sexta-feira, 27 de agosto de 2010

BDpress #169: MAIS BRASIL – SOBRE O FIQ’2009 (PARA COMEÇARMOS A PERCEBER ALGUMAS COISAS SOBRE HQs) E O QUE HÁ DE HQs COM CONTEÚDO “ADULTO”

O FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos, de Belo Horizonte, é visto como um dos maiores eventos de Banda Desenhada (Histórias em Quadrinhos) do Brasil - esclareçamos que o FIQ é bienal, o próximo será em Outubro de 2011. Vejamos o que foi publicado no site da Universidade de Quadrinhos do Quadrilátero DF, em 20 de Agosto 2010 e depois, o “Blogue Interferências Inefáveis & Incendiárias”, no mesmo dia, publicou matéria sobre livros em HQ com conteúdo “adulto”. Entretanto, o Luanda Cartoon fecha hoje e já há mais algumas fotos – chegam a conta gotas – no blogue do Lindomar de Sousa.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Para o público que curte HQs nacionais

ESPECIAL FIQ UMA VITRINE PARA OS INDEPENDENTES

por Milena Azevedo

Tema: Especiais, HQs

Quem vai ao FIQ já sabe que encontrará a turma dos quadrinhos independentes em peso por lá. E esse ano parece que triplicou o número de estandes do pessoal que arregaça as mangas e produz suas HQs com garra, estilo e personalidade. Vamos contar comigo os estandes: 10 Pãezinhos, Quarto Mundo + Graffiti 76% Quadrinhos, Café Nanquim, Aurora Comics, A.T.U.M e um mistão de independentes, intitulado “Quadrinhos Dependentes”, que reunia quadrinistas do RJ, ES, GO e Brasília (Beleléu + Quase Nada + Prego + Tarja Preta + Samba + QuebraQueixo + Macacos + uma porção de outras revistas).

O mais concorrido desses estandes já dá pra saber qual foi, não? O dos 10 Pãezinhos, é claro. Fábio Moon e Gabriel Bá trouxeram seus amigos gringos prá lá (Becky Cloonan, Vasilis Lolos, Ivan Brandon), além dos amigos brazucas (Rafael Grampá, Gustavo Duarte, Rafael Albuquerque, Eduardo Medeiros, Mateus Santolouco e a Priscila). Praticamente todo dia tinha lançamento, às vezes até dois títulos diferentes por dia. Pra melhorar ainda mais o que estava bom, os gêmeos lançaram Pixu e The Umbrella Academy, cansando as mãos de tanto autógrafo que deram (fora o Igor “Bone” que trouxe de casa tudo o que tinha dos gêmeos para eles autografarem). Aliás, tenho que registrar a maturidade do Moon e do Bá, que são humildes, sem estrelismo algum, legais pra caramba e ainda ajudam seus amigos menos “famosos”, como foi o caso da Priscila (Pri Perca), que estava lá com seumodesto fanzine Lapso e o Gabriel aconselhando a gente a comprá-lo. Eu comprei e não me arrependi. Tirinhas e HQs muito massa, com estilos diversos, passeando pelos traços anarco-infantil e moderninho (esses dois termos eu criei agora, mas quando vocês lerem Lapso, irão entender). Eu comprei muitos quadrinhos que estavam à venda no estande dos 10 Pãezinhos, embora quisesse ter trazido pra casa mais outros, como a série Vikings, do Ivan Brandon.

Na frente do estande dos 10 Pãezinhos sempre havia uma rodinha boa, com assuntos legais. Foi numa dessas conversas que o Sidney Gusman (Universo HQ e MSP) me disse que no MSP 50 volume 2 (coletânea de diversos artistas que homenagearam o Mauricio de Sousa pelos seus cinquenta anos de carreira) alguém de Natal será convidado a participar. “É alguém do GRUPEHQ”, perguntei? E o Sidney, “Por enquanto ainda é segredo.” Antes do próximo FIQ a gente deve saber quem é.

Também encontrei o Eduardo Felipe, que trazia um boneco da sua graphic novel A balada de Johnny Furacão, esperando que alguma editora se interessasse em publicá-la. Torço para que ele consiga, porque me pareceu interessante.

O outro estande bastante movimentado foi o do coletivo Quarto Mundo, que contou com uma galeria ímpar: Graffiti 76% Quadrinhos, Nanquim Descartável, Pieces, Avenida, Grande Clã, Café Espacial, Peiote, Camino di Rato, Menino Caranguejo, Ato 5, Solar, Cogumelo, Subterrâneo, Homem-Grilo, Garagem Hermética, Bagaça, Zine Royale, Quadrinhópole, Gorjeta, Macaco Albino, Breganejo Blues e uma porção de títulos bons e baratos. Além disso, havia uma promoção imperdível. Nas compras a partir de R$ 20,00 a gente ganhava uma caricatura na hora. Eu ganhei duas, uma feita pelo Victor e outra feita pelo Marcus, e a terceira me será