domingo, 22 de março de 2015

GAZETA DA BD #40 – NA GAZETA DAS CALDAS – PEDRO MASSANO E A BATALHA DE ALJUBARROTA EM BANDA DESENHADA


GAZETA DA BD #40 – NA GAZETA DAS CALDAS
PEDRO MASSANO 
E A BATALHA DE ALJUBARROTA 
EM BANDA DESENHADA 

Gazeta das Caldas, 20 de Março de 2015
Jorge Machado-Dias

O álbum A Batalha – 14 de Agosto de 1385, de Pedro Massano, editado pela Gradiva com o apoio da Fundação Batalha de Aljubarrota, venceu o Prémio de Melhor Desenho, nos Prémios Nacionais de BD do AmadoraBD 2014. Trata-se da excelente reconstituição em banda desenhada da batalha de Aljubarrota, entre portugueses (comandados pelo Mestre de Avis, futuro D.João I e por Nuno Álvares Pereira) e os castelhanos (comandados pelo rei D.Juan I), baseada em textos de Fernão Lopes, Castañeda, Jehan Froissart e do próprio D.Juan de Castela.


Pedro Massano, nascido em Lisboa, em 1948, é jornalista, editor, ilustrador, autor, crítico e divulgador de banda desenhada. È como autor de BD que é mais conhecido do público, tendo iniciado a sua carreira no suplemento Mosca, do Diário de Lisboa, em 1972, assinando então como Mané (de resto, a assinatura nos seus trabalhos teve outras cambiantes, como Pedro ou Manuel Pedro). Esteve associado ao aparecimento da célebre e efémera revista Visão (1975-1976). Seguiram-se colaborações nos mais variados tipos de jornais e revistas. O seu primeiro álbum editado foi A Primeira Aventura no País de João, segundo textos de Maria Alberta Menéres, em 1977, pela Comissão Organizadora do Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, com a impressionante tiragem de 500 mil exemplares, provavelmente uma tiragem sem paralelo neste país. Na década de 1980 realizou alguns trabalhos de BD na área da publicidade e do marketing e na de 1990 abalançou-se no seu próprio projeto editorial, com a PIM (Publicações Ilustradas Multicor), onde esperava editar os seus trabalhos, mas pouco conseguiu publicar.

Já com cerca de uma dúzia de álbuns publicados, viu finalmente editado o primeiro volume de A Conquista de Lisboa, pelo Montepio Geral, que fez uma tiragem destinada à oferta aos seus associados e clientes, episódio que também foi publicado na revista Montepio Juvenil, entre 1997-1999. O segundo volume desta série, Por Vontade de Deus saiu em 2002, sob a chancela da Booktree. Seguiu-se, juntamente com o argumentista Patrick Lizé, um francês que vive em Portugal, o primeiro título da mini-série Le Deuil Impossible (que se pode traduzir por O Luto Impossível), Le Chevalier du Christ, editado em 2001 pela Glénat, que nos dá a conhecer uma curiosa história passada em torno de um homem que aparece em Roma, em 1598, dizendo tratar-se de el-rei D. Sebastião de Portugal...

Pedro Massano é um autor eclético, possuidor de um traço multifacetado, está à vontade tanto com os gags de O Abutre, o policial negro Contacto em Lisboa, os históricos A Conquista de Lisboa e Le Deuil Impossible, ou o traço dinâmico e solto de Manuel, o primeiro episódio de "O Comboio do Ouro", uma BD passada nos Açores durante a Guerra Civil de Espanha, que realizou para a revista Seleções BD (II série). A este propósito, foi o próprio que afirmou "Eu diversifico-me para poder surpreender as pessoas", numa entrevista à mesma revista.

SKETE ROLLER

Le Trésor du Vice-roi (2002)



Sobre A Batalha – 14 de Agosto de 1385, transcrevemos de seguida um pequeno excerto da curta entrevista com Geraldes Lino, que este publicou no seu blogue http://divulgandobd.blogspot.pt/:

“(...) Geraldes Lino – Trata-se de uma obra de grande envergadura. Quantas pranchas fizeste?

Pedro Massano – O número de pranchas desenhadas é de 86.

GL – Lembro-me de ter visto no teu estúdio umas pranchas duplas. Sempre foi possível incluí-las no livro?

PM – Todas as pranchas são duplas. Gosto do efeito de alguns desenhos passarem de uma página para a outra, mesmo que isso possa dar algum trabalho às gráficas e, houve alguém que me disse, um dia, com muita graça, que eu não era capaz de respeitar os quadrados e de deixar os desenhos sossegados lá dentro.
As únicas pranchas singulares são a 1 e a 86.

