segunda-feira, 1 de junho de 2015

REPORTAGEM (1) - O XI FESTIVAL DE BD DE BEJA – PELA PORTA DO CAVALO


O XI FESTIVAL DE BD DE BEJA

INTRODUÇÃO

PELA PORTA DO CAVALO

Existem, desde há dez anos, na antiquíssima al-Bajah az-Zayt (باجة الزيت) – anteriormente a Pax Julia dos romanos – alguns lugares mágicos e secretos. Por vezes um deles é no antigo Castelo, outro na Rua dos Infantes, depois outro no Convento “dos Mistérios”, sendo o principal um “palácio” mais moderno, dito “da Cultura”, perto das piscinas da cidade. Quando se cansam das autoridades fiscais, da crise económica, ou simplesmente para limparem a cabeça de ideias suicidárias, acorrem a esses lugares mágicos alguns dos actuais descendentes dos vetustos lusitanos – a que se juntam por vezes gentes da antiga Gallaecia e mesmo de outras terras mais longínquas –, que vão em romaria àquela cidade do Além Tejo, abrem certas portas secretas e entram em países fantásticos e histórias imaginárias, durante um fim-de-semana, antes do solstício de Verão.

Mas existe, na Rua dos Açoutados dessa cidade, uma porta que se abre a todas essas múltiplas histórias imaginárias, cuja visão só é possível aos privilegiados que pouco ou nada fizeram para estar lá presentes. É a chamada “porta do cavalo”. Será através dessa “porta” que os habitantes do ciberespaço, que não ousaram aventurar-se fisicamente aos lugares mágicos de al-Bajah az-Zayt, no fim-de-semana de 29 a 31 de Maio, podem agora ter uma visão (muito reduzida, claro), neste e noutros blogues, desse mundo mágico.


A “porta do cavalo”, na Rua dos Açoutados, em Beja.

... por onde se entra em países fantásticos e histórias imaginárias ...

Claro que estamos a referir-nos ao XI Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, aproveitando para uma adaptação, muito livre, do parágrafo final dessa obra prima da BD mundial, que é Corto Maltese em Fábula de Veneza. Mas infelizmente, o Festival de Beja tem destas coisas: esquece datas importantes. Desta vez, não aproveitou para realizar uma justíssima homenagem a Hugo Pratt, no vigésimo ano depois da sua morte! Para mais, quando se anunciou já o regresso de Corto Maltese, realizado por outras mãos.




Aconteceu que tive o privilégio de escrever sobre João Spacca de Oliveira para o Splaft (o Catálogo do Festival de Beja) – sobre quem já tinha publicado matéria no BDjornal #23, em 2008, a propósito do seu álbum D. João Carioca… Paulo Monteiro achou que sou “especialista” em BD brasileira – o que não é verdade, nem sei onde foi buscar tal ideia – e vai de me colocar a ter os “dois dedos de conversa” com os três autores brasileiros presentes nesta edição do Festival. Acabei por ser obrigado a “estudar” as biografias e as obras – além do Spacca – de Marcello Quintanilha e de Sergio Chaves (director e editor da revista Café Espacial). Penso que correu tudo bem e acabei por me interessar mesmo a sério pelos “quadrinhos” – isto há “males que vêm por bem”…

com Sergio Chaves e João Spacca...

Dois dedos de conversa com Marcello Quintanilha...

... com João Spacca...

... e com Sergio Chaves.

Estas fotos dos "dois dedos de conversa" foram feitas pela Clara Botelho.

Spacca conversa com uma fã enquanto Marcello Quintanilha dá um autógrafo... 

... Luíz Beira, Cristina Amaral e Luisa Louro...

Luís Louro e João Amaral...


O Marcello Quintanilha ofereceu-me um exemplar do volume La Perle, da série Sept Balles pour Oxford


Spacca ofereceu-me um exemplar de Jubiabá, com um extra - um capítulo (Vagão) não incluído no álbum...

... e Sergio Chaves, um exemplar do #13 da Café Espacial, com capa de Ana Vieira.


Aspecto da zona da tasquinha e dos atelieres do Mercado Geek...


Paulo Monteiro encolhe a barriga (cerveja a mais?)

Mas o que comi nos dois dias foi... o, para mim imperdível, cozido de grão alentejano.

Amanhã, vamos às exposições...

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