terça-feira, 19 de agosto de 2014

1ª MOSTRA DE TEX NA ANADIA – A REPORTAGEM POSSÍVEL


1ª MOSTRA DE TEX NA ANADIA
A REPORTAGEM POSSÍVEL

Aqui fica a reportagem possível do Kuentro sobre a 1ª Mostra do Clube Tex Portugal e que, como não pudemos lá estar, foi sacada do Tex Willer Blog, de José Carlos Francisco – excerto do texto (com algumas correcções nossas) e algumas das fotos – com a devida vénia.

Por José Carlos Francisco e Pedro Cleto (texto) e Joana Gonçalves, José Carlos Francisco, Marco Guerra e Orlando Santos Silva (fotos) 


A 1ª Mostra do Clube Tex Portugal, organizada pelo clube com o mesmo nome, abriu as portas ao mundo do Ranger, na passada sexta-feira, dia 15 de Agosto, pelas 15.30 horas, no interior do magnífico Museu do Vinho Bairrada, em plena Anadia e com a importante presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Anadia, o Engenheiro Jorge Sampaio, que com esta sua presença veio dignificar e ao mesmo tempo mostrar a consideração e relevo dado pelo Município de Anadia a esta 1ª Mostra do Clube Tex Portugal


Discursos, mas também muita animação e sobretudo uma grande afluência de público fizeram parte do programa de abertura do evento, levado a cabo na região bairradina, que congrega os fãs de Tex Willer, personagem criada em 1948 por Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini, sendo este o único clube português dedicado exclusivamente a um herói da BD, e o primeiro clube oficial de Tex no mundo, devidamente autorizado pela Sergio Bonelli Editore.

O evento que durante os seus três dias contou com a presença de Pasquale Del Vecchio, desenhador de banda desenhada italiano, dos quadros da Sergio Bonelli Editore – que pela primeira vez se deslocou a Portugal, integrado na exposição que revelou em estreia absoluta duas dezenas de pranchas do Color Tex, que Del Vecchio está a preparar para ser lançado em Itália no próximo ano e cujo título provisório é “Ore di piombo” (“Horas de chumbo“) com argumento de Roberto Recchioni e onde os quatro pards estarão envolvidos numa história de vingança e justiça, forçados a lutar contra o tempo para salvar uma família na mira de bandidos sem escrúpulos –, tendo um estrondoso sucesso, como provam os inúmeros elogios ao evento, mas sobretudo a excelente afluência de público que rondou as três centenas de pessoas.

O acontecimento bairradino, apresentou um programa diversificado e muito rico (havendo quem o considerasse um verdadeiro Salão de BD*) que incluiu conversas, conferências, aulas de desenho, sessões de autógrafos e de desenho ao vivo, para além de workshops com o desenhador italiano, mas também com obras publicadas no mercado francófono, como a série em curso Les Montefiore.

No sábado foi também exibido o filme Tex Willer e os Senhores do Abismo, de Duccio Tessari, a única adaptação cinematográfica do western mais antigo da BD em publicação. Para além de tudo isso houve ainda duas tertúlias à mesa (jantar no sábado e almoço no domingo), igualmente com a presença de Del Vecchio e numerosa participação como as fotografias que ilustram este texto o documentam.

De modo a dar mais cor e brilho à exposição, foram também expostos inúmeros itens relacionados a Tex e ao seu mundo, com especial relevo para livros e revistas de diversos países de alguma raridade, para além de diversas estátuas, estatuetas e bonecos do Ranger e demais personagens da série assim como muitos outros itens que deliciaram os visitantes, em especial os fãs e coleccionadores de Tex.

