quinta-feira, 4 de julho de 2013

ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI NO KUENTRO (14) — OUTRAS EDIÇÕES — e o texto AMIGOS DO CNBDI (11) de José Ruy


ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI (14) 
OUTRAS EDIÇÕES 

O Boletim D'informação – BD'/2
 
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Para além da Colecção NonArte, dos Catálogos das Exposições e dos Boletins D'Informação do CNBDI – já agora, os Catálogos do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora são da responsabilidade conjunta do CNBDI e do AmadoraBD – o Centro editou alguns livros: 3 títulos na Colecção Entre Nós –  Entrevistas a Autores de BD e 2 títulos na Colecção Cadernos Pedagógicos. 
Deixamos aqui as reproduções das capas e fichas técnicas respectivas.

 José Carlos Fernandes – estórias no quotidiano
Entrevista de Carlos Pessoa e Víctor Quelhas
Colecção Entrevistas a Autores de BD nº 1
Edição Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem – Câmara Municipal da Amadora, 2000
Formato 13 x 18 cm – 79 págs. 

Cosey – um viajante inquieto
Entrevista de Carlos Pessoa e Víctor Quelhas
Colecção Entrevistas a Autores de BD nº 2
Edição Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem – Câmara Municipal da Amadora
Formato 13 x 18 cm – 63 págs.

Alice Geirinhas, Ana Cortesão, Filipe Abranches, João Fazenda, Miguel Rocha, Pedro Brito – seis jovens autores em diálogo
Entrevista de Carlos Pessoa e Víctor Quelhas
Colecção Entrevistas a Autores de BD nº 3
Edição Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem – Câmara Municipal da Amadora
Formato 13 x 18 cm – 79 págs. 

A linguagem da BD
Pedro Mota, Teresa Maria Guilherme 
Colecção Cadernos Pedagógicos nº 1
Edição Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem – Câmara Municipal da Amadora, 2000 
– 128 págs.

A linguagem do cinema de animação 
Fernando Mateus
Colecção Cadernos Pedagógicos nº 2
Edição Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem – Câmara Municipal da Amadora, 2004

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AMIGOS DO CNBDI 11 
José Ruy

O CNBDI tal como a própria História da Amadora foi construído na base de sonhos, por isso não é inocente o título que dei, «Levem-me Nesse Sonho» à edição em Banda Desenhada que realizei e que conta já com três versões para manter a história atualizada.

Um grande sonho do Arquiteto Nelson Dona, diretor do Festival BD da Amadora apoiado pela Dr.ª Cristina Gouveia, diretora do CNBDI foi poder realizar uma importante exposição itinerante, com início em Portugal e continuando pela Europa, de um portentoso Artista que honrou a Amadora doando praticamente todo o seu acervo conhecido ao Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem. Estou a referir-me a Eduardo Teixeira Coelho.

O Arquiteto Nelson Dona que para além da profunda admiração pelo trabalho do Artista mantinha uma respeitosa amizade, após o seu desaparecimento físico em 2005 congeminou fazer-lhe uma homenagem com a dignidade merecida.

Teixeira Coelho nasceu nos Açores, na Ilha Terceira e fez a sua instrução primária na Cidade da Horta, no Faial. Depois foi para Lisboa onde continuou os estudos e começou a trabalhar em publicidade desenvolvendo os seus dotes para o desenho, publicando ilustrações em Portugal e simultaneamente em Espanha.

Na década de 1950 partiu para França, depois para Inglaterra e Itália onde se radicou até ao final da sua vida.

A ideia do Arquiteto Nelson Dona era que a obra de Teixeira Coelho preservada no CNBDI, na Amadora, fizesse um périplo começando nos Açores, seguindo depois para Espanha, França, Inglaterra, Itália e finalmente voltasse a Portugal ao ponto de partida, ao arquivo da Amadora.

Em cada um destes países, onde o Mestre é admirado, editores seriam convidados a publicar as suas histórias, beneficiando da projeção dada pela respetiva comunicação social, desde os jornais à rádio e às televisões.

Uma nota curiosa do prestígio do Artista, é o facto de sua filha Cristina Teixeira Coelho, tendo ido a Paris em 2006 foi encaminhada por um amigo do pai a uma papelaria onde era costume ele abastecer-se de material de desenho. E embora há várias décadas o Artista já não vivesse lá, quando disseram à empregada quem estava presente, esta ficou eufórica e foi chamar mais colegas lá dentro da loja e todos se lembravam do Senhor Coelho, que ia periodicamente comprar papel, aparos, tinta-da-china e aguarelas.

A parte alta da exposição, pensou o diretor do Festival, seria a recriação do ateliê do Artista. É sabido como este «montava» o seu estúdio em qualquer sítio, num canto onde pudesse instalar a sua simples prancheta de madeira fina, formato A2 que o acompanhava de país para país. Quantas vezes, sobre os próprios joelhos, no quarto de hotel ele executou as suas maravilhosas pranchas para enviar via correio para o «Vaillant», em França.

Essa prancheta, apareceria suspensa com os objetos pessoais, o tinteiro colado num naco de madeira para não se entornar com qualquer safanão, as borrachas, as finas canetas de madeira com os aparos de aço e a folha de papel Canson ou Fabriano, onde estaria representado o esboço de uma nova página, se possível.

À volta, teria uma encenação representando em fotografia os seus livros pessoais, adquiridos ao longo de décadas por toda a Europa, e em fundo a janela aberta por onde Teixeira Coelho olhava nos seus últimos dias em Florença, a colina «Bagno a Ripoli».

Era um bonito sonho. Entretanto…

(continua...)

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