IX FESTIVAL INTERNACIONAL
DE BANDA DESENHADA DE BEJA 2013
LE GRAND FINALE NA CASA DA CULTURA DE BEJA
A SOLO (10 e 11)
STAN LEE
ANDRÉ LIMA ARAÚJO
______________________________________________________________
STAN LEE
JUST IMAGINE... STAN LEE TEM 90 ANOS
Pedro Mota
No Splaft!
A base da oferta são ainda os super-heróis que definiram a editora desde há cerca de 50 anos, nomeadamente as personagens criadas por Stan "The Man" Lee em colaboração com outros grandes autores como Jack Kirby ou Steve Ditko: o Homem-Aranha, os X-Men, o Incrível Hulk, o Homem de Ferro, o Demolidor, Thor, o Quarteto Fantástico ou Os Vingadores.
Na viragem para o novo milénio, a editora Marvel Comics atravessava grandes dificuldades financeiras que acabariam por ser ultrapassadas com a passagem da banda desenhada para outros meios, em particular através do sucesso das adaptações cinematográficas das histórias dos seus super-heróis.
Entre as várias medidas de reestruturação implementadas na altura, a editora acabou por dar alguma folga ao contrato vitalício de exclusividade que mantinha com Stan Lee.
Uma das primeiras entidades a aproveitar esta folga foi a DC Comics, a editora que rivaliza com a Marvel no mercado dos super-heróis, com personagens como Super-Homem, Batman, Flash ou o Lanterna Verde.
Historicamente, a linha de super-heróis da DC carateriza-se por apresentar personagens que correspondem ao herói clássico, perfeito nas suas virtudes e invencível. A exceção que confirma a regra viria a ser Batman, com uma personalidade cada vez mais sombria. Ao invés, os heróis da Marvel caraterizam-se por uma flagrante humanidade, apresentando qualidades e defeitos no que é considerada uma grande inovação no género atribuída a Stan Lee.
Através de Michael Uslan (produtor dos filmes de Batman da era moderna), a DC Comics convidou Stan Lee para uma homenagem ao universo de super-heróis da editora. O grande projeto da DC no início do novo milénio foi esse "Just Imagine... Stan Lee creating the DC Universe", em que I.ee reinventava as principais personagens da DC em colaboração com os mais destacados desenhadores da altura (Joe Kubert em Batman, John Buscema em Superman, Dave Gibbons em Green Lantern, Jim Lee em Wonder Woman, etc).
A meio do projeto, Michael Uslan pensou em aproveitar um outro título que a DC tinha na altura, Secret Files and Origins (Arquivos Secretos e Origens, na edição brasileira), para fazer um "resumo" da "saga", e lançar algumas pistas sobre o que estava para vir. "The Corning Crisis", a história imaginada por Uslan, foi escrita por este e por Stan Lee, e desenhada por Dan Jurgens (lápis) e Bob Layton (arte final). Sendo uma história de 2002, não é um exemplo de Lee no topo da sua forma. Ainda assim, e embora seja pouco conhecida (não chegou a ser publicada na versão brasileira), "The Coming Crisis" reúne todos os principais heróis DC reinventados por Lee, e aborda as suas origens e poderes. É uma homenagem aos super-heróis, mas também a algumas das ideias que Stan Lee tem defendido, como a da responsabilidade da Humanidade ou a da "Mãe Natureza" como fonte de inspiração e origem do poder. Especial interesse tem ainda a prancha 11, com uma homenagem à capa do número inaugural da revista Action Comics, onde surgiu pela primeira vez a personagem Super-Homem.
No dia 28 de Dezembro de 2012, Stan Lee completou 90 anos.
O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, na sua edição de 2013, homenageia Stan Lee e os super-heróis, apresentando dezoito pranchas originais (ou dezassete, considerando que as 14 e 15 formam uma prancha dupla) de "The Coming Crisis". São pranchas da minha coleção pessoal, que com gosto empresto a Beja para, em estreia mundial, serem expostas ao público.
As primeiras dezasseis pranchas da história destacam o Lanterna Verde, o Super-Homem, o Flash (que na versão de Lee é uma rapariga) e o Batman (a prancha 16 é um excelente exercício de composição de Dan Jurgens, no estilo clássico do Homem-Morcego). Constituindo o "arranque" da história, permitem ver todo o processo de construção da narrativa. As pranchas 20 e 21, destacando a Mulher-Maravilha, apresentam a galeria de vilões (incluindo a Doom Patrol) e a reunião da Liga da Justiça.
Uma última palavra sobre o desenhador Dan Jurgens. Nascido em 1959, é sobretudo conhecido pelo seu trabalho em Superman. Era Jurgens quem assegurava o argumento e desenho do título em 1992, quando o vilão Doomsday (que criou) matou o Super-Homem. Desenhador muito experiente, consegue em "The Corning Crisis" conferir dinâmica a uma história que é, no fundo, uma sucessão de entrevistas feitas com diferentes super-heróis.
__________________________________________________________________
ANDRÉ LIMA ARAÚJO
Nuno Amado
No Splaft!
Em 2011 assumiu a condição de ilustrador e criador de Banda Desenhada a tempo inteiro, onde o seu trabalho variou entre a BD de autor e o trabalho como ilustrador freelancer, com participações em diferentes edições da Zona (Schaffer Inc. - Parasitóide, Nómada), ilustração dos livros infantis Os Vigilantes das Lagoas (vol. I e vol. II) e colaborações com alguns autores estrangeiros, para além da criação dos títulos Man Plus e Crux Et Gladius. Em 2012 começa a trabalhar para a Marvel, tendo desenhando, desde então, vários números de diferentes títulos (FF#22, X-Treme X-Men #7.1. e #12, Fantastic Four #5AU, Age of Apocalypse #14, Age of Ultron #10AI) e foi recentemente anunciado como o desenhador do novo tirulo Avengers A.I. O seu livro Man Plus está em produção e deverá ser publicado em 2014. Na realidade foi o angariador de talentos C.B. Cebulski que lhe deu o trampolim necessário para a sua internacionalização e posterior ida para "desenhador Marvel".
Mas André tem um sonho que é publicar as suas histórias no mercado dos EUA, e não trabalhar em títulos Marvel. O seu Man Plus deverá ser publicado em inglês nos próximos tempos, mas existem outras histórias de inegável qualidade como Crux et Gladius que eu gostaria muito de ver publicadas! Já trabalhou com Robert Hickman e Matt Fraction, mas almeja trabalhar com argumentistas do nível de Mark Millar, Robert Kirkman, Bendis, Scott Snyder entre outros!
Considero André Lima Araújo um desenhador "fácil" de gostar, o seu estilo é limpo, consensual e pormenorizado.
E um dos desenhadores desta geração em que mais eu aposto. Posso estar a ser levado pelo meu gosto pessoal, mas é isso que eu sinto. Trabalhador e talentoso, não se ficando na poltrona da Marvel, antes serve-se disso para tentar, e pelos vistos conseguir, publicar as suas próprias histórias neste grande mercado que é o norte-americano.
Sem comentários:
Enviar um comentário