GL – A obra é completamente tua, incluindo a legendagem e a colorização. Quanto tempo investiste na sua execução?

PM – Demorei cerca de dois meses com o texto, e mais um ano e pouco a desenhar tudo a lápis, para o conjunto poder ser aprovado pelo historiador que, à altura, tinha essa responsabilidade por parte da Fundação, o prof. Mário Barroca.
Para a execução final não me comprometi expressamente com prazos – e isto tenho de agradecer à Fundação – porque sabia e queria que a obra me desse o trabalho que merecia. Demorei cerca de 4 anos (...)”


Pois! Um livro de Banda Desenhada dá um imenso e moroso trabalho a realizar e, em Portugal, muito raramente compensa!

 _______________________________________________________________________________

sábado, 7 de março de 2015

REPORTAGEM – 369º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA – EM QUE FOI HOMENAGEADO O JORNALISTA CARLOS PESSOA

REPORTAGEM
369º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA
3 de Março de 2015
Casa do Alentejo
EM QUE FOI HOMENAGEADO 
O JORNALISTA CARLOS PESSOA 

 
 

Carlos Pessoa (n. 1952, Viseu), jornalista profissional desde 1978.

Integrou a equipa fundadora do jornal Público, onde trabalhou entre 1990 e 2013 (redacção de Lisboa), especializado em temas de cultura – com destaque para a banda desenhada – e sociedade (nomeadamente defesa do consumidor e ambiente).

Fez parte da redacção ou colaborou em diversos media, entre os quais Extra, Agência France Presse, Diário de Lisboa, Jornal de Educação, O Jornal, Expresso, O Semanário e Diário de Notícias.

À laia de apresentação

BD, O MEU “ABRE-TE SÉSAMO” PARA O JORNALISMO

Nos anos 70 e 80 do século passado, a banda desenhada – na altura era mais comum a expressão histórias aos quadradinhos – estava muito longe de ser uma forma de expressão artística com o prestígio e reconhecimento que tem hoje.

Não havia muita “elevação” em gostar de ler quadradinhos, e ainda menos em querer escrever sobre eles. Mas a banda desenhada foi mesmo o meu “abre-te Sésamo” do jornalismo.

Embora não tenha sido a minha única e exclusiva área de trabalho como jornalista profissional, ela constituiu uma espécie de “passaporte” para começar a colaborar e/ou integrar a redacção das sucessivas publicações por onde passei.

Foi assim no semanário “Extra” em 1977-78 (onde iniciei a minha actividade profissional como jornalista), no “Diário de Lisboa” (primeiro como colaborador e depois como redactor, no período de 1979-1985), e como colaborador no “Jornal de Educação”, “Diário de Notícias”, “Expresso” e, finalmente, “Público”.

Foi sob a égide desses heróis de papel que decorreram etapas fundamentais da minha vida profissional – do Diário de Lisboa ao Expresso, Diário de Notícias ou Jornal de Educação, para concluir no Público.

É claro que a banda desenhada nunca deixou de ser, apenas, um dos centros de interesse pessoais e profissionais. Mas também é verdade que esteve sempre presente ao longo dos anos e das décadas, tornando possível a manutenção, nos média em que trabalhei ou colaborei, de espaços regulares de informação sobre banda desenhada.

O apogeu desse processo foram os anos 1990, durante os quais a banda desenhada conheceu em Portugal uma fase de considerável expansão, em boa medida induzida pela existência de fluxos regulares de informação, análise e crítica na imprensa portuguesa nacional ou regional. No meu caso particular, o suplemento de livros do Público (e quando este acabou, no Ypsilon, já de forma mais pontual) abrigou durante vários anos uma secção semanal dedicada à divulgação da banda desenhada.

A produção de colecções de banda desenhada distribuídas com o jornal Público marcou a primeira década deste século. Durante esse período, a partir de 2001 e até à minha saída do jornal, estive envolvido nos projectos comerciais de venda de banda desenhada com o jornal, traduzido no lançamento sucessivo de colecções de grandes nomes da banda desenhada franco-belga (Tintin, Corto Maltese, Lucky Luke, Spirou, Alix, Gaston Lagaffe, Blake e Mortimer, Blueberry, etc.) e norte-americana (super-heróis Marvel e DC Comics), levadas até um público mais alargado através da distribuição em quiosques e outros pontos de venda de jornais.

Além de participar na definição e selecção das colecções, tive a responsabilidade directa na divulgação e informação aos leitores sobre os conteúdos das obras e autores.

