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Desenho em toalha de mesa , numa Tertúlia. Não me recordo quem foi o autor (Jorge Falcato?).
A MORTE DE GERALDES LINO
04Jan1936 – 19Fev2019
MEMÓRIA DE G. LINO
E
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TEXTO AUTOBIOGRÁFICO-BEDÉFILO PELO PRÓPRIO
(Até 2001)
(Até 2001)
Conheci Geraldes Lino em 1986 numa exposição de banda desenhada, na livraria Barata, em que participei, com José Rui, Victor Mesquita, José Garcês, Baptista Mendes, Augusto Trigo e Eugénio Silva. Devo dizer que o Lino me pediu emprestadas as quatro pranchas que expus de “Os Dias de Bartolomeu Dias” e... nunca mais as vi. Mais tarde as edições Asa pediram-me uma história sobre Ayrton Sena, mas depois de desenhar a primeira prancha, a Asa desistiu do projecto e vendi essa prancha ao Lino.
Nessa altura Geraldes Lino era ainda hospedeiro da TAP, ou já instrutor de hospedeiros, não me recordo bem.
Depois de o conhecer comecei a frequentar a Tertúlia BD de Lisboa, na qual fui homenageado no 345º Encontro da TBDL, em 2 de Julho de 2013.
Com Geraldes Lino (n. 04 Jan 1963 – m. 19 Fev 2019) e Fernando Relvas (n. 20 Set 1954 – m. 21 Nov 2017), no Amadora BD de 2010, após o regresso de Relvas da Croácia. Acaba por ser complicado para mim, ver esta foto e constatar que, destes três, ainda sou o único que está vivo...
Na Bedeteca de Lisboa
Na Bedeteca de Lisboa
A minha única participação em fanzines editados pelo Lino, foi com a prancha intitulada Um Fado para Corto Maltese, no fanzine Efeméride #5 – Corto Maltese no Século XXI (formato A3).
Geraldes Lino visitou-me em Caldas da Rainha, em Agosto de 2014 e almoçou uma sardinhada que preparei, na quintinha do Formigal, da Clara Botelho, em companhia do pai dela, o arquitecto José Rafael Botelho.
Foto da Clara.
Última presença de Geraldes Lino na Tertúlia BD de Lisboa, em 6 de Janeiro de 2019
TEXTO AUTOBIOGRÁFICO-BEDÉFILO
DE GERALDES LINO (até 2010)
Geraldes e Lino são apelidos de família, mas juntos formam o nome literário com que, desde a adolescência, assino textos de vária índole – com especial incidência no tema da banda desenhada – espalhados por diversas publicações. Nasci em Lisboa, cidade onde li as primeiras revistas de banda desenhada, com relevo para “O Mosquito”, “Cavaleiro Andante”, “Mundo de Aventuras” e, mais tarde “Tintin”, entre outras; onde frequentei o curso de Filologia Germânica, na Faculdade de Letras; e também onde comecei a escrever artigos sobre BD, que se encontram dispersos por diversos jornais e revistas.
Das publicações não especializadas em que colaborei, ressaltam o semanário O País, no qual fui responsável por uma página semanal de BD durante dois anos (1981/1982); o vespertino Diário Popular, em que criei e dirigi (de Set.85 a Set.86) o suplemento “Tablóide” (título influenciado pelo formato do próprio jornal), composto por duas páginas com bandas desenhadas de novos, alguns dos quais são hoje importantes naquela arte, e de entrevistas aos respectivos autores, além de textos diversos; no J.L.– Jornal de Letras e Artes (nº 476, 20 Ag.91) em que, numa colaboração esporádica, assinei extenso texto de estudo sobre fanzines incluído num bastante completo dossiê BD. Actualmente (desde Novembro de 2004) estou a colaborar no quinzenário Mundo Universitário.
Tenho também artigos em algumas revistas, designadamente na Atlantis (TAP) e Tempos Livres (Inatel), bem como entrevistas a coleccionadores de banda desenhada numa outra que se intitulava Coleccionando. No que se refere a colaboração em publicações especializadas no tema, o meu nome aparece nas revistas Mundo de Aventuras, Jornal da BD, Mosquito (5ª série), Selecções BD (1ª série) e Heróis Inesquecíveis; mais recentemente escrevi vários artigos, reportagens e entrevistas para a 2ª série de Selecções BD, editada entre Novembro de 98 e Maio de 2001.
Como autor de BD (argumentista) fiz equipa com os desenhadores Miguel Braga, C. Moreno e Pedro Alves. Na área das exposições, fui comissário da que intitulei “Autores Portugueses Editados no Estrangeiro” título alterado para “Export BD” pelos responsáveis do Festival Internacional da Amadora, evento onde foi integrada; de “A Segunda Guerra Mundial na BD” (Biblioteca Museu da República e Resistência) e de “Lisboa na Banda Desenhada” (Museu da Cidade).
Em 1976 fui sócio-fundador do Clube Português de Banda Desenhada [juntamente com mais cento e tal outros chamados sócios-fundadores], de cujos corpos directivos fiz parte durante dezassete anos. Em 1985 fundei a Tertúlia BD de Lisboa, associação informal sem estatutos, cujos encontros mensais mantenho ininterruptos desde a citada data. Ressalta nessa associação informal as homenagens prestadas a mais de uma centena de nomes importantes da banda desenhada portuguesa e de incentivo a igual número de autores iniciantes, na presença de uma média mensal de quatro dezenas de bedéfilos.
Fui igualmente fundador, em 19 de Outubro de 1999, da Tertúlia Lisboa dos Fanzines, esta de escassa participação por estar limitada a faneditores e autores colaboradores de zines de Lisboa e arredores.
Nos fanzines tenho tido longa actividade editorial, tendo a meu crédito os seguintes títulos: Eros (1987-1991), distinguido pelo CPBD com o troféu “Vinheta”, Tertúlia BDzine (i.1992), premiado em 2003 e 2004 como “Melhor Fanzine”, pelo Festival BD da Amadora, Ad Hoc (i.1997), creditado com menção honrosa também pelo Festival BD da Amadora, Autobiografias Ilustradas (i.1998), Preciosidades da BD (i.1998), Folha Volante (i.1998), Improvisos na toalha da mesa (i.2000) e Cadavre Exquis aliás Cadáver Esquisito (i.2001). Sobre ser faneditor, sou igualmente coleccionador, actividade iniciada em Janeiro de 1972, data do aparecimento em Portugal deste tipo de magazines amadores, o que me proporciona possuir, provavelmente, a maior colecção do género no nosso país.
Além de ter escrito vários artigos sobre o assunto, e de ser co-autor, com Leonardo De Sá, do livro Dédalo dos Fanzines, editado em 1997, dirigi em 2001 um “workshop” intitulado “Faz Fanzines”, no CNBDI, em que participaram professores e alunos de várias escolas da Amadora, e cujo resultado prático foi a edição de uma dúzia de títulos. Sob apoio técnico do bandadesenhista Álvaro, coordeno e escrevo os textos do sítio dos fanzines, localizável no endereço http://geocities.yahoo.com.br/fanzinelandia.
Ainda na internet, com textos diversos acerca de bd, tive colaboração no “site” www.interdinamica.pt, pertencente a João Monsanto. Nos anos 1980, a convite de Vasco Granja, fiz parte da representação de Portugal no Salão Internacional de BD de Lucca, em Itália, e seguidamente no Festival de BD de Angoulême, em França, tendo em ambos, nas primeiras participações, apresentado publicamente trabalhos sobre banda desenhada portuguesa, apoiados em projecção de diapositivos.
Em 1979, fui pela primeira vez, membro de júri de um concurso de BD, isso no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. A partir daí, tenho tido idêntica responsabilidade em eventos similares na capital ou organizados por autarquias e entidades privadas noutras localidades: Amadora, Amora, Faro, Gouveia, Loulé, Moura, Olhão e Sobreda.
Em 1999 fui galardoado com o “Prémio Imprensa” pelo Festival de Banda Desenhada da Amadora, graças a um estudo intitulado “Fanzines e fanálbuns – definições, polémicas e balanço de 1998”, publicado em Abril de 1999, no nº 6 da revista Selecções BD (2ª série). Pelos responsáveis desse mesmo evento foi-me atribuído o “Troféu de Honra” em 2001, por ter sido considerado personalidade de relevo na especialidade. Nesse mesmo ano, recebi o “Balanito de Honra”, distinção outorgada pelo Salão de Banda Desenhada de Moura, por idêntico motivo.
Geraldes Lino, Fevereiro 2005
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OS BLOGUES DE GERALDES LINO
Divulgando Banda Desenhada - http://divulgandobd.blogspot.com/
Fanzines de banda desenhada - http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/
Sítio dos Fanzines de Banda Desenhada - http://sitiodosfanzines.blogspot.com/
OS FANZINES
Uma das folhas do Comic-Jam, desenhada durante os Encontros da TBDL, com vinhetas de seis tertulianos, sendo a primeira desenhada sempre pelo Convidado Especial e ou o Homenageado.
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