HISTÓRIA
DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA EM BD
TEM COMO PROTAGONISTAS
O PORTO E OS PORTUENSES
Jornal de Notícias, 22 de Dezembro de 2012
F. Cleto e Pina
Acaba de ser editado o quarto e último tomo de “A História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em Banda Desenhada”, um trabalho com a assinatura de dois autores portuenses: Germano Silva, que os leitores do JN bem conhecem, e Pedro Pires.
O desafio, descobrimos na prancha final do quarto tomo, foi proposto pelo padre Américo Aguiar, capelão-mor da Santa Casa, e foi a primeira experiência nesta área do historiador portuense, “bastante satisfeito com o resultado”, salientando “o contributo da sua experiência jornalística no uso de uma linguagem contida, simples e directa” necessária para chegar aos mais novos a quem se pretende “dar a conhecer a história da Santa Casa e a sua missão”, conclui Germano Silva que revela que já “tem um convite para um projecto similar, de outra instituição”.
Como narrador, esta longa crónica iniciada em 1498 e que chega até aos nossos dias, tem o Tripinhas, mascote também imaginada pelo padre Aguiar. Isso permite ligar as cenas entre as distintas épocas, sem grandes quebras narrativas. E o Tripinhas funcionou tão bem, que “a Misericórdia o pretende utilizar em futuras iniciativas”.
A Pedro Pires, que lhe foi apresentado pelo escritor Álvaro Magalhães, Germano Silva “forneceu os textos e também alguma documentação, em especial sobre a Idade Média”. Aliás, a época dos primeiros anos da Santa Casa, foi “uma das principais dificuldades” do ilustrador que receava “que o realismo absoluto adoptado fosse chocar um pouco os mais pequenos mas, pelo contrário, a miudagem a partir dos seis anos adorou e não larga os livros”.
Isto porque, para este retrato de uma instituição tão significativa da cidade, Pires adoptou um estilo semi-barroco, pintado a aguarela, que Germano Silva “aprecia muito” e que realça a temática abordada. A par disso, utiliza muitas vezes pranchas de imagem única, dividida em (falsas) vinhetas, o que destaca o Porto como cenário do relato, que lhe permitiu “conhecer muito mais a cidade”, cuja “história é inseparável das obras da Santa Casa da Misericórdia”.
Germano Silva corrobora esta ideia e releva a par do “protagonismo do burgo, o sentido de partilha dos portuenses e a sua prontidão para contribuir para causas nobres”.
Com uma tiragem de 12 mil exemplares, destinada fundamentalmente a ser distribuída gratuitamente nas escolas primárias da cidade, a História da Santa Casa da Misericórdia do Porto em BD, que está disponível na loja daquela instituição, “tem sido muito procurada e as reacções têm sido boas”.
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