Gazeta das Caldas, 23 Maio 2014
GAZETA DA BD (25)
COMEÇA NO DIA 31 DE MAIO
O X FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA
Jorge Machado-Dias
Desde que se iniciou em Abril de 2005, o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja tem atraído, em média cerca de 8.000 visitantes anualmente, durante os 15 dias da sua duração.
Além da formação de autores no Atelier Toupeira – são já 23 autores lançados no activo da BD portuguesa desde que se formou este atelier, em 1996 –, foi criada em 2005 (pouco antes da primeira edição do Festival) a Bedeteca de Beja, com uma actividade única no país, com base numa programação mensal contínua. Tudo isto acontece na Casa da Cultura de Beja, construida em 1976 segundo projecto do arquitecto Raul Hestnes Ferreira. É aí também o núcleo central do Festival de BD, embora nesta fase as exposições se espalhem já por toda a cidade, levando os visitantes aos principais edifícios históricos de Beja, o que é uma excelente forma de divulgar (a par da Banda Desenhada) uma das mais antigas cidades do país.
Ao longo das anteriores 9 edições do Festival realizaram-se 147 exposições e expuseram em Beja (individual ou colectivamente), mais de 400 autores de 24 países (Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, China, Croácia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Grécia, Itália, Japão, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Sérvia, Suécia e Uruguai). Têm passado por Beja muitos dos grandes nomes da banda desenhada mundial, como Craig Thompson, Dave McKean, David B., Fábio Moon e Gabriel Bá, George Pratt, Gipi, Hermann, Jean-Claude Mézières, Lorenzo Mattotti, Lourenço Mutarelli, Loustal, Max, Miguelanxo Prado, etc., etc. (para além dos nomes mais relevantes a nível nacional, como José Carlos Fernandes, Filipe Abranches ou Miguel Rocha).
No entanto, embora a “cobertura mediática” do evento assente em grande parte nestes nomes, uma das particularidades deste Festival reside no facto de se juntarem autores consagrados, portugueses e estrangeiros, com autores que começam agora o seu percurso na banda desenhada, conferindo uma atmosfera muito especial ao evento.
Este ano, na sua décima edição, o Festival inaugura dia às 14h30, na casa da Cultura, e estende-se um pouco por todo o centro histórico: Castelo – Casa do Governador, Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Museu Jorge Vieira – Casa da Artes e Museu Regional de Beja (Convento da Conceição, Igreja de Santo Amaro e Núcleo Expositivo da Rua dos Infantes). Tem ainda um núcleo no Instituto Politécnico de Beja.
São 21 exposições, com autores de 23 países (do Brasil ao Quénia, passando pelo México ou pela Finlândia), e uma programação paralela muito variada, abrangendo todos os gostos e idades (apresentação de projectos, conversas, lançamento de livros, sessões de autógrafos, sessões de desenho ao vivo, workshops, etc., etc.).
Como já é costume acontecer, no primeiro fim-de-semana do Festival (31 de Maio e 1 de Junho) estarão em Beja alguns dos mais importantes autores do país e do Mundo, bem como muitos autores que iniciam agora o seu percurso na banda desenhada.
Alguns Autores Presentes em Beja nos dias 31 de maio e 1 de junho, representados nas Exposições Individuais, ou em duplas: Ana Biscaia – Portugal, André Diniz e Laudo Ferreira – Brasil, Étienne Davodeau – França, Fabio Pochet – Itália, José Aguiar – Brasil, José Smith Vargas – Portugal, Klévisson Viana – Brasil, Laerte Coutinho – Brasil, Manuel Neto e André Coelho – Portugal, Miguel Mendonça – Portugal, Nuno Amado e Jo Bonito – Portugal, Pedro Leitão – Portugal, Penim Loureiro – Portugal, Tommi Musturi – Finlândia, Tony Sandoval – México.
Para a Programação Paralela estarão presentes: Antonio Crepax e Caterina Crepax – Itália, em Representação da obra de Guido Crepax; David Lloyd – Reino Unido, o Autor da célebre máscara de V For Vendetta – em representação da Aces Weekly e Paul Gravett – Reino Unido, jornalista, editor, e um dos maiores investigadores de Banda Desenhada a nível mundial.
O Mercado do Livro voltará ser um dos pontos fortes do Festival, com cerca de 70 editores e 10 lojas de banda desenhada presentes.
Normalmente a maioria dos visitantes não residentes em Beja, arredores ou concelhos limítrofes (incluindo Sevilha), visita o Festival no primeiro fim-de-semana, podendo usufruir do ambiente único que é criado para os receber. É uma excursão anual das tribos bedéfilas do país que se desloca à capital da planície alentejana, podendo usufruir, além do convívio proporcionado entre pares deste meio de expressão, da típica e carinhosa arte de bem receber dos alentejanos. Bedéfilos caldenses, vamos ao Alentejo, no dia 31 de Maio?
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