terça-feira, 28 de março de 2017

IV MOSTRA CLUBE TEX PORTUGAL – ANADIA 29 e 30 de Abril 2017


Cartaz (da autoria de Andrea Venturi) da 4ª. Mostra do Clube Tex Portugal

IV MOSTRA CLUBE TEX PORTUGAL
ANADIA – 29 e 30 de Abril 2017

O Clube Tex Portugal, único Clube em Portugal dedicado exclusivamente a um herói da Banda Desenhada e o primeiro Clube oficial de Tex no mundo, trará este ano novamente dois conceituados desenhadores italianos a Portugal.

O evento a realizar em 29 e 30 de Abril em plena capital da Bairrada (Anadia), para além da presença dos consagrados desenhadores italianos Andrea Venturi e Leomacs (pseudónimo de Massimiliano Leonardo) contará também com DUAS mostras pessoais dos próprios autores com a exposição de várias pranchas das suas histórias de Tex.

Depois dos estrondosos sucessos ocorridos com as Mostras dos três anos anteriores, todas elas ocorridas no Museu do Vinho Bairrada, a direção do Clube Tex Portugal dá a conhecer a todos os fãs e colecionadores da personagem Tex, assim como aos amantes da banda desenhada e ao público em geral que a 4ª Mostra do Clube Tex Portugal, irá realizar-se novamente na cidade de Anadia, no próximo mês de Abril, mais precisamente no fim de semana de 29 e 30 de Abril.

Pelo quarto ano consecutivo a Mostra vai realizar-se em Anadia, devido ao interesse e apoio da autarquia bairradina, disponibilizando novamente Museu para a realização de mais esta Exposição Texiana. Cada um dos autores italianos, como forma de agradecimento por este convite português fez uma magnífica ilustração a cores exclusiva para o evento de Anadia, numa tradição já habitual e que ocorre sempre que um autor de Tex nos visita de modo a registar a sua passagem por Portugal!

Como forma de agradecimento por este convite português, Leomacs, desenhou o Tex em Portugal, mais precisamente num duelo na Main Street de Anadia, em pelo século XIX, tornando assim esta quarta presença do Ranger na capital da Bairrada muito mais especial.

Por sua vez, como forma de agradecimento pelo convite Andrea Venturi, desenhou Tex Willer e Kit Carson junto ao Monumento dos Mortos da Grande Guerra, na Praça Visconde Seabra, em Anadia e com o edifício da Câmara Municipal ao fundo.

Andrea Venturi

Depois de ter frequentado o Liceu Artístico e a Academia de Belas Artes de Bolonha, trabalhado em publicidade e no estúdio de Bruno Bozzetto, Andrea Venturi (nascido em Bolonha em 1963) chega à banda desenhada em 1989, estreando-se na revista Mostri. Entre 1992 e 1996 desenha quatro aventuras para Dylan Dog, com destaque para Jonhy Freask, considerada como uma das melhores de sempre da série. Estreia-se em Tex, desenhando L’uccisore di indiani, aventura escrita por Claudio Nizzi e publicada no Almanacco del West 1996, o que lhe valeu ter sido escolhido para desenhar as capas de Magico Vento, trabalho que realizou até ao n. 31 desta série, regressando em definitivo a Tex, onde se vai estrear na série mensal em 1998 com Oppio. Simpático e humilde, Venturi recolhe a adesão dos leitores e os favores da crítica, permanecendo até hoje como um dos baluartes de Tex, onde já teve oportunidade de assinar grandes trabalhos como Le Foreste dell’Oregon, Documento d’Accusa ou L’Artiglio della Tigre, sempre com Claudio Nizzi, assim como o Speciale I Pionnieri, escrito por Mauro Boselli, a justa consagração deste notável desenhador, onde o autor consegue captar a essência dos grandes westerns, revelando uma visão ampla e grandiosa que poucos conseguem transmitir, através do seu traço potente e dinâmico e um cuidado reverencial à qualidade geral de cada prancha, onde a alternância de enquadramentos confere uma profundidade ímpar. 





