quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

BDpress #326: ALIX NA HISPANIA -- J.M.LAMEIRAS NO DIÁRIO AS BEIRAS


Diário As Beiras, Sábado, 18 de Fevereiro de 2012

ALIX NA HISPANIA

João Miguel Lameiras

Depois de ter reeditado os primeiros álbuns com jornal Público a editora Asa regressa à série Alix com a edição de “O Ibero”, vigésimo sexto título da série e um os álbuns produzidos já depois da morte de Jacques Martin, embora tendo por base uma sinopse do criador de Alix, que deixou váriosargumentos escritos para que os desenhadores possam continuar as séries após a sua morte, que ocorreu em Janeiro de 2010.

Narrando as aventuras de um jovem gaulês adoptado por Roma, Alix foi uma das séries fundadoras da revista Tintin Belga, em 1948, tendo sido abundantemente publicada em Portugal na versão portuguesa da revista “Tintin” e em álbum pelas Edições 70 que, durante os anos 80, lançaram 19 títulos da série em pouco menos de 10 anos, cabendo à Asa, pegar no facho a partir de 2002, primeiro de forma pouco consequente, reeditando alguns volumes de forma mais ou menos alietória, ao sabor das co-edições. Isso parece estar a mudar recentemente, pois, para além de ter reeditado os primeiros 16 álbuns da série, numa edição conjunta com o Jornal Público, em meados de 2010, em finais de 2011, chega às livrarias este “O Ibero”, em que uma equipa constituída por Christophe Simon, François Maingoval e Patrick Weber, dá continuidade às aventuras do jovem gaulês protegido de Júlio César.

Misturando a intriga política com elementos dramáticos que vão conduzir a uma tragédia, “O Ibero” está ao nível dos melhores álbuns escritos por Jacques Martin, que aliam o rigor documental a uma intriga complexa, em que os jogos de poder provocam sempre vítimas.

Neste caso, Alix recebe de César uma propriedade na Hispania, para se instalar como um colono, embora o verdadeiro objectivo deste presente de César seja dar a Alix as condições de acompanhar no local os contactos entre as tropas de Pompeu e os chefes iberos, como Tarago, o ibero que dá nome ao livro, que tudo vai sacrificar (até a família) à causa do seu povo.

Em termos gráficos, a máquina revela-se bem oleada, embora a dimensão industrial esteja bem patente no facto de as cores terem sido feitas por cinco pessoas diferentes… Ainda assim, a dupla Cristophe Simon e Patrick Weber dá bem conta do recado, conseguindo um bom equilíbrio entre o rigor documental dos cenários e o dinamismo das cenas de acção. A nível do tratamento das feições das personagens nota-se um afastamento da estética imposta por Jacques Martin, mesmo assim, menos evidente do que em “La Cité Engloutie”, o álbum seguinte da série (ainda inédito em português), em que o desenho é assegurado apenas por Patrick Weber.

(“Alix: O Ibero”, de Jacques Martin, Simon, Maingoval e Weber, Edições Asa, 48 pags, 12,90 €)

_________________________________________________








_________________________________________________

Imagens da responsabilidade do Kuentro

_________________________________________________

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

BDpress #325: FIM DO "EPISÓDIO" TINTIN RACISTA? – Carlos Pessoa no Público online

TRIBUNAL BELGA DECIDIU QUE HERGÉ NÃO ERA RACISTA E “TINTIN NO CONGO” CONTINUARÁ NAS LIVRARIAS


Público online, 14.02.2012

Por Carlos Pessoa

Acusar Hergé de racismo sem ter em conta o contexto histórico em que foi publicada a aventura “Tintin no Congo” é absurdo. Foi este, em substância, o entendimento da justiça belga na acção colocada por Bienvenu Mbutu Mondondo, um cidadão da República Democrática do Congo a residir na Bélgica que pedia a retirada do mercado daquela banda desenhada.

