quinta-feira, 30 de junho de 2011

BDpress #271: O PORTO AOS QUADRADINHOS, PEDRO CLETO NO JORNAL DE NOTÍCIAS.



Jornal de Notícias, 24 de Junho

Ver também no blogue As Leituras do Pedro

O PORTO AOS QUADRADINHOS

F. Cleto e Pina

Se a poesia canta que do Porto “houve nome Portugal”, aqui também nasceu o primeiro grande salão nacional dos quadradinhos e, por via dele, várias obras, ricas na sua diversidade, sedutoras pela forma e conteúdo, que mostram a cidade sob diversos prismas gráficos, históricos e ficcionais.

Com um longo historial, não surpreende que as primeiras referências à Cidade Invicta nos quadradinhos sejam anacrónicas. Hermínio, herói de Borges e Moreiras, nas suas demandas passou por Portucale, onde os valorosos habitantes gritavam “Portucale ainda será uma naçon!”, e Tito e André, com as liberdades que a ficção permite, levaram Tónius, o lusitano, num intervalo dos seus confrontos com os mouros, a provar um precioso néctar, “colheita de 680”, retirado de barris encontrados num barco rabelo perto da foz do “rio Durius”.
Prancha de Tónius, o Lusitano, de Tito e André.

Deixando o humor de parte, muitas vezes as visões aos quadradinhos, em que o Porto serve de palco, privilegiam a abordagem histórica, assinada por autores de traço clássico, destacando episódios das lutas liberais ou as movimentações que levaram à implantação da República, como acontece na “História de Portugal em BD”, de Carmo Reis e José Garcês.

Mais completa, é a “História do Porto em BD”, de Luís Miguel Duarte e José Garcês, lançada quando a cidade foi Capital da Cultura, em 2001, para tornar acessível “a um público diversificado os episódios marcantes da rica história da antiga, mui nobre e sempre leal, invicta cidade do Porto". Já em “Almeida Garrett e a Cidade Invicta”, José Ruy, com a sua técnica personalizada, traça a biografia do escritor, realçando a sua ligação à cidade, retratada com rigor. O mesmo autor, em “As viagens de Porto BomVento”, de forma original combina ficção e realidade histórica, para contar o quotidiano de um piloto do Douro, nascido em 1462 e que participou nalgumas das viagens dos Descobrimentos, ao mesmo tempo que reconstrói o Porto dessa época.

Pranchas de Almeida Garret e a Cidade Invicta e de Porto Bonvento, de José Ruy

Mais recentemente, Carlos Morgado e Luís Correia em “História e Estórias do ACP” mostram edifícios emblemáticos como o palácio de Cristal ou a Torre dos Clérigos.

Esse ex-libris da cidade, de forma satírica, a cair de velho, surgia no cartaz do 1º Salão do Fanzine do Porto, em 1984, génese do primeiro grande evento regular do género dedicado aos quadradinhos no nosso país. Na sua esteira e graças ao impulso que deu também à BD local, surgiram obras de traço moderno e tom ficcional, próximo da crónica urbana, como “Jogos Humanos” e “Canção do Bandido”, ambas de Paulo Patrício e Rui Ricardo, em que o Porto é o local de vivência e de experiências de uma juventude agitada e inquieta. Ou “Stad”, resultado do desafio feito a 10 autores nortenhos “para contarem em BD uma das muitas histórias que lhes surgem do convívio diário com o Porto”, por onde passam figuras como o cauteleiro, a peixeira, o moina e o engraxador e um prato típico como a francesinha.

Cartaz do 1º Salão do Fanzine do Porto e prancha de "Stad"

Ainda no âmbito do SIBDP, não deixa de ser curiosa a visão traçada no seu diário gráfico por James Kochalka, um autor norte-americano que foi seu convidado, sensível às ruas estreitas, gradeamentos e… belas mulheres.

Maior conteúdo ficcional encontra-se em “BRK”, de Filipe Pina e Filipe Andrade, que se inicia com um atentado terrorista na baixa do Porto, e, a outro nível, “Uma viagem fantástica”, resposta de Manuel António Pina e Rui Azul ao desafio de uma das empresas que concorreu à adjudicação do Metro do Porto, para imaginarem como seria a futura rede de transportes rápidos.

Prancha inicial de BRK, de Filipe Pina e Filipe Andrade (no BDjornal #14 - Ago/Set 2006 - até ao BDjornal #22 - Jan/Fev 2008 e depois em álbum das Edições Asa, 2009) e prancha de Uma Viagem Fantástica, de Manuel António Pina e Rui Azul.

Para concluir este passeio pelos quadradinhos que têm o Porto como palco, uma história de Pitanga, publicada no Quadrado, escrita por Arlindo Fagundes e Pedro Sousa Dias, leva-nos até à Ponte Luiz I e à Ribeira, para assistir a uma reflexão amarga sobre racismo motivado por reminiscências da guerra colonial e da ditadura, cujo título evoca o hino “oficioso” da cidade: “Quem vem e atravessa o rio…”

Prancha de Quem Vem e Atravessa o Rio, de Arlindo Fagundes e Pedro Sousa Dias que foi a capa do "Fanzine Pedra Pomes de Bandas Desenhadas", nº 0, Julho 1993 (e que não passou da maqueta), tendo sido depois publicada no nº 3 - 2ª série,  da revista Quadrado, da ASIBDP (Associação do Salão Internacional de BD do Porto) em 1996...

(Caixa)
O Outro Porto

Com a íntima ligação à cidade por todos (re)conhecida, o F. C. do Porto também teve direito ao seu momento de fama… aos quadradinhos

Corria 1992 quando o jornalista Manuel Dias e o desenhador Artur Correia juntaram talentos para criar “Era uma vez um Dragão ou a história do Futebol Clube do Porto contada às crianças”.

O livro, em tom divertido e com um traço caricatural, traça o percurso portista desde as suas origens no início do século XX, até à a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Viena, em 1987, frente ao Bayern de Munique. E onde, como não podia deixar de ser, são reconhecíveis não só os grandes jogadores que passaram pelo clube como também treinadores como Pedroto, Morais e Artur Jorge e, claro, o seu presidente, Pinto da Costa..
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Nota do editor: No seu blogue, Pedro Cleto inclui também esta vinheta do álbum Herminio – Regresso a Portucale, argumento de Paulo Moreiras, desenho de Victor Borges, Pedranocharco Publicações, Lda., 1996.


Devo dizer que, na altura em que Victor Borges quis editar este álbum (ele era sócio da editora), discuti bastante a questão das imagens do Porto a utilizar, especialmente com Paulo Moreiras que, baseado numa conversa que teria tido com o Professor José Mattoso, queria a cidade do Porto (Portucale) representada por meia dúzia de barracas de palha. Não creio que Mattoso lhe tenha dito uma coisa destas, uma vez que a romana Portus Cale já era uma cidade importante (existindo pelo menos desde o séc. VIII A.C.), sendo inclusivamente protegida com muros (muralhas) que mais tarde foram motivo de obras importantes, primeiro por Vimara Peres em 868 e depois por D.Dinis, em 1320. Mas, sendo Moreiras o autor do argumento, tive que deixar passar aquilo que considero um erro monumental. Daí que esta vinheta, que representa Hermínio a sair de Portucale, mostre aquela meia dúzia de barracas, que não correspondem, de modo nenhum, ao Porto da época.
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segunda-feira, 27 de junho de 2011

BDpress #270: POLÉMICA SOBRE OS ESTRUMPFES – Carlos Pessoa, no Público



Público – P2, 18 Junho 2011

HÁ UMA ESTRUMPFEPOLÉMICA INSTALADA

Carlos Pessoa

Um livro do estrumpfólogo francês Antoine Buéno acusa a série criada por Peyo de representar um universo totalitário, racista e anti-semita. Outras criações, como Tintim, Lucky Luke ou Batman 
também já estiveram na linha de fogo.