Os visitantes, que puderam igualmente visitar gratuitamente as exposições “Amália”, com objectos pessoais da diva do fado, “Fado – Património da Humanidade” e “Vinho e Fado”, puderam trazer uma reprodução, devidamente autografada, da ilustração feita por Del Vecchio para a ocasião, que colocou o Ranger em frente à Câmara Municipal da Anadia, assim como em muitos casos um verdadeiro desenho feito na hora por Del Vecchio que, deste modo, enriqueceu a colecção de dezenas de fãs de Tex que levaram para casa um desenho original e exclusivo.

Após os discursos de ocasião, seguiu-se uma visita guiada pelo próprio Del Vecchio, à exposição dedicada ao seu Color Tex, seguida pela inevitável sessão de autógrafos onde Pasquale cativou toda a gente com a sua simpatia e simplicidade, nunca negando um autógrafo, um sorriso, uma foto ou um desenho às dezenas de ávidos texianos (e não só) que o rodeavam durante as sessões de autógrafos (bem demoradas), assim como nos mais inusitados locais, devido ao constante assédio que sofreu por parte dos seus fãs, levando-o a ter que desenhar diariamente até ao horário de encerramento do Museu… uma verdadeira lição de profissionalismo e de humildade!

O discurso de abertura, do Presidente José Carlos Francisco, do Clube Tex Portugal...

Pasquale Del Vecchio nos autógrafos...

Pasquale Del Vecchio e um fã, com o respectivo autógrafo desenhado...


(*) Nota do Kuentro: Depois de uma oportuna notificação de Leonardo de Sá, sobre o que é um "Salão..." tivemos que inflectir sobre esta designação: na realidade, um Salão é composto por "diversos autores" e "diversas coisas", pelo que, na melhor das hipóteses, esta iniciativa pode vir, por ventura, a dar origem a um verdadeiro Salão, desde que cumpridos os requisitos para tal. Isto, desde que, como também nos notificou Jorge Magalhães, a coisa seja organizada sempre no mesmo sítio (e a Anadia é o sítio ideal), pois as mudanças de "sede" podem vir a manifestar-se prejudiciais à organização de um evento com essa natureza... 
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Como, não faço a mínima ideia porquê, os comentários estão a ficar disponíveis no blogue apenas para quem tenha o Google+ e invisíveis para os outros leitores que não o tenham, vou colocar aqui em rodapé os comentários recebidos até conseguir desbloquear o problema.

Geraldes Lino, 21/08/2014

Ontem fiz aqui um comentário mas não ficou registada. Porquê? Mistério.

O que aqui escrevi, e vou tentar repetir, foi o seguinte (mas agora vou escrever pouco, para o caso de não ser aceite: quanto a esse argumento de que para ser um Salão tem de ser composto por diversos autores e diversas coisas, vamos por partes.
Quanto a diversas coisas, quem analisar o programa verá que ele se compôs de: 1) Exposição de BD, com pranchas inéditas e originais; 2) Presença de um autor estrangeiro durante os três dias do evento; 3) Várias sessões de autógrafos; 3) Dois workshops; 4) 2 mesas redondas, uma coordenada pelo Pedro Cleto,outra pelo João Miguel Lameiras. Não foi pouco.
Quanto a ser necessária apresença de diversos autores para poder ser considerado um Salão BD: vamos relembrar o Festival de Banda Desenhada de Lisboa, organizado pelo Clube Português de Banda Desenhada: se em Março de 1982, 1ª edição do evento, estiveram três autores (Jean Giraud/Moebius, Jean Claude Forêst e Danie Dubos, no ano seguinte só esteve Jesús Blasco, em 1984 esteva apenas Antonio Hernandez Palacios, em 1985 esteve sozinho Bilal (estou a citar de memória, pode estar a falhar algum pormenor) mas houve apenas um autor em cada ano.
Com o devido respeito em relação àopinião de que para ser um Salão BD dceve ser sempre organizado no mesmo local, permito-me lembrar que o Festival BD de Lisboa começou na FIL-Feira Internacional de Lisboa, passou pelo Fórum Picoas, pelo hall da Rádio renascença e, finalmente, realizou-se durante alguns anos no Palácio da Independência; o saudoso Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto começou na Casa D. Hugo (lá no alto, ao pé,ou à beira, da Sé), passou para a Avenida dos Aliados, com apoio no espaço dos Correios, e acabou no que se chamava Mercado Ferreira Borges. Mas um exemplo mais representativo tem a ver com o espanhol Salò del Còmic de Barcelona, que teve início numa Feira Internacional de Amostras (tipo FIL), passou pelos edifícios das Atarazanas, esteve provisoriamente no piso superior de um enorme stand de automóveis e passou a ser na Estaciò de França, com vista para os comboios (julgo que ainda lá se realiza, há muitos anos que deixei de lá ir), isto na poderosa Espanha, em especialna rica Catalunha. E ninguém põe em dúvida que se trata do Salão mais importante realizado pelos espanhois.
G.Lino

