Desenho enviado para oferta a Fabio Civitelli e José Carlos Francisco...
Versão final, depois de algumas pequenas correcções...
Já agora, esta coisa precisa de uma pequena explicação.
Tenho editado matéria sobre Tex desde o BDjornal #18 (Abril de 2007), com a prestimosa colaboração do incansável José Carlos Francisco e com ele vários colaboradores do blogue TexBr e da editora Mythos, como Jesus Nabor e Júlio Schneider entre outros. Recordo também que já tinha havido no BDjornal #4 (Agosto 2005) uma entrevista com José Carlos Francisco, Dorival Vitor Lopes e Helcio de Carvalho, sobre a Mythos.
Contudo, nunca fui um fã de Tex Willer. E por uma razão simples: desde a infância e adolescência, nunca dei muita atenção ao western, nem na banda desenhada nem no cinema. Sempre preferi um tipo de aventura mais exótica, digamos assim, o que me fascinava mesmo (até aos 13, 14 anos) era o Tarzan, o Tim Tyler, o Sandokan – este na colecção Salgari, da Livraria Romano Torres –, o Príncipe Valente, etc... e mesmo quando lia o Cisco Kid, era quando não havia mais nada para ler.
Depois, com a revista Tintin, fiquei viciado em Corto Maltese, Asterix e Lucky Luke, este sim, o único western que sempre me interessou bastante. Mas só mais tarde é que a BD “me caiu em cima” com todo o peso da revista (A Suivre), quando dei com ela em 1979/80. Foi portanto com esta revista que se iniciou a minha verdadeira “paixão” pela banda desenhada como modo de expressão e não já como entretenimento passageiro. Passei a conhecer os autores e as suas obras e a dar outra importância à BD, a ponto de largar a pintura e optar por fazer BD e depois, a editá-la, a estudá-la, etc...
Acontece que com a (A Suivre) descobri Jean Giraud/Gir/Moebius e com ele um western que de alguma forma me cativou um pouco, sobretudo pelo tratamento dado ao género e às personagens. Refiro-me, obviamente, ao Blueberry de Charlier e Giraud.
Pode dizer-se que, com os textos e imagens sobre Tex nas páginas do BDjornal, pela mão de José Carlos Francisco, como disse acima, fui descobrindo o Tex Willer, até também pelas pesquisas que fui tendo que fazer para encontrar imagens e referências, que ilustrassem e de certo modo sustentassem os textos e embora a obra em si não me tenha entusiasmado (continuo a não ser fã do western), o que me chamou a atenção foi a produção da personagem durante sessenta e tal anos e a movimentação de autores – desenhadores e argumentistas – que a casa Bonelli arregimenta para assegurar essa produção. Isto fez com que passasse a encarar o trabalho de produção em Tex, como paradigma da própria banda desenhada. Ou seja, uma produção de cultura popular (como é a BD), que movimenta dezenas de pessoas – só na produção directa de argumentos e desenho – para assegurar um produto com uma procura mundial de milhares, se não mesmo milhões de fãs, que quase consideram Tex Willer como membro das próprias famílias.
Daí ao desejo de realizar um estudo sobre todos os desenhadores de Tex Willer, foi um passo curto, uma vez que a maioria deles nem sequer são fãs do western, mas sim grandes profissionais, para quem, o que conta é o trabalho e não, qual é o trabalho. Especialmente com a experiência que tenho com muitos desenhadores portugueses da actualidade que, seguramente, nunca iriam desenhar Tex porque... não gostam de desenhar “coboyadas”, para mais, escritas por “outros”... e quem diz Tex, diz outros temas.
Com este trabalho, além de, obviamente querer homenagear esses desenhadores, pretendo mostrar o que foi a vida destes homens, verdadeiros operários do desenho – isto sem qualquer conotação marxista, que não sou.
Deixo aqui reproduções das primeiras páginas sobre Os Desenhadores de Tex, publicadas no BDjornal #28:
O Quadro Cronológico que se pode ver nesta página, é apenas o início, claro, já que contabilizei (até agora) 73 desenhadores de Tex.
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Já agora, aproveito para informar os interessados que o BDjornal #28 já está à venda no Brasil, na Redwood Comics. Aqui fica o link para os interessados:
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Sem dúvida, o trabalho dos profissionais italianos e estrangeiros que desenham e escrevem não só Tex, mas também as demais séries da Bonelli Comics é digno de aplauso. Só comparado ao trabalho dos americanos. Esses fantásticos profissisonais europeus tornaram as BDs, de fato, uma verdadeira indústria que movimenta milhões e gera emprego para muita gente.
ResponderEliminarConheço bem a BDJornal e sei que voces também fazem um ótimo trabalho. Parabéns à todos e a toad equipe dessa conceituada revista lusitana!