Quem olha para as pequenas criaturas azuis da floresta com barrete frígio e calças brancas vê criaturas centenárias que povoam um mundo mágico, moram em casas-cogumelo, são vegetarianas, têm características distintivas e vivem em perfeita (nem sempre, é verdade...) harmonia com a natureza.

A banda desenhada Os Estrumpfes (Les Schtroumpfs no original francês) tem milhões de adeptos em todo o mundo, mas nem todos estão de acordo com esta visão idílica e feérica imaginada pelo belga Peyo em 1958 na revista Spirou. Por isso, a espaços, têm surgido denúncias de anti-semitismo e racismo, a par de alusões ao carácter totalitário e misógino da sociedade liliputiana, onde as mulheres quase não têm lugar.

O último contributo foi publicado este mês em França. Le Petit Livre Bleu (Éditions Hors Collection, Junho 2011) é assinado por Antoine Buéno, escritor prospectivo, professor de Ciências Políticas e colaborador de imprensa, que desmonta, de forma sistemática e organizada, o mundo das simpáticas personagens azuis. O subtítulo da obra explicita o propósito do seu autor – Análise crítica e política da sociedade dos Estrumpfes. Nesse sentido, Buéno considera que estamos perante “um arquétipo da utopia totalitária marcada pelo estalinismo e o nazismo”.


Totalmente autosuficiente e sem depender de terceiros nos aspectos essenciais, a sociedade dos estrumpfes é rigidamente hierarquizada, obedecendo à voz de comando paternalista e omnipotente do Grande Estrumpfe, o único que se veste de vermelho. O mais perigoso inimigo do pequeno povo, o temível feiticeiro Gargamel, é uma criatura odiosa com um perfi l que lembra uma caricatura anti-semita e, não por acaso, o seu gato chama-se Azrael...

Gargamel e o gato Azrael...

Antoine Buéno sustenta a sua visão nas características do habitat da banda desenhada, onde “cada um se veste da mesma maneira, tem uma casa igual à do seu vizinho e exerce a profissão mais adequada às suas habilidades, não sendo conhecidos pelo seu nome, mas sim pela sua função na sociedade”.

Um dos álbuns, Les Schtroumpfs Noirs, é utilizado pelo investigador para salientar o racismo que estaria patente na série – um estrumpfe que fica negro e incapaz de falar, quando picado por um insecto, por oposição à natureza ariana da Estrumpfina, o único elemento do sexo feminino na série.

Ouvido pela revista francesa L’Express, o filho de Peyo, Thierry Culliford, não se mostrou surpreendido: “Deixem-me adivinhar, eu conheço a história há muito tempo! Os Estrumpfes são comunistas, homossexuais e racistas, etc.”

A resposta dos admiradores da série foi bastante violenta. Basta acompanhar o debate nos sites do sector para se ficar com uma ideia das reacções que levaram Didier Pasamonik, chefe de redacção de ActuaBD, a escrever: “A cólera [dos leitores] é tão forte que muitas vezes ficam sem argumentos, não manifestando mais do que desprezo e hostilidade, quando, na realidade, não são tanto aquelas teses que levantam problemas, mas o ambiente geral de seriedade que está a limitar a banda desenhada com mais eficácia do que a absurda lei de 1949 sobre a protecção da juventude.”

Oportunismo? Provocação?

Do lado dos especialistas, as posições são mais diferenciadas. “Penso que o mundo está a ficar cada vez mais louco na sua aspiração a ser ideologicamente clean”, disse ao P2 Gilles Ratier, presidente da Associação de Críticos e Jornalistas de BD e animador do site BDZoom. com. “Estamos perante alguém que não deixou passar a oportunidade de falar de si.”

O crítico Laurent Mélikian confessa que “o caso dos Estrumpfes o diverte um pouco”: “Embora o conjunto [das críticas] seja excessivo, por que não? Antoine Buéno fez uma provocação, um pouco saudável, pois, apesar de tudo, temos o direito de criticar e interpretar os Estrumpfes, tal como Tintim, Astérix, Super Homem ou a Condessa de Ségur. As obras do passado são, em graus variáveis, espelhos das suas épocas que convém explicar.”

Os “gritos de horror” de alguns bedéfilos, que “não suportam que se toque no panteão da sua infância”, surpreenderam Mélikian: “Mesmo acreditando que as críticas tocam onde mais dói, que crime cometeu Antoine Buéno para ser arrastado pela lama e até receber ameaças de morte? Ele nunca disse que Peyo era racista ou defendia o totalitarismo. Também não pediu censura [para a obra], nem é responsável pela mudança da cor dos estrumpfes negros nos Estados Unidos...”

Ao P2 Didier Pasamonik disse que considerava saudável e necessário dar uma leitura diferente de uma obra clássica, em especial quando essa mesma obra tem uma influência tão grande como os Estrumpfes. Admite que aquela sociedade – masculina e muito hierarquizada – “põe questões legítimas”. Mas daí a aceitar as análises de Buéno vai uma grande distância: “A sua tese baseia-se na maior parte das vezes em sofismas (Marx usa barba, o Grande Estrumpfe também, logo o Grande Estrumpfe é comunista...), um método retórico apoiado na mentira desacreditada por Platão, mas que continua a ser eficaz, ao que parece.”

Outra crítica de Pasamonik é sobre a “falta de contextualização”. Lembra que os diálogos foram em muitas alturas escritos por Yvan Delporte, chefe de redacção da revista Spirou e “um anarquista bem conhecido”. E sublinha que no momento da criação da série a “lei de censura de 1949 era muito forte e proibia as representações femininas ‘sexuadas’ nas bandas desenhadas”: “É provável que a chegada da Estrumpfina seja, por escárnio, uma forma de contestação de uma banda desenhada tal como a censura a sonhava, e daí os elementos femininos serem considerados como maléficos.”

O investigador Patrick Gaumer, autor do Dictionnaire Mondial de la BD, aponta, por seu lado, a “falta de rigor do autor”. “No seu livro muito oportunista, Buéno explica que o primeiro álbum não foi publicado nos Estados Unidos por causa dos estrumpfes negros. Ora aí está uma contraverdade. E quase não se refere à importância de Yvan Delporte ou de André Franquin.

Em suma, estes oportunistas que só aspiram a falar de si próprios são bastante cansativos. Se querem bater-se contra as ditaduras, existem algumas mais reais e mais nocivas do que a dos infelizes estrumpfes. Mas isso seria muito menos mediático para o autor!”