J. Machado-Dias, 21/08/2014

Caríssimo Geraldes Lino,

Em primeiro lugar: se enviaste um comentário que não ficou registado, aconteceu por qualquer problema a que, como moderador dos comentários, sou alheio. Dou “ordem” de publicação a todos os comentários, excepto aqueles que são ofensivos para alguém, anónimos, etc...

Em segundo, referes-te ao Festival de Lisboa, do Porto e ao Salão de Barcelona, todos realizados sempre na mesma cidade, embora tenho mudado de instalações várias vezes, o mesmo acontecendo com o da Amadora, já agora. Ora, o que o Jorge Magalhães sugere é que a Mostra, Salão, o que lhe seja chamado, seja sempre na mesma cidade, não quer dizer que seja sempre no Museu do Vinho Bairrada. E isto por uma questão de custos e de logística.

Jorge Magalhães, 22/08/2014

Caros Jorge e Geraldes,

Na carta aberta que dirigi no meu blogue ao Clube Tex Portugal, a propósito deste assunto, pus algumas dúvidas à realização de um Salão itinerante (no caso da sua mostra adoptar futuramente esse nome), já que, segundo julgo, é intenção dos responsáveis do Clube realizar no próximo ano exposições em duas localidades distintas, sendo uma delas, de novo, Anadia. Salão itinerante, bem entendido, não é aquele que se realiza no mesmo local, em espaços/estruturas diferentes, mas o que se transfere periodicamente de localidade – e não conheço nenhum exemplo, entre os Salões principais espalhados por vários países, que obedeça a esse critério. Portanto, Salões itinerantes, pura e simplesmente, não existem...
Deixo bem claro que foi isto que eu quis dizer, em apoio da minha tese. Sei perfeitamente que muitos Festivais de BD já mudaram algumas vezes de sítio, mas dentro do seu próprio espaço urbano, pois estão sempre ligados ao nome da localidade que os acolhe e promove. Aos exemplos citados por Geraldes Lino acrescem muitos outros, entre eles os de Moura, Sobreda ou mesmo Amadora, cujo Festival já decorreu na extinta Fábrica da Cultura.
Se um dos próximos eventos do Clube Tex Portugal (mesmo com o nome de Salão ou Festival) se realizar novamente em Anadia, poderá, até, já não ter como cenário a mesma instituição, o Museu do Vinho Bairrada. Quem duvida disso? Mas não se tornará certamente um Salão itinerante... se quiser ter futuro, ficando ligado ao seu município.
Nisso, eu e o Machado-Dias estamos de acordo.