O tribunal considerou que a pretensão do queixoso só podia ser aceite se fosse feita prova de que aquela obra de Hergé tinha “uma intenção discriminatória”. “Tendo em conta o contexto da época, Hergé não podia estar animado de uma tal vontade”, considera a sentença.

O advogado da Casterman (editor franco-belga de Tintin) e da Moulinsart (detentora dos direitos da obra do artista belga) saudou a sentença dos juízes. “É uma decisão sã e plena de bom senso, segundo a qual é necessário olhar para uma obra no seu contexto e compará-la com as informações e ‘clichés’ da sua época”, afirmou Alain Berenboom. “É a época da ‘revista negra’ de Josephine Baker e da exposição colonial de Paris. Hergé está sintonizado com o seu tempo, não há racismo, mas um paternalismo amável.”

Desde 2007 que Mbutu Mondondo está empenhado em conseguir que a aventura “Tintin no Congo” seja proibida ou, pelo menos, seja incluído um texto introdutório que explique o contexto cultural da época em que foi publicada, nos anos 30 do século passado. É isto o que acontece no Reino Unido desde 1991, com o álbum a ser arrumado nas livrarias nas secções para adultos e não na área infanto-juvenil.

A acusação defende que Hergé apresentou o homem negro como “preguiçoso, dócil ou idiota” e, para cúmulo, “incapaz de se exprimir num francês correcto”.

Segundo Ahmed L’Hedim, advogado de Mondondo, “é uma banda desenhada racista, que faz a apologia da colonização e da superioridade da raça branca sobre a raça negra”. “Ponham-se no lugar de uma menina negra de sete anos que descobre ‘Tintin no Congo’ com os seus colegas de classe.”

Esta campanha contra a segunda aventura de Tintin – e também a que tem um enredo mais controverso, quando lida à luz do nosso tempo – tem merecido regularmente destaque nos média, onde detractores e defensores de Hergé esgrimem argumentos. No passado mês de Novembro, Valery de Theux de Meylandt, procurador do rei belga, tornou pública a sua posição sobre o assunto, considerando que aquela aventura não tinha nada de racista. Para o advogado de Mondondo, pelo contrário, é “claro que os estereótipos que figuram neste livro lido por um número considerável de crianças, têm consequências no seu comportamento actual”. E concluí: “O racismo encontra o seu ponto de apoio neste género de estereótipos”.

Imagem caricatural faz rir... os negros

Em Outubro de 2010, o então ministro congolês da Cultura defendeu a perspectiva veiculada por Hergé nesta aventura: “Quando o livro foi escrito, os congoleses não sabiam de facto falar francês. Na época descrita na obra era efectivamente preciso usar o bastão para pôr os congoleses a trabalhar ou mais simplesmente para os impelir ao trabalho.”

Daniel Couveur, jornalista do diário belga “Le Soir”, é autor de um livro sobre o tema (“Tintin au Congo de Papa”) no qual propõe a introdução nos álbuns de uma advertência sobre as circunstâncias e contexto que a tornaram possível aquela aventura, sublinhando ao mesmo tempo o seu valor pedagógico. Cita o que foi publicado em 1969 pela revista “Zaire”: “Há uma coisa que os brancos que suspenderam a circulação de ‘Tintin no Congo’ não compreenderam (...) Se certas imagens caricaturais do povo congolês (...) provocam um sorriso dos brancos, elas fazem rir abertamente os locais, porque os congoleses encontram aí matéria para fazer pouco do homem branco ‘que os via daquela maneira’!”

Quem não encontrou motivo para rir em todo este processo foi o Conselho Representativo das Associações Negras em França. Louis-Georges Tin, o seu presidente, diz que a questão central é a de saber se “Tintin no Congo” difunde ou não uma mensagem racista ainda hoje, o que é dificilmente contestável”: “A partir deste julgamento, qualquer um pode afirmar que não é racista, anti-semita, sexista ou homofóbico escudando-se atrás do ‘contexto de época’”.