No banco dos réus

O caso de Os Estrumpfes está longe de ser único na história da BD. No início dos anos 1970, as criações de Walt Disney – em especial o Pato Donald – foram objecto de uma análise marxista, ideologicamente muito agressiva, de Ariel Dorfman e Armand Mattelart no livro chileno Para Leer al Pato Donald (edição portuguesa das Iniciativas Editoriais, 1975). “É um clássico da leitura revolucionária que partia de traduções adulteradas para ‘provar’ o ponto de vista dos autores”, diz o historiador da BD Leonardo De Sá.


As aventuras de Tintim, e sobretudo Tintim no Congo, são notícia recorrente pelas piores razões, com acusações de racismo e antiecologismo sem a menor consideração pelo contexto social em que surgiu a obra. “É um caso revelador do dark side das nossas sociedades”, diz Laurent Mélikian. “Os africanos são constantemente rebaixados à categoria de crianças grandes que é preciso educar. É um facto que o próprio Hergé lamentava. No entanto, afirmá-lo sujeita-nos a ouvir uma descarga de insultos por vezes racistas...”

Tira de Tintin no Congo...

O mais consensual Lucky Luke não esteve a coberto de algumas investidas. Um editor sueco pediu a Morris que tornasse mais finos os lábios dos negros na história En Remontant le Mississípi (Subindo o Mississípi, em português), o que o desenhador recusou liminarmente – a história nunca foi publicada nos Estados Unidos. Todavia, o criador belga já não pôde resistir à substituição do eterno cigarro na boca do cowboy solitário por uma asséptica palhinha...
Por acaso, na capa, Lucky Luke ainda ostenta o eterno cigarro....

Mais complexa e com consequências bastante mais nocivas foi a polémica desencadeada na primeira metade do século XX por psicólogos e sociólogos americanos, sobretudo contra os comic books de terror e os seus alegados efeitos nocivos na formação emocional e cívica dos jovens leitores. A série Batman também não escaparia ao furor censório, com acusações explícitas de homossexualidade envolvendo o herói e o seu companheiro de luta Robin. A resposta da indústria foi a criação em 1954 do Comics Code, um sistema de autocensura para se defender das acusações e permitir a chegada ao mercado das criações aos quadradinhos. “Por contágio, provocou diversos códigos de censura e moral noutros países, incluindo Portugal”, conclui Leonardo De Sá.


No universo das simpáticas figuras azuis de barrete, o escritor Antoine Buéno vê uma sociedade totalitária, com um feiticeiro que lembra uma caricatura antisemita e o Grande Estrumpfe que veste de vermelho e usa barba como Marx.

Também as criações de Walt Disney foram já objecto de análise marxista e Tintim e Lucky Luke acusados de racismo (em cima, banda de “Subindo o Mississípi”, para a qual um editor sueco pediu ao autor, Morris, que tornasse mais finos os lábios dos negros, o que este recusou fazer e a história nunca foi publicada nos Estados Unidos).
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Imagens da responsabilidade do Kuentro
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domingo, 26 de junho de 2011

XVII SALÃO INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE VISEU TRAZ PELA QUARTA VEZ FABIO CIVITELLI A PORTUGAL

Uma ligação directa ao blogue de Tex Willer onde poderão ver mais algumas fotos.

Fabio Civitelli recebeu em 2007, no Salão Internacional Moura BD, 
o "Balanito" de Honra para Autor Estrangeiro


22 Junho, 2011

Por José Carlos Francisco

O XVII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu traz pela QUARTA vez Fabio Civitelli a Portugal, que deste modo, se tornará o primeiro autor de nível internacional a ter sido convidado para estar presente nos quatro maiores eventos relacionados com a banda desenhada no nosso país.

Depois dos grandes sucessos ocorridos em Portugal com as várias exposições ligadas ao Tex (Os desenhadores dos Tex Gigantes, em 2005 no Salão de Viseu; A nova vaga de desenhadores de Tex, em 2007 no Salão de Moura; Os 60 anos de Tex, em 2008 no Festival da Amadora e Os 25 anos de Fabio Civitelli a desenhar Tex, em 2010 no Festival de Beja) ocorridas nos últimos anos em Portugal e que contou com a presença de Fabio Civitelli por 3 vezes (2007 em Moura, 2008 na Amadora e 2010 em Beja) e Marco Bianchini (Amadora 2008), não esquecendo também a presença de Ivo Milazzo no recém terminado Festival de Beja onde estiveram expostas páginas originais do seu Tex Gigante, finalmente o blogue português do Tex pode confirmar a presença de Fabio Civitelli no 17º Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu, a realizar em Setembro deste ano.

Todos estes eventos mostram que Tex está na moda no nosso país e provam que o Rangercontinua também a arrastar muitos fãs, daí os principais eventos ligados à banda desenhada em Portugal continuarem a apostar na presença de autores ligados ao Tex e em exposições relacionadas com o mundo de Tex Willer e foi em Viseu, onde recorde-se uma vez mais, que toda a grande projecção que Tex tem no presente começou, já que a edição de 2005 deu um grande destaque ao TEX WILLER, devido à personagem italiana ter sido o herói homenageado em virtude da mostra ”Tex – cowboy e pistoleiro – coleccionar a BD”, dedicada ao herói de papel, emblemático na BD italiana de aventuras, onde se pôde apreciar um panorama impressionante, tanto de edições raras como de peças de “merchandising”, que faziam parte duma das maiores colecções do mundo, pertencente ao coleccionador José Carlos Francisco, de Anadia (mostra essa repetida dois anos mais tarde em Moura), tendo Tex tido ainda uma outra exposição dedicada a si: A exposição de pranchas de todos os desenhadores que até aquela data, tinham desenhado as edições gigantes de Tex Willer, chamadas na Itália de Texoni, nomes como José Ortiz, Joe Kubert, Guido Buzzelli, Victor De La Fuente, Magnus, Jordi Bernet, Colin Wilson e muitos outros prestigiados mestres da nona arte que ilustraram os Tex Gigantes!

No Salão deste ano que decorrerá de 10 a 21 de Setembro e cuja temática é o das “Cidades na BD“, Viseu para além da presença de Fabio Civitelli terá uma nova exposição dedicada ao Tex: “As cidades do Tex” e dela constarão cerca de 25 pranchas dos mais conceituados desenhadores do Ranger que terão como pano de fundo muitas das cidades onde Tex comparece ao longo da saga.

A organização irá também atribuir o Prémio Anim’Arte 2010 (o prémio em questão é um reconhecimento público que o Município de Viseu reconhece às personalidades que mais se distinguem no campo da Cultura e como a banda desenhada é cultura…) a Fabio Civitelli, que deste modo com a sua presença na cidade de Viriato, tornar-se-à o primeiro autor de nível internacional a ter sido convidado para estar presente nos quatro maiores eventos relacionados com a banda desenhada em Portugal, o que diz bem do prestígio granjeado por Fabio Civitelli no nosso país.

Finalizamos por agora, informando que na noite de sábado, dia 10 de Setembro, está prevista uma Tertúlia Texiana com a presença de Fabio Civitelli e que contará certamente com a participação de inúmeros Texianos vindos de todo o país e inclusive do estrangeiro, pelo que Texiano amigo, programe-se para comparecer em Viseu no fim de semana de 10 e 11 de Setembro e desfrutar de um evento que ficará marcado a letras de ouro na História de Tex em Portugal!

