terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MAB INVICTA FESTIVAL INTERNACIONAL DE MULTIMÉDIA, ARTES E BD (4) – NOTA DE IMPRENSA MAIS CONFIRMAÇÕES


I MAB INVICTA 2012

DAVID HINE, DERRADÉ E GERAL, RICARDO CABRAL, FABIO CIVITELLI E... TEX WILLER

A organização do Mab confirma mais nomes de autores que irão estar presentes nos eventos a decorrer na Faculdade de Belas Artes nos dias 10/11 e 17/18 que pensamos que irão dar uma boa dinâmica á cidade do Porto.

O Britânico David Hine argumentista e desenhador da série "Strange Embrace", assim como argumentista de séries tão diversas como: Spawn, Bullet proof coffin, X-men: the 198 , civil war X-men, assim como o one-shot dedicado ao : Two-Face (Vilão da série Batman) e outro one-shot "Arkham asylum" na linha Batman "Battle for the cowl"

Na ultima nota de imprensa esquecemo-nos de mencionar que o desenhador Derradé estará presente no Mab com o argumentista Geral (ao qual pedimos as nossas desculpas por este lapso).

Temos ainda confirmado o autor Ricardo Cabral que é o criador de livros como: New Born- 10 dias no Kosovo, Pontas Soltas, Israel Sketchbook e Evereste (banda desenhada dedicada ao alpinista João Garcia).

Queremos ainda agradecer ao autor Fabio Civitelli e á editora Bonelli pelo desenho personalizado para a cidade do Porto com a personagem Tex num duelo na zona ribeirinha.

Comunicamos ainda que estão mais nomes para serem divulgados assim como o programa total do festival com os horários e que estamos a finalizar o nosso próprio blogue.

Esperemos que alguns dos nomes para já apresentados sejam do vosso agrado e iremos tentar fazer um festival o mais abrangente possivel.


Agradecendo desde já a toda a comunidade bédéfila e não só devido à    divulgação destes eventos que estão na nossa página de facebook. .

A equipa do MAB
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 David Hine e capa de Strange Embrace

 Geral e Derradé, mais a capa de Há Piores!

 Ricardo Cabral

 Fabio Civitelli

Desenho de Civitelli: Tex prepara-se para um duelo na zona ribeirinha do Porto

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

BDpress #318: JEAN-CLAUDE DENIS É O GRANDE PRÉMIO DE ANGOULÊME 2012

GRAND PRIX DE LA VILLE D’ANGOULÊME 2012 JEAN-CLAUDE DENIS


JEAN-CLAUDE DENIS É O GRANDE VENCEDOR DO FESTIVAL DE BD DE ANGÔULEME

Público online, 29.01.2012 - 18:29 
Por Lucinda Canelas

Este ano o grande prémio do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angôuleme foi para o francês Jean-Claude Denis, autor do aclamado “Quelques mois à l’Amélie” e da série “Luc Leroi”.

“O seu traço meticuloso e sensível, a sua paleta de cores espectaculares, o seu sentido da narrativa e a sua escrita fazem de Jean-Claude Denis um artista incomparável”, disse à AFP o crítico e editor de BD Dominique Poncet, comentando o grande prémio. “Com o seu desenho luminoso e elegante, como ele próprio aliás, aproxima-se do realismo ‘à la’ Peyo [autor belga criador dos Estrunfes].”

O prémio, atribuído este domingo naquela cidade francesa, é considerado o Nobel da BD e distingue um autor pelo conjunto da sua obra. O júri da 39.ª edição foi presidido pelo norte-americano Art Spiegelman, criador do mítico “Maus” - única obra de BD a receber um Pulitzer até hoje – e que recebeu o prémio que agora foi parar às mãos de Denis no festival do ano passado.

Guitarrista, compositor e desenhador, Jean-Claude Denis, 61 anos, parece um chefe de orquestra, procurando conciliar todas as facetas da sua vida com a actividade profissional. “Jean-Claude vive para a banda desenhada, mas é também um grande ilustrador”, garante Poncet.

Formado em Artes Decorativas, Denis fundou com Caroline Dillard e Martin Veyron o Groupe Imaginon, em 1974, colectivo de artistas com que começou a trabalhar numa série de campanhas publicitárias. Dissolvido o Imaginon para que cada um pudesse dedicar-se à sua carreira individual, Denis voltou-se para a BD nas páginas da revista “Pilote”, onde publica pela primeira vez em 1977. Seria o começo de uma carreira brilhante que o levou a trabalhar para editoras prestigiadas como a Casterman (“Les Aventures de Rup Bonchemin”) e as Éditions Albin Michel (“L’île aux Mainates”).

