quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BDpress #288: OBITUÁRIO - FALECERAM JEAN-PAUL MOUGIN, CRIADOR DA REVISTA (À SUIVRE) e GILLES CHAILLET


Público online, 14 Setembro 2011

MORREU JEAN-PAUL MOUGIN, 
EDITOR DA MÍTICA REVISTA (À SUIVRE)

Por Carlos Pessoa

Jean-Paul Mougin, criador da revista de banda desenhada (À Suivre) em 1978, morreu ontem com um cancro. Tinha 70 anos.

Despedido do canal público de televisão ORTF (França) em 1968, Mougin passa a trabalhar na revista de banda desenhada Pif Gadget, onde assumiu a chefia de redacção no ano seguinte. Em 1972 entra nas Éditions Casterman como assistente de Didier Platteau, director literário desta prestigiada editora belga. É aí que desempenha um papel fundamental na fundação da revista (À Suivre), criada em torno de Hugo Pratt e da sua obra.

O objectivo editorial, enunciado pelo próprio num texto do primeiro número, em Fevereiro de 1978, não podia ser mais claro: " (À Suivre) será a irrupção selvagem da banda desenhada na literatura.”

Este propósito é destacado por Didier Pasamonik, editor do site Actua BD: “O que distingue (À Suivre) de outras publicações é a sua ambição literária, a sua vontade de se impor a outros formatos, outros ritmos de escrita e de leitura muito antes de outros reivindicarem isso para si.”

Antecipando o aparecimento da novela gráfica, a revista publicou obras de grandes nomes da BD europeia, como Tardi, Jean Claude Forest, Auclair, Comes, Schuiten e Peeters, Munoz e Sampayo, Manara, Sokal, Benoît, Loustal, Jean-Claude Denis, Johan De Moor, Cabanes, Pétillon ou Tito, entre muitos outros.

Sem nunca abandonar a sua fórmula mensal, (À Suivre) publicou “grandes aventuras” que permitiriam a irrupção no léxico dos amantes de quadradinhos da ideia de “romance-BD”. Rompe com a rígida fórmula de histórias em 48 pranchas, divulgadas à razão de duas páginas por semana nas revistas periódicas, como acontecia à data (houve excepções, como Pilote ou Métal Hurlant, para apenas citar as mais carismáticas) para publicar histórias em capítulos longos, que permitiram aos autores experimentar a sensação, quase física, de um grande fôlego narrativo criador.

(À Suivre) acabou em 1997, não resistindo ao lento mas contínuo decréscimo das vendas, que coincide com o declínio da própria empresa que a editava. Jean-Paul Mougin reformou-se pouco tempo depois e instalou-se em Bruxelas, onde veio a morrer.

Jean-Paul Mougin (1941-2011)





Último número de (À Suivre), 1997

As Colectâneas (À Suivre)
  
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DESAPARECE GILLES CHAILLET

O argumentista e desenhador francês Gilles Chaillet morreu hoje em Margency (França). Nascido em 1946 em Paris, tinha 65 anos.

Iniciou a sua carreira em 1965 como colorista na Dargaud, nomeadamente nas séries Tanguy e Laverdure, Achille Talon e Blueberry.

Colabora com Albert Uderzo (Astérix) e Jacques Martin (Alix e Lefranc) durante alguns anos, sendo convidado por este último em 1976 para assegurar o desenho da série Lefranc.

Em 1980 regista-se um novo salto no percurso de Chaillet com a criação da série Vasco para a revista Tintin.

No ano 2000 participa no primeiro volume de Le Triangle Secret, uma série colectiva escrita por Didier Convard. Seguem-se Tombelaine (2001, argumentista), La Dernière Prophétie (2002) e Le Quatrième Pouvoir (2004), entre outras obras.

  Gilles Chaillet (1946-2011)





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Imagens da responsabilidade do Kuentro
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