No Salão Internacional Moura BD, 2007

No Festival Internacional de Banda Desenhada de Amadora, 2008

No Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, 2010
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sábado, 25 de junho de 2011

INICIA-SE HOJE, PELAS 14:00h A XVIII FEIRA LAICA – NA BEDETECA DE LISBOA

Aqui ficam os texto sobre o que é a Feira Laica e o Programa desta 18ª edição.
Ambos os textos foram sacados do site da Feira Laica.


FEIRA LAICA – edição independente

A Feira Laica é o evento de edição independente mais regular e com maior visibilidade pública em Portugal. Tem como objectivos basilares a promoção da bibliodiversidade e a luta contra o monolitismo cultural.

É um projecto vivo e multifacetado: partindo de uma lógica de espaço de comércio cultural alternativo e justo, tem dado visibilidade a inúmeros editores independentes, artistas gráficos e artesãos e promovido diversos eventos geradores: exposições de artes gráficas, workshops de serigrafia e tipografia, concertos, publicações, cinema de animação…

Ao longo das suas edições concentradas sobretudo em Lisboa (mas com visitas esporádicas a Palmela, Oeiras, Seixal, Porto e Coimbra), a Feira Laica tem assumido um lugar improvável na vida cultural portuguesa enquanto espaço de encontro entre os criadores e o público, numa lógica que permite a aquisição de bens culturais e criações artísticas ou artesanais, sem a existência de intermediários.

A feira é organizada por um pequeno grupo informal de editores e criadores que funcionam como foco galvanizador de uma comunidade criativa muito mais abrangente.

A QUEM SE DESTINA?

Público não determinado com interesse pela banda desenhada, ilustração, literatura, música, impressão e a edição independente em geral. Os mais pequenos também têm o seu espaço próprio com a Mini-Laica (uma feira organizada pelas crianças), contadores de histórias e outras actividades.

HÁ QUANTOS ANOS EXISTE?

Desde 2004, sendo repetida duas vezes por ano, uma no Verão (tradicionalmente na Bedeteca de Lisboa) e outra no período de Natal saltitando nos espaços lisboetas que acolhem actividades de teor Do-It-Yourself.

QUAL É O OBJECTIVO?

Criar um momento catalisador de novidades editoriais, de encontro entre editores independentes entre si e o público, de reflexão sobre a actividade criativa e editorial, de promoção de artistas gráficos e músicos.

QUEM PARTICIPA?

Editores independentes, ilustradores, autores de bd, músicos, realizadores de filmes, impressores, … nacionais e estrangeiros – no passado já nos visitaram os colectivos Glömp(Finlândia) e Stripburger (Eslovénia), autores Alberto Corradi (Itália), Mike Diana (EUA), Albert Foolmoon (França), Nevada Hill (EUA) e Guillaume Soutlages (França), e ainda as Ediciones Valientes (Espanha), Wormgod (Suécia) e Milk+Wodka (Suíça).

No campo musical já participaram projectos como Samizdata Club (evento da Thisco), Traumático Desmame, Lobster, Tiago Guillul / Lacraus, Filipe Leote, Rita Braga, Nevada Hill (EUA), Travassos, Gabriel Ferrandini, Nuno Moita, Pedro Sousa, Filho Único DJ Set, I Had Plans, Kill Me Tomorrow (EUA), Filipe Felizardo, Filho Da Mãe, Amon Düde (Finlândia), Riding Pânico, Goran Titol, Rudolfo, etc…

QUE POSSO COMPRAR NA FEIRA?

Fanzines, livros, discos (CDs e vinis), serigrafias, zines, livros de autor, k7s, entre outros objectos e artefactos que desafiam as prateleiras convencionais das livrarias.

EVENTOS

Exposições – algumas tornaram-se itinerantes como a impronunciável åbroïderij HA!que percorreu os Maus Hábitos (Dez’08), Casa da Animação (Jan/Mar’09), Biblioteca de Abrantes (Abr’09), Festival Outfest (Mai’09), Bedeteca de Beja (Fev’10), Chiado Afterwork (Mai’10) e Claustros do Instituto Politécnico de Setúbal (Jun’10) – ; concertos; Mini-Laica; murais, cinema de animação e workshops.

VII Feira Laica de Lisboa, 2007 - Bedeteca de Lisboa

XVIII FEIRA LAICA 
PROGRAMA COMPLETO

Bedeteca de Lisboa
(e ainda na Trem Azul e Matéria-Prima)
25 e 26 de Junho, entre as 14h e 20h
ENTRADA LIVRE (excepto concertos)

EXPOSIÇÕES

- na BEDETECA DE LISBOA (25 de Junho a 29 de Julho), colectiva de ilustração portuguesa de Novos Talentos com Lucas Almeida, Ricardo Martins, Margarida Borges, Lucas Barbosa, Rudolfo, André Coelho, Sílvia Rodrigues, David Campos, Uganda Lebre, José Smith, Afonso Ferreira

- na loja TREM AZUL JAZZ STORE (25 de Junho a 30 de Julho), individual de BD de Neuro
- na loja MATÉRIA-PRIMA / Bairro Alto (24 de Junho a 6 de Julho) colectiva de serigrafia Hecatombe

CONVIDADOS ESPECIAIS

- Neuro (1980), artista gráfico romeno residente em Copenhaga cujo primeiro livro será editado pela MMMNNNRRRG

- Quatro artistas do colectivo Hecatombe, grupo de artistas gráficos que trabalham em bd, ilustração e serigrafia.

FEIRA
(editores e novidades editoriais)

Este é o encontro de relevância de editores independentes, as inscrições estão abertas e já temos algumas confirmações: Ana Ventura (ilustração), Associação Chili Com Carne (bd, ilustração, literatura, ensaio), Associação Tentáculo (bd), Averno (Poesia, livros), Bedeteca de Lisboa / Livraria Municipal (bd, ilustração), Bíblia (poesia, arte), Blam Blam (zines) +Toys Are Evil (broches), Bruno Borges (zines), jornal Coice de Mula (publicações libertárias), Contra-prova (gravura, ilustração), Dedo Mau (ilustração) + zine É Fartar Vilanagem! (zines, bd), El Pep (bd), Faca Monstro + Marvellous Tone + Soopa (música), A fartura do corpo que não pede e não precisa (zine), Hecatombe (zines e serigrafia),Imprensa Canalha (ilustração), Jaime Raposo (ilustração, livro de autor), LeoteRecords (música), Massa Folhada (livros de autor), Mia Suave (poesia), MMMNNNRRRG (bd e ilustração), Narcolepsia + Cérebro Morto (música, k7), Oficina Arara (serigrafia), Oficina do Cego (impressões), Opuntia Books (graphzines), Paracetamol (zines) + Propaganda 13 (street-art, t-shirts), Ricardo Castro (jogos de cartas ilustradas & malditas!), Quarto de Jade + Serrote (livros), Thisco (musica), Tobias Serigrafias e Um grave problema de Miopia (zine).

E ainda Artesanato urbano & Vintage: Dina Ladina, Manuel Leitão, Pega-me, Rita Costa, João Bragança, a Madureira e a Noveloteca, Jorge Dutti, Mayoke, Rub-a-Duckie,… e a habitual mesa dos DISCOS e LIVROS em segunda mão com preços inacreditáveis (desde 0,1€!).

