de Greg (argumento) e Hermann (ilustração)
LANÇAMENTO DO 1º VOLUME (QUATRO HISTÓRIAS)
– PELA ALA DOS LIVROS EDITORES –
Ala dos Livros assinala os 50 anos da série Comanche com a publicação em 3 álbuns dos episódios assinados por Greg e Hermann, incluindo as histórias curtas.
Sobre a série Comanche
Enquanto o Le Journal Spirou publicava, desde 1954, a série Jerry Spring de Jijé e a Pilote publicava, desde 1963, a série Blueberry de Jean-Michel Charlier e de Jean Giraud, o Journal Tintin, terceira grande glória da imprensa de banda desenhada franco-belga do final dos anos 1960, não tinha nas suas páginas nenhuma série de western realista. No entanto, é nessa época que o género conhece novo alento no cinema com filmes como O Bom, o Mau e o Vilão (1968), Era uma vez no Oeste (1969), ambos realizados por Sergio Leone, ou A Quadrilha Selvagem (1969) de Sam Peckinpah.
Para fazer face a esta ausência no Tintin, o seu chefe de redacção, Michel Greg (era-o desde 1965), imagina um western “puro e duro” em torno de um rancho dirigido por Comanche, uma jovem fazendeira.
Situa a série no Wyoming, um estado montanhoso do Oeste americano, o menos povoado dos Estados-Unidos, do qual um terço do território se encontra nas Grandes Planícies.
Para a desenhar, Greg convida o belga Hermann, para quem, desde 1966, já faz os argumentos da série Bernard Prince. Quando, em Dezembro de 1969, as primeiras pranchas de Comanche surgem publicadas no Tintin, Hermann tem apenas 31 anos mas o seu estilo rapidamente atinge uma elevada qualidade gráfica com episódios como O Céu está vermelho sobre Laramie ou O Deserto sem luz.
O desejo de Hermann de levar Comanche a um realismo mais duro do que o da BD clássica da época, fez com que uma cena final que surge em O Céu está Vermelho sobre Laramie tenha, na altura da sua publicação no Journal Tintin, chocado os leitores pela sua violência.
Entre 1969 e 1983, Hermann desenhou dez histórias longas e três histórias curtas de Comanche, publicadas em álbum na editora belga Lombard a partir de 1972. Em treze anos, o seu desenho não cessa de evoluir, passando de um traço vivo com pincel a uma estilização com a caneta de aparo Art Pen, cada vez mais apurada a partir do álbum Os Xerifes.
Desejoso de escrever os seus próprios argumentos, Hermann abandona a série em 1983, não deixando de colocar alguns anacronismos humorísticos no último álbum, O Corpo de Algernon Brown, chocando Greg que escreverá ainda cinco argumentos de Comanche para Michel Rouge.
(O texto acima foi traduzido da sobrecapa do livro original)
Comanche em Portugal
A série Comanche foi publicada pela primeira vez em Portugal em 1970. A publicação ocorreu no número 7 do 3º ano da revista Tintin (de 11 de Julho), onde surgiram, a cores, as 8 primeiras pranchas que constituem a história curta Red Dust, a qual introduz o personagem e explica a sua aparição em Greenstone Falls.
Para além da publicação na revista Tintin, há ainda ainda episódios da dupla Greg/Hermann publicados no Almanaque Tintin, na Selecções Tintin e na revista Mundo de Aventuras (2ª fase).
O primeiro álbum da série publicado em Portugal, surgiu em 1978 com selo da Livraria Bertrand.
A última publicação portuguesa ocorreu na revista Selecções BD (1ª série), em 1990, onde foi publicado As Feras, já da dupla Greg/M. Rouge.
Para assinalar os 50 anos da data da primeira publicação quer em França (2019), quer em Portugal (2020), a Ala dos Livros publicará, ao longo destes dois anos e em 3 álbuns, os episódios assinados por Greg e Hermann, incluindo as histórias curtas.