Leomacs

Leomacs, pseudónimo de Massimiliano Leonardo, nasceu em Roma em 1972, tendo iniciado a sua carreira em 1993 na serie Dark Side de Roberto Recchioni, autor que vai acompanhar em Napoli Ground Zero, Detective Dante e Battaglia. Depois de ter realizado Fax Palle in Canna, uma sátira a Tex, chega à Sergio Bonelli Editore em 2003, desenhando uma aventura de Nick Raider e trabalhando sucessivamente em Magico Vento e Volto Nascosto, séries idealizadas e escritas por Gianfranco Manfredi, assim como recentemente teve oportunidade de desenhar uma história para Dylan Dog Color Fest. A sua entrada em Tex ocorre no Almanacco del West 2009, terminando a aventura Capitan Blanco que Manfred Sommer, entretanto falecido em 2007, havia iniciado. Estreia-se na série principal dois anos mais tarde, desenhando Mondego il Killer, aventura escrita por Mauro Boselli e onde é notória a evolução do traço do autor, mais à vontade com personagens e ambientes e com uma composição de Tex influenciada pelo modelo de Claudio Villa. Oro Nero, o mais recente trabalho de Leomacs, vem revelar um desenhador de traço expressivo e detalhado, atencioso na construção das personagens, muito dinâmico nos enquadramentos e no desenvolvimento imprimido à narração, apresentando diversas pranchas onde alguns desenhos libertam-se para além dos limites tradicionalmente impostos pelos quadrados, revelando ser um valor seguro em Tex.



Cartaz oficial de Leomacs para a 4ª mostra



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sábado, 25 de março de 2017

BDpress #475 – A FEALDADE DE FABIANO GORILA de Marcello Quintanilha – na Revista E do Expresso

BDpress #475
Criado em Janeiro de 2004 como fanzine impresso até ao #15, de Março 2005

Revista E do Expresso
11 Março 2017


A FEALDADE DE FABIANO GORILA
Marcello Quintanilha
Polvo, 2017, 112 págs. €10,90

A aposta forte da editora Polvo na sua colecção “Romance Gráfico Brasilelro” tem possibilitado aos leitores portugueses

várias gratas descobertas. Marcello Quintanilha (n. 1971 em Niterói) não será a menor delas. Nos seus trabalhos mais recentes. este autor criou um estilo lmediatamente reconhecível, alicerçado numa hábil conjugação entre texto e imagem, como se pode comprovar em algumas das histórias graficamente exemplares de "Hinário Nacional" (2016), no realismo crú de

"Tungsténio" (2014), ou nessa obra-prima que é "Talco de Vidro" (2015), um mergulho nos abismos psicológicos de uma mulher roída pela inveja. Enquanto esperamos pelos novos caminhos que o talento de Quintanilha decerto desbravará, vale a pena espreitar as suas origens. "Fealdade de Fabiano Gorila", o seu primeiro romance gráfico, de 1999, é uma elegante aproximação ao caos social que se seguiu ao suicídio do Presidente Getúlio Vargas em 1954, entrevisto como pano de fundo para a história de um impasse: o de Acirzinho, rapaz que joga na equipa de futebol da sua fábrica, enquanto sonha com a possibilidade de treinar à expcriência no Fluminense. A oferta de outro clube secundário, mas disposto a contratá-lo de imediato - lança-o num dilema que espelha as indecisões do próprio país, entre o pragmatismo que implica abdicar dos sonhos de grandeza e o risco de uma ilusão com tudo para dar em nada. Menos interessantes são as duas narrativas breves que completam o volume. "Granadllha" entra nos meandros das favelas para contar uma tragédia quase silenciosa, como costumam ser as tragedias dos excluídos pela sociedade ou pelo preconceito. E "Três Minutos de Linhas" paira em torno de Dona Céia, uma costureira, focando a atenção nas pequenas coisas do quotidiano, como uma súbita chuvada, a forma como "se estica bem, o pano pra poder passar pela agulha", ou a melancolia que inscrevemos ao morrer, nas pessoas que gostaram de nós.

José Mário Silva



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sábado, 18 de março de 2017

BDpress #474 – BIOGRAFIA EM BD DO CRIADOR DE BLAKE & MORTIMER


BDpress #474
Criado em Janeiro de 2004 como fanzine impresso até ao #15, de Março 2005

A MARCA JACOBS
BIOGRAFIA EM BD 
DO CRIADOR DE BLAKE & MORTIMER

Nuno Galopin, na revista E do Expresso, 25/02/2017


Antes de conduzir as figuras de Blake e Mortimer à descoberta de uma câmara secreta no coração da Grande Pirâmide de Queóps, de nos revelar que a Atlântida estava a final escondida nas profundezas do oceano, mesmo de baixo dos Açores, ou de nos dar em "A Marca Amarela" um dos clássicos maiores da história da banda desenhada, o belga Edgar P. Jacobs (1904 - 1987) conhecera outras experiências profissionais, muitas delas vividas num palco, como cantor. E em criança, nos tempos de escola, além de ter tido por colega e amigo Jacques van Melkebeke (que entre 1946 e 47 foi o primeiro chefe de redação da revista "Tintin"), foi repreendido por um professor que o apanhou a desenhar numa aula, garantindo-lhe que aquelas brincadeiras nunca Ihe dariam um emprego... Estas são algumas das histórias que, em BD, nos são apresentadas em "A Marca Jacobs – Uma Vida em Banda Desenhada", livro da dupla Rodolphe e Alloing.

