SARDINHA: DA LOTA PARA A FAMA
HÁ 11 ANOS A DECORAR A CIDADE POR ALTURA
DAS FESTAS, OS PEIXES COLORIDOS TORNARAM-SE OBRIGATÓRIOS NAS CASAS LISBOETAS
Texto original: Ana Maria Ribeiro – Correio da Manhã (revista Domingo).
O texto foi acrescentado e refeito por nós, para ficar mais completo e incluir outras informações.
Em 2003, quando os responsáveis pela EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural lançaram a sardinha como imagem de marca para as Festas de Lisboa, tendo o atelier Silva Designers criado o primeiro exemplar, que as sardinhas são o símbolo das Festas de Lisboa e o concurso de criação da imagem da sardinha arrancou, pela primeira vez, em 2011. Mas estavam longe de imaginar que os simpáticos peixes, tanto do agrado do paladar nacional, se transformariam num fenómeno de popularidade tão grande.
Onze anos depois de as primeiras sardinhas terem começado a decorar as ruas da capital, perante o espanto de alguns e as reticências de outros, os peixes coloridos já se tornaram indissociáveis desta fase em que Lisboa se enche de turistas e se anima com festas tradicionais, dos Santos Populares às Marchas.
Rita Castel-Branco, directora de comunicação da EGEAC, lembra-se do primeiro sinal de que as sardinhas agradavam: em 2010, cartazes e pendões começaram a desaparecer. "As pessoas davam-se ao trabalho de subir aos postes para roubarem os materiais de divulgação" recorda. "Foi nessa altura que criámos as chamadas ‘sardinhas de guerrilha’: construídas em material cartonado, de 50 centímetros, são feitas para se levarem para casa."
E recorda uma situação caricata ocorrida nesse mesmo ano. No lançamento das Festas de Lisboa, o Cinema São Jorge foi decorado com as imagens, mas assim que o presidente da câmara, António Costa, começou a discursar, convidando os presentes a levarem uma recordação para casa, quem estava na sessão levantou-se e pôs-se a arrancar cartões. "Antes do fim do discurso, já não havia uma única sardinha na sala" diz Rita.
2014 BATEU RECORDE
Ilustração de António Jorge Gonçalves
Nos dois anos seguintes, a decoração foi encomendada a designers, ilustradores e artistas plásticos, mas o 'boom' do novo símbolo da cidade veio depois, a partir de 2011, altura em que a EGEAC abriu um concurso público e desafiou todos a criarem a sua própria sardinha.
O resultado superou as expectativas. Se no primeiro ano a empresa recebeu 2080 candidaturas, oriundas de oito países; em 2012 concorreram 3.526 projetos, de 16 países, e em 2013 apareceram 6.446 candidatos de 53 nacionalidades.
Nas propostas portuguesas, tem surgido de tudo: sardinhas em calçada portuguesa; tapete de Arraiolos; produtos comestíveis (pão, pastel de nata, ginjinhas); garrafas; instalações de luz; peças de joalharia. Chegam à EGEAC candidaturas de lares de idosos, de hospitais psiquiátricos, de estabelecimentos prisionais, de escolas.
Este ano, depois do recorde de candidaturas (8.258 propostas de 59 países), passou-se à fase do merchandising: com 3 a 30 euros, é possível comprar objectos decorados. De capas de iPad a cadernos, de leques a sacos. A EGEAC promete reinvestir o lucro no negócio da sardinha.
Na 4ª edição do Concurso Sardinhas Festas de Lisboa foram quase 5 mil os participantes que em todo o mundo se entusiasmaram e nos surpreenderam com 8.258 propostas de sardinha.
As propostas foram apresentadas nas mais variadas técnicas e materiais por pessoas com idades compreendidas entre 1 e 85 anos que participaram de forma individual ou colectiva, através de escolas, instituições ou outras organizações.
O concurso voltou a atravessar fronteiras e chegaram a Lisboa cerca de 1.500 sardinhas de 58 países estrangeiros: Itália (301), Brasil (289), Grécia (215), Espanha (169), França (56), Alemanha (46), Irão (29), Polónia e Bélgica (22), Roménia (20), China (13), entre outros.
Ilustração de Nuno Saraiva
Os vencedores do Concurso Sardinhas Festas de Lisboa’14 foram:
Ana F. Borges, 27 anos, portuguesa - Sardinha Pézinho de Dança
Alberto Faria, 47 anos, português - Sardinha Quiosque
Chaochato, 26 anos, mexicano, - Sardinha Orquestra
Cláudia H. Abrantes, 30 anos, portuguesa - Sardinha Nadadora
Jaime Ferraz, 28 anos, português – Sardinha Há Festa Aqui
Roger Hespanhol, 46 anos, português – Sardinha Pasta de Dentes
Sara Infante, 26 anos, portuguesa – Sardinha Como Chouriço no Caldo Verde
Alberto Faria, 47 anos, português - Sardinha Quiosque
Chaochato, 26 anos, mexicano, - Sardinha Orquestra
Cláudia H. Abrantes, 30 anos, portuguesa - Sardinha Nadadora
Jaime Ferraz, 28 anos, português – Sardinha Há Festa Aqui
Roger Hespanhol, 46 anos, português – Sardinha Pasta de Dentes
Sara Infante, 26 anos, portuguesa – Sardinha Como Chouriço no Caldo Verde
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João Leal Pereira - 2011
Nuno da Silva - 2012
Anabela Pereira - 2013
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