sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

TERTÚLIA BD DE LISBOA – ANO XXVII – 344º ENCONTRO DE 5 DE FEVEREIRO DE 2013


TERTÚLIA BD DE LISBOA
ANO XXVII – 344º ENCONTRO
5 DE FEVEREIRO DE 2013 

Mais uma vez não estive presente neste Encontro da TBDL. Daí que me socorra do material divulgado por Geraldes Lino, sacado do seu blogue Divulgando Banda Desenhada. As fotos que se mostram mais abaixo foram gentilmente cedidas por Cristina Costa Amaral.

O Convidado Especial deste Encontro foi o brasileiro Sama (Eduardo Filipe Dutra)

Texto de Geraldes Lino: 

Sendo casado com uma portuguesa, Sama tem estado a residir em Portugal desde fins de 2012 –, no Porto, mais precisamente. [Faltou dizer que esteve presente no Amadora BD'2012, onde lançou em Portugal o seu Cardernos de Sama – Vol I – ver capa mais abaixo].

Daí que lhe tenha feito o desafio para vir até Lisboa (onde já tem amigos), a fim de ser o Convidado Especial da TBDL na primeira 3ª feira do corrente mês.

Sama é o que se pode considerar um autor representativo da nova corrente da arte sequencial [qual das “arte sequênciais”? – ver nota do Kuentro no final do post] brasileira. Apesar de ter uma produção ainda curta, tal não obsta a que se possa apreciar o seu forte estilo gráfico, uma invulgar capacidade temática, e facilidade no desenvolvimento das suas tramas ficcionais.

Prancha de "Mondo Sama", que integra o fanzine Tertúlia BDzine (nº 175), oferecido, como habitualmente, a todos os bedéfilos que participaram no 344º Encontro (Ano XXVII) da Tertúlia BD de Lisboa. 

SAMA 
Autobiografia 

Chamo-me Eduardo Filipe Dutra, nasci em 1972, em Minas Gerais. Fui órfão de pai muito cedo, e minha mãe mudou-se para São Paulo onde vivi até os 10 anos de idade. Com quase 11 anos de idade, após outra perda trágica, o falecimento da minha mãe, mudei-me com meus irmãos para viver no Rio de Janeiro.

Adolescente órfão, cresci nas ruas flertando com o crime, até à época do exército (que no meu caso foi de grande valia).

Ainda na tropa, me envolvi com uma pequena que me apresentou a um grupo de teatro. Gostei daquilo, o namoro com ela acabou mas acabei me casando com o palco e suas histórias...

Estudei jornalismo mas comecei a minha vida profissional trabalhando como ator.

Apesar de sempre praticar o desenho e amar BD, nunca me vi como um profissional, pois na época não havia como me sustentar como artista de BD. Era mais um hobby e permaneceria sendo, até mesmo depois dos prémios que ganhei na 1ª e na 2ª bienal Internacional de Histórias em Quadrinhos.

Só depois que conheci e conversei com o Sr. Will Eisner na sua última visita ao Brasil é que pensei em ganhar a vida como artista de BD.

Após este encontro comecei a ficar um pouco mais frequente em coletânias e fazendo-me notar na ainda tímida cena da BD autoral brasileira...

Mesmo depois do sucesso da minha graphic novel, "A Balada de Johnny Furacão", confesso que ainda não vivo inteiramente como artista de BD, trabalho também com ilustração, cinema e TV...

Destaco outras publicações recentes em que aparecem trabalhos meus de BD:

Irmãos Grimm em Quadrinhos: "O Rei Barbicha"
Revista Piauí: "A Volta dos Que Não Foram"
Revista Golden Shower 1: "Éramos 6" ou "O Cu da Creuza"

Independente disto, estou a escrever e desenhar o meu próximo álbum, que ainda não tem título definido... Trata-se de uma trama de suspense que se passa no Brasil e em Portugal...

