ARTUR CORREIA
EXPOSIÇÃO EVOCATIVA
DE HOMENAGEM AO AUTOR
Artur Costa Correia
(Lisboa, 20 de Abril de 1932 – Lisboa, 1 de Março de 2018)
No ano em que Artur Correia (1932-2018) nos deixou, o AmadoraBD irá prestar-lhe homenagem com uma exposição evocativa, comissariada por Luís Salvado e com cenografia de VA Studio. Sete décadas de trabalho dedicado à BD. Uma mostra que leva muito a sério, o talento de um grande autor cuja vocação era fazer rir os outros.
Nascido a 20 de Abril de 1932, em Lisboa, Artur Costa Correia cursou a Escola Industrial Machado de Castro, onde "editou" o seu O Príncipe (espécie de fanzine em originais, sem tiragem), com Vítor Silva, e participou no jornal de parede Alerta (1943-44). Publicou desenhos ainda como leitor da revista O Papagaio, em 1947, e logo no ano seguinte teve aí as suas primeiras histórias aos quadradinhos impressas. Outras ainda podem ser encontradas no Camarada (2ª série), Cavaleiro Andante e seu suplemento O Pajem, Norte Infantil (do Diário do Norte), Fagulha, Pisca-Pisca, Fungagá da Bicharada, etc. Tem ilustrações diversas em João Ratão, Guião, Lusitas, Picapau, Almanaque do Diário de Notícias, Colecção Alvo, Colecção Oásis, Obras-Primas Ilustradas, Foguetão e seu suplemento Bip-Bip, Zorro, Nau Catrineta (do Diário de Notícias), etc. A convite de Marcello de Moraes foi trabalhar em 1965 na Telecine, dedicando-se ao desenho animado, e fundou a Topefilme juntamente com Ricardo Neto, em Maio de 1973, recebendo prémios em Veneza, Annecy, Lugano, Cannes, Hollywood, etc. Participou como actor em vários grupos de teatro. Colaborou no Almanaque O Mosquito da Futura, assim como nos fanzines Banda, Shock, Almada B.D. Fanzine. Para além dos livros que ilustrou e dos jogos que desenhou, tem vários álbuns de banda desenhada infantil editados: Aventuras de João e Cebolinha (1985) na Editorial Futura e sobretudo nas Edições Asa, com várias Histórias da Avózinha (1991-92) e também histórias dos principais clubes de futebol, numa colecção Era Uma Vez (1992-93), com argumentos de Manuel Dias. Realizou também banda desenhada publicitária, para a Milupa Portuguesa, e diversos álbuns didácticos para a Sismet, A Agua Que Bebemos (1981), Esta Palavra Concelho (1984) e Este Concelho de Oeiras (1985), com textos de Maria Alberta Menéres. Auto-editou com o argumentista António Gomes de Almeida, em 1989, o álbum O País dos Cágados, uma história cuja publicação se iniciara na revista Cágado, em 27 de Janeiro de 1978, e no semanário Tempo, em 1983. Tem várias narrativas gostosas no álbum de receitas A Roda do Tacho, de 1994, e colaboração em publicações da Nestlé assim como na revista Atlantis, da TAP - Air Portugal, em 1999.
Por Leonardo de Sá in Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal (edição 1999)
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Atraído para o desenho pela banda-desenhada, levado para o cinema de animação por influência, muito jovem, do cinema clássico da Disney, tinha no humor, na História e nos contos tradicionais portugueses as suas grandes motivações criativas. Disso são exemplo, na banda desenhada, História Alegre de Portugal e Super-Heróis da História de Portugal, este premiado como Melhor Álbum no Amadora BD 2005, ou, no cinema de animação, o supracitado O Romance da Raposa e A Nau Catrineta (2012), o seu último filme, baseado no álbum também por si assinado e adaptado do Romanceiro de Almeida Garrett.
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