, morava na Matola, perto de Lourenço Marques (actual Maputo) e bastava ir à janela para ver cenários semelhantes aos destes quadradinhos. O meu pai era fanático do Mundo de Aventuras e escondia-os no guarda-fatos. Mas quando os meus pais iam ao cinema, ficava com a casa por minha conta e descobri os Fantasmas, os Mandrakes, os Tim Tyler, os Super-Homem, os Mascarilha, os Kit Carson, por aí fora...
ResponderEliminarA capa B do The Phantom #26 da Moonstone que apresentas não é do Zeu, mas sim do Andy Smith e Renato Guerra. O Zeu fez apenas a capa A desse número. Para além disso, o Zeu desenhou o miolo do nº 8 do The Phantom: Generations, publicado o ano passado. Eis a capa dessa revista, que aliás também não é dele: http://www.comics.org/issue/728296/cover/4/
ResponderEliminarAh, e esqueci-me de indicar que a capa do nº 20 que mostras também não do Zeu, mas sim do Marat Mychaels, ou seja, o Zeu só desenhou a história no interior... ;-)
ResponderEliminar> Em Portugal, a estreia do herói deu-se em 1952, na revista Condor (...)
ResponderEliminarNa realidade, o Fantasma estreou-se em Portugal na revista O Pirilau, em 1940...
Obrigado pela informação! Correcção já feita no texto do blog, As Leituras do Pedro.
ResponderEliminarAs fontes nem sempre são confiáveis...