COMIC CON PORTUGAL 2019
GELADOS, CABEÇAS CORTADAS E CASTELOS
BDpress #515, artigo publicado no jornal Público em 14/09/2019.
Por Rodrigo Nogueira
Uma pequena carrinha alusiva a Stranger Things gerava uma fila para receber gelados e gomas. À direita, uma estrutura com caras de Jennifer Lopez, Cardi B ou Constance Wu tinha dançarinas num varão ao som de Michael Jackson, uma forma de promover Ousadas e Golpistas, o vindouro filme de Lorene Scafaria em que um grupo de strippers rouba e vigariza ricos nova-iorquinos. À esquerda, dava para ver areia, palmeiras e um mini-half pipe de skate numa zona referente a L.A.'s Finest: Policias de Los Angeles, uma série de polícias do AXN, da qual saía, bem alto, Diamonds & Wood, tema do mítico duo de rap texano UGK. Tudo isto acontecia ao mesmo tempo, debaixo de um calor abrasador e com a música em conflito, na quinta feira à tarde, no primeiro dia, ainda com pouca gente, da sexta edição, da Comic Con Portugal, a convenção de cultura pop, pela segunda vez a decorrer em Algés.
Pouco antes, num painel de apresentação do filme, era revelado o trailer de Bruno Aleixo - O Filme
uma semana antes de o resto do país o poder ver. A meio do painel, um cabo no tecto do pavilhão temporário montado no Passeio Marítimo de Algés soltou-se e uma parte da instalação eléctrica ia caindo do tecto, obrigando as pessoas a levantarem-se, acabando por nunca chegar ao chão. Ainda era possível ver, noutras parte do recinto, os últimos pregos a serem pregados por trabalhadores.
A Comic Con não é só o universo do cosplay, dos super-heróis, dos videojogos, dos jogos de tabuleiro ou de cartas, dos livros de culto, das estrelas do YouTube, das ante estreias de séries, da ficção científica ou da banda desenhada. É o domínio de tudo o que de alguma forma possa ter fãs, do mais novo ao mais velho, do fã de Dungeons & Dragons ao miúdo que quer participar num casting de voz para a dobragem de Frozen II. Por todo o lado, fora dos pavilhões onde decorrem os painéis, marcam presença todo o tipo de marcas e objectos da cultura pop. E não é fácil escapar-lhes. Há cabeças cortadas de The Walking Dead, da FOX, perto de uma zona da AMC, que passa Fear the Walking Dead, não muito longe de um carro que antecipa a nova série da HBO inspirada no universo de Watchmen, o clássico da banda desenhada criado por Alan Moore, nem de um drakkar que o TVSéries montou para assinalar a quinta temporada de Vikings.
Uma pessoa pode ir à Comic Con para ver os painéis, com maior ou menor afluência, mas também é possível ir só dar saltos num castelo insuflável de Desencantamento, a série animada que Matt Groening criou para o Netflix, jogar inúmeros tipos de videojogos, pedir autógrafos, comprar livros, jogos, filmes, gadgets, bonecos, roupa e tudo o mais que se possa imaginar. Numa escolha completamente insólita para alguém que tenha visto um filme do realizador, existe um jogo cheio de luzes em que uma pessoa tem de carregar o mais rapidamente possível num botão para vender.
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A Polícia de Segurança Pública não quis faltar à edição de 2019 da Comic Con Portugal 2019. Na sexta-feira, dia 13 de setembro, os agentes decidiram fazer uma surpresa ao público do evento, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras. No final do painel de "La Casa de Papel", a PSP "invadiu" o auditório para "prender" Itziar Ituño (Lisboa) e Esther Acebo (Estocolmo). A conversa com as atrizes da série da Netflix foi moderada por Tiago David, jornalista do SAPO Mag que acompanhou as gravações da série da Netflix em Madrid.
A banda sonora de Variações, o filme de João Maia, estreou-se no palco do Comic Con Portugal 2019
AS FOTOS
Publicadas online por diversos jornais, especialmente pelo Expresso e o Público:
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