XI EDIÇÃO DO FESTIVAL INTERNACIONAL
DE BANDA DESENHADA
“LUANDA CARTOON”
COM A PRESENÇA DE NUNO SARAIVA
Foi inaugurado no Instituto Camões de Luanda, na passada sexta-feira, dia 22 de Agosto, o XI Luanda Cartoon – Festival Internacional de Banda Desenhada. A inauguração contou com a presença de diversos autores-ilustradores que mostraram o seu trabalho a todos os presentes interessados. Segundo uma nota enviada à imprensa, ao todo participarão 24 autores-ilustradores, entre os quais nove estrangeiros.
O ilustrador e autor de banda desenhada português Nuno Saraiva, esteve presente no primeiro fim-de-semana desta edição do Luanda Cartoon, que terminará a 22 de Setembro. Em Luanda, Nuno Saraiva expõe cerca de 20 trabalhos, nomeadamente a BD No Céu como na Terra, publicada semanalmente no semanário Sol, e ilustrações de O Soldado Milhões, da editora Pato Lógico. Realizou ainda duas oficinas de trabalho e participou em debates e conferências diárias, onde apresentou o seu trabalho e falando sobre o actual universo da banda desenhada e ilustração portuguesa.
O ilustrador e autor de banda desenhada português Nuno Saraiva, esteve presente no primeiro fim-de-semana desta edição do Luanda Cartoon, que terminará a 22 de Setembro. Em Luanda, Nuno Saraiva expõe cerca de 20 trabalhos, nomeadamente a BD No Céu como na Terra, publicada semanalmente no semanário Sol, e ilustrações de O Soldado Milhões, da editora Pato Lógico. Realizou ainda duas oficinas de trabalho e participou em debates e conferências diárias, onde apresentou o seu trabalho e falando sobre o actual universo da banda desenhada e ilustração portuguesa.
Nuno Saraiva, tendo à sua esquerda os irmãos Olimpio e Lindomar de Sousa, no dia da inauguração
Lindomar de Sousa durante a inauguração, no Instituto Camões
A presente edição tem como tema Kianda [deusa das águas da mitologia angolana] e incluiu exposições de caricatura e banda desenhada, exibições de cinema de animação em 2D e 3D, realização de workshops dirigidos a profissionais e amadores e o lançamento da IV edição do fanzine BDLP (Banda Desenhada em Língua Portuguesa) da responsabilidade do Estúdio Olindomar em Angola e do Grupo Extractus em Portugal.
Kianda - visão moderna da deusa das águas, ilustração para o cartaz deste ano do Luanda Cartoon
Os três números do fanzine CPLP - capas completas
OLIMPIO DE SOUSA: "A BANDA DESENHADA É FONTE PRIMORDIAL DA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS"
Olímpio de Sousa, um dos mentores do Festival, falou para diversos meios de comunicação social sobre a situação actual da banda desenhada em Angola:
"O público aumentou, a cada ano melhorámos o trabalho, mas não esperávamos a quantidade de pessoas que vieram ao festival".
A ideia do Festival surgiu com os irmãos Olímpio e Lindomar de Sousa, tendo em vista a promoção de exposições de BD e cartoon em Luanda. No início o festival não era internacional, mas à medida que se foi tornando conhecido – até no estrangeiro – os organizadores optaram por internacionalizar o evento, recorrendo a convites de autores-ilustradores estrangeiros.
Foram convidados já alguns autores de renome mundial como os irmãos Fábio Moon e Gabriel Ba, Ali Sassaroli, João Mascarenhas, entre outros. Como já se sabe, este ano o grupo convidou o autor e ilustrador português Nuno Saraiva.
Sendo a banda desenhada um meio de comunicação de massas, depende da publicação dos trabalhos. "Infelizmente ainda existe em Angola o problema das gráficas, a praticarem preços muito altos, dificultando a divulgação de trabalhos de diversos autores, explica Olímpio: "O momento é bom porque estamos a crescer, cada dia que passa surgem novos autores, existe a escola de banda desenhada onde é o nosso maior ponto de formação, e que tem contribuído para o desenvolvimento da BD em Angola.
"Hoje existem outras plataformas como a internet, os jornais, etc, mas a publicação de determinadas obras por meio das editoras ainda não é uma realidade. Nós temos apenas o estúdio Lindomar que actualmente publica obras da maior parte dos autores angolanos mas o ideal seria termos mais editoras a publicar", diz o ilustrador.
Um dos objectivos do grupo é levar o festival para outras províncias [angolanas]. O festival já passou pela província do Lubango, aquando do Lubango Cartoon 2013 e tendo em conta a aderência igual ou superior à da capital, sentindo-se a necessidade repetir o feito: "deixar o festival apenas em Luanda é não termos a oportunidade de conquistar um outro público".