NOVIDADES EDITORIAIS

- Abria-te essa cona toda, zine de Brunão, The Milky Way, Boca Doce, Holmes Gouveia, Rámon Jamón,…
- AcontorcionistA (MMMNNNRRRG), livro de Grupo Empíreo
- A Minha Drogaria EP (Leote Records) de Presidente Drógado
- Çuta Kebab & Party (Chili Com Carne + Faca Monstro), vinil 10″
- Famous Tumours, livro de autor Jaime Raposo
- Lodaçal Comix #2 (Ruru Comix), zine bd de vários autores
- Neuro-Trip (MMMNNNRRRG), livro de Neuro

ainda quentes: Os Animais Domésticos (Quarto de Jade), livro de Maria João Worm ;Futuro Primitivo (Chili Com Carne), v/a ; Ghuna X (Marvellous Tone), LP ; Mundos em Segunda Mão, vol.1 (MMMNNNRRRG), de Aleksandar Zograf.

CONCERTOS
(Sábado)

- M-Pex e Thermidor no auditório da Bedeteca de Lisboa, das 18h às 20h. Acesso: 3 euros a favor da Thisco.
- Festa Laica com Somália e Çuta Kebab & Party (lançamento de disco vinil 10″ pela Chili ComCarne e Faca Monstro) na TREM AZUL, às 22h. Acesso: 3 euros a favor da Soopa.

Thermidor



CONCERTOS
(Domingo)

- Moca Loura e Ghuna X vs R- no jardim da Bedeteca de Lisboa, às 18h. Acesso 3 euros a favor da Mia Suave.

Sinopses: Como sempre a programação musical da Laica é versátil mas este será o ano mais eclético e “fusionista” de sempre! Começamos com a guitarra portuguesa com ritmos electrónicos dando ao Fado um estilo Up-grade, é a proposta do repetente M-PeX, seguido pela electrónica ambiental e Dark de Thermidor.

ÚLTIMA HORA: 
 durante o Sábado à tarde, Vasco Alves toca o seu “am/fm keyboard 6″ 
criando um ambiente sonoro de esquizofrenia rádiofónica.

A festa na Trem Azul irá começar mal, talvez com má-disposição mesmo graças ao Noise primitivista dos Somália! Mas alegrem-se que há mesmo FESTA com o concerto dos Çuta Kebab & Party até porque será mesmo uma Festa de Lançamento do seu disco vinil. Projecto devoto à música popular e “fast-food” euroasiáticas, protagonizado por produtores portugueses que se deixaram seduzir pela colisão entre antiguidade, modernidade, tradição e imediatismo que ambas propõem. Durante uma semana a fluxo de Falaffel, Kebabs e Narguilé, foi produzido um EP que homenageia esta cultura híbrida, evocando-a a partir de uma perspectiva ocidental, com o uso de “found tapes” oriundas de bairros turcos de cidades europeias, gravações feitas em “kebab shops” e ritmos da música tradicional turca e curda.

Domingo, é dia de carregar energias de forma lenta, e propomos Poesia musicada Moca Loura um projecto de Nuno Moura (Mariposa Azual, Mia Suave) com João Guimarães (bateria) e Ricardo Ribeiro (clarinete-baixo) em estreia universal. Poesia e música como nunca foram ouvidas (nem pelos próprios, porque reina o improviso). Depois vai ser a colisão de Dub abstracto de Ghuna X com a bateria de R- (Lobster, I Had Plans,…) tal como foram descobrindo na tournê europeia da Chili Com Carne no ano passado.

Dunga, Dont Cry

FILMES
(Sáb. 16h, auditório da Bedeteca)

No auditório da Bedeteca de Lisboa, cerca de 40 minutos:

João Tocha (Portugal) : Pedro Zamith : O Walt Disney Underground
Toffeur (França) : Promotion Canopée
André Ruivo (Portugal) : It’s moving
Mina Anguelova (Portugal) : A Little Song About My Diseases, 1) Psoriasis, 2) Candida Albicans, 3) Cannibalistic Bulimia
Laur Balaur (Roménia) : Deep in Space
Vladimir Palibrk (Sérvia) : Dunga Don’t Cry (imagens)
GRRR (Suiça) : Punk Machine
Javier Fabregas (Espanha) : Infinite girlfriend (vídeo-clip de Mincemeat or Tenspeed)

WORKSHOP

Construção de paínel solar por João Almeida e também como adaptar equipamento já existente para funcionar com energia solar – ex.: telemóveis. Domingo, 16h, cerca de 30m. (Dom. 16h, auditório da Bedeteca)

ANIMAÇÃO INFANTIL

- Noveloteca de Ana Madureira «Eu seguro a meada, tu enrolas o novelo e dobando vamos contando. De uma conversa fiada a dois nasce um livrinho. Assim se faz a Noveloteca, uma biblioteca de novelos e novelas.Actividade para todas as idades.»Sábado e Domingo a partir das 16h

- Mini-Laica São convidados feirantes de palmo e meio para divertirem-se a vender as suas bugigangas por um preço que vai até 1€, e ainda, podem trocar entre si brinquedos e outros objectos. Público-alvo: Crianças e jovens até aos 13 anos. Nº de participantes: 10 feirantes. Horário: 15h ás 18h

- “Pequenos Artistas” Ao longo da feira, as crianças e adolescentes que quiserem ganhar algum “cacau”, podem utilizar o espaço dedicado aos feirantes mais pequenos, aMini Laica, e criarem pequenas/ grandes obras de artes e por à venda. Como por exemplo: Pintar um quadro, cartão postal, construir brinquedos, transformar um objecto noutra peça, etc. Só têm que dar azos a imaginação. Público Alvo: Público em geral a partir dos 8 anos. Horário: a parti das 15 horas. Material: Papel cavalinho A3, cartolina, telas, materiais a reciclar, objectos diversos, tintas, recortes de revistas e jornais, lápis de cor e de cera, cola.

- Pescaria: “BD é Fixe” Por apenas uma pequena história, os visitantes mais pequenos podem desfrutar de uma sessão de pescaria no lago do Jardim e ganhar fabulosos prémios, basta para isso, fisgar um peixe premiado. Horário: a partir das 15h30.

- “Espelho, Espelho meu…” Um espelho estrategicamente posicionado na feira servirá de apoio para aqueles visitantes que quiseres fazer o seu AUTO-RETRATO. Público Alvo: Público em geral. Horário: a parti das 15 horas. Material: Papel cavalinho A3, lápis de carvão, lápis de cor preta.

- Aqui há contos Sessões de histórias promovidas pela Bibliotecas dos Olivais

VII Feira Laica, 2007 - Bedeteca de Lisboa

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Por impossibilidade do editor, a Pedranocharco não poderá estar presente na Laica deste ano na Bedeteca de Lisboa.
As nossas desculpas pela ausência forçada.
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quinta-feira, 23 de junho de 2011

O BDjornal #27 JÁ ESTÁ À VENDA NO BRASIL - NA REDWOOD COMICS


O BDjornal #27 já está à venda 
na Redwood Comics 
Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.