Os advogados de defesa contra-argumentam: “Sim, a liberdade de expressão pode ser limitada e o racismo pode ser um fundamento dessa medida, mas nesse caso é preciso poder explicar por que se torna necessário proibir esta publicação para bem da nossa sociedade. Ora, nada disso ficou demonstrado.”

 





____________________________________________________

Imagens da responsabilidade do Kuentro

____________________________________________________

LIVRARIA PEDRANOCHARCO ONLINE

Entraram hoje mais três títulos na loja online:

AcontorcionistA : Manifesto (Edição MMMNNNRRRG)


AcontorcionistA : Calendário (Edição MMMNNNRRRG)



BORING EUROPA (Edição Chili Com Carne)


Clicar no logotipo para ver:


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

JOBAT NO LOULETANO – 9ª ARTE - MEMÓRIAS DA BANDA DESENHADA (XXIII e XXIV) –O IMPÉRIO EDITORIAL DA AGÊNCIA PORTUGUESA DE REVISTAS 1.5 e 1.6



9ª ARTE
MEMÓRIAS DA BANDA DESENHADA 
(XXVII - XXVIII)


O Louletano, 30 de Setembro a 5 de Outubro 2004



O IMPÉRIO EDITORIAL 
DA AGÊNCIA PORTUGUESA DE REVISTAS - 1.5

Na sequência do êxito da colecção Condor (mensal), a Agência Portuguesa de Revistas - APR - lança o Condor (semanal), também com 32 páginas, mas apenas com metade do formato daquela, após a saída de Roussado Pinto e Vítor Péon da editora. Recordo ter retocado alguns dos primeiros números, montados - adaptação das vinhetas ao formato da revista - por Alfredo Silva e Santos Neves - S.N., que este último traduzia. Vez por outra, se o material em BD não preenchia a totalidade do miolo - as 30 pág. interiores - S.N. também escrevia uma história de texto, assinando com o pseudónimo de Charles Richard, ou outro dos vários que usava embora, na ficha técnica viesse referenciado que o texto era de José de Oliveira Cosme.

Tais indicações, como director, editor, etc, etc.... funcionavam mais como formas legais, que efectivas, pois por norma, quem na realidade dirigia a revista era quem seleccionava o material e coordenava as várias fases da sua feitura, inclusivé, até à impressão.

Foi também por essa altura que, por iniciativa de Mário de Aguiar - M.de A., foi lançada a colecção Tigre, formato um pouco maior que o Condor mensal, com capa em quadricomia - 4 cores - com 64 páginas e lombada, periodicidade mensal, e ao preço de 4 escudos.

Recordo, em Janeiro de 1954, a reunião onde M. de A. expôs a ideia, pedindo a cada um dos elementos da redacção que sugerisse um nome para a nova publicação. Por casualidade, foi o por mim referido - Tigre - que preferiu. Na altura escrevia um pequeno diário onde narrei o acontecimento (da revista), por isso o relembro. As primeiras sete capas são da autoria de Filipe Figueiredo - F.F. e, no seu n° 1, foi publicada uma aventura de Johnny Hazard / O Roubo do Ceptro e também um conto de S.N. com duas ilustrações de F.F..

Aproveitando a circulação das carrinhas - forgonetas - que distribuiam as publicações pelos locais de venda, em Lisboa, M. de A. pediu a Filipe Figueiredo que pintasse uns painéis publicitários à referida colecção, com a reprodução das capas, nos quais também participei. Foram executados no 1° andar da empresa, durante alguns serões, e afixados na parte superior dos ditos carros. A colecção e a publicidade a ela feita, nas ruas da cidade foram, como chamariz, um êxito absoluto. M. de A. receava que o preço, elevado para a época, fosse um óbice à aceitação da revista, mas tal não aconteceu.

Outra das novidades desse fim de ano de 1954, foi a edição do único (até meados dos anos 60) albúm de "O Mundo de Aventuras", com 84 páginas, capas a cores, e ao preço de 7$50.

