domingo, 7 de setembro de 2014

ILUSTRAÇÃO – O CONCURSO DAS FESTAS DE LISBOA – SARDINHA: DA LOTA PARA A FAMA



SARDINHA: DA LOTA PARA A FAMA
HÁ 11 ANOS A DECORAR A CIDADE POR ALTURA 
DAS FESTAS, OS PEIXES COLORIDOS TORNARAM-SE OBRIGATÓRIOS NAS CASAS LISBOETAS


Texto original: Ana Maria Ribeiro – Correio da Manhã (revista Domingo). 
O texto foi acrescentado e refeito por nós, para ficar mais completo e incluir outras informações.

Em 2003, quando os responsáveis pela EGEAC - Empresa de Gestão de Equi­pamentos e Animação Cultural lançaram a sardinha como imagem de marca para as Festas de Lisboa, tendo o atelier Silva Designers criado o primeiro exemplar, que as sardinhas são o símbolo das Festas de Lisboa e o concurso de criação da imagem da sardinha arrancou, pela primeira vez, em 2011. Mas esta­vam longe de imaginar que os simpáticos peixes, tanto do agrado do paladar nacional, se transformariam num fenóme­no de popularidade tão grande.

Onze anos depois de as pri­meiras sardinhas terem come­çado a decorar as ruas da capital, perante o espanto de alguns e as reticências de outros, os peixes coloridos já se tornaram indis­sociáveis desta fase em que Lisboa se enche de turistas e se anima com festas tradicionais, dos Santos Populares às Marchas.

Rita Castel-Branco, directora de comunicação da EGEAC, lembra-se do primeiro sinal de que as sardinhas agradavam: em 2010, cartazes e pendões começaram a desaparecer. "As pessoas davam-se ao trabalho de subir aos postes para roubarem os materiais de divul­gação" recorda. "Foi nessa altura que criámos as chamadas ‘sardinhas de guerrilha’: cons­truídas em material cartonado, de 50 centímetros, são feitas para se levarem para casa."

E recorda uma situação cari­cata ocorrida nesse mesmo ano. No lançamento das Festas de Lisboa, o Cinema São Jorge foi decorado com as imagens, mas assim que o presidente da câmara, António Costa, começou a discursar, convidando os presentes a levarem uma recorda­ção para casa, quem estava na sessão levantou-se e pôs-se a arrancar cartões. "Antes do fim do discurso, já não havia uma única sardinha na sala" diz Rita.

2014 BATEU RECORDE

Ilustração de António Jorge Gonçalves

O molde para a figura-base foi feito com uma sardinha verda­deira, comprada na lota, que os designers da Silvadesigners digi­talizaram e trabalharam grafi­camente. Até 2007, o conceito manteve-se mais ou menos inalterado: mudava apenas a cor que preenchia o interior e pouco mais. Em 2008, a EGEAC quis associar o ícone à programação das Festas de Lisboa, que nesse ano tinha propensão multicul­tural. “Houve sardinhas-zebra, sardinhas africanas... Sardinhas temáticas, que, no fundo, chamavam a atenção para os espectáculos que íamos apresen­tar”, explica Rita Castel-Branco.

Nos dois anos seguintes, a decoração foi encomendada a designers, ilustradores e artistas plásticos, mas o 'boom' do novo símbolo da cidade veio depois, a partir de 2011, altura em que a EGEAC abriu um concurso público e desafiou todos a criarem a sua própria sardinha.

O resultado superou as expectativas. Se no primeiro ano a empresa recebeu 2080 candidaturas, oriundas de oito países; em 2012 concorreram 3.526 pro­jetos, de 16 países, e em 2013 apareceram 6.446 candidatos de 53 nacionalidades.

Nas propostas portuguesas, tem surgido de tudo: sardinhas em calçada portuguesa; tapete de Arraiolos; produtos comes­tíveis (pão, pastel de nata, ginjinhas); garrafas; instalações de luz; peças de joalharia. Chegam à EGEAC candidaturas de lares de idosos, de hospitais psiquiá­tricos, de estabelecimentos pri­sionais, de escolas.

Este ano, depois do recorde de candidaturas (8.258 propostas de 59 países), passou-se à fase do merchandising: com 3 a 30 euros, é possível comprar objectos decorados. De capas de iPad a cadernos, de leques a sacos. A EGEAC promete reinvestir o lucro no negócio da sardinha.

Na 4ª edição do Concurso Sardinhas Festas de Lisboa foram quase 5 mil os participantes que em todo o mundo se entusiasmaram e nos surpreenderam com 8.258 propostas de sardinha.

As propostas foram apresentadas nas mais variadas técnicas e materiais por pessoas com idades compreendidas entre 1 e 85 anos que participaram de forma individual ou colectiva, através de escolas, instituições ou outras organizações.

O concurso voltou a atravessar fronteiras e chegaram a Lisboa cerca de 1.500 sardinhas de 58 países estrangeiros: Itália (301), Brasil (289), Grécia (215), Espanha (169), França (56), Alemanha (46), Irão (29), Polónia e Bélgica (22), Roménia (20), China (13), entre outros.

Ilustração de Nuno Saraiva

Os vencedores do Concurso Sardinhas Festas de Lisboa’14 foram:

Ana F. Borges, 27 anos, portuguesa - Sardinha Pézinho de Dança

Alberto Faria, 47 anos, português - Sardinha Quiosque

Chaochato, 26 anos, mexicano, - Sardinha Orquestra

Cláudia H. Abrantes, 30 anos, portuguesa - Sardinha Nadadora

Jaime Ferraz, 28 anos, português – Sardinha Há Festa Aqui

Roger Hespanhol, 46 anos, português – Sardinha Pasta de Dentes

Sara Infante, 26 anos, portuguesa – Sardinha Como Chouriço no Caldo Verde
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João Leal Pereira - 2011

Nuno da Silva - 2012

Anabela Pereira - 2013


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