Neste álbum das edições Albin Michel, Denis voltou a explorar o universo dos contos de fadas, à semelhança do que fizera com “André le Corbeau”, série sobre animais que têm de lidar com problemas semelhantes aos dos homens, que viria a ser compilada em três álbuns pela Dargaud (“Annie Mal”, “La Saison des Chaleurs” e “La Fuite dn Avant”).

Muito elogiado pelas aventuras da série “Luc Leroi”, Denis assinou, segundo a crítica, a sua maior obra com o álbum “Quelques mois à l'Amélie”, em que conta a história de Aloys Clark, um escritor que vive uma crise de inspiração, um homem em ruptura assombrado pela morte do pai, que decide isolar-se. Houve quem visse neste livro traços de uma autobiografia que acabaria por chegar com a sua última obra – “Tous à Matha” –, um díptico publicado em 2010 e 2011 pela Futuropolis, baseado nas suas memórias de infância.

Do muito aplaudido palmarés desta edição de Angôuleme fazem ainda parte Guy Delisle (Melhor Álbum por “Chroniques de Jerusalém”, Delcourt), Jim Woodring (Prémio do Júri com “Frank et le Congrés des Bêtes”, L’Association) e Gilles Rochier (Revelação por “TMLP [Ta Mére La Pute]”, Cité sous Terre), entre muitos outros.

Jean-Claude Denis (à direita) após receber o prémio, ao lado do cartoonista canadiano Guy Delisle (Pierre Andrieu/AFP)  







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Imagens da responsabilidade do Kuentro

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domingo, 29 de janeiro de 2012

39º FESTIVAL DE BD D'ANGOULÊME 2012 - OS PREMIADOS

Os mais atentos repararam que a lista de vencedores dos Prémios de Angoulême 2012, que aqui publicámos ontem, afinal era a republicação da lista do ano passado. As nossas desculpas.


























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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

BDpress # 317: ENTREVISTA COM ÁLVARO PONS COMISSÁRIO DA EXPOSIÇÃO DA BD “ESPANHOLA” NO 39º FESTIVAL D’ANGOULÊME – Carlos Pessoa no Público online


“AUTORES NÃO CONSEGUEM VIVER 
DA BANDA DESENHADA”

ENTREVISTA COM ÁLVARO PONS, COMISSÁRIO DA EXPOSIÇÃO SOBRE A BD ESPANHOLA EM ANGOULÊME

Público online, 26.Janeiro.2012

Por Carlos Pessoa

Álvaro Pons (1966, Barcelona) é professor da Universidade de Valência, crítico e estudioso de banda desenhada. É nesta última qualidade que foi convidado para comissariar a exposição sobre a banda desenhada espanhola que representa o país no Festival de BD de Angoulême, a decorrer entre hoje e domingo naquela cidade francesa.


Como surgiu a ideia de fazer esta exposição e o que lhe foi pedido para apresentar?

A ideia nasce em Angoulême, que tomou a iniciativa de convidar Espanha para a edição de 2012. A ideia foi bem aceite pelo Ministério da Cultura espanhol, através da Direcção-Geral do Livro. Depois de reunir-se com as diferentes entidades relacionadas com a banda desenhada em Espanha, o ministério propôs-me para comissário da exposição.

Quais foram os principais critérios seguidos para organizar a exposição?

O primeiro objectivo é apresentar um amplo panorama da “historieta” espanhola aos que não a conhecem, desde a sua longa história até à realidade actual, passando pela presença de autores espanhóis nas principais indústrias dos quadradinhos, como a França, os Estados Unidos, o Japão ou a Itália. Mas foi também nossa intenção proporcionar uma perspectiva lúdica, implicando os visitantes na descoberta de novos autores. Tentamos atingir esse objectivo com uma exposição dividida em duas partes; uma é interactiva, onde se realizará todo o tipo de actividades e estará à disposição uma ampla bedeteca com as últimas obras publicadas em Espanha; a outra é expositiva, onde se mostrará a obra de mais de 100 autores, com especial atenção para os que ganharam o “Premio Nacional del Cómic”.

