ÀS QUINTAS FALAMOS DE BD
A FALTA DE IMAGINAÇÃO E... OS TIROS NOS PÉS
Tínhamos programado que o post de hoje seria dedicado à segunda exposição no CNBDI, Contrastes, de Luís Louro, mas não solicitámos as fotos correspondentes a esta exposição em devido tempo, ao nosso amigo Dâmaso Afonso, daí que fique para a próxima 5ª feira, dia 25 de Abril - já agora.
Por outro lado, o CNBDI programou para amanhã (SEXTA-FEIRA, dia 19) uma edição de Às Quintas Falamos de BD: Abril na BD - O Canto de Intervenção em Portugal e no Mundo...
Comecemos pelo princípio: na apresentação deste Às Quintas Falamos de BD, no Boletim nº 14 do CNBDI, em Dezembro de 2011, constava:
“Às Quintas Falamos de BD é o nome de uma iniciativa que pretende ser um espaço dedicado à apresentação e debate de temas relacionados com a caricatura, o cartoon, a banda desenhada, a ilustração e também o cinema de animação.
O objectivo central que esteve na origem da criação destes encontros foi que a selecção dos temas para apresentação e debate fosse suficientemente abrangente e atractiva de modo a reunir no CNBDI pessoas de outros campos do conhecimento cuja investigação e reflexão pudessem contribuir para a dinamização de outros projectos e o estabelecimento e reforço de parcerias de trabalho.
De Fevereiro a Maio, e sempre na última 5a feira de cada mês às 21h00, há encontro marcado no CNBDI. Em 2011 foi para apresentar livros - E tudo Fernando Bento Sonhou, e Quim e Monecas 1915-1918 - para homenagear uma determinada obra ou artista - como aconteceu com Humor em Abril com SAM e o Guarda Ricardo - ou ainda para debater um tema em concreto - Novos caminhos para a BD.
Para 2012 teremos mais quatro edições para marcar na agenda nos dias 23 de Fevereiro, 29 de Março, 26 de Abril e 24 de Maio. A programação será divulgada logo que tenhamos todas as confirmações. Adiantam-se para já alguns dos temas em torno dos quais estamos a trabalhar, designadamente A Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, As construções de armar, a caricatura, O 25 de Abril e a guerra colonial 50 anos depois.”
23 Fev 2012 - POR ESTA PEREGRINAÇÃO ACIMA – com José Ruy e Fausto
29 Mar 2012 - CONSTRUÇÕES DE ARMAR – HOMENAGEM A ANTÓNIO VELEZ
26 Abr 2012 - ENCONTRO ABRIL NA BD - Com Manuel Freire, João Miguel Lameiras e Pava Boléo
31 Mai 2012 - AS DUAS FACES DA GUERRA COLONIAL (filme/documentário de Diana Andringa e Flora Gomes)
28 Fev 2013 - ENCONTRO IMAGINÁRIO COM FERNÃO MENDES PINTO
21 Mar 2013 - FAZER CIÊNCIA COM AS FERRAMENTAS DA BD
19 Abr 2013 - ABRIL NA BD - O CANTO DE INTERVENÇÃO EM PORTUGAL E NO MUNDO
Se o “programa” acima transcrito era ambíguo (ver o segundo parágrafo) sobre o que verdadeiramente se pretendia com estes Encontros, nada faria prever que fossem chamados à liça temas como As duas Faces da Guerra Colonial (sobre o documentário de Diana Andringa e Flora Gomes) e agora este Canto de Intervenção em Portugal e no Mundo... que não têm nada a ver com BD, ilustração, cartoon ou cinema de animação.
Portanto, em sete encontros realizados em dois anos, três foram sobre o 25 de Abril/Guerra Colonial - em apenas um deles se falou em BD -, dois sobre Fernão Mendes Pinto, um sobre Construções de Armar e o outro sobre Ciência e BD... Esperemos que o Encontro de Maio não seja sobre um qualquer outro documentário filmado, porque esta programação - considerando a de 2012 e até agora, a de 2013 - parece seguir a técnica de culinária da “pescadinha de rabo na boca”: começa com Fernão Mendes Pinto e acaba num documentário filmado qualquer, passando obrigatoriamente pelo 25 de Abril e falando ocasionalmente de BD.