COMANCHE
Argumento: Greg (pseudónimo de Michel Regnier)
Desenho: Hermann Huppen
Obra Completa de Greg e Hermann
Volume 1
Inclui:
Inclui:
Red Dust
Os Guerreiros do Desespero
Os Lobos do Wyoming
O Céu está Vermelho sobre Laramie
Os Guerreiros do Desespero
Os Lobos do Wyoming
O Céu está Vermelho sobre Laramie
200 páginas. Preto e branco
Cartonado. 235 x 310 mm
Abril de 2019. Ala dos Livros
PVP: 32,90 €
ISBN: 978-989-54171-1-7
SOBRE OS AUTORES:
Argumento: Greg (1931 – 1999)
Enquanto argumentista, capaz de abordar temas que vão do humor ao western, passando pela espionagem, trabalha com vários desenhadores continuando, simultaneamente, a desenhar. E foi como autor completo que, em 1963, criou o seu personagem mais célebre, Achille Talon, pequeno burguês que surge pela primeira vez nas páginas da revista Pilote.
Dois anos mais tarde, em 1965, enceta uma nova aventura ao tornar-se Chefe de Redacção do Journal Tintin. Dedica-se durante 9 anos a modernizar as publicações da editora Lombard, escrevendo séries e rúbricas e revelando inúmeros jovens artistas que reúne no célebre Studio Greg. Verdadeiro descobridor de talentos, dará a conhecer autores como Hermann, Dany, Dupa e muitos outros.
Em 1974, deixa a redacção do Journal Tintin e a Bélgica para rumar a Paris e tentar a aventura editorial na Dargaud. Essa aventura leva-lo-á até aos Estados Unidos, país que o fascina desde a infância. Regressa a França em meados dos anos 80, sem nunca ter deixado de escrever histórias humanistas. Greg dedicou-se à 9ª Arte até ao final da sua carreira.
Morreu em 29 de Outubro de 1999 aos 68 anos.
Hermann nasce em 1938, na Bélgica. Sai de uma infância passada no meio da Guerra e da ocupação com uma forte vontade de aprender um ofício e uma confiança bastante relativa no Homem. Depois de uma estada no Canadá, regressa ao seu país natal e casa-se. Por um acaso da vida, é o seu cunhado, Philippe Vandooven, quem o lançará na banda desenhada ao encomendar-lhe uma história para a revista de escuteiros do qual é responsável. Depois da publicação desta Histoire en Able, Greg telefona ao jovem desenhador. O autor de Achille Talon fica imediatamente impressionado com o vento de renovação que Hermann aporta ao desenho realista, e com ele enceta Bernard Prince.
Seguem-se as aventuras de Comanche, após as quais a notoriedade de Hermann é tal que pode serenamente pensar em lançar-se a solo. Daí resultará Jeremiah, para começar, e uma pletora de one-shots, ao longo dos quais nos faz partilhar o seu gosto pela aguarela, mas sobretudo uma certa misantropia. Hermann nunca o escondeu: desconfia do Homem e não gosta dele. E toda a sua obra tem por ambição mergulhar-nos na nossa própria perversidade. E é raro, e precioso, que tal fealdade
case na perfeição com a beleza do desenho!
Hermann recebeu, em 2016, o Grande Prémio de Angoulême pelo conjunto da sua obra.
Morreu em 29 de Outubro de 1999 aos 68 anos.
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Desenho: Hermann (1938)
Seguem-se as aventuras de Comanche, após as quais a notoriedade de Hermann é tal que pode serenamente pensar em lançar-se a solo. Daí resultará Jeremiah, para começar, e uma pletora de one-shots, ao longo dos quais nos faz partilhar o seu gosto pela aguarela, mas sobretudo uma certa misantropia. Hermann nunca o escondeu: desconfia do Homem e não gosta dele. E toda a sua obra tem por ambição mergulhar-nos na nossa própria perversidade. E é raro, e precioso, que tal fealdade
case na perfeição com a beleza do desenho!
Hermann recebeu, em 2016, o Grande Prémio de Angoulême pelo conjunto da sua obra.
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