Podem comprar AQUI

Fernando Relvas, um dos nomes maiores da BD portuguesa, esteve ausente no estranjeiro durante quase oito anos, como muita gente saberá. Quisemos marcar o seu regresso com um grande dossier (29 páginas), onde se podem destacar não só a Bio-bibliografia mais completa deste autor realizada até hoje – e mesmo assim incompleta, tal a amplitude e variedade dos projectos que realizou, em trinta e sete anos de carreira – complementada por uma extensa entrevista, para “pôr a escrita em dia” e sete pranchas, parte de uma banda desenhada intitulada Kriks, O Trabalhador Ideal, que foi publicada inicialmente em inglês, como webcomic semanal, num blogue. De qualquer modo, convém dizer que esta matéria sobre Relvas foi pensada em Fevereiro de 2010, aquando da preparação da entrevista com Diniz Conefrey para o BDj #26 e sobretudo, devido ao texto de Conefrey, Fernando Relvas, O Abismo do Autor, também publicado nessa edição do BDj. Ainda longe, portanto, de se saber que Relvas iria regressar a Lisboa e que, mercê desse regresso, viria a ser convidado para expôr o seu trabalho nos Festivais de BD de Beja e da Amadora deste ano.

Por outro lado, e como este BDjornal é longo, o mais longo que se realizou até hoje, referimos outras matérias de grande interesse, começando pelo texto onde João Miguel Lameiras nos descreve o que foi a espantosa exposição Transeforme, que mostrou as Metamorfoses de Moebius na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain.

Apresentamos ainda duas entrevistas, com Fil e André Oliveira, sobre o Projecto Zona, para nos contarem esta verdadeira aventura no mundo da edição de BD neste país.

Um projecto antigo, de divulgar regularmente alguns fanzines que merecem destaque, vê agora realização: convidámos o Fanzine Terminal, do Algarve, construído e editado pelo incansável Phermad desde 1998, ano em que foi lançado o primeiro número. Apresenta-nos aqui doze autores que convém ter em atenção.

Por último, destacamos o início da colaboração de Wagner Macedo no BDjornal, num importante contributo para o intercâmbio lusófono, que andamos a tecer há alguns anos com o Brasil. Faltará agora termos algumas respostas dos nossos amigos angolanos Olímpio e Lindomar de Sousa, para que o BDjornal possa estender essa teia a Angola, com o objectivo de, mais tarde, podermos estar também em outras paragens da Banda Desenhada que se escreva em português.

CAPA: Ilustração de Fernando Relvas – Pormenor de uma vinheta da novela gráfica Li Moonface.

4 – TINTA NOS NERVOS – UMA EXPOSIÇÃO ÚNICA DE BD PORTUGUESA, J. Machado-Dias
7 – FERNANDO RELVAS, O REGRESSO DO FILHO PRÓDIGO, João Miguel Lameiras
12 – FERNANDO RELVAS – PARA UMA BIO-BIBLIOGRAFIA, J. Machado-Dias
16 – O REGRESSO DO URSO – ENTREVISTA COM FERNANDO RELVAS, (a mais completa bio-bibliografia do autor feita até hoje), J. Machado-Dias
24 – BD – KRIKS, O TRABALHADOR IDEAL, Fernando Relvas e Nina Govedarica
30 – TRANSEFORME – AS METAMORFOSES DE MOEBIUS NA FUNDAÇÃO CARTIER, João Miguel Lameiras
32 – CRÓNICA DO MAU PASTOR, Diniz Conefrey
34 – AS AVENTURAS DE TINTIN NOS JORNAIS PORtugueses, Leonardo De Sá
37 – DOSSIER FANZINE CONVIDADO: TERMINAL, Vários Autores
57 – BD – JAMAICAN, Wilson Vieira (Arg.) e Angelo Roncalle (Des.)
67 – BD – SAMIRA 2 (+arte 1 de 2), Selma Pimentel
77 – SYNCOPATED – AN ANTHOLOGY OF NONFICTION PICTO-ESSAYS, Sara Figueiredo Costa
78 – O AMOR INFINITO QUE TE TENHO, Pedro Vieira Moura
79 – DESTRUIÇÃO!, Pedro Vieira Moura
80 – VOYAGE – AUX ÎLES DE LA DÉSOLATION, Pedro Cleto
81 – FAR AWAY, Pedro Cleto
82 – O OESTE SEGUNDO CIVITELLI, Pedro Cleto
83 – SEISCENTAS EDIÇÕES DE TEX, José Carlos Francisco
84 – TEX EM NÚMEROS, Saverio Ceri
86 – TEX WILLER – A HISTÓRIA DA MINHA VIDA, José Carlos Francisco
87 – PROJECTO ZONA – ENTREVISTAS COM FIL E ANDRÉ OLIVEIRA, J. Machado-Dias
92 – ENTREVISTA COM WAGNER MACEDO, J. Machado-Dias
95 – ENTREVISTAS COM WILDE PORTELA E PAULO JOSÉ “Don Pajo”, Wagner Macedo
97 – GUERRA, MORTE E REENCARNAÇÃO NOS QUADRINHO BRASILEIROS, Edgar Indalécio Smaniotto
100 – VIAJANTES DE PAPEL NA LUSOGONIA GRÁFICA 1, Osvaldo Macedo de Sousa
108 – AMADORA BD 2010 – UM FESTIVAL DE ATRASOS, Diogo Campos
110 – JAPAN WEEKEND LISBOA 2010, Pedro Trabuco
111 – ANIGAMIX 2011 – ENTREVISTA COM HUGO JESUS, J. Machado-Dias
112 – XVII O REGRESSO DO MOURA BD, J. Machado-Dias

COLABORAÇÕES: Clara Botelho, Dâmaso Afonso, Diniz Conefrey, Diogo Campos, Edgar Indalécio Smaniotto, João Miguel Lameiras, José Carlos Francisco, Leonardo De Sá, Osvaldo Macedo de Sousa, Pedro Cleto, Pedro Trabuco, Pedro Vieira Moura, Phermad, Sara Figueiredo Costa, Saverio Ceri, Wagner Macedo.

AUTORES DE BANDAS DESENHADAS E ILUSTRAÇÕES: Angelo Roncalle, Fernando Relvas, Maria João Worm, Nina Govedarica, Selma Pimentel, Wilson Vieira.










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terça-feira, 21 de junho de 2011

BDpress# 269: LI MOONFACE, A NOVELA GRÁFICA DE FERNANDO RELVAS, RECOMENDADA NA REVISTA PÚBLICA

Revista Pública, suplemento dominical do jornal Público, 19 Junho 2011

a pública recomenda

Carlos Pessoa

O REGRESSO DE RELVAS

Depois de longa ausência na Croácia, que se traduziu num prolongado silêncio editorial, Fernando Relvas regressa ao mercado português com a edição impressa da novela gráfica Li Moonface (disponível, em inglês e a cores, em stores.lulu.com/relvas). Só por isso, esta edição já tem de se saudar, pois não é todos os dias que podemos usufruir do trabalho de um autor tão talentoso.

Mas há mais razões para ler o livro, onde se conta uma história com corrupção, crimes, espionagem, bandos mafiosos e muito mais dentro, que o leitor fica convidado a conhecer.

