Pasquale Del Vecchio - em caricatura de Bira Dantas
ENTREVISTA
DE JOSÉ CARLOS FRANCISCO
COM PASQUALE DEL VECCHIO
AUTOR CONVIDADO
PARA A 1ª MOSTRA DO CLUBE TEX PORTUGAL
EM ANADIA DE 15 A 17 DE AGOSTO
Tex em Anadia, desenhado por Pasquale Del Vecchio
Começou a trabalhar nos fumetti colaborando na revista 1984 e no Giornalino. Em 1991 desenhou, com Davide Toffolo, Memphis Blue, uma história escrita por Daniele Brolli, para as páginas de Cyborg.
Posteriormente, foi contactado pela Sergio Bonelli Editore, que lhe encomendou uma história para Zona X, mas nunca publicada. A estreia oficial na editora da Via Buonarroti teve lugar em 1993 nas páginas de Nick Raider e dois anos depois, com uma nova história para Zona X. De seguida, Del Vecchio entrou para a equipa da série Napoleone (também da SBE) e com o fim dessa série, passa a trabalhar como desenhador de Tex.
As suas primeiras pranchas do ranger foram as de Soldi Sporchi (dinheiro sujo) (TEX #561 e #562), com argumento de Claudio Nizzi.
EIS O TEXTO:
O Clube Tex Portugal realiza, em Anadia, de 15 a 17 de Agosto próximo a 1ª Mostra do Clube Tex Portugal e traz pela primeira vez Pasquale Del Vecchio ao nosso país, motivo mais que suficiente para esta nova entrevista do blogue português de Tex com o autor italiano que estará presente na capital da Bairrada nos dias 15, 16 e 17 de Agosto.
Para além da presença de Pasquale Del Vecchio, o mui nobre MUSEU DO VINHO BAIRRADA, local do evento, terá também uma mostra pessoal de Pasquale Del Vecchio com a exposição de várias pranchas inéditas da história, escrita por Roberto Recchioni, para o Color Tex de 2015 e dela constarão cerca de duas dezenas de pranchas deste que é na actualidade um dos mais conceituados desenhadores do Ranger.
Caro Pasquale, você estará presente em Portugal, numa exposição do Clube Tex Portugal, na cidade de Anadia. O que representa para si esse acontecimento que contará com a sua presença num País estrangeiro?
Pasquale Del Vecchio: Eu estou muito feliz e honrado por fazer parte da exposição de Tex em Anadia. É muito bom saber que Tex também faz sucesso em Portugal.
O que o convenceu, sendo um autor de fama mundial, a aceitar um convite tão incomum?
Pasquale Del Vecchio: A possibilidade de representar Tex em Portugal e a curiosidade de conhecer um novo público.
Quais são as suas expectativas em relação à 1ª Mostra do Clube Tex Portugal?
Pasquale Del Vecchio: Eu estou convencido de que encontrarei um público muito interessado e caloroso, e um ambiente certamente espectacular.
Tem algum contacto com a BD feita em Portugal? Conhece algum autor como, por exemplo, E. T. Coelho, que inclusivamente morou e trabalhou por muito tempo em Itália, e é considerado por muitos como o melhor desenhador de quadradinhos portugueses de todos os tempos?
Pasquale Del Vecchio: Confesso que, infelizmente, conheço pouco, e espero que a visita a Portugal possa preencher essa grave lacuna. Eu vi alguns trabalhos de Coelho, um desenhador bastante interessante, clássico e sugestivo.
Vamos alargar um pouco o horizonte da entrevista: o que o fez entrar para a indústria dos quadradinhos?
Pasquale Del Vecchio: A paixão pela BD e pelo desenho foi o motor principal. Eu sempre desenhei, e contar por imagens foi uma necessidade que se transformou, quase automaticamente, em profissão.
Como analisa a evolução da sua carreira?