Alfredo Silva, já ausente da APR, não colaborou na sua feitura. Quem seleccionou o material de BD e dirigiu o grafismo da publicação foi Fernando Esteves que, creio, também o traduziu. Rolo Duarte colaborou com alguns pequenos textos, F.F. ilustrou a capa, cabendo-me o retoque e a colagem de legendas, os cabeçalhos, bem como a ilustração do conto "O homem que não usava armas", a primeira de minha autoria publicada em qualquer revista.

Certamente que, se Carlos Alberto - C.A. na altura já fizesse parte dos colaboradores privativos da APR, - como M. de A. gostava de chamar aos desenhadores internos da empresa -, seria ele quem ilustraria a capa desse album, dado o nível de execução artística que entre os dois havia, pois C.A. esteve para a APR tal como Vítor Péon para a 2a fase do "Mundo de Aventuras", ETCoelho para o "O Mosquito" e Fernando Bento para "O Diabrete" e "O Cavaleiro Andante", seu natural sucedâneo.

Vez por outra, iludindo a revisão, algumas gralhas surpreendem-nos desvirtuando o texto. No último "9ª. Arte", a palavra "encomiasticamente" foi a mais notória. As nossas desculpas.

Legenda da imagem:

Capa do primeiro número da "Colecção Tigre", desenhada por Filipe Figueiredo, com também ilustrações suas num conto de texto, no interior

Capa do primeiro número da "Colecção Tigre", desenhada por Filipe Figueiredo, com também ilustrações suas num conto de texto, no interior



____________________________________________________________


O Louletano, 6 a 11 de Outubro 2004

O IMPÉRIO EDITORIAL 
DA AGÊNCIA PORTUGUESA DE REVISTAS - 1.6

Por norma, as publicações de BD iniciavam-se com relativa antecedência em relação à data de saída, nunca menos de um mês, raríssimas vezes dois, pois era ponto de honra da APR colocar as publicações em casa do cliente - locais de venda - no dia anterior ao estipulado como data de saída.

As revistas tipo albúm, com um só personagem, colecção Condor, Tigre, etc, eram mais fáceis de coordenar, sendo muito diferentes daquelas cuja variedade de material, nas quais só saía uma pá-gina por herói, num conjunto de 16, com várias ilustrações, cabeçalhos e capas, exigiam um especial cuidado para que nenhuma falha apresentasse quando impressas. O Mundo Aventuras, e especialmente o seu albúm saído em Dezembro de 1954, pela variedade de material que os preenchia, requeriam especial atenção.

Nas publicações das histórias em continuação, o material era entregue, antes de montado, tal como era fornecido pelo distribuidor, ao colaborador que o traduzia. Seleccionadas as vinhetas que preenchiam uma página, com o texto respectivo, acontecendo o mesmo com todas as personagens que a revista publicava, o material era entregue para montagem. Esta operação consistia em agrupar as vinhetas de modo a que as mesmas preenchessem a mancha da página - espaço disponível útil reservada à impressão - como se o material nele disposto assim fosse fornecido pelo distribuidor.

Vez por outra fazia-se necessário acrescentar um pouco o desenho, quando o espaço a ele reservado era superior à sua dimensão, o que exigia ser executado de acordo com a técnica que o autor lhe imprimira, de modo a que tal acrescento se não notasse. Quando o espaço a acrescentar excedia 1 cm ou mais, o recurso para evitar "remendos" indisfarçáveis era fazer uma caixa rectangular, onde uma legenda narrativa fazia a ligação entre as duas vinhetas.