Li Moonface
Fernando Relvas (argumento e desenho)
Pedranocharco, €14,00

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Nota do editor: A novela gráfica Li Moonface, de Fernando Relvas, não está ainda disponível nas FNACs (segundo a administração desta cadeia de livrarias, só no início de Julho tal será possível) mas já está disponível nas lojas habituais da distribuição Pedranocharco, onde se podem também encontrar o BDjornal #27 e o Dicionário Universal de Banda Desenhada, de Leonardo De Sá.

LIVRARIAS

ALMADA

A Livraria
Rua Luís de Queiroz

BRAGA

Livraria Centésima Página
Casa do Rolão - Avenida Central, 118-120

CALDAS DA RAINHA

Papelaria Vogal
Av. 1º de Maio

Papelaria Alex – Centro Comercial Avenida
Av. 1º de Maio

COIMBRA

Livraria Dr. Kartoon
R. da Manutenção Militar, 15

FIGUEIRA DA FOZ

Galeria Tubo D'Ensaio
Rua 9 de Julho, 19ª, 1º

FUNCHAL

Livraria Sétima Dimensão – Galerias 5 de Outubro
Rua 5 de Outubro, 58 - loja P

GUIMARÃES

Livraria A. M. Pinto Santos, Lda.
Rua de Sto. António, 137 r/c

LISBOA

Kingpin Books
Rua Quirino da Fonseca, 16 B

Livraria Tema - Restauradores
Av. da Liberdade, 9 - loja 1

Livraria Tema – Centro Comercial Colombo
loja 2003

Livraria Letra Livre
(Na Galeria Zé dos Bois)
Rua da Barroca, 59 - Bairro Alto

Livraria Trama
Rua S. Filipe Nery, 25 B

Vilelivros
Calçada do Duque, 19 A

PORTO

O Lobo Mau (ex-Central Comics)
Rua do Bonjardim 618 C
Galerias D. Henrique

Mundo Fantasma
Av. da Boavista 267 – 1º - loja 509-510

UNICEPE
Pr. Carlos Alberto 128-A

Livraria Utopia
Rua da Regeneração, 22

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

A “MISSÃO” DE TINTA NOS NERVOS, SEGUNDO JOÃO RAMALHO SANTOS NO JL - PARTE 2


Este post é uma ligação a 
Bongop, o autor-editor do blogue Leituras de BD, que muito estimo, colocou aqui no Kuentro um comentário ao texto de João Ramalho Santos sobre a exposição Tinta nos Nervos, publicado originalmente no JL e no seu blogue “As Sequências Rebeldes” e que republiquei aqui no passado dia 7 de Junho, comentário esse que foi respondido de imediato por um insulto anónimo, sem qualquer sentido. O que levou o autor a retirar o dito comentário. Daí que se tenha reinstaurado o controlo de comentários no Kuentro e pedido a Bongop que republicasse o seu comentário.

Ele assim o fez. No entanto, como esse post já vai longe e atendendo à importância do assunto (não tão importante, claro, como a crise económico-financeira, a novela do novo governo, ou a eleição de um oportunista privado para a presidência da Assembleia da República...) resolvi chamar à primeira página esse comentário e... comentá-lo eu próprio, logo de seguida, esperando que alguma discussão se acenda por estas bandas.

Eis o Comentário de Bongop:

Eu tenho a minha opinião sobre o assunto e sobre a exposição, que vai exactamente contra a filosofia que presidiu a esta exposição. Gosto do Pedro Moura enquanto pessoa e como amante de BD, embora os gostos dele não sejam de maneira nenhuma os meus. Mas acho que quando se organiza uma exposição de BD se deve ter em conta os gostos de toda a gente, e o "comercial" deve estar bem representado, pois é esta parte que puxa mais gente para a BD, e não o género dito ou chamado "alternativo". Acho que há lugar para tudo, mas quando uma exposição tem apenas autores históricos da nossa BD (que eu aprecio) e o restante é tudo praticamente alternativo, a exposição passa a ser apenas para um círculo restrito de pessoas que gostam do género... quando falei em "orgia alternativa" não foi com intenção de ofender nem autores, nem o Pedro Moura! Pretendia apenas com essa expressão dizer que quase tudo eram autores desse segmento da BD, o que é curto e não representativo da nossa BD. Onde estão os autores emergentes, e que chatice... comerciais, se é que se pode dividir as coisas assim?

Um colega meu comprou há pouco tempo um livro de BD com um CD, e veio-me perguntar se em Portugal as pessoas não sabiam desenhar!

O que se passa é isto!

Se querem ter uma BD saudável em português têm de atrair o público geral, e não vale a pena chamar a "essa gente" de ignorantes! É essa gente que tem o poder de pôr a BD portuguesa em pé, e "essa gente" gosta de "desenhos bonitos", gosta de ver representado um cão como ele é e não a "alma" desse cão, que não tem nada a ver com a representação dele física! Porque para haver BD alternativa forte e de qualidade a vertente comercial tem de estar saudável. E garantidamente esta exposição não serviu para chamar e fazer gostar o grande público (que anda completamente alheado da BD) da nossa BD.

Podem-me dizer que teve milhares de visitantes, não sei, nem sequer acho isso importante neste momento, porque há muita gente que só vai a este tipo eventos "para parecer bem", e que se calhar não tem um único livro de BD em casa, e nem sequer está a pensar em comprar algum. É como o Amadora BD dizer que tem não sei quantos milhares de visitantes, mas a maior parte são crianças da escola em passeio, com o professor a puxá-los com força porque se quer despachar e está a apanhar uma grande seca.

É claro que posso estar completamente enganado e esta exposição tivesse como objectivo um público mais restrito e sabedor do assunto.

Mas mesmo que esse fosse o propósito, acho que estas oportunidades raras devem ser aproveitadas para propagandear a BD junto das massas e não afastá-las, com o estigma do "é só para intelectuais".

Não pretendo ofender ninguém! Estavam lá autores muito bons representados, apenas expressei a minha opinião, se eu tivesse os conhecimentos e as ligações certas (e dinheiro quanto baste) faria uma exposição de maneira completamente diferente.

Querem um exemplo muito bom de casamento entre a vertente alternativa e comercial?

Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja!

Neste festival há lugar para tudo! Por isso eu acho, neste momento, que é o melhor festival português de BD!

Quem tem o poder e a oportunidade que chame o "povo" para a BD.

Eu não tenho. Apenas escrevo, ou tento escrever, num blog tentando divulgar o mais possível a BD que por aí se faz. Não consigo fazer mais que isso.
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A opinião do editor do Kuentro:

Apesar de ter dito pessoalmente, que concordo com algumas das coisas que o Bongop diz neste texto, não quero dizer que concordo com o texto como opinião sobre a exposição Tinta nos Nervos – o que é substancialmente diferente.

Para começar, o Bongop diz que a sua opinião “vai exactamente contra a filosofia que presidiu a esta exposição” e não me parece, pelo que diz a seguir, que se tenha preocupado em ler o que fosse sobre essa filosofia. E ela está explícita nos textos de Pedro Moura, no Catálogo, no Programa desdobrável distribuido na exposição e até no seu blogue LerBD.