Pasquale Del Vecchio: Eu não saberia responder a essa pergunta de modo objectivo. No início da minha carreira eu era atraído por desenhadores/autores muito distantes do meu modo actual de desenhar. Eu apreciava Muñoz, Pazienza, Corben. Depois, com o passar do tempo, a minha atenção se dirigiu a um desenho mais clássico. A evolução frequentemente também é ligada às personagens ou às BDs que se está a desenhar. Um ponto importante certamente foi o meu trabalho com a série Napoleone.
Você tem consciência de que é um dos melhores desenhadores de Tex e que os leitores sempre têm grandes expectativas em relação aos seus trabalhos?
Pasquale Del Vecchio: Não tenho consciência disso, absolutamente, e também não acredito (risada irónica).
No que está a trabalhar actualmente?
Pasquale Del Vecchio: Actualmente estou a trabalhar para um Color Tex, com guião de Roberto Recchioni. Uma história envolvente e cheia de golpes de cena, e nela Tex é acompanhado pelos seus três pards.
O que sentiu quando recebeu o convite para desenhar o Color Tex?
Pasquale Del Vecchio: No início um pouco de preocupação, porque em Tex eu sou muito ligado ao preto e branco e às atmosferas que essa técnica consegue evocar. Em seguida, ao conversar com Mauro Boselli, decidi não economizar no uso do preto, como geralmente acontece quando se trabalha para o mercado francês, e efectuar uma colorização bastante suave e complementar ao desenho. Veremos.
Como se forma um desenhador do seu calibre?
Pasquale Del Vecchio: Com muito desenho e muita paixão por este trabalho. É necessária uma certa apetência para o desenho, mas essa deve ser sustentada por um duro trabalho quotidiano. E ser curioso, não se limitar somente à BD, mas buscar outras formas expressivas, que de algum modo possam sugestionar o trabalho.
De que modo imagina que pode conseguir trazer novos leitores para Tex?
Pasquale Del Vecchio: O modo mais simples é o dos laços familiares: pais, irmão, irmãs, noiva, tias... agora elas também lêem histórias de Tex.
Como avalia o seu trabalho em relação ao passado?
Pasquale Del Vecchio: Eu sempre tive um relacionamento conflituoso com o trabalho recém-concluído. Eu só vejo os defeitos, as coisas que não saem bem. Para avaliar o meu trabalho é preciso deixar o tempo passar, ele deve se sedimentar. Eu penso que, com o tempo, o meu trabalho tornou-se mais maduro, mas tenho algumas dúvidas.
Na sua visão, qual foi o seu melhor trabalho com Tex? E o mais difícil?
Pasquale Del Vecchio: O mais difícil, sem dúvida, foi o primeiro (Dinheiro Sujo e Salvamento Heróico, história em dois volumes), por ser o primeiro impacto com a personagem e com a nova ambientação de faroeste. O meu preferido creio que foi o seguinte (A Revolta dos Cheyennes e Três Dias de Cão, também em dois volumes).
Há alguma história de Tex feita por outro autor e que você gostaria de ter feito?
Pasquale Del Vecchio: A de Ticci no Grande Norte (Flechas Pretas Assassinas, Tambores de Guerra), mas é melhor que ela tenha sido desenhada por ele. Eu jamais conseguiria fazer tal obra-prima.
Se lhe fosse proposto desenhar novamente uma aventura clássica de Tex feita, por exemplo, por autores como Galep ou Lettèri, como você acha que enfrentaria a tarefa? E qual história desses autores escolheria?
Pasquale Del Vecchio: Além da já citada história de Ticci e Gianluigi Bonelli, eu recordo-me de uma, desenhada por Nicolò e focada na caçada a um cavalo negro com uma estrela na testa, cujo título era Silver Star, o Corcel Sagrado.
O que representa Tex para si e qual a importância dele na sua vida?
No que está a trabalhar actualmente?
Pasquale Del Vecchio: Actualmente estou a trabalhar para um Color Tex, com guião de Roberto Recchioni. Uma história envolvente e cheia de golpes de cena, e nela Tex é acompanhado pelos seus três pards.
O que sentiu quando recebeu o convite para desenhar o Color Tex?