Argumentista veterano francês, Rodolphe (n. 1948) tem uma obra vasta que conheceu primeira edição em livro em 1979 em "La Planete Oubliée”, já este ano, teve continuidade com "Destins Croises", um primeiro volume de uma nova série dedicada a Charles Dickens. De origem marroquina, o desenhador Louis Alloing (n.1955) tem trabalho feito sobretudo como ilustrador para publicações e publicidade, embora a sua obra inclua várias edições de banda desenhada, algumas delas em parceria com Rodolphe, estando ambos a colaborar neste momento na série Robert Sax.

"A Marca Jacobs" é a mais recente publicação da Arte de Autor, que nos últimos tempos lançou entre nós livros de BD como "Eu, Assassino", de Antonio Altarriba e Keko, ou "O Azul é uma Cor Quente” de Julie Maroh.




 Original de prancha de A Marca Amarela



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terça-feira, 14 de março de 2017

Gazeta da BD #70 – Exposição de Originais de Mosi em Caldas da Rainha

Gazeta da BD #70
Exposição de Originais de Mosi 
em Caldas da Rainha
a BD na “Taberna do Antero”

Gazeta da BD #70 - 10 de Março 2017
Jorge Machado-Dias

Joana Simões, que assina “Mosi” (anagrama do seu apelido), é uma das jovens autoras emergentes da nova geração na BD portuguesa. Licenciada em Pintura, a autora participou, na fase final do seu curso, numa “residência artística” do RÉSVÉS (programa de residências artísticas transdisciplinares da FBAUL), na aldeia algarvia de Alte, perto de Loulé, durante duas semanas. O programa pedia o desenvolvimento de um projecto, enquadrado nos objectivos do Curso, que envolvesse a comunidade local. Mosi decidiu que o seu projecto se compusesse de pequenas histórias em banda desenhada. Assim nasceu a narrativa Altemente, posteriormente publicada pela Comic Heart, em três cadernos de dezasseis páginas cada.

Em 2014 Mosi ganhou o 1º prémio do Concurso de Banda Desenhada do Amadora BD, escalão A, e foi selecionada para a categoria de BD na Mostra Nacional de Jovens Criadores, do CPAI - Clube Português de Artes e Ideias.

Para além da série Altemente, premiada com o Galardão de Excelência na Execução de Curtas na Comic Con Portugal em 2016, também participou na antologia Sobressaltos e publicou vários Fanzines. Desenvolveu trabalhos na área da ilustração, destacando-se a capa do nº10 da revista “Estante” da Fnac. Em Junho de 2016 foi Convidada Especial no 376ª Encontro da Tertúlia BD de Lisboa.

Distribuído, como já escrevi, por três cadernos, Altemente mantém uma narrativa bastante aberta e solta. Segundo as palavras da autora: “procurei que tivesse um espírito livre e descontraído, de forma a condizer com o ambiente e com as pessoas fantásticas que fizeram parte destas histórias. Devido à espontaneidade dos acontecimentos, não existe uma sequência fixa, há apenas um tema que liga os vários momentos que foram vividos ao longo da estadia”.

Segundo Pedro Vieira Moura, esta obra “(...) é característica da pós-modernidade o “fortuitamente heterogéneo, o fragmentário, o aleatório”, e temos bastas vezes visitado autores que transformam essas características numa estrutura, em simultâneo, angustiante e fundadora dos seus gestos artísticos – apenas para citar alguns nomes de autores portugueses contemporâneos da banda desenhada, pense-se em Marco Mendes, Jucifer, Miguel Carneiro, André Lemos, entre outros (...)”

Actualmente Joana Simões é professora de desenho no curso de Concept Art na ETIC - Escola de Tecnologias Inovação e Criação. Foi fundadora da associação cultural EriceiraBD, onde promove actividades relacionadas com banda desenhada, ilustração e afins.

Esta breve apresentação da autora serve também como introdução alargada à notícia de que originais da sua referida BD Altemente, estiveram em exposição na antiga “Taberna do Antero” (actual “Pachá-Casa Antero”), no Beco do Forno em Caldas da Rainha, entre 14 de Fevereiro a 9 de Março.