Projectos futuros
Em Dezembro o grupo vai lançar um livro intitulado "Os três amigos", que marca o vigésimo aniversário da amizade de três ilustradores e autores que fundaram o festival, Olímpio de Sousa, Lindomar de Sousa e Tiago Gourgel. Haverá também uma festa da banda desenhada angolana em Portugal no mês de Outubro, onde o evento contará com a presença de sete artistas angolanos a convite da Câmara Municipal de Amadora.
Maiores inspirações
As estórias em quadrinhos, da infância dos autores, passaram pela famosa "Turma da Mónica", o produto lusófono muito consumido em Angola, influenciando várias gerações, e Olimpio não ficou imune a essa experiência: o maior trabalho do grupo, a banda desenhada "Cabetula", segue o formato da Turma da Mónica no ponto de vista de edição.
Da banda desenhada para Animação 2D e 3D
"Existem grandes animadores 2D e 3D em Angola, infelizmente ainda não existe um formato de divulgação na televisão ou no cinema, explica o autor". Trabalho que envolve uma equipa grande e que requer também um financiamento à medida. "Continua-se a importar desenhos animados do estrangeiro, financiando projectos que não são nossos. Se as nossas empresas financiarem estúdios locais, será uma mais valia, pois os trabalhos nacionais possuem um carácter sócio-cultural forte e intrínseco à realidade angolana.
A ideia do Festival surgiu com os irmãos Olímpio e Lindomar de Sousa, tendo em vista a promoção de exposições de BD e cartoon em Luanda. No início o festival não era internacional, mas à medida que se foi tornando conhecido – até no estrangeiro – os organizadores optaram por internacionalizar o evento, recorrendo a convites de autores-ilustradores estrangeiros.
Foram convidados já alguns autores de renome mundial como os irmãos Fábio Moon e Gabriel Ba, Ali Sassaroli, João Mascarenhas, entre outros. Como já se sabe, este ano o grupo convidou o autor e ilustrador português Nuno Saraiva.
Sendo a banda desenhada um meio de comunicação de massas, depende da publicação dos trabalhos. "Infelizmente ainda existe em Angola o problema das gráficas, a praticarem preços muito altos, dificultando a divulgação de trabalhos de diversos autores, explica Olímpio: "O momento é bom porque estamos a crescer, cada dia que passa surgem novos autores, existe a escola de banda desenhada onde é o nosso maior ponto de formação, e que tem contribuído para o desenvolvimento da BD em Angola.
"Hoje existem outras plataformas como a internet, os jornais, etc, mas a publicação de determinadas obras por meio das editoras ainda não é uma realidade. Nós temos apenas o estúdio Lindomar que actualmente publica obras da maior parte dos autores angolanos mas o ideal seria termos mais editoras a publicar", diz o ilustrador.
Um dos objectivos do grupo é levar o festival para outras províncias [angolanas]. O festival já passou pela província do Lubango, aquando do Lubango Cartoon 2013 e tendo em conta a aderência igual ou superior à da capital, sentindo-se a necessidade repetir o feito: "deixar o festival apenas em Luanda é não termos a oportunidade de conquistar um outro público".
Projectos futuros
Em Dezembro o grupo vai lançar um livro intitulado "Os três amigos", que marca o vigésimo aniversário da amizade de três ilustradores e autores que fundaram o festival, Olímpio de Sousa, Lindomar de Sousa e Tiago Gourgel. Haverá também uma festa da banda desenhada angolana em Portugal no mês de Outubro, onde o evento contará com a presença de sete artistas angolanos a convite da Câmara Municipal de Amadora.
Maiores inspirações
As estórias em quadrinhos, da infância dos autores, passaram pela famosa "Turma da Mónica", o produto lusófono muito consumido em Angola, influenciando várias gerações, e Olimpio não ficou imune a essa experiência: o maior trabalho do grupo, a banda desenhada "Cabetula", segue o formato da Turma da Mónica no ponto de vista de edição.
Da banda desenhada para Animação 2D e 3D
"Existem grandes animadores 2D e 3D em Angola, infelizmente ainda não existe um formato de divulgação na televisão ou no cinema, explica o autor". Trabalho que envolve uma equipa grande e que requer também um financiamento à medida. "Continua-se a importar desenhos animados do estrangeiro, financiando projectos que não são nossos. Se as nossas empresas financiarem estúdios locais, será uma mais valia, pois os trabalhos nacionais possuem um carácter sócio-cultural forte e intrínseco à realidade angolana.
Segundo Olímpio, as crianças acabam por ser influenciadas por outras culturas, o que não é mau se a influência for algo positivo. "Não podemos certificar se aquilo que a criança consome em termos de animação, é uma influência boa, as crianças acabam por ter um jeito de falar que não é o nosso, acabam por ter comportamentos que não são nossos, e por assistir a horas e horas de produtos de outras culturas.
Inverter essa situação está nas mãos dos nossos apoios financeiros e institucionais tendo em conta que a banda desenhada e a animação são fontes primordiais da educação das crianças.
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