Por outro lado não se compreende esta fixação com a comemoração do 25 de Abril, quando isso é da competência da própria Câmara Municipal, que o faz todos os anos, pensamos nós, tal e qual como todas as outras Câmara Municipais do País e o próprio Estado central.
Sabemos que a função do CNBDI não é apenas organizar o Às Quintas falamos de BD - e a ideia é falarmos de todas as suas funções neste espaço - mas é uma pena que estes Encontros não sejam programados numa linha que atraia verdadeiramente as pessoas ao Centro. Já disse isto em relação às exposições, no último post, mas volto à carga: os novos autores (não é preciso estar-se sempre a homenagear alguém), os temas, as correntes estéticas, as diversas formas de fazer BD - nos comics, na mangá, etc... - as próprias técnicas... Enfim, tudo isto daria para realizar Encontros em Às Quintas Falamos de BD durante todo o ano e não apenas em quatro meses, o que é outro dos óbices do programa, porquê apenas quatro meses em cada ano? Bem, para fazer o mesmo que nos dois últimos anos, quatro meses, se calhar até é demais.
E como a intenção inicial deste espaço Às Quintas Falamos do CNBDI era (e é) deixar aqui outras opiniões (pró ou contra - mal-dizer, bem-dizer), aqui fica um pequeno excerto da opinião de Nuno Amado/Bongop, publicada no seu blogue Leituras de BD e que pode ser lida na íntegra AQUI.
“(...) Agora temos mais uma repetição de tema... Abril na BD! Mais uma vez! Não que a data do 25 de Abril não seja de importância maior, mas... outra vez?? Mais... desta vez como poderão verificar no texto [do convite], não tem nada a ver com BD nem com ilustração!
Isto é só tiros nos pés! Não acertam! Como é que querem trazer os jovens para a BD? Como é que querem que estes encontros sejam na realidade únicos e interessantes no ambiente da BD nacional?
Não, isto não é assim que se faz. Lamento mas isto é usar um equipamento que DEVERIA SERVIR para fomentar a BD nacional, e é apenas uma fogueira de vaidades paga com dinheiro público. E onde está a BD neste encontro de celebração política? Não está. Está a poesia, e a música. Num dos quatro únicos encontros anuais desta rubrica sobre BD. (Irra...)
... Mas o "Às Quintas falamos de BD" é para falar de BD! Isto para mim é apenas um comício, mas para isso vão haver comícios maiores na data correcta, com muita gente a falar sobre o assunto (...)”
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AMIGOS DO CNBDI (3)
Por José Ruy
(... Continuação)
Do outro lado da linha telefónica o Coelho fez uma pausa e ouvi-o falar afastado do bocal, com a Gilda, e por fim disse que aceitava o convite, mas que viria só, pois a Gilda não podia interromper compromissos que tinha com o Geographic Magazine americano, para onde colaborava com trabalhos científicos.
Estalou uma euforia na equipa. O Teixeira Coelho veio receber o troféu de honra e o prémio da amizade de muitos e muitos admiradores. Entrevistado por todos os órgãos de comunicação, foi notícia. Uma boa notícia. Regressou a Itália «um homem diverso», palavras da Gilda. Cheio de entusiasmo e reconhecido.
E como estava já estabelecido, quem ganhasse o troféu num ano, no Festival seguinte tinha uma exposição em destaque. Portanto em 1998 esse privilégio era dedicado ao ETC.
Por isso esta nova e brilhante ideia do Dr. Luís Vargas em conseguir originais do grande artista no «bunker» do CNBDI, era baseada no facto de termos agora mais perto de nós o grande «poeta da linha» como o artista espanhol Emílio Freixas chamou ao Teixeira Coelho.