Como reagem os autores espanhóis de BD ao fim da ditadura franquista?

No período final da ditadura verificava-se uma situação paradoxal: após décadas em que a banda desenhada era a principal forma de ócio dos espanhóis, praticamente todos os grandes autores tinham de trabalhar nas indústrias de outros países (Warren, nos Estados Unidos, Fleetway, no Reino Unido, em França, etc.) para sobreviver. Essa realidade mudou radicalmente com a aparição de revistas que deram lugar a uma época de ouro da banda desenhada de autor, na qual se destacaram autores como Carlos Giménez, Alfonso Font, José Ortiz e tantos outros. Foi essa mesma conjuntura que permitiu o aparecimento de uma geração de ruptura de autores vanguardistas, como Daniel Torres, Micharmut, etc.

O que distingue os autores que viveram durante o franquismo da nova geração surgida na democracia?

Além da óbvia condição política e da ausência de liberdade de expressão, a principal diferença é, possivelmente, a própria consciência do autor como criador. Nos anos 40, 50 e 60 do século XX, os desenhadores consideravam-se a si próprios mais como artesãos de um ofício, sem dar valor à importância da sua obra como criativa, uma perspectiva que vai mudar radicalmente a partir da década de 1970.

Que importância e que peso têm a problemática da guerra civil na obra dos autores espanhóis de BD?

A guerra civil é uma fractura da sociedade espanhola que será muito difícil superar. Ora, os autores não são alheios a essa realidade, sendo difícil, ainda hoje, encontrar uma família sem uma história que tenha a ver tristemente com aquele conflito. No entanto, durante anos a guerra civil foi um tema-tabu; primeiro, pela própria imposição censória da ditadura, depois pela dor ligada à memória. Felizmente, isso foi superado e muitos autores, com Carlos Giménez na primeira linha, souberam tratar e expressar tanto o que ocorreu como as respectivas consequências. Mas não é um tema obsessivo, apesar de se dizer amiúde que os autores espanhóis só sabem fazer banda desenhada sobre a guerra civil, os quadradinhos que tratam o tema são uma percentagem muito baixa.

Em que temas e áreas considera que a BD espanhola dos últimos 30 anos teve mais êxito?

Em todos. Os criadores espanhóis destacaram-se tanto como autores de super-heróis, como no género de fantasia ou na área das novelas gráficas de costumes. Se nos limitarmos apenas ao que é publicado em Espanha, é verdade que este último tema e as autobiografias registam maior presença no mercado, mas isso não é mais do que um reflexo do que ocorre em outros campos da produção cultural, onde tais temas também estão muito presentes.

Que dificuldades enfrentam os autores para serem publicados e chegarem ao mercado?

Fundamentalmente, com a reduzida dimensão do mercado. Com tiragens de apenas mil exemplares, as obras correm o risco de ficar esquecidas face à concorrência das produções americanas, japonesas ou francesas. Embora as livrarias generalistas já acolham a banda desenhada de forma habitual, ainda são as livrarias especializadas que concentram a maior parte das vendas. É nelas que a BD mais “mainstream” tem habitualmente uma maior exposição, embora por outro lado seja graças a elas que se pode manter uma política de pequenas tiragens...

Que retrato faz do universo editorial espanhol de BD?

Variado, diverso e rico. As pequenas editoras contribuíram para uma incrível diversidade temática e formal da “historieta”. Praticamente qualquer obra tem possibilidade de ser editada (no quadro das limitações desse mesmo mercado tão exíguo, a que me referi antes) sem limitações de qualquer natureza. E os autores respondem com uma variedade incalculável de estilos e propostas, numa oferta global como os leitores espanhóis nunca tiveram antes.

Há autores que fizeram carreira e foram bem-sucedidos no estrangeiro. O futuro dos novíssimos autores espanhóis está do outro lado dos Pirinéus?

Infelizmente, sim. A infra-estrutura comercial não permite que um autor viva da banda desenhada. É uma utopia viver da obra de criação pessoal e muito difícil trabalhar no quadro de uma estrutura comercial estabelecida; só editoras como a Panini têm uma estratégia clara nesse sentido, com uma ampla produção que emprega jovens autores, mas muito longe das possibilidades económicas de mercados como o americano ou francês.




Álvaro Pons, à direita...

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Imagens da responsabilidade do Kuentro

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