quinta-feira, 18 de agosto de 2011

LUANDA CARTOON’2011 – OITO ANOS DE FESTIVAL DE BD EM LUANDA – Um BDpress Especial!!





VIDA ONLINE, 16 de Agosto de 2011

“FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA E ANIMAÇÃO”, SOB A RESPONSABILIDADE DO “ESTÚDIO OLINDOMAR”

OITO ANOS DE 
“LUANDA CARTOON”

Por Nok Nogueira

É até ao momento o único festival em Angola para a Banda Desenhada e Animação, sem pôr de parte o facto de ser também o muito mediático e regular. Por detrás de todo esse percurso e sucesso está o “Estúdio Olindomar”, dos irmãos Olímpio e Lindomar de Sousa, e a firme parceria com o Instituto Camões, do Centro Cultural Português, instituição que albergou sete das oito edições do evento.

O festival, que no início apenas contemplava a Banda Desenhada e o cartoon, nessa altura confinado num carácter nacional, passou a merecer, nas últimas edições, um crescente interesse por parte de alguns artistas estrangeiros, o que acabou por lhe dar o cunho de festival internacional, integrando igualmente a animação. Artistas angolanos, brasileiros, italianos, moçambicanos e portugueses estiveram, durante uma semana, reunidos numa exposição colectiva que contemplou também vários workshops sobre BD e Animação.

A GRANDE MOTIVAÇÃO

Olímpio de Sousa, um dos responsáveis do festival, ressaltou o facto da repercussão do trabalho que desenvolvem colocá-los hoje num lugar de destaque cá em Angola e também fora do país, o que vem dando alguma credibilidade ao festival e, consequentemente, atraindo um maior número de artistas estrangeiros cada vez maior para o evento.

“Não é fácil chegar ao ponto de, por exemplo, ter cá em Angola artistas como Fábio Moon e Gabriel Bá, artistas brasileiros que têm um prémio nos Estados Unidos de América, onde residem, que é uma espécie de Óscar da BD”, afirmou o desenhista e cartoonista angolano. Olímpio de Sousa destacou ainda o facto de hoje, em função da realização do “Luanda Cartoon”, as páginas especializadas em BD todas falarem de Angola, fruto da presença dos dois artistas brasileiros no festival. “É o que nos motiva a continuar a trabalhar e porque sabemos que com isso o nome de Angola aparece agora no circuito dos festivais internacionais”, afirmou.

PROMESSAS DO PASSADO

A primeira edição teve lugar em 2002, na Galeria Humbi-Humbi, do falecido artista plástico Tirso Amaral.

A seguir a sua apresentação oficial, deve-se um curto interregno que acompanhado de uma série de promessas de que iriam continuar a dar marcha ao projecto. A parceria com o Instituto Camões foi a grande mola impulsionadora e ajudou a repor o fôlego do grupo.

Realizadas hoje oito edições, o evento soma e segue sobretudo por conta de um compromisso firmado com algumas pessoas. “Essa nossa grande motivação tem muito a ver com isso: com as promessas do passado. Nós prometemos a certas pessoas que não havíamos de parar e cá estamos, aevoluir a cada dia que passa e acredito que vamos evoluir mais ainda. Quando se consegue fazer com que os artistas estrangeiros apreciem o nosso trabalho e realmente reconheçam-no, isso nos motiva muito”, concluiu.

O QUE VAI FALTANDO

“Falta o apoio institucional” foi a resposta, sem hesitação, que nos deu Olímpio de Sousa, baseando-se no convénio com algumas empresas privadas que há muito abraçaram o projecto.
“Agora falta é o ministério da Cultura abraçar o projecto oficialmente. Desde que começámos, esta foi a primeira vez que uma entidade ligada ao governo se fez presente. Isso nos deixou bastante satisfeitos, até porque o convite foi dirigido em cima da hora. Nós não estamos a pedir dinheiro ao Estado, estamos simplesmente a pedir o apoio institucional, pois às vezes precisamos apresentar o projecto a um organismo privado e é preciso apresenta uma espécie de credencial que nos legitime”, explicou.

A DIVERSIDADE DE ESTILOS

João Amaral, banda-desenhista e ilustrador português, participou pela primeira vez no evento e “apesar de não ter como referência nenhum termo comparativo em relação às edições anteriores”, mostrou-se satisfeito e disse à Vida que leva de Angola “uma impressão bastante positiva do evento por duas razões: trabalhos muito bons e uma diversidade de estilos”.

Acrescentando: “Podia haver trabalhos muito bons no mesmo estilo, ou no género mangá (histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês), mas não. Há coisas muito boas em vários estilos e fiquei agradavelmente surpreendido, porque eu vim completamente a zero, não conhecia rigorosamente nada e fiquei muito bem impressionado com aquilo que vi. Por isso, eu digo: dêem força ao festival que de certeza que se lhe derem força vai crescer muito e vamos ter surpresas muito engraçadas em Angola. É o que eu acho e espero”, concluiu esperançoso João Amaral.

FACTOR QUALIDADE

Por seu lado, o luso-angolano João Mascarenhas, desenhista e ilustrador, residente em Portugal há vários anos, teve a sua segunda presença consecutiva no festival. O autor definiu a 8ª edição do “Luanda Cartoon” numa só palavra: qualidade.

