segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

BDpress #321: OS SESSENTA ANOS DE MARSUPILAMI – PEDRO CLETO NO JORNAL DE NOTÍCIAS


Jornal de Notícias, 31 de Janeiro de 2012

60 ANOS E UMA LONGA CAUDA

O MARSUPILAMI, 
UM DOS MAIS EXÓTICOS ANIMAIS DOS QUADRADINHOS, 
NASCEU HÁ SEIS DÉCADAS

F. Cleto e Pina

Há 60 anos, os leitores da revista belga Spirou, descobriam pela primeira vez um dos mais exóticos, inteligentes e simpáticos animais que a banda desenhada já conheceu: o Marsupilami.

A sua estreia deu-se na prancha 49 de “Spirou e os Herdeiros”, primeiro como silhueta furtiva na segunda tira, depois exibindo já algumas das suas características únicas (ver caixa).

A sua criação deve-se ao genial André Franquin (1924-1997, igualmente “pai” do trapalhão Gaston Lagaffe), e a sua descoberta a Spirou e Fantásio. Encontrá-lo era a última de três provas que este último tinha de superar para, numa disputa com o seu primo Zantáfio, receber uma herança que se haveria de revelar… inexistente!
Depois de o capturarem na selva palombiana, Spirou e Fantásio entregaram-no a um jardim zoológico de onde, na aventura seguinte, acabariam por o libertar para o devolver ao seu habitat natural. Só que então o exótico animal decidiu segui-los de volta à civilização, grato pela sua amizade… ou porque Franquin decidiu mantê-lo nas suas histórias devido ao sucesso que o Marsupilami granjeou junto dos leitores.

Por isso, marcou presença na capa de álbuns como “Spirou e os herdeiros”, “Os ladrões do Marsupilami” ou “O ninho dos Marsupilami”, e protagonizou, a solo, relatos curtos, a partir de 1955.

O simpático animal, temível quando zangado, acompanharia o groom e o seu amigo repórter até 1968, quando Franquin abandonou a série, levando-o consigo e aos seus direitos, tendo nos anos seguintes marcado apenas presença esporádica em histórias de poucas páginas.

Em 1987 (re)apareceu numa editora apropriadamente chamada Marsu Productions, como protagonista de uma nova série com o seu nome, sob a égide de Franquin que fez apenas alguns esboços, sendo o desenho confiado ao estreante Batem, tendo-se sucedido nos argumentos Greg, Yann ou Fauche.

Poucos anos depois, a Walt Disney France estreou-o em curtas-metragens animadas, de qualidade bem inferior à série mais popular, que a Marathon e o Canal J desenvolveram a partir do ano 2000.

Em Portugal, se Spirou e Fantásio – que chegaram a ser Serafim (ou Clarim) e Flausino – já eram conhecidos desde 1959, quando se estrearam na revista Camarada, a banda desenhada que apresentou o Marsupilami ao mundo apenas foi publicada em 1975, directamente em álbum, pela Arcádia, embora o animalzinho já tivesse aparecido por cá anteriormente. Os álbuns com as suas aventuras a solo seriam lançados a partir de 2004, pela Meribérica, tendo a ASA, actualmente, uma vintena deles no seu catálogo.

(caixa)
O que é um Marsupilami?

O Marsupilami é um mamífero ovíparo, natural da selva de Palômbia, uma conturbada república da América latina.

O seu pêlo é geralmente amarelo com manchas pretas – tal como o do jaguar que o teme – mas conhecem-se casos de animais desta espécie completamente negros.

Dotado de grande inteligência, curiosidade e sentido de humor, revela também uma enorme força. A sua agilidade evoca a dos chimpanzés, a cuja estatura se assemelha, mas tem como característica distintiva uma longa cauda, que pode ultrapassar os 20 metros, e que utiliza para se deslocar, pescar, defender e atacar.

Alimenta-se de pulgas, nozes e piranhas, utiliza ferramentas e constrói enormes ninhos suspensos, onde se reveza com a companheira na guarda e alimentação das crias.

Pode nadar, correr ou deslocar-se nas árvores, consegue imitar a fala humana mas o seu som característico é um sonoro “houba”.

Fora da banda desenhada, poucos são aqueles que se orgulham de ter visto um, mas, em 1988, o IV Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto orgulhou-se de exibir um espécimen com cerca de 4 metros de altura e uma longa cauda… todo em peluche!






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Imagens da responsabilidade do Kuentro

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