JOE KUBERT
(1926-2012)
(1926-2012)
UMA BIOGRAFIA
Joseph Kubert nasceu a 18 de Setembro de 1926, no shtetl Yzeran (Jezierzany) – chamavam-se "shtetl" às povoações ou bairros de cidades com uma população predominantemente judaica, principalmente na Europa oriental, como na Polónia, Rússia ou Bielorrússia, antes da Segunda Guerra Mundial – no sudoeste da Polónia (actualmente na Ucrânia), filho de Etta Kubert (Reisenberg em solteira) e de Jacob Kubert. A família, de que também fazia parte a filha Ida, de dois anos e meio, emigrou para Brooklyn, Nova Iorque, quando Joseph tinha dois meses.
Jacob Kubert estabeleceu-se como açougueiro kosher (termo que significa “próprio” – neste caso, próprio para consumo pelos judeus, de acordo com a lei judaica e aprovação pelo rabi) e Joseph começou muito cedo a desenhar, no papel com que o pai embrulhava a carne que vendia.
Na introdução à sua novela gráfica Yossef: April 19, 1943, Kubert escreveu: “ tive o meu primeiro trabalho pago como desenhador para comic books, quando tinha onze ou doze anos, era pago a cinco dólares a página. Em 1938 isto era um monte de dinheiro”. Outra fonte, citando o próprio Kubert, afirma que em 1938, foi um colega de escola, parente de Louis Silberkleit – um dos directores do MLJ Studios (os futuros Archie Comics) – que insistiu para que Kubert visitasse os estúdios, tendo este ficado logo, aos 12 anos, como aprendiz/assistente de Bob Montana.
Joseph Kubert frequentou a Manhattan’s High School of Music and Art. Durante esse tempo, ele e o colega Norman Mauer (um futuro colaborador) faltavam de vez em quando à escola para visitarem editores, começando Kubert depois, a aperfeiçoar a sua técnica no estúdio Chesler, que fornecia pacotes de trabalhos de principiantes às editoras.
O primeiro trabalho profissional conhecido de Kubert foi o desenho (lápis e tinta-da-china) da história em seis páginas intitulada Black-Out, com a personagem Volton, na Catman Comics #8, da Holyoke Publishing’s (Março de 1942). Continuou a trabalhar para os três números seguintes da revista e realizou, de seguida, um trabalho semelhante para a revista Blue Beetle, da Fox Comics. Logo depois irá abrir o leque das suas capacidades técnicas, dando a cor às reimpressões de The Spirit, de Will Eisner, para a rúbrica Quality Comics do suplemento do jornal Sunday.
O primeiro trabalho de Kubert para a DC Comics foi Seven Soldiers of Victory, história publicada na Leading Comics #8 (1943), pela All-American Comics, predecessora da DC. Na década seguinte, o trabalho de Kubert só aparece nas revistas da Fiction House, Avon e Harvey Comics, mas o autor foi também trabalhando para a All-American e depois para a DC Comics. A longa associação de Kubert com a personagem Hawkman, começou com a história The Painter and the $100,000, publicada na Flash Comics #62 (Fevereiro de 1945).
Seven Soldiers of Victory
Neal Adams, Moebius, e Joe Kubert em Nova Iorque, durante a gravação para o programa de televisão francês TicTac em 1972
Em 1976, Kubert mudou-se para Dover, New Jersey, onde ele e sua mulher Muriel fundaram a Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art, mais conhecida como Joe Kubert School, levando para a frequentarem, os seus cinco filhos, David, o mais velho, Danny, Lisa, Adam e Andy (Andrew) – sendo que estes dois últimos se viriam a tornar desenhadores profissionais de comics. Adam Kubert realizou trabalhos para a Marvel Comics, Dark Horse Comics e a DC Comics, entre outros. Andrew Kubert trabalhou para as mesmas editoras (mais a Image Comics), sendo actualmente professor na escola fundada pelo pai.