Atrás de todo aquele trabalho veio a oportunidade de escrever alguns guias de leitura (Tintin, Corto Maltese e Lucky Luke, também distribuídos com o Público) e, noutro plano, a publicação de monografias sobre autores (José Carlos Fernandes, Cosey e Jovens Autores portugueses, edição do Centro Nacional de BD e Imagem, na Amadora) ou o Roteiro Breve da Banda Desenhada em Portugal (edição dos CTT).

Carlos Pessoa
Fevereiro 2015

TERTULIANOS PRESENTES

1. Abílio Pereira
2. Álvaro
3. Ana Catarina Tiago
4. Ana Lúcia Tiago
5. Ana Saúde
6. António Isidro
7. Carlos Pessoa (Homenageado)
8. Célsia Alves
9. Filipe Duarte
10. Geraldes Lino
11. Helder Jotta
12. Hugo Tiago
13. Inês Ramos
14. Isabel Viçoso
15. João Vidigal
16. José Pinto Carneiro
17. Machado-Dias
18. Maria José Pereira
19. Moreno
20. Paulo Costa
21. Pedro Morais
22. Policarpo
23. Rui Domingues
24. Sá Chaves
25. Sérgio Santos
26. Simões dos Santos

Comic Jam executado na Tertúlia de Março de 2015

Autores participantes:
1 - Carlos Pessoa
2 - Machado-Dias
3 - Ana Saúde
4 - Sérgio Santos
5 - Filipe Duarte
6 - Pedro Morais

AS FOTOS



MAIS FOTOS (de Álvaro)


_______________________________________________

sexta-feira, 6 de março de 2015

APRESENTAÇÃO DE JOSÉ RUY NA ESCOLA REYNALDO DOS SANTOS – DO LIVRO “A BRINCAR VAMOS ASSOCIAR”

APRESENTAÇÃO DE JOSÉ RUY 
NA ESCOLA REYNALDO DOS SANTOS
DO LIVRO 
“A BRINCAR VAMOS ASSOCIAR”

Por iniciativa da «Fundação Montepio», a «Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto» organizaram um livro para incentivar as crianças e os jovens a associarem-se e assim conseguirem melhores resultados nas suas iniciativas.
Para isso o Dr. Augusto Flor, Presidente da Instituição, juntou três pessoas para colaborarem na realização dessa publicação: O Dr. Barbosa e Costa para criar o argumento, o José Ruy que o transformou em Banda desenhada e o gráfico Carlos Galvão que fez a paginação e preparou o material para a oficina gráfica que o imprimiu.

Com uma tiragem de 20 000 exemplares em excelente papel de alta qualidade e gramagem, a edição tem sido distribuída gratuitamente pelas escolas de todo o país, que se têm mostrado interessadas, e sempre acompanhada de explicações por responsáveis da «Confederação» que se deslocam aos locais.

No dia 11 de fevereiro de 2015 esta publicação foi apresentada na Escola Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira, com grande entusiasmo de alunos e alunas.

O Dr. Fernando Vaz, membro da Direção da Confederação e José Ruy projetaram um PowerPoint no grande auditório da Escola mostrando o conteúdo do livro e dando explicações sobre a intenção e a utilidade do Associativismo, para se organizarem num grupo de trabalho na escola ou até numa pequena equipa de desporto.
José Ruy explicou como a história foi concebida, desde os esboços à arte final, mostrando também em PowerPoint as máquinas rotativas de impressão que imprimiram o trabalho.
No final todos os alunos e alunas quiseram autógrafos dos apresentadores da obra, como recordação.

O espaço da Escola Reynaldo dos Santos foi gentilmente cedido pela sua diretora, Dr.ª Vera Lúcia Borges, e estiveram envolvidas no evento as professoras Teresa Pinto, Isabel Plantier e Marília Santos, com o apoio da professora Fátima Coentro (OK! Não é nossa prima, claro).



Aspecto do auditório quando a diretora da Escola Reynaldo dos Santos, Dr.ª Vera Lúcia Borges, apresentava os palestrantes.

O Dr. Fernando Vaz a explicar à assistência muito interessada como utilizar o livro. De seguida José Ruy fez a sua intervenção.

No final, euforicamente, os alunos num gesto espontâneo habilitaram-se a um autógrafo dos apresentadores e todos o conseguiram com êxito.









O livro a partir desta fase da Banda desenhada prossegue com texto e algumas ilustrações, para que o leitor possa apreciar o resto da história, idealizando as novas personagens que vão entrando em cena, criando mais dinamismo à narrativa.


__________________________________________________________

 
Locations of visitors to this page