sábado, 14 de julho de 2012

JUDGE DREDD – NOVA ADAPTAÇÃO AO CINEMA ESTREIA EM OUTUBRO



JUDGE DREDD 
NOVA ADAPTAÇÃO AO CINEMA 
ESTREIA EM OUTUBRO

Quando Pat Mills (conhecido como o padrinho dos comics ingleses, ao promover a sua renovação na década de 1970) desenvolveu o projecto da revista 2000 A.D., em 1976, levou John Wagner para a revista a fim de desenvolver algumas personagens. Wagner tinha escrito várias histórias no estilo "policial duro" e sugeriu uma personagem que levava esse conceito ao limite, imaginando um homem da lei ultra-violento que patrulhava uma Nova York no futuro, com o poder de administrar a justiça de forma instantânea. Mills, pelo seu lado, tinha desenvolvido uma série de terror intitulada Judge Dread, mas abandonou a ideia. O nome, no entanto, com a ortografia modificada para "Dredd" por sugestão de Gosnell Kelvin, sub-editor da 2000 A.D., foi adoptado por Wagner para a personagem final.

Judge Dredd é portanto, uma personagem dos comics para adultos, criada em Inglaterra pelo argumentista John Wagner – americano nascido na Pennsylvania em 1949 e emigrado para a Escócia com os pais enquanto jovem – e pelo desenhador Carlos Sanchez Ezquerra – aragonês nascido em Zaragoza em 1947. O primeiro episódio surgiu no nº 2 da revista de ficção científica inglesa 2000 A.D., em 1977. Mais tarde apareceu em revista própria, Judge Dredd Megazine em 1990.

 John Wagner e Carlos Ezquerra








O CONTEXTO 

As histórias de Judge Dredd passam-se numa América pós-apocalíptica, futurista e fascista, em que a ordem é mantida pelos “Juízes”, guardiões supremos da lei, que concentram todos os poderes – legislativo, executivo e judicial – sob o leitmotiv “I am the Law”. Nas suas superpotentes motos, eles percorrem as megacidades e aplicam uma justiça expedita, fazendo reinar a “Lei” e a ordem.

Judge (Juíz) Dredd (Joseph Dredd) é um destes juízes de Mega-City One, o mais emblemático, o melhor (e o pior) entre eles, um tipo inflexível e sem compromissos. Ele é o próprio arquétipo da justiça e a sua representação simbólica nesta BD. A sua cara nunca aparece, sempre dissimulada pela viseira do capacete, que reforça o seu aspecto intratável.

O universo obscuro da série retrata um mundo de violência e de ódio. A Terra não é mais do que um monte de ruínas e desolação (um deserto totalmente inabitável, onde reinam como mestres os bandidos e os mutantes canibais), depois de numerosos e sucessivos conflitos atómicos. A maior parte da população sobrevivente aglomera-se em mega-cidades futuristas sobrepovoadas, elas próprias infestadas de bandidos, escroques e criminosos de todos os géneros.

A polícia fora erradicada e uma nova ordem surgiu nesse caos apodrecido: a dos Juízes. Eles representam a ordem perante o caos e a violência nas cidades e são, por sua vez, além de juízes, jurados e executores, aplicando o adágio “a violência contra a violência”. Os Juízes são impiedosos, não esitando em matar qualquer pessoa apanhada em infração, em virtude das leis fascizantes impostas, que por vezes levam a acções desporporcionadas por parte destes “homens da lei”.

Mega-City One é uma megalópole fictícia que serve de cenário principal à série Judge Dredd, estendendo-se por toda a costa este do continente americano. Construida sobre as ruínas de cidades como Nova Iorque, Washington e outras, depois da quase destruição pela guerra nuclear, ela funciona como um estado independente.

A mega-cidade é governada pelos Juízes, que são presididos por um Conselho dos Cinco e um Juíz Chefe, o “Juíz Supremo”. Os Juízes têm por missão fazer reinar a ordem neste pesadelo urbano, verdadeira caricatura de todas as taras acumuladas pelas grandes cidades do século XX: desigualdades sociais, desemprego, poluição, consumismo desenfreado, guerras de gangs...

A cidade é dividida em sectores: o edifício residencial típico é o “bloco”, um gigantesco arranha-céus de altura improvável, capaz de conter uma população de 50.000 habitantes. É virtualmente possível a um cidadão de Mega-City One viver toda a sua vida sem sair do seu “bloco”, uma vez que possui todas as infraestruturas necessárias: saúde, escolas, comércio...

Esta organização em falanstérios (comunidades auto-suficientes, imaginadas pelo filósofo francês Charles Fourier no início do séc. XIX) tende a dotar os seus habitantes de um sentimento territorial assaz desenvolvido e não é raro que as tensões anódinas entre imóveis vizinhos, acabem em verdadeiras batalhas (ou “guerra de blocos”).

Mega-City One teve uma história pelo menos movimentada e sobreviveu a um número impressionante de catástrofes maiores. Podemos citar algumas:

- A Guerra do Apocalipse – uma tentativa de invasão por parte de East-Meg One, a grande megalópole da actual Rússia.
- O episódio de Necrópolis, durante o qual a cidade esteve sob o domínio de Judge Death e dos outros “Juízes Negros”.
- O “Juízo Final”, quando sofreu uma epidemia de zombificação, orquestrada por Sabbat, o Necrófago.
- Mais recentemente, uma série de atentados com bombas nucleares, organizados por um grupusculi de “democratas” radicais, opostos as sistema dos Juízes.

Durante a série, o tempo desenrola-se ao mesmo ritmo que o do mundo actual, mas 122 anos mais tarde. Aquando da criação da série, em 1977, Mega-City One vivia no ano 2099. Em 2012, para o leitor, a história progride em 2134.

A Terra Maldita corresponde à maior parte do continente americano em redor das suas mega-cidades. É uma zona assolada pelas radiações, um gigantesco deserto, onde sobrevivem, bem ou mal, as criaturas que de humanos só têm a aparência e que se alimentam, por canibalismo, de humanos que conseguem capturar no seu território.






OS FILMES

A série Judge Dredd deu origem a um filme em 1995, com o mesmo título (ou O Juíz, em Portugal), protagonizado por Sylvester Stallone (substituindo Arnold Shwrzenegger, que recusou o papel por ter que passar o filme todo com um capacete...). Agora prepara-se a estreia de uma nova adaptação cinematográfica, DREDD, em 3-D, realizado por Peter Travis, com guião escrito por Alex Garland e com Karl Urban no papel de Joseph Dredd, Olivia Thirlby, como Juíza Anderson e Lena Headey, no papel da vilã Ma-Ma. Com estreia prevista em Portugal para 11 de Outubro.

  
Imagens do filme de 1995

Imagens do filme de 2012:
 Karl Urban, como Judge Dredd

 Olivia Thirlby, como Juíza Anderson


 Lena Headey, no papel da vilã Ma-Ma


Já existem trailers do filme que, pela violência exibida, levam a pensar num sucesso de bilheteira: o povo gosta destas coisas – panem et circenses, como diziam os romanos!

Para ver o trailer clique em cima da imagem


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