'CHARLIE HEBDO'
PUBLICA BIOGRAFIA DE MAOMÉ EM BD
Diário de Notícias, Quinta-feira 3 de Janeiro de 20l3
POLÉMICA
A revista satírica francesa explica que se trata de uma obra educativa para dar a conhecer a vida do profeta do islão
A revista satírica francesa Charlie Hebdo, que tem publicadas várias caricaturas do profeta Maomé, começou ontem a publicar uma biografia de banda desenhada do fundador do islamismo. Este primeiro volume pode ser adquirido também através do site da revista e custa seis euros.
O editor da revista semanal afirma que a obra, intitulado A Vida de Maomé é um trabalho educativo
feito a partir de uma investigação de um sociólogo franco-tunisino. "É uma biografia autorizada pelo islão uma vez que foi editada por muçulmanos", diz Stéphane Charbonnier, que também fez as ilustrações do livro, citado pela agência France Press. "Não penso que os muçulmanos encontrem nada inapropriado" no livro.
Charbonnier explica ter tido a ideia de fazer este livro em 2006, quando um jornal dinamarquês publicou as polémicas caricaturas de Maomé, mais tarde republicadas pela Charlie Hebdo, o que desencadeou violentos protestos em vários países muçulmanos.
"Antes de nos rirmos com uma personagem, devemos conhecê-la. Por muito que saibamos da vida de Jesus, não sabemos nada sobre Maomé", diz. E isto, o responsável, não é admissível na França, onde o islamismo é a segunda maior religião. Por isso, apesar do humor, o livro tem um carácter pedagógico. "Se a forma parecerá blasfema para alguns, o fundo é perfeitamente halal [termo que define algo que está de acordo com o islão]", afirma Charb no texto de apresentação da biografia, no site da revista. E justifica:
"Maomé é o profeta dos muçulmanos, mas para os outros é uma personagem histórica ou até uma lenda. Podemos caricaturar Maomé como caricaturamos Jesus, Napoleão ou Zorro,"
O Charlie Hebdo entrevistou ainda o filósofo Abdennour Bidarm, especialista em assuntos do islão, que explica que "não há no Alcorão nenhuma interdição explícita" de representação de Maomé. Trata-se antes de uma decisão de teólogos que se baseia na transcendência do Profeta para afirmar que qualquer representação sua iria transformá-lo num ídolo, o que seria logo um sacrilégio.
O Charlie Hebdo tem uma já considerável tradição de desafio ao islão, publicando em várias ocasiões caricaturas de Maomé. Em Setembro, a revista publicou caricaturas de Maomé nú, em resposta aos protestos violentos em várias países muçulmanos por causa de um filme norte-americano de baixo orçamento considerado insultuoso para o profeta. Nessa altura, as instalações da Charlie Hebdo foram atingidas com uma bomba incendiária e o seu site foi pirateado. Charbonníer recebeu várias ameaças de morte e tem desde então protecção policial.
Para a revista esta é, claramente, uma questão de liberdade de expressão: "Se nos começarmos a questionar se temos ou não o direito a desenhar Maomé, ou se é perigoso fazê-lo, a questão seguinte vai ser se podemos representar os muçulmanos num jornal. E depois talvez nos questionemos se podemos representar seres humanos, etc. No final, não poderemos representar nada. E um punhado de radicais que se mobilizaram pelo mundo e na França terão ganho", afirmou na altura Charb, em declarações à rádio RTL.
M.J.C., com agências
O Charlie Hebdo entrevistou ainda o filósofo Abdennour Bidarm, especialista em assuntos do islão, que explica que "não há no Alcorão nenhuma interdição explícita" de representação de Maomé. Trata-se antes de uma decisão de teólogos que se baseia na transcendência do Profeta para afirmar que qualquer representação sua iria transformá-lo num ídolo, o que seria logo um sacrilégio.
O Charlie Hebdo tem uma já considerável tradição de desafio ao islão, publicando em várias ocasiões caricaturas de Maomé. Em Setembro, a revista publicou caricaturas de Maomé nú, em resposta aos protestos violentos em várias países muçulmanos por causa de um filme norte-americano de baixo orçamento considerado insultuoso para o profeta. Nessa altura, as instalações da Charlie Hebdo foram atingidas com uma bomba incendiária e o seu site foi pirateado. Charbonníer recebeu várias ameaças de morte e tem desde então protecção policial.
Para a revista esta é, claramente, uma questão de liberdade de expressão: "Se nos começarmos a questionar se temos ou não o direito a desenhar Maomé, ou se é perigoso fazê-lo, a questão seguinte vai ser se podemos representar os muçulmanos num jornal. E depois talvez nos questionemos se podemos representar seres humanos, etc. No final, não poderemos representar nada. E um punhado de radicais que se mobilizaram pelo mundo e na França terão ganho", afirmou na altura Charb, em declarações à rádio RTL.
M.J.C., com agências
Stéphane Charbonnier, que assina Charb
AMANHÃ:
BDpress #390
'CHARLIE' E A FÁBRICA DE SÁTIRAS AO ISLÃO
Ana Filipe Silveira no Diário de Notícias de 5 de Janeiro de 2013
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