São por demais conhecidas - não pelos distraídos leitores - algumas amputações, acrescentos, disfarçes e outros acéfalos abusos, os quais de tal maneira desvirtuavam o trabalho do autor que a sorte de quem os perpretava era o desconhecimento do público, de como na realidade o artísta os tinha concebido. Nalgumas edições da APR tais anormalias, lamentalvelmente, eram bastante notórias, pois pouco do material utilizado era fornecido com as dimensões que a mancha da página exigia. A maior parte dele era fornecido pelos distribuidores em tira diária - grupo de três ou quatro vinhetas publicadas diáriamente - ou em págima dominical, três a quatro tiras, em formato de página. No primeiro caso, dado o formato do jornal, as tiras por vezes tinham de ser desmontadas, o que ocasionava cortes ou pequenos acrescentos; já no segundo, muitas das páginas dominicais eram publicadas exactamente como os desenhadores as ilustravam. No entanto, tudo dependia da insconsciência ou cuidado com que o trabalho de planificação, montagem e retoque eram executados.

Seleccionado o material a ser publicado nas revistas com histórias em continuação, era pedido ao ilustrador, mediante uma alternância de personagens que as desmarcasse das anteriores, para que criasse uma capa com uma cena de acção que atraisse o leitor através do movimento, cor e beleza do desenho nela expressos.

Uma vez montadas e retocadas as páginas de BD que preencheriam a revista, seguia-se a legendagem, naquele tempo em tipografia, as quais eram recortadas e coladas nos respectivos balões. Revisado todo o material da publicação, o mesmo dava entrada na tipografia - casa impressora - com dez a quinze dias de antecedência da data de saída. Três ou quatro dias depois enviavam um ozalide da revista para possíveis correcções, as quais eram imediatamente feitas. Daí a poucos dias a revista impresa dava entrada nos armazéns da empresa para ser distribuída.

Longe estava o leitor, quando a adquiria e folheava, por quantas mãos e quantas voltas já dera aquela meia dúzia de páginas dobradas em quatro, e a cheirar a tinta fresca que por vezes lhe tingia as mãos!

Legenda da imagem:

Três exemplos de excessivos acrescentos num história de "Rip Kirby", publicado no "Mundo de Aventuras" nº 290. O enquadramento original está sinalisado pelo tracejado

Três exemplos de excessivos acrescentos num história de "Rip Kirby", publicado no "Mundo de Aventuras" nº 290. O enquadramento original está sinalisado pelo tracejado


_____________________________________________________________

ULISSES (XXIV e XXV)
Texto e desenhos de Jobat




______________________________

BDjornal #28 À VENDA NA LIVRARIA BARATA E NA CASCAIS PRESS DO CASCAISHOPPING!!!


O BDjornal #28 já está à venda na Livraria Barata (Av. de Roma, 11-A, Lisboa) e na Tabacaria Cascais Press, no CascaiShopping.


__________________________________


domingo, 26 de fevereiro de 2012

O BDjornal – OS LIVROS – AS REVISTAS – OS FANZINES – AS EDIÇÕES DE AUTOR – A BANDA DESENHADA PORTUGUESA JÁ TÊM UMA LOJA ONLINE A FUNCIONAR EMBORA AINDA EM FASE DE MONTAGEM

ABRIU A LIVRARIA 
PEDRANOCHARCO ONLINE

Tal como estava previsto, a Livraria online já começou a funcionar. Por enquanto ainda só com 30 títulos, previlegiando como é lógico, os títulos da Pedranocharco Publicações, mas contando também com títulos de outros Editores, Revistas, Edições de Autor, Fanzines e eventualmente irá ter uma categoria com Livros Usados.

Começamos, para já, com uma campanha de descontos no BDjornal e nos livros Pedranocharco, que durará até dia 10 de Março, altura em que se prevê esteja já pronta a reedição do BDjornal #24 (Outubro, 2008) – esgotado haverá mais de dois anos, devido ao material nele publicado sobre os 60 anos de Tex e o Western na BD.

Nessa altura, o BDjornal #24 reeditado estará na Livraria online à disposição de todo o Mundo!