E o que diz Moura? No programa define logo ao que vem: “Apesar da sua historia e diversidade, a sua legitimação cultural não tem conhecido a mesma fortuna que áreas como as da fotografia ou do cinema, dado que a percepção social sobre ela lhe lança um denominador comum básico, assimilando-a à literatura de massas, ao entretenimento infanto-juvenil, ao escapismo, etc..” e depois, “Tinta nos Nervos é uma mostra de 41 artistas portugueses, na sua larga maioria ainda hoje activos, que exploram esta arte de um modo particularmente pessoal, expressivo e atento a questões estéticas contemporâneas. Em consonância com um número substancial de artistas internacionais, estes são alguns dos nomes na cena nacional que contribuem para uma contínua expansão e diferenciação enriquecedora das potencialidades artísticas do campo da banda desenhada. Mais ou menos afastados de um certo consenso da banda desenhada comercial: "de entretenimento", etc.. estas são obras que poderemos considerar como "bandas desenhadas de autor". A leitura poderá não ser completa, mas o acesso à arte original será uma forma de dar a conhecer um panorama alargado e diversificado, e estimular os visitantes a procurar as suas bandas desenhadas.” E isto resume, de maneira clara, o texto mais alargado, um pouco maçudo e mais académico, do Catálogo. Ou seja resume as intenções do organizador da exposição, sobre o que quis mostrar.

Já li num qualquer comentário crítico, que Tinta nos Nervos poderá ser até considerada “complementar” das que foram organizadas na Fundação Gulbenkian em 1997 e 2000 por João Paiva Boléo e Bandeiras Pinheiro, mas do que discordo em absoluto, uma vez que essas foram exposições “do Percurso Histórico” da BD portuguesa. Pedro Moura quis fazer-nos olhar para outra coisa: a “banda desenhada de autor”, que é feita, logo à partida, sem grandes intuitos comerciais. Aquilo a que poderemos chamar a banda desenhada adulta (não confundir com “para adultos”). E Moura foi buscar dois autores já falecidos (Bordallo Pinheiro e Carlos Botelho), exactamente porque “procuraram elevar a banda desenhada a uma linguagem adulta e inovadora artisticamente”.

Também não gosto de alguns dos autores escolhidos, mas posso perfeitamente discutir isso, porque os gostos também se discutem, ao contrário da falácia corrente, que serve apenas para encobrir certos tipos de ignorância geral – assim como existe a “cultura geral”, também existe a “incultura geral” e esta é muito mais generalizada que a primeira –, uma vez que os gostos se educam, podendo ser, aqueles que se adquirem sem qualquer suporte formativo (ou informativo), perfeitamente educados. E aí discordo do Bongop, porque não será nunca "o público em geral" - “essa gente a pôr a BD portuguesa de pé”, como ele diz. Isto com todo o respeito que me merecem os seres humanos em geral, mesmo aqueles que compram toneladas de revistas sobre tricas sociais, literatura de meia-tigela do tipo Margaridas Rebelo Pinto, Paulos Coelho e outros do género, que compram jornais desportivos em vez dos de informação geral, que passam fins-de-semana inteiros no Shopping e que levam os filhos a passear ao domingo aos Festivais de BD (a ver “bonecada para crianças e adolescentes”), quando não têm mais nada à mão e já estão um bocado cansados dos passeios no Shopping, e até dizem “ai que giro”, mas que depois passam pelas bancas de livros com ar de enfado, ou mesmo aqueles que compram banda desenhada com "desenhos bonitos", mas que seriam completamente incapazes de comprar American Splendor, Footnotes in Gaza, Persepolis ou Blankets (se tudo isto existisse em português, obviamente), por exemplo. E porquê?

Eu advogo que, para trazer o público português para a banda desenhada, é preciso mostrar TODA a banda desenhada que se produz neste país – mostrar que se produz também banda desenhada adulta e não apenas “bonecada para crianças, adolescentes e passadistas nostálgicos agarrados, agora como sempre, aos bonecos da adolescência”.

Claro que não quero colocar a tónica das escolhas de Pedro Moura num hipotético academismo, erro em que se cai, sabendo-se que ele é lincenciado em Estudos Portugueses, Mestre em Filosofia Estética (com a tese “Memória e Banda Desenhada Francófona Contemporânea”), porque isso seria limitar o campo de percepção e ignorar as ilações a que se pode chegar quando se analisa a banda desenhada portuguesa no seu todo. E esse todo passa obviamente pelo mercado. Contudo, não é pelas afirmações de Bongop que passa a solução do problema do mercado.

E sobre esta questão do mercado, leiam o texto de Sara Figueiredo Costa no Catálogo de Tinta nos Nervos, e até o meu humilde texto sobre Tinta nos Nervos, no BDjornal #27.

Como suporte, ou mesmo complemento ao texto de Pedro Moura no referido Catálogo, também aconselho a leitura do que lá escreveu Domingos Isabelinho. E talvez, lendo todos estes textos, se fique a perceber alguma coisa do que quis dizer acima.

Claro que sobre o Festival de Beja, especialmente sobre o deste ano, que considero um semi-fracasso, terei também alguma coisa a dizer. Mas isso será no BDjornal #28 e depois de falar, como sempre, com Paulo Monteiro.

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terça-feira, 14 de junho de 2011

BDpress #268: LANÇAMENTOS NO VII FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA – Pedro Cleto no Jornal de Notícias

Jornal de Notícias, 5 Junho 2011-06-14

BANDA DESENHADA INDEPENDENTE COM NOVAS PROPOSTAS 

LANÇAMENTOS

Pedro Cleto

O VII Festival Internacional de BD de Beja, [que decorreu] até 12 de Junho, além da qualidade das suas exposições e da presença de alguns nomes sonantes dos quadradinhos - Jacques de Loustal, Ivo Milazzo, Aleksandar Zograf, afirma- se cada vez mais como montra da banda desenhada portuguesa.

Não só porque lhe foram dedicadas 17 exposições, mas também porque tem sido escolhido pelos editores independentes para lançarem as suas novidades.

Entre os oito novos títulos disponíveis agora no mercado, destaca-se "Li Moonface" (Pedranocharco), novela gráfica de Fernando Relvas, autor que marcou a BD nacional nas décadas de 80 e 90, nas páginas da revista "Tintin" e do semanário "Se7e". A mesma editora publicou o BDJornal #27, que, a par de crítica e actualidade, inclui uma entrevista com Relvas e diversas bandas-desenhadas.

A ElPep regressou com"Mocifão: Dia a dia, com azia!", de Nuno Duarte, e "Cidade suja", de Pepedelrey e as edições colectivas marcaram também presença, com a Zona Gráfica # 2 (oitavo volume lançado pela Associação Tentáculo em menos de dois anos), "Venham+5 #8" (da Bedeteca de Beja, que engloba tra balhos dos membros do atelier Toupeira, que funciona na cidade durante todo o ano) e "Futuro Primitivo" (da Mmmmnnnrrrg).

A estes títulos, podem acrescentar- se os "Cadernos Moura BD #8 – Victor Mesquita" e os estudos sobre "Vítor Péon e o Westem", de Jorge Magalhães, e ''Viajantes de Papel na Lusofonia Gráfica", de Osvaldo Macedo de Sousa, lançados há cerca de um mês no Salão de BD de Moura, bem como "Super Pig: Live Hate" e "Agentes do CAOS: Nova Ordem", apresentados na mesma altura pela Kingpin Books no Anicomics, em Lisboa








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Imagens da responsabilidade do Kuentro
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