sábado, 30 de março de 2013

MORREU JOBAT - JOSÉ BAPTISTA (1935-2013)


João José André Baptista "Jobat" (18/12/1935 - 29/03/2013)

MORREU JOBAT - JOSÉ BAPTISTA 
(1935-2013)

Recebemos hoje um comentário, para ser publicado no primeiro post de Jobat no Louletano de 31 de Julho de 2011, que informava:

Morreu ontem às 7:00h no hospital de Faro vítima de um tumor nos intestinos e posterior infeção João José André Batista "Jobat".
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João José André Baptista nasceu em Loulé, a 18 de Dezembro de 1935, e frequentou o curso de Desenhador-Litógrafo na Escola de Artes Decorativas António Arroio em Lisboa, a cargo dos mestres Mendes e Rodrigues Alves.

Com 18 anos, entrou para a Agência Portuguesa de Revistas, como paginador e retocador de revistas de quadradinhos, desenhando durante duas décadas grande quantidade de "bonecos" para as várias publicações da editora. Fez poucas histórias aos quadradinhos, começando com uma adaptação de "Ulisses", para a Colecção Condor, em 1956. Na Colecção Audácia realizou "A Conquista de Santarém" e para o Mundo de Aventuras (2ª série) nos 437 e 452 produziu "O Voto de Afonso Domingues" e "Luís Vilar", em 1958, assim como outro episódio desta última série detectivesca ainda nesse ano no Condor Popular.

José Baptista e Carlos Alberto em 1958

 Na Agência Portuguesa de Revistas, 1956

Na Agência Portuguesa de Revistas, 30/11/1963

Primeira página do ULISSES, de Jobat. Integralmente republicado no Kuentro.

Durante a década seguinte dedicar-se-ia à ilustração de capas e de livros, à legendagem e à remontagem de material estrangeiro para publicação nas revistas da APR.

Executou diversas colecções de cromos, nomeadamente uma adaptação de A Morgadinha dos Canaviais. Trabalhando sempre para a APR, começou a colaborar com Roussado Pinto desde o início do Jornal do Cuto, em 1971, ilustrando poemas de Raúl Correia. No n° 49 dessa revista publicou a curta história "Trinca-Fortes", assinando "Jobat", experiência que o encorajou a realizar uma maior adaptação de "A Vida Apaixonada e Apaixonante de Camões", com argumento de Michel Gérac, em quarenta pranchas publicadas no Diário Popular, entre Setembro e Novembro de 1972, e posteriormente em álbum em língua francesa (!), publicado pela SEIT. Nesse ano, contactou a IPC Magazines (Fleetway), desenhando para a editora britânica vários comics com temas inspirados na Segunda Guerra Mundial, inéditos em Portugal.


Em 1973, passou a chefiar a redacção do Jornal do Cuto, coordenando também outras edições da Portugal Press, até à primeira suspensão da revista, em Abril de 1974.

Em Abril e Maio de 1975 realizou no jornal Diário Popular a série "25 de Abril: Requiem para uma Ditadura", que ficaria inacabada apesar de tentativas para a completar para o semanário Uniluta. Em 1976, regressou a Loulé, dedicando-se agora à cerâmica decorativa e outras actividades ligadas às artes gráficas, à decoração para os desfiles do Carnaval, ao ensino de Educação Visual nas escolas, sendo responsável gráfico pela revista anual Al’UIyã e pela Agenda Cultural daquele município, e escrevendo ainda alguns artigos sobre banda desenhada. 

Leonardo De Sá in Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal, de Leonardo De Sá e António Dias de Deus, Edições Época de Ouro, 1999
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A partir de 30 de Março de 2004, José Baptista iniciou, como coordenador, a rubrica de banda desenhada “9.ª Arte - Memórias da Banda Desenhada”, no semanário O Louletano (tendo anteriormente publicado a reedição da sua versão em banda desenhada de Camões).

Foi homenageado pelo conjunto da sua obra no Moura BD 2005, tendo-lhe sido outorgado o Troféu "Balanito de Honra". 


José Baptista durante um jantar no decorrer do Salão de Moura de 2005 - desafiaram-no a desenhar e Jobat, mesmo dizendo que já não tinha "mão", lá desenhou um duelo no farwest.



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O Kuentro começou a republicar as páginas da rubrica “9.ª Arte - Memórias da Banda Desenhada”, a partir do seu primeiro número, no post de 31 de Julho de 2011, tendo prosseguido a republicação até à página originalmente publicada a 16 de Julho de 2007, nesta última semana (dia 2 de Abril), faltando republicar apenas três das que Jobat nos enviou. As seguintes já nos foram prometidas por outros amigos. Ver AQUI o primeiro post.

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3 comentários:

  1. Um bom amigo que partiu, mas não é por essa razão que interrompemos a amizade. Um lutador pela Banda Desenhada e um interessado em promover os colegas, falando sempre mais dos próximos do que dele próprio. Um artista com rara facilidade em desenhar com qualidade. Não vivemos sempre, por isso precisamos de cumprir o que nos propomos realizar, urgentemente, pois é mais tarde do que pensamos.
    Um último abraço ao estimado amigo JOBAT

    José Ruy

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  2. Leio-o, e releio, sempre com grande interesse a rubrica "9.ª Arte - Memórias da Banda Desenhada" que o José Batista escreveu e que o Machado-Dias teve a boa ideia de republicar aqui no Kuentro.
    Agora é mais um grande da BD, autor e divulgador, que infelizmente parte!

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  3. RIP a um homem muito especial e com quem contactei de muito perto porque foi meu sogro e amigo para a vida!

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