Os meus autores preferidos são:
Internacionais: George Harriman com Krazy Kat, Alan Moore, R. Crumb e Carl Barks
Nacional: Carlos Zéfiro e seus catecismos

E sobre como eu assino...

"Sama" (é a minha alcunha), vem de "Samurai", por uma série de razões: porque eu uso pincéis japoneses, e quase não uso lápis... Porque, às vezes também uso bandanas na cabeça e também porque sou fã fervoroso da BD Lobo Solitário (Ito Okami) de Kasuo Koike e Goseki Kojima...

Ainda há gente que acha que "Sama", vem de "Osama Bin Laden", por causa de uma Charge (cartum de contexto político) que fiz relacionada ao WTC 9/11, que acabou vencedora do 15º Salão Carioca de Humor. O trabalho também é conhecido como "Bin Laden Bank" ou "Bradesco Bin Laden".

Eu já era o "Sama" antes, desde 99 mais ou menos, mas tenho que concordar que por causa do prémio, em 2004 o tema ainda era uma referência forte. 


  
Lista de presenças neste 344º Encontro da TBDL 

(Lista elaborada a posteriori e susceptível de ter faltas de nomes; 
por isso agradeço que quem notar alguma, envie comentário): 

1. Adelina Menaia 
2. Álvaro 
3. Ana Martins (1ª vez) 
4. Ana Saúde 
5. Carla Henriques (1ª vez) 
6. Carla Sequeira (1ª vez) 
7. Cristina Amaral 
8. Falcato 
9. Geraldes Lino 
10. Helder Jotta 
11. Hugo Tiago 
12. Inês Ramos 
13. Isabel Viçoso 
14. Joana Andrade 
15. João Amaral 
16. João Figueiredo 
17. João Sequeira "JAS" 
18. João Vidigal 
19. Luísa Sequeira (1ªvez) 
20. Manuel Valente 
21. Miguel Ferreira 
22. Milhano 
23. Moreno, C. 
24. Natalie Woolf (1ª vez) 
25. Nuno Duarte (argumentista) 
26. Nuno Duarte "Outro Nuno" (desenhador) 
27. Nuno Neves "Verbal" 
28. Paulo Amorim 
29. Paulo Costa 
30. Paulo Marques "Estranho" 
31. Pedro Bouça 
32. Pedro Serrazina (1vez) 
33. Potier 
34. Rui Brito (1ª vez) - Nota: Não é o da editora Polvo. 
35. Rui Domingues 
36. Sá-Chaves 
37. "Sama" - Convidado Especial 
38. Saul Rafael (1ª vez) 
39. Susana Meirinhos (1ªvez) 
40. Vasco Câmara Pestana 

COMIC JAM #50 


Autores participantes neste Comic Jam:
1. Sama 
2. Potier 
3. Pepedelrey 
4. Álvaro 
5. Falcato 
6. Nuno Duarte "Outro Nuno" 

AS FOTOGRAFIAS
Fornecidas por Cristina Costa Amaral

 Sama





  




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Nota do Kuentro: Aqueles que escrevem sobre banda desenhada (e também os próprios leitores) recorrem muitas vezes a expressões “cozinhadas” para designar este meio da cultura popular, sem pensarem sequer se são correctas ou não. Uma delas é “arte sequencial” – a BD é, segundo eles, a arte sequencial, como escreve Geraldes Lino no início do seu texto sobre Sama. Tudo porque Will Eisner encontrou, com esta expressão, mas precipitadamente na minha opinião, uma forma mais “académica” para designar os comics. O problema é que a BD não a única “arte” sequencial. Existem também o cinema, o cinema de animação e o teatro. E isto, se continuarmos a chamar “arte” a produtos que reúnem várias “artes puras” (essas sim, artes) para a sua elaboração. Daí que, tanto a BD, como o cinema e o teatro, se devam considerar, quando muito, como “artes compostas”.

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