Pasquale Del Vecchio: No início um pouco de preocupação, porque em Tex eu sou muito ligado ao preto e branco e às atmosferas que essa técnica consegue evocar. Em seguida, ao conversar com Mauro Boselli, decidi não economizar no uso do preto, como geralmente acontece quando se trabalha para o mercado francês, e efectuar uma colorização bastante suave e complementar ao desenho. Veremos.
Como se forma um desenhador do seu calibre?
Pasquale Del Vecchio: Com muito desenho e muita paixão por este trabalho. É necessária uma certa apetência para o desenho, mas essa deve ser sustentada por um duro trabalho quotidiano. E ser curioso, não se limitar somente à BD, mas buscar outras formas expressivas, que de algum modo possam sugestionar o trabalho.
De que modo imagina que pode conseguir trazer novos leitores para Tex?
Pasquale Del Vecchio: O modo mais simples é o dos laços familiares: pais, irmão, irmãs, noiva, tias... agora elas também lêem histórias de Tex.
Como avalia o seu trabalho em relação ao passado?
Pasquale Del Vecchio: Eu sempre tive um relacionamento conflituoso com o trabalho recém-concluído. Eu só vejo os defeitos, as coisas que não saem bem. Para avaliar o meu trabalho é preciso deixar o tempo passar, ele deve se sedimentar. Eu penso que, com o tempo, o meu trabalho tornou-se mais maduro, mas tenho algumas dúvidas.
Na sua visão, qual foi o seu melhor trabalho com Tex? E o mais difícil?
Pasquale Del Vecchio: O mais difícil, sem dúvida, foi o primeiro (Dinheiro Sujo e Salvamento Heróico, história em dois volumes), por ser o primeiro impacto com a personagem e com a nova ambientação de faroeste. O meu preferido creio que foi o seguinte (A Revolta dos Cheyennes e Três Dias de Cão, também em dois volumes).
Há alguma história de Tex feita por outro autor e que você gostaria de ter feito?
Pasquale Del Vecchio: A de Ticci no Grande Norte (Flechas Pretas Assassinas, Tambores de Guerra), mas é melhor que ela tenha sido desenhada por ele. Eu jamais conseguiria fazer tal obra-prima.
Se lhe fosse proposto desenhar novamente uma aventura clássica de Tex feita, por exemplo, por autores como Galep ou Lettèri, como você acha que enfrentaria a tarefa? E qual história desses autores escolheria?
Pasquale Del Vecchio: Além da já citada história de Ticci e Gianluigi Bonelli, eu recordo-me de uma, desenhada por Nicolò e focada na caçada a um cavalo negro com uma estrela na testa, cujo título era Silver Star, o Corcel Sagrado.
O que representa Tex para si e qual a importância dele na sua vida?
Pasquale Del Vecchio: Tex é a BD com a qual eu cresci e com a qual agora trabalho. Uma constante na minha vida.
Sim, Tex é uma personagem importante na sua carreira, sem dúvida. Você consegue imaginar-se a desenhá-lo durante 10 ou 20 anos, ou pretende um dia tentar algo novo? Você tem em mente algum projecto que gostasse de realizar no futuro?
Pasquale Del Vecchio: Por esconjuro, é melhor não falar de projectos ou sonhos. De todo modo, ainda estar a desenhar Tex daqui a dez ou mais anos, parece-me um óptimo augúrio.
Para encerrar, gostaria de deixar alguma mensagem aos seus admiradores que irão a Anadia?
Pasquale Del Vecchio: Espero encontrar muitos admiradores do mítico Ranger em Anadia. Até breve.
Pasquale, agradecemos muitíssimo pelo tempo que nos dedicou.
Nota do editor do Kuentro: o texto desta entrevista foi revisto e corrigido por nós, nomeadamente na questão do famigerado Aborto Ortográfico em vigor, que o Kuentro não aceita nem pratica, senão quando se reproduzem textos já publicados em jornais ou revistas!
ALGUMAS PRANCHAS DE DEL VECCHIO
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