Claro que falta colocar lá muita coisa, tanto de Livros como de Fanzines, Revistas, etc... Faltam-nos, por exemplo, ainda os livros da Polvo, que vão estar também à venda em breve na Livraria. E esperamos que outros editores adiram.

Aspecto da página inicial da coisa...
pretende-se tornar isto numa espécie de Stand Pedranocharco como costuma estar no FIBDA, mas permanente e com mais coisas ainda (como poderão verificar, falta muito para lá chegarmos)

É só clicar no logo Pedranocharco em fundo amarelo (igual ao que está aqui em baixo em tamanho XXL) e que já está no Kuentro, no topo da coluna da direita - obviamente em tamanho S, uma vez que a coluna não dá para imagens maiores.


AGUARDAMOS A VOSSA VISITA, OPINIÕES, SUGESTÕES, ETC...

INSCREVAM O VOSSO EMAIL NA NEWSLETTER PARA CONHECEREM AS NOVIDADES

__________________________________________________________


sábado, 25 de fevereiro de 2012

MAB INVICTA FESTIVAL INTERNACIONAL DE MULTIMÉDIA, ARTES E BD (5) – DIVULGAÇÃO DO FESTIVAL NO PORTO


I FESTIVAL MAB INVICTA 2012

O MAB DIVULGA-SE PELA CIDADE DO PORTO 
COM CARTAZES 
EM LOCAIS EMBLEMÁTICOS DA INVICTA


VER AQUI - NO BLOGUE DO FESTIVAL
QUE TAMBÉM ESTÁ NA LISTA DE BLOGUES DO KUENTRO AQUI À DIREITA


Manuel Santo e o cartaz no café Brasileira, na Rua de Sá da Bandeira...





________________________________



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

BDpress #324: HUGO PRATT MAÇON – EXPOSIÇÃO NO MUSEU DA MAÇONARIA EM PARIS


Público online, 15, Fevereiro 2012

HUGO PRATT, O CRIADOR DE CORTO MALTESE, FOI INICIADO NA MAÇONARIA EM VENEZA

Por Carlos Pessoa

Uma exposição do Museu da Franco-Maçonaria do Grande Oriente de França, em Paris, revela que Hugo Pratt, o criador de Corto Maltese, era maçon, tendo sido iniciado em 1976 na Loja Hermes, em Veneza.

A confirmação desta filiação foi feita por Pierre Mollier, director do Museu da Franco-Maçonaria ao “site” Actua.BD: “Ele foi membro daquela loja até ao final da sua vida. Foi muito assíduo entre 1976 e 1986. Depois, ele vivia em Paris e na Suíça. Foi um pouco menos assíduo, mas aparecia regularmente.”

A exposição, intitulada “Corto Maltese ou Os Segredos da Iniciação”, percorre a obra do artista italiano, propondo uma leitura diferente, à luz do universo maçónico e dos seus preceitos fundamentais. No entanto, a mostra é mais abrangente, dando a conhecer aguarelas e pranchas que ilustram o interesse de Pratt pelos elementos totémicos e objectos votivos, a par de uma série de máscaras. Didier Pasamonik, autor do texto publicado pelo “site”, fala da “mania do segredo” de Hugo Pratt, que “tinha um gosto vincado pelas organizações esotéricas”.

Entre os elementos mais interessantes que estão expostos contam-se o avental e a banda do próprio desenhador e o catecismo (um manual de instruções em forma de diálogo) de iniciação a Mestre Secreto, quarto grau do Rito Escocês Antigo e Aceite. Também pode ser vista a espada flamejante que pertencia à Loja Hermes, de Veneza, roubada pelo pai de Hugo Pratt, o fascista Rolando Pratt, durante o assalto às instalações da loja em 1924, por ordem do ditador Benito Mussolini. Esta espada terá sido devolvida à loja pelo criador de Corto Maltese no acto da sua iniciação.

