terça-feira, 12 de abril de 2011

BDpress #253: 2 HISTÓRIAS DE “MURENA” - AMANHÃ NO 7º ÁLBUM DA COLECÇÃO “OS INCONTORNÁVEIS DA BD” COM O JORNAL PÚBLICO

Duas aventuras inéditas da série Murena no sétimo álbum da colecção Os Incontornáveis da BD

ERA UMA VEZ A HISTÓRIA EM ROMA


MURENA
Álbum 7
A Melhor das Mães
Os que vão Morrer...
Quarta-feira, 13 de Abril
Por + € 7,40

Carlos Pessoa

A assinatura do argumentista Jean Dufaux garante, à partida, um crédito de confiança a esta série pelo seu vasto currículo, onde não faltam sequer incursões por diferentes épocas históricas. O desenho de Delaby, um dos mais talentosos criadores da sua geração, faz o resto: Murena é uma série de grande fôlego e um fresco admirável sobre um período crucial do Império Romano.

A luta pelo poder em Roma é o motor da acção e o estímulo indispensável que anima as vidas dos protagonistas. O cruzamento das distintas trajectórias decorre num ambiente e sob uma atmosfera construidos com mestria por Dufaux e ilustrados com sensibilidade por Delaby.

Tendo como fundo os factos historicamente estabelecidos, os autores constroem uma excelente galeria de personagens, onde sobressaem Agripina (astuta, possessiva e ambiciosa), o seu filho Nero (que tem tanto de inteligente como de vulnerável à manipulação) e Britannicus, o fraco e ingénuo filho do imperador Cláudio eliminado pela madrasta.

Mas seria erróneo pensar que toda a intriga se resume a um movimento panorâmico no interior dos centros de decisão. A Roma de Delaby-Dufaux não é apenas a do luxo e da vertigem das histórias de vida das farnílias patrícias. É também o lugar onde a plebe se debate com os seus gostos, interesses e aspirações - bem traduzidos pelo frenesim das corridas ou dos combates de gladiadores no circo -, mas desempenhando pontualmente papéis bem mais relevantes do que o de mero peão no espectáculo da história das sociedades e civilizações.

Há quem procure em Murena as ressonâncias do cinema clássico americano, de Ben Hur a Spartacus e Quo Vadis? Delaby confessou ter-se inspirado em "personalidades cinematográficas" e Dufaux disse que pretendeu contar "uma história fictícia numa história real". Conseguiram ambos uma obra que retoma a melhor e mais nobre tradição da banda desenhada histórica.

Páginas de "A Púrpura e o Ouro" e "A Areia e o Sangue" editados pelas edições Asa.



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As imagens são da responsabilidade do Kuentro

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