Com isto, tenho que referir brevemente a Casa Antero, considerada a mais antiga “casa de pasto” de Caldas da Raínha. A propósito do 57º aniversário desta casa, o cartoonista caldense Bruno Prates realizou uma pequena banda desenhada com a história da mesma, em duas pranchas. Os originais do Bruno estiveram em exposição na mesma parede que acolheu agora os originais de Mosi e serviram depois como fundo para os toalhetes de mesa usados na restauração, postais, canecas, t-shirts e livros que foram oferecidos aos clientes. Passou a ser uma imagem de marca da casa, digamos assim.

Paulo Feliciano, filho do fundador da Casa Antero, referiu-me que o estabelecimente já tem uma certa tradição em diversos eventos, exposições e workshops, extra restauração, que pretende continuar. Penso que é uma “janela de oportunidades” para autores de BD que queiram divulgar o seu trabalho junto do público.

Já agora, os responsáveis por esta pequena exposição foram José de Freitas, ligado actualmente à Salvat Editores e vivendo em “part-time” em Caldas e Bruno Caetano, o dinâmico editor da Comic Earth.


Mosi no Anicomics 2016



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segunda-feira, 13 de março de 2017

REPORTAGEM – 393º ENCONTRO DA TERTÚLIA BD DE LISBOA



REPORTAGEM
393º ENCONTRO 
DA TERTÚLIA BD DE LISBOA
7 de Março 2017

CONVIDADO ESPECIAL
LUÍS CAVACO



Nasci em Lisboa em 1979, mas dias depois já estava em Setúbal onde cresci.
Desenho desde que me lembro. Fui sempre autodidacta, aprendi copiando o que via, incluindo os mestres de BD e lendo tudo o que conseguisse. Para além da banda desenhada, a animação e os videojogos, construíram muito do meu imaginário visual e temático.

Participei desde jovem em fanzines e pequenos colectivos de banda desenhada e ilustração. Tinha como objectivo continuar uma carreira nessas áreas. Mas inseguranças, dinheiro e outras circunstâncias, pesaram mais e acabei por seguir a profissão de designer gráfico. Nos últimos anos, já emigrado em Lisboa, fui reintroduzindo a ilustração nos trabalhos de design, até decidir começar de novo, deixando de vez os logótipos, sites e apps, para trás.

Actualmente estudo animação 2D, participei com as minhas primeiras BD em muitos anos, na antologia de terror Sobressaltos e no número 4 da H-Alt, revista colaborativa de sci-fi, fantasia e história alternativa. Estas duas publicações levaram-me no ano passado à Amadora BD como autor. Entre outros trabalhos como freelancer, criei os personagens, arte e cenários para o jogo Trivia Planet, disponível na Apple TV.

Planeio, nos próximos tempos, criar e partilhar coisas novas nas várias áreas que me apaixonam, BD, animação e jogos. Tentando, pelo caminho, trazer algo do imaginário Português para a cultura popular.

Tenho como principais influências Winsor McCay, Osamu Tezuka, Hayao Miyazaki, Jack Kirby, Katsuhiro Otomo, Akira Toriyama, Shigeru Miyamoto e Moebius, pessoas que admiro pela capacidade que tiveram de imaginar mundos, personagens, histórias que continuam vivas e vibrantes muito depois da sua criação. Estes artistas juntaram muitas vezes a BD, ilustração e animação num todo coerente, sendo essa uma importante inspiração para mim.
Os autores brasileiros Laerte, Fernando Gonsales e Angeli que com as suas edições quase punk dos Piratas do Tietê, Níquel Náusea e Chiclete com Banana, mostraram-me que se pode publicar coisas audazes na língua portuguesa.

Outras influências actuais:
Muitos dos artistas que trabalham nos desenhos animados Adventure Time e Steven Universe que são também autores prolíficos de BD independente. Emily Carroll, Farel Dalrymple, Paul Pope. Quase tudo o que sai das editoras Peow! e Nobrow influenciam-me a nivel de desenho e história.

Contactos
Site: luiscavaco.com
Portfolio: artstation.com/artist/luiscavaco
Social: twitter.com/cavacoluis
Outras coisas: instagram.com/luiscavaco
Mail: info@luiscavaco.com
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COMIC JAM

1 - Luís Cavaco
2 - Manuel Ornelas
3 - Tiago Cascalho
4 - Ricardo Souza
5 - Miguel Falcato
6 - Álvaro

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FOTOS
(Álvaro)





 










 








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