A exposição termina com a apresentação de algumas pranchas inéditas da banda desenhada “Fort Wheeling” (em dois volumes, 1961-62 e 1981), desenhadas por Pratt pouco antes da sua morte, em 1995, mostrando uma iniciação maçónica de acesso ao grau de Mestre Secreto. Constituem, segundo os organizadores da exposição, “o testamento maçónico” do próprio Hugo Pratt, tendo sido adquiridas à família do autor para integrar o espólio do museu.

Para Dominique Petitfaux, autor de dois livros fundamentais sobre Hugo Pratt e a sua obra (“O desejo de ser inútil”, edição portuguesa da Relógio d’Água, e “Hugo Pratt, de l’autre côté de Corto”), a revelação desta dimensão iniciática do criador veneziano é apenas uma meia-surpresa, segundo disse ao mesmo “site”: “Não sendo maçon, eu não me sentia habilitado a interpelá-lo e estou contente que os maçons o tenham feito. Registo que não o tentaram anexar, pois Pratt era franco-maçon mas era também muitas outras coisas. Interessava-se pelo culto vudu, por exemplo.”

“Corto Maltese ou Os Segredos da Iniciação”
Museu da Franco-Maçonaria
6 rue Cadet
Paris
Até 15 de Julho

 Entrada do Museu e, em baixo, aspectos da exposição, que exibem uma série de pranchas originais de Pratt...








______________________________________________

Imagens da responsabilidade do Kuentro

______________________________________________


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

JOSÉ AFONSO MORREU HÁ VINTE E CINCO ANOS

José Afonso morreu há vinte e cinco anos, 
a 23 de Fevereiro de 1987

Os seus últimos espectáculos encheram os coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa a distinção.

Em 1985, é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, no qual, devido estado da doença, Zeca não consegue interpretar todas as músicas previstas. O álbum acaba por ser completado por José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas.

Ouçamo-lo em duas canções emblemáticas e bastante apropriadas para a actualidade deste país, gravadas no Coliseu de Lisboa a 29 de Janeiro de 1983.


Clicar em cima das imagens para ver os videos

José Afonso
(Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987)

________________________________________________________

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

JOSÉ RUY HOJE NO CENTRO NACIONAL DE CULTURA: DO ANALÓGICO À LITIGRAFIA DIGITAL


JOSÉ RUY ESTARÁ HOJE NO 
CENTRO NACIONAL DE CULTURA 
PARA UMA PALESTRA SOBRE O TEMA

DO ANALÓGICO À LITOGRAFIA DIGITAL


Do Analógico à Litografia Digital: 1947-2012
com José Ruy
22 de Fevereiro às 18h30
ENTRADA LIVRE

Técnico de artes gráficas, decorador, autor de Banda Desenhada, ilustrador e pintor, José Ruy nasceu a 9 de maio de 1930.
Esteve particularmente associado a muitas das mais importantes revistas da BD nacional e tem editados perto de quarenta álbuns, o que o torna num dos autores mais produtivos de sempre.
Importante também é o seu trabalho como ilustrador, tendo participado em vários livros e revistas, como Mundo Feminino, Almanaque Alentejano, Almanaque do Algarve, Seleções de Mecânica Popular e Diário de Notícias.

Centro Nacional de Cultura
Rua António Maria Cardoso, nº 68
1249-101 Lisboa
Tel: 213 466 722

__________________________________________________________

E AMANHÃ

NO CENTRO NACIONAL DE BANDA DESENHADA E IMAGEM 
CNBDI - AMADORA



POR ESTA PEREGRINAÇÃO ACIMA 
JOSÉ RUY e FAUSTO

No dia 23 de Fevereiro, pelas 21h00, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem terá lugar mais uma edição de Às Quintas Falamos de BD, com o encontro Por Esta Peregrinação Acima que conta com a participação do músico e compositor Fausto, do autor de BD José Ruy, e da jornalista Ana Margarida Carvalho.

Na ocasião será exibido um poema sinfónico, uma adaptação em vídeo das pranchas do álbum Fernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação, de José Ruy, com música de Por Este Rio Acima, de Fausto Bordalo Dias.

Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem
Coordenação
Av. do Brasil, nº 52-A
2700-134 Amadora
T: 214369057

__________________________________________________________

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

KOFI BREIKE #4: A TRADIÇÃO DO “CARNISVELARIUM” QUE ALGUNS POLÍTICOS QUEREM APAGAR DESTE PAÍS

O CARNISVELARIUM ou INTROITUS
DA TRADIÇÃO


Já o explicámos uma vez, mas voltamos agora à carga, por causa desta mania de alguns governos deste país, quererem suprimir uma tradição secular – “é preciso acabar com essas tradições, o que é preciso é trabalhar” terá dito um “ilustre” governante português – mesmo depois de, nos anos oitenta do século passado, outro governante, ao que parece da mesma cor partidária, ter tentado fazer o mesmo e ter-se dado mal com isso.

Quase todas as festividades cristãs-católicas são aproveitamentos de festividades mais antigas e, obviamente pagãs, enraizadas nas culturas populares, quase sempre ligadas aos trabalhos da terra. O Carnaval está associado às festas em honra de Ísis no Egipto antigo, às Dionisíacas da Grécia antiga – Bacanais na Roma antiga – (as festas em honra de Baco, ou Dionísio, com a prova do vinho novo), às Saturnais e às Lupercais romanas. Tudo isto eram Festivais que festejavam o fim do Inverno e o início de um novo ano agrícola.

A igreja Católica associou estas festividades ao seu calendário religioso, em que o Carnaval/Entrudo, passou a celebrar a entrada na Quaresma e o início do período em que era proibido comer carne. Daí a que a festividade se designasse carnisvelarium, ou seja o “adeus à carne”. A designação de Entrudo tem também o significado da introdução (introitus em latim) da Quaresma.

Mas actualmente existem os Carnavais de características urbanas, desenvolvidos desde o início do século XX, com características mais comerciais e os Carnavais das zonas rurais mais reconditas, que são os mais genuínos e que, muitos deles têm mesmo origem nas festividades romanas.

O Carnaval que nos parece ser o mais antigo em terras portuguesas, será o de Podence, uma aldeia do Concelho de Macedo dos Cavaleiros, nas profundezas de Trás-os-Montes, perto de Bragança. A tradição remonta, ao que parece, às Lupercais da época romana da Calaecia.

Os habitantes desses lugares representam o suporte genuíno de toda uma ritualidade, por vezes complexa, que nada tem a ver com os padrões modernos dos carnavais com objectivos turístico/comerciais, a atirar para o modelo brasileiro.

Os Caretos de Podence são uma prova disso mesmo.

Os Caretos, rapazes solteiros, cobrem o rosto com máscaras de lata pintada e vestem-se com as tradicionais e garridas colchas de linho, com chocalhos pendurados à cintura, para correrem a aldeia atrás das raparigas solteiras. Quando as agarram, abraçam-nas lateralmente para as “chocalhar”, ou seja, fazendo movimentos rápidos de rotação com a cintura fazem com que os chacalhos que transportam à cinta, batam repetidamente nas nádegas das "chocalhadas", transformados em verdadeiros chicotes. Consta que as raparigas, por vezes ficam cheias de nódoas negras...

Os Caretos não podem atacar as “marafonas” e os “madamos” – homens mascarados de mulheres, com a cara coberta – que são considerados membros da mesma “sociedade”, mas casados. Os Caretos não podem tirar as máscaras, senão quando entram nalguma casa ou adega – aí são obrigados a fazê-lo.

Mas as palavras não chegam para descrever esta loucura chocalheira, é preciso ir lá!







Máscaras de outros Carnavais populares:



E outros Carnavais mais Turístico/Comerciais:





Bem, estas duas últimas máscaras são do Carnaval de Veneza, mas isso... é outra história...

_____________________________________________________


 
Locations of visitors to this page