Voltou a escrever e a desenhar em 1991, para a revista Abraham Stone, a novela gráfica Country Mouse, City Rat para a Malibu Comics, que seria comprada pela Marvel em meados dos anos 1990. Voltaria a pegar nas personagens para mais duas histórias: Radix Malorum e The Revolution, publicadas pela Epic Comics em 1995. Em 1993, também para a Epic Comics, realizara os quatro números de uma minissérie de Tor.
Em 1996 realizaria a novela gráfica Fax from Sarajevo, inicialmente publicada com 207 páginas e mais tarde reeditada com 224. Este livro de “não-ficção” foi originado por uma série de faxes do agente de comics Ervin Rustemagic, durante o cerco sérvio de Sarajevo, na Guerra da Bósnia, que durou de 5 de Abril de 1992 a 29 de Fevereiro de 1996. Rustemagic e a sua família, cuja casa em Dobrinja, localidade suburbana de Sarajevo, havia sido destruída, viveram dois anos e meio num edifício em ruínas, comunicando com o mundo exterior por fax, quando podiam. Amigo e cliente de Kubert, este era um dos destinatários dos seus faxes. Como “colaborador de longa distância” e perante o dramatismo da situação, Joe Kubert coligiu todos os faxes recebidos de Rustemagic e, findo o cerco, com o editor Bob Cooper, transformou-os numa dramática e sombria novela gráfica.
Em 2008, Kubert voltou ao seu Tor, com uma série limitada de seis números, publicada pela DC Comics, intitulada Tor: A prehistoric Odyssey. Em 2009 contribuiu para uma nova história de Sgt. Rock, para a Wednesday Comics, da DC – a história fora escrita pelo seu filho Adam Kubert. Em 2011 realizou a capa para a Amazing 3-D Comics, do editor Craig Yoe.
ALGUNS ORIGINAIS DE JOE KUBERT
O "Batman" de Andy Kubert e o "Hawkman" de Joe Kubert
Nota (21/Ago/12): Por lapso coloquei aqui esta capa, que é de Joe Jusko e Andy Kubert - como muito bem chama a atenção o André Azevedo, no comentário que fez. O desenho que estava previsto, coloco-o agora aqui em baixo:
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A capa do Conan the King nº 54 foi desenhada por Joe Jusko e Andy Kubert, conforme se vê pelas assinaturas.
ResponderEliminarObrigado pelo reparo, caríssimo André. Já está corrigido, mas optei por deixar o desenho do Kusko e do Andy, acrescentando a capa que queria colocar - com o devido reparo!
ResponderEliminarCaro Jorge Machado-Dias,
EliminarPor acaso tinha lido este comic à pouco tempo e chamou-me a atenção o facto da capa ser do Joe Jusko mas realizada a tinta-da-china e não pintada como é comum nas suas capas. E nota-se perfeitamente a influência do pai Kubert no traço de Andy, mais do que no seu irmão Adam, sendo esta capa um bom exemplo disso mesmo.
Foram os desenhos de Joe Kubert, bem mais que os de Manning, que me fizeram admirar o Tarzan no "velho" Mundo de Aventuras e chegar à versão de Hal Foster.
Parabéns, grande trabalho. Joe Kubert merece e nós amantes da BD também. Boas continuações.
ResponderEliminarJorge!
ResponderEliminarMas que excelente blog você criou e saiba que gostei muito, principalmente quando encontro um material estupendo como esse do Kubert, o qual sou fã desde muitas décadas. Continue sempre assim que irá bem mais longe.
Por um acaso, você sabe onde posso baixar algum podcast onde o próprio Kubert fala do seu trabalho e também dos seus filhos? Enquanto espero sua resposta, vou procurando na internet pra ver se encontro algo.
Um grande abraço do amigo brasileiro e fã de quadrinhos, pintura e muitas coisas nesse campo.
João
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