sábado, 11 de novembro de 2017

Gazeta da BD #85 na Gazeta das Caldas, 10 de Novembro de 2017 RENÉ GOSCINNY MORREU HÁ 40 ANOS

Gazeta da BD #85 na Gazeta das Caldas, 10 de Novembro de 2017 

RENÉ GOSCINNY MORREU HÁ 40 ANOS 
O CRIADOR DE HUMPÁ-PÁ, IZNOUGOOD, ASTÉRIX 
E OUTROS... 

René Goscinny, filho de Stanislaw "Simkha" Goscinny, um engenheiro químico de Varsóvia, e de Anna Beresniak Goscinna, de Chodorków, uma pequena cidade ucraniana, que se conheceram em Paris, tendo-se casado em 1919. Mas só em Agosto de 1926 nasceu o filho de ambos, René Goscinny.

Mudaram-se para a Argentina em 1928, tendo René dois anos de idade e passaria a sua infância em Buenos Aires. O pai era professor de Matemática na escola que Goscinny frequentou, mostrando uma notável aptidão para as artes plásticas. Muitos dos seus primeiros trabalhos foram publicados nas revistas da escola, como Notre Voix e Quartier Latin. Um mês após a sua graduação em Belas Artes, em 1943, aos 17 anos, o pai faleceu inesperadamente, devido a uma hemorragia cerebral, o que levou a que os problemas financeiros o fizessem aceitar um emprego como guarda-livros numa fábrica de pneus.

Mais tarde, depois de se demitir, arranjou um trabalho como ilustrador júnior numa agência de publicidade, não tendo no entanto sido muito bem sucedido e, em 1945, quando o seu tio materno Boris, lhe fez um convite para se juntar a ele em Nova York, mudou-se para Brooklyn com a mãe. Trabalhou durante algum tempo como tradutor. Mas para escapar ao serviço militar norte-americano, René partiu para França, acabando por ser incorporado no exército francês em 1946, já depois de terminada a 2ª Guerra Mundial. Promovido a cabo, seria ilustrador oficial do regimento. Finda a tropa, regressou a Nova Iorque, atravessando o pior período da sua vida e, sem emprego, entrou em total depressão. Mas em 1948 começou a trabalhar num pequeno estúdio, onde se daria a origem da revista Mad, com Will Elder, Jack Davis e Harvey Kurtzman. Tornou-se depois director artístico da Kunen Publishers, onde escreveu quatro livros para crianças e conhceu Maurice de Bévère (que adoptou mais tarde o pseudónimo Morris), um desenhador belga, que foi o primeiro autor e desenhador da série Lucky Luke.

Cerca de um ano depois, o seu trabalho tinha melhorado a tal ponto que atraiu a atenção de Georges Troisfontaines, o director da World Press Agency em Bruxelas. Goscinny foi para a Bélgica encontrar-se com ele, acabando também por conhecer o director de arte da Agência Dupuis, Jean-Michel Charlier, vindo então a estabelecer-se em Paris, onde fez alguns trabalhos para a Dupuis assumindo mais tarde, em 1951, a gestão do Gabinete de Imprensa de Paris da World Press Agency. Foi aqui que conheceu Albert Uderzo.

Os seus primeiros trabalhos foram para a Dupuis, mas ao mesmo tempo, trabalhou no desenvolvimento dos seus próprios personagens, nomeadamente o “pele-vermelha” Humpá-Pá. Infelizmente, esta história não era do interesse dos criativos a Dupuis, levando muito tempo para ser publicada, o que aconteceu apenas em 1958, no Le Journal de Tintin. Em 1955, com a parceria de Morris, foi relançado o extremamente bem sucedido Lucky Luke, já com argumentos seus. Nesse mesmo ano, após um desentendimento, Goscinny abandonou a World Press Agency e, juntamente com Charlier, Uderzo e Jean Hebrard, trabalharam para a Edipress e fundaram uma sucedânea francesa, a Edifrance.

Goscinny também escreveu, com o pseudónimo Agostini, o livro para crianças Le Petit Nicolas, ilustrado por Jean-Jacques Sempé.

Em 1956, Goscinny colabora intensamente com a revista belga Tintin. Em 1959 lança, com Uderzo, Charlier e outros colaboradores, em Paris, a revista Pilote, onde seria editada a primeira aventura de Asterix, o Gaulês. A Pilote será a revista mais conhecida na Europa, a par da Tintin e as duas contribuíram para dar a maior visibilidade de sempre à banda desenhada. Em 1962, escreveu o argumento para O Grão-Vizir Iznogoud (que queria ser Califa em vez do Califa) com o jovem desenhador Jean Tabary. Mas foi Astérix, o Gaulês, que o levou para a ribalta, passando, a partir de 1968, a dedicar-se quase exclusivamente a Astérix.

Goscinny casou em 1967 com Gilberte Pollaro-Millo, de quem teve uma filha, Anne Goscinny, que é actualmente jornalista, critica literária e romancista.

Em 1974, juntamente com Uderzo fundou os Estúdios Ideafix para fazer versões animadas de Astérix, sendo a sua primeira produção Os doze trabalhos de Astérix, tendo obtido um enorme sucesso. Posteriormente, produziram uma versão cinematográfica de Lucky Luke.

Como Uderzo, Goscinny também recebeu vários prémios e foi considerado um herói nacional em França. Infelizmente, o trabalho duro e o esforço contínuo tinham feito estragos, vindo a morrer de ataque cardíaco a 5 de novembro de 1977, aos 51 anos de idade – passaram agora 40 anos.

Uderzo fez 90 anos em 25 de Abril deste ano. Deixou de desenhar Asterix em 2010, aos 84 anos. A série passou a ser escrita e desenhada pela dupla Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, dos quais foi editado, no passado dia 19 de Outubro, um novo álbum, Astérix e a Transitálica.

Goscinny e Uderzo

Idem

Idem...


Imagem do filme Asterix e Cleopatra, com Gérard Depardieu, Monica Bellucci e Christian Clavier

E A OBRA CONTINUA....

Apresentação do novo álbum por Jean-Ives Ferry (arg.) e Didier Conrad (des.)


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