WATCHMEN-DOOMSDAY CLOCK
CRISE NO MULTIVERSO
Colecção
Watchmen/Doomsday Clock
Vol. 5 - Renascimento
Argumento – Geoff Johns, Tom King e Joshua Willlamson
Desenhos – Ethan Van Sciver, Garry Frank, Joe Prado, Jason Fabok Phil Jimenez, Ivan Reis e Howard Porter
Sábado, 14 de Março, Por +9,90€
BDpress #539 – Recorte
do artigo de João Miguel Lameiras publicado no jornal Público de 07/03/2020
Texto de João Miguel Lameiras
Terminada a publicação da série Watchmen original, a colecção
Watchmen/Doomsday Clock prossegue com o volume que une as duas séries, abrindo o caminho para a junção dos dois universos que vai ter lugar em
Doomsday Clock.
Neste volume de transição entre
Watchmen e
Doomsday Clock, antevemos em Rebirth como o Dr. Manhattan pode ser o Deus ex machina do renascimento do Universo DC.
Uma hipótese que a descoberta na Batcavema do famoso crachá do Smiley manchado com o sangue do Comediante parece confirmar. Nas duas primeiras partes de The Button, Batman e o Flash têm de enfrentar os seus equivalentes de outras dimensões: o Flash reverso e Thomas Wayne, o pai de Bruce Wayne que noutra dimensão assumiu o manto e o capuz do Batman, depois de o seu filho, Bruce, ter sido morto por um assaltante.
A coexistência de diferentes versões dos mesmos heróis, provenientes de outras dimensões ou de universos paralelos, é algo que a DC tem explorado desde os anos 1960, logo depois de heróis clássicos como o
Flash e Lanterna Verde, criados nos anos 1940, mas entretanto desaparecidos devido ao fim das revistas que os publicavam, regressarem em novas versões, mais adequadas aos leitores do seu tempo. Assim, ao longo das décadas, diversos heróis foram sendo·actualizados e transformados, de uma forma contraditória com a sua origem, o que levou a editora a criar dimensões paralelas, como a Terra 2, ou a Terra 3, em que as versões originais desses heróis continuavam a existir. A ideia foi pela primeira vez posta em prática em 1961, na história
Flash of Two Worlds, de Gardner Fox, em que Barry Alen, a versão actual do Flash, encontra Jay Garrick, o Flash original, dos anos 1940, na Terra 2, seguindo-se diversos encontros entre os heróis das duas Terras, alargados posteriormente à Terra 3, onde os heróis que conhecemos eram os vilões.
A coexistência dessas diferentes terras levou à criação do conceito de multiverso, e ao aparecimento de sagas como a Crise nas Terras Infinitas, em que as diversas dimensões paralelas são destruídas pelo
Anti-Monitor, publicada pelo Público e pela Levoir na colecção de 2016 e a histórias como Liga da justiça: Terra 2, história escrita por Grant Morrison, que abriu essa mesma colecção, em que a Liga da justiça enfrenta os seus equivalentes maléficos da
Terra 2. Mas a DC decide reiniciar novamente o universo de super-heróis em 2011, dando origem ao selo Novos 52, que os leitores portugueses descobriram na colecção dedicada à DC de 2016. Mais uma vez, o Flash volta a estar no fulcro da acção. Barry Allen tinha regressado em Final Crisis e envolveu-se, pouco depois, numa outra saga,
Flashpoint, em que descobre um universo em que Bruce Wayne morreu e o Batman é Thomas Wayne.
Os leitores portugueses puderam ter um vislumbre desse universo em
Flashpoint: Noite de Vingança, história de Brian Azzarello e Eduardo Risso que o Público e a Levoir publicaram no livro Batman Noir, no final da qual a versão do
Multiverso DC que existia desde 2005 desaparece. Nesta actualização, o
Multiverso continuava a existir, mas os heróis da terra principal tinham começado a sua carreira apenas cinco anos antes. A Sociedade da justiça e a Legião dos Super-Heróis deixaram de fazer parte da História.
É neste momento que nos encontramos no início deste volume – que segue os acontecimentos de
A Guerra de Darkseid, saga que fechou a colecção dedicada à Liga da Justiça.
Os dados estão lançados para que Geoff Johns dê uma nova arrumação aos universos DC em
Doomsday Clock, saga cuja publicação se inicia na próxima semana.