Segundo o artista, o factor qualidade é uma das grandes características que se pode apontar nesta edição do festival. “Em relação ao ano passado, houve uma melhoria enorme de alguns dos autores angolanos que aqui estão expostos. Vi trabalhos seus anteriores. Agora voltaram a mostrá-los e, realmente, nota-se uma evolução e já têm, alguns deles, uma qualidade internacional, como já afirmei no ano passado. Mas este ano ainda sublinharam mais esse nível”, realçou o artista.

LUGAR DA BANDA DESENHADA

João Mascarenhas abordou ainda, quando questionado, o lugar da Banda Desenhada e da Animação no contexto angolano, comparativamente ao impacto que têm outras disciplinas artísticas. Para autor, a BD e a própria Animação ocupam um lugar bastante importante, para além do divertimento e cultura individual, na divulgação de algumas mensagens em algumas campanhas institucionais. “A BD e a animação podem ser instrumentos potentes para fazermos passar determinado tipos de mensagens, isso do ponto de vista institucional. Do ponto de vista do trabalho do autor, penso que está ao mesmo nível que estará a literatura tradicional e o cinema. Portanto, são artes que estão equiparadas”, argumentou o autor, afirmando igualmente que já vai faltando uma coisa ao festival: o espaço. E explicou as razões: “Alguns autores têm já uma qualidade tão grande que já começam a justificar só por si uma exposição individual”.

O DIÁLOGO CULTURAL

Os gémeos Fábio Moon e Gabriel Bá, artistas brasileiros residentes nos Estados Unidos da América, vieram a Angola precisamente com o propósito de marcar presença, pela primeira vez, no festival que consideraram de capital importância, por estabelecer um diálogo cultural entre vários autores angolanos e internacionais.

Questionado sobre a possibilidade da realização da mesma exposição, mantendo o mesmo formato, num outro contexto que não o de Angola, com o propósito de avaliar o nível artístico, Fábio Moon disse ser possível que tal aconteça sem desprimor de nenhum dos autores. “Tem trabalhos melhores e trabalhos piores, mas isso é justamente o que se encontra em todas as exposições, no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. O legal de uma exposição é quando você tem um panorama da facção do mercado. Aqui a gente tem um bom panorama de vários autores de Angola”, referiu.

MAIS VALE O EVENTO

Quanto à questão se mais vale o valor que cada obra apresenta ou se o evento acaba por assumir a maior importância, do projecto em níveis de preferências, os dois artistas não hesitaram em afirmar que “o evento é sempre o mais importante por formar um público”. Segundo os artistas brasileiros, “não basta ter obras bonitas se você não consegue produzir um evento para mostrar o que está sendo produzido, e de mostrar as várias possibilidades”. E salientaram: “O evento é que une os autores e o público que não os conhece. É o que motiva os autores, porque eles precisam de um público, precisam de alguém a quem mostrar o trabalho. Quanto mais gente interessada em BD mais incentivo os autores têm para melhorar”, concluíram.





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Angola Dicas, 11 Agosto 2011

"LUANDA CARTOON" 
POR NOVA ATITUDE

O responsável da oitava edição do Festival Internacional de Banda Desenhada "Luanda Cartoon", Lindomar de Sousa, sugeriu na segunda-feira, em Luanda, a criação de mais programas de entretenimento para crianças.

"Já tivemos mais concursos e eventos para incentivar a prática cultural e desportiva das crianças. Actualmente, as coisas estão em baixo", disse à Angop.

Segundo o seu organizador, o Festival Luanda Cartoon tem por objectivo criar momentos de recreação para os petizes e incentivar o hábito pela leitura e pelo desenho. "Normalmente, o dia da criança é reservado simplesmente ao mês de Junho, facto contrário aos anos anteriores, em que havia vários concursos e deram azo a muitos artistas hoje famosos", lembrou o cartoonista.

Lindomar de Sousa salientou que deve haver maior apoio dos governos provinciais e das empresas para que eventos como a Festival Internacional de Banda Desenhada abranjam outras regiões do país, permitindo enriquecer a educação cultural dos pequenos e proporcionar um futuro sadio.

A inauguração oficial do festival decorreu na sexta-feira e foi marcada por exibição de desenho animado em 3D e sessões de autógrafos. Esta edição conta com a participação de 30 artistas nacionais e cinco estrangeiros.

Lindomar de Sousa defendeu um maior apoio institucional aos fazedores de Banda Desenhada, de forma a incentivá-los à criatividade e a permitir um maior desenvolvimento desta arte no país.
Segundo o artista as instituições de direito no país devem ajudar a promover e estimular os criadores para que haja expansão nacional da arte.

Nesse sentido, Lindomar de Sousa apelou aos órgãos estatais, governamentais e instituições filantrópicas, para apoiarem os criadores de Banda Desenhada, defendendo que esta arte é um veículo de comunicação bastante útil na edificação de uma sociedade. "Com a Banda Desenhada conseguimos passar mensagens positivas", disse.

Fonte:Jornal De Angola



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Imagens da responsabilidade do Kuentro
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