Mas como abordaríamos esta proposta? A veia sonhadora do Dr. Luís Vargas não tinha limites e pensou em conseguir uma verba, mesmo insignificante, para compensar o ETC dos vários milhares de pranchas a ceder. Mas que valor se atribuiria? Nem ele nem eu estávamos a par da cotação de originais no mercado internacional, e a certa altura lembrou-se de partir do valor que era estabelecido para o seguro, aquando das exposições internacionais nos Festivais. A partir daí, multiplicando pelo número estimado de pranchas, encontrar-se-ia uma quantia. Primeiro que tudo era preciso consultar o presidente da Câmara para ver se concordaria.
O presidente recém eleito marcou um jantar particular num restaurante da Amadora, e munidos de alguns originais, capas e ilustrações publicadas n’O Mosquito que eu conservava, fomos, o Dr. Luís Vargas e eu, ao jantar. Não conhecia ainda bem o presidente, havia trocado algumas palavras por duas ou três vezes, em exposições, e tratei-o por Dr. Joaquim Raposo. De imediato, ripostou que não era Doutor e que o chamasse simplesmente pelo nome. Isso caiu-me bem, pois já nessa altura muitos se intitulavam do que não eram. O Dr. Luís Vargas expôs a ideia, eu mostrei os originais e o entusiasmo do presidente foi imediato. Também sem delongas aceitou a verba encontrada, achando que era uma ninharia em face da qualidade dos originais. Sabíamos, por informação do E T Coelho, que possuía uns milhares de pranchas conservadas na sua casa da Itália e em Paris na posse de Jean Olivier, o seu argumentista e chefe de redação do «Vaillant».
Estimou-se logo ali, sobre a toalha da mesa do restaurante, que a Câmara poderia propor uma compensação de dois mil contos.
No dia seguinte, do escritório da Fábrica da Cultura voltei a ligar ao E T Coelho a sugerir a entrega dos seus originais disponíveis por essa quantia, que em Liras, desvalorizadas na altura, atingia uns milhões. O Coelho apanhado de surpresa passou o telefone à Gilda dizendo ser ela a «ministra das finanças» lá de casa. E a Gilda aceitou. Seriam à volta de três mil originais, juntando os que estavam na minha mão.
Nesse mesmo dia…
No dia seguinte, do escritório da Fábrica da Cultura voltei a ligar ao E T Coelho a sugerir a entrega dos seus originais disponíveis por essa quantia, que em Liras, desvalorizadas na altura, atingia uns milhões. O Coelho apanhado de surpresa passou o telefone à Gilda dizendo ser ela a «ministra das finanças» lá de casa. E a Gilda aceitou. Seriam à volta de três mil originais, juntando os que estavam na minha mão.
Nesse mesmo dia…
(continua...)
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Com amigos destes o CNBDI não precisa que seus inimigos façam alguma coisa. Só pode falar assim quem não conhece as dificuldades que é manter uma casa destas, que não sabe o que é vencer burocracias. Ganhar publico não é satisfazer o ego dos amigos, fazer exposiçõeszinhas para amigos, em masturbações intelectuais de psudo vanguardismos. Neste momento que os inim,igos lutam para destruir o CNBDI, quem gosta de BD tem de se unir e deixar de lado os seus egos, as suas frustrações e unir-se na defesa desta casa que muito tem lutado pela BD.
ResponderEliminarCaríssimo Osvaldo,
ResponderEliminarNão sei de quem estás a falar. Mas “satisfazer o ego dos amigos, fazer exposiçõezinhas para amigos, em masturbações intelectuais de pseudo vanguardismos”, como dizes, é precisamente a pedra que aqueles que não concordam com o modo como o CNBDI funciona, lhe atiram. Não me parece que existam “inimigos” do CNBDI isso é uma falácia.
Parece que estás a falar de uma "narrativa" policial ou de espionagem, francamente!
ResponderEliminarOlá! Nuca tinha ouvido falar deste CNBDI. Conheço o de Angoleme pela internet, mas não sabia que existia um em portugal. Já tentei procurar na internet e não encontro nenhum site desta associação. O que é estranho é que parece estar tudo em guerra, com inimigos e amigos. Vou seguir isto aqui de Guimarães, parece ser curtido.
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