Jorge Magalhães

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2 comentários:

  1. Ontem fiz aqui um comentário mas não ficou registada. Porquê? Mistério.

    O que aqui escrevi, e vou tentar repetir, foi o seguinte (mas agora vou escrever pouco, para o caso de não ser aceite: quanto a esse argumento de que para ser um Salão tem de ser composto por diversos autores e diversas coisas, vamos por partes.
    Quanto a diversas coisas, quem analisar o programa verá que ele se compôs de: 1) Exposição de BD, com pranchas inéditas e originais; 2) Presença de um autor estrangeiro durante os três dias do evento; 3) Várias sessões de autógrafos; 3) Dois workshops; 4) 2 mesas redondas, uma coordenada pelo Pedro Cleto,outra pelo João Miguel Lameiras. Não foi pouco.
    Quanto a ser necessária apresença de diversos autores para poder ser considerado um Salão BD: vamos relembrar o Festival de Banda Desenhada de Lisboa, organizado pelo Clube Português de Banda Desenhada: se em Março de 1982, 1ª edição do evento, estiveram três autores (Jean Giraud/Moebius, Jean Claude Forêst e Danie Dubos, no ano seguinte só esteve Jesús Blasco, em 1984 esteva apenas Antonio Hernandez Palacios, em 1985 esteve sozinho Bilal (estou a citar de memória, pode estar a falhar algum pormenor) mas houve apenas um autor em cada ano.
    Com o devido respeito em relação àopinião de que para ser um Salão BD dceve ser sempre organizado no mesmo local, permito-me lembrar que o Festival BD de Lisboa começou na FIL-Feira Internacional de Lisboa, passou pelo Fórum Picoas, pelo hall da Rádio renascença e, finalmente, realizou-se durante alguns anos no Palácio da Independência; o saudoso Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto começou na Casa D. Hugo (lá no alto, ao pé,ou à beira, da Sé), passou para a Avenida dos Aliados, com apoio no espaço dos Correios, e acabou no que se chamava Mercado Ferreira Borges. Mas um exemplo mais representativo tem a ver com o espanhol Salò del Còmic de Barcelona, que teve início numa Feira Internacional de Amostras (tipo FIL), passou pelos edifícios das Atarazanas, esteve provisoriamente no piso superior de um enorme stand de automóveis e passou a ser na Estaciò de França, com vista para os comboios (julgo que ainda lá se realiza, há muitos anos que deixei de lá ir), isto na poderosa Espanha, em especialna rica Catalunha. E ninguém põe em dúvida que se trata do Salão mais importante realizado pelos espanhois.
    G.Lino

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  2. Caros Jorge e Geraldes,

    Na carta aberta que dirigi no meu blogue ao Clube Tex Portugal, a propósito deste assunto, pus algumas dúvidas à realização de um Salão itinerante (no caso da sua mostra adoptar futuramente esse nome), já que, segundo julgo, é intenção dos responsáveis do Clube realizar no próximo ano exposições em duas localidades distintas, sendo uma delas, de novo, Anadia. Salão itinerante, bem entendido, não é aquele que se realiza no mesmo local, em espaços/estruturas diferentes, mas o que se transfere periodicamente de localidade – e não conheço nenhum exemplo, entre os Salões principais espalhados por vários países, que obedeça a esse critério. Portanto, Salões itinerantes, pura e simplesmente, não existem...
    Deixo bem claro que foi isto que eu quis dizer, em apoio da minha tese. Sei perfeitamente que muitos Festivais de BD já mudaram algumas vezes de sítio, mas dentro do seu próprio espaço urbano, pois estão sempre ligados ao nome da localidade que os acolhe e promove. Aos exemplos citados por Geraldes Lino acrescem muitos outros, entre eles os de Moura, Sobreda ou mesmo Amadora, cujo Festival já decorreu na extinta Fábrica da Cultura.
    Se um dos próximos eventos do Clube Tex Portugal (mesmo com o nome de Salão ou Festival) se realizar novamente em Anadia, poderá, até, já não ter como cenário a mesma instituição, o Museu do Vinho Bairrada. Quem duvida disso? Mas não se tornará certamente um Salão itinerante... se quiser ter futuro, ficando ligado ao seu município.
    Nisso, eu e o Machado-Dias estamos de acordo.

    Jorge Magalhães

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