sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

TROFÉUS DO FESTIVAL AMADORA BD 2019 - Texto e imagens de José Ruy



TROFÉUS 
DO FESTIVAL AMADORA BD 2019 
Texto e imagens de José Ruy 

O Kuentro teve o privilégio de entrevistar em exclusivo as personagens emblemáticas do Festival Internacional da Amadora, no seu 30º aniversário.


Kuentro: Caro Zé Pacóvio, qual é a sensação de se manter, com o seu compadre Manuel Grilinho, como Troféu de Honra deste prestigiado Festival Internacional de BD da Amadora, durante 30 anos?

Zé Pacóvio: É para mim uma grande honra, pelos momentos gratificantes que passei ao longo de todo este tempo, em companhia do meu compadre Grilinho.

Kuentro: Pergunto agora ao compadre Grilinho se alguma vez se cansou de ser troféu de Honra.

Grilinho: De maneira nenhuma, amigo Kuentro, sinto-me cada vez mais novo e com forças renovadas. Fazemos isto com amor e dedicação.

Kuentro: Mas este ano os compadres aparecem com nova vestimenta. Não têm saudades da sua forma em terracota, como se mantiveram desde 1990?


Zé Pacóvio: para lhe ser sincero, até me soube bem mudar de roupa. E segundo creio, o meu compadre Grilinho é da mesma opinião.

Grilinho: Os tempos são outros, tudo à nossa volta vai mudando e precisamos de acompanhar o progresso.


Kuentro: Têm razão. No entanto, há pormenores que podem conflituar com a tradição. Por exemplo, passaram a aparecer sem relevo e a traço. Acham que é um indício de irem desaparecendo como prémios?

Zé Pacóvio: Pelo contrário, se acompanharmos a evolução das coisas, mantemo-nos modernos e sempre atuais.


Grilinho: Repare, caro Kuentro, nas inovações que nos criaram a partir deste 30º Festival BD; como fundo, atrás das nossas figuras, no troféu, aparecem elementos relativos ao cartaz de cada evento.

Zé Pacóvio: Assim, em cada ano e a partir de agora, os troféus terão um aspecto sempre diferente.

Kuentro: Estão a dizer que os premiados passam a receber uma peça considerada única. Isso é interessante, não tinha reparado. No entanto, os compadres estão mais velhos trinta anos. Isso não lhes pesa?

Grilinho: nada disso, mantemo-nos sempre iguais, pois não envelhecemos nem nos desgastamos; temos a mesma idade em que o Tiotónio, o nosso criador, nos desenhou. Além disso, acrescentaram-nos os logótipos do Festival, o «BD» com o «D» invertido, e o «A» de Amadora dentro da bolinha.

Kuentro: É um círculo, Grilinho, o «A» está dentro de um círculo. Consideram-se então de parabéns?

Zé Pacóvio & Grilinho (em coro): Absolutamente!

Kuentro: Mas há outros prémios. Qual a vossa opinião?


Grilinho: Também estão muito bem realizados, com os mesmos símbolos em fundo, e no lugar onde nós aparecemos no Troféu de Honra, há um coração.

Zé Pacóvio: Porque estes prémios premeiam obras feitas com muito amor e dedicação.

Kuentro: Pergunto-vos agora a opinião sobre este 30º Festival. Com certeza que tiveram oportunidade de o percorrer, não é verdade?

Grilinho: Percorremos, observámos atentamente e ficámos com uma opinião.

Zé Pacóvio: mas o Kuentro fez uma cobertura muito válida e pormenorizada de todas as exposições. O público que não teve oportunidade de estar presente, ficou com um documento muito completo.

Kuentro: Só queria saber o que acharam deste certame, já que assistiram a todos os outros 29. O público pode fazer um juízo e os críticos também, mas a vossa impressão terá outro sabor. E saber.

Grilinho: Para já, o que mais nos impressionou foi o espaço. Sentimo-nos mais à vontade, com muita largueza…


Zé Pacóvio: E também dos espaços destinados ao convívio. Estes Festivais são festa, comunicação, troca de impressões, abraços, aquisição de livros novos e outros que há muito eram procurados, informação sobre os novos trabalhos em perspetiva, os autógrafos…

Grilinho: E não se esqueça de falar das cores, compadre! cada setor destacou-se com uma cor diferente, muito bem escolhida e harmoniosa.

Kuentro: Mas repararam que desta vez não houve outros polos com exposições distribuídas pela Cidade da Amadora? Centrou-se tudo no Fórum Luís De Camões!

Zé Pacóvio: Não é bem assim, há uma exposição dedicada ao grande autor Eduardo Teixeira Coelho, na Bedeteca da Amadora, a celebrar o centenário do seu nascimento, com grande dignidade, mostrando originais desse célebre ilustrador.


Kuentro: Foi inaugurada meses antes do Festival e mantem-se patente até final de novembro.

Grilinho: Essas outras exposições de que o Kuentro fala, que nos anos anteriores se fizeram em paralelo ao núcleo central, realmente davam oportunidade a mais autores de mostrarem as suas obras.

Zé Pacóvio: Ó compadre Grilinho, mas ia lá muito pouca gente, pois ficavam longe do Fórum. E a Amadora é cheia de colinas.

Kuentro: Até a entrega dos prémios foi nesse espaço.

Grilinho: Nós gostámos muito, teve mais intimidade, e os visitantes não tiveram de se deslocar. Com facilidade assistiam à entrega dos troféus, davam dois passos e iam ver exposições no piso superior e inferior, ou adquiriam livros na zona comercial.

Zé Pacóvio: Na minha opinião, compadre Grilinho, essa medida também foi bem tomada!


Kuentro: O rigor nos horários das intervenções, palestras, e lançamento de livros, foi levada ao minuto.

Grilinho: Caro Kuentro, para vivermos em sociedade e beneficiarmos da sua organização, precisamos de ser cumpridores. Se os primeiros a intervir não respeitarem as horas de chegada e o tempo que lhes foi destinado para apresentar o seu trabalho, vão tirar tempo aos oradores seguintes…

Zé Pacóvio: E os últimos, por vezes, já não vão ter tempo para as suas intervenções. Acho que foi uma boa decisão! Estou de acordo com o compadre.

Kuentro: E as exposições? O que têm a dizer?

Grilinho: Para já, abriram todas a tempo e horas, e a cobertura fotográfica que o Kuentro oportunamente fez, é o melhor testemunho do seu nível.

Zé Pacóvio: já que nos dá a oportunidade de projetar a nossa voz e opinião, queria fazer um reparo positivo. Gostávamos que fizessem mais divulgação para o exterior, do que vai acontecendo ao longo do Festival.

Grilinho: As pessoas habituaram-se a terem informação do que se passa através das «tabletes» e «telemóveis». O que não aparece aí passa-lhes ao lado.

Kuentro: Mas os interessados irão com certeza procurar essa informação, não acham?

Zé Pacóvio: Se a galinha não fizesse propaganda de quando põe o seu ovo, esse produto não seria tão procurado. Veja o que acontece com os ovos de pata.

Kuentro: Muito obrigado, compadres Zé Pacóvio e Grilinho, pelo vosso depoimento, que para nós é de muito interesse. Desejamos que continuem por muitas mais décadas a serem os símbolos deste grande Festival BD da Amadora.

E aqui fica, caros leitores do Kuentro, algumas explicações sobre os prémios do Amadora BD que completou, em 2019, 30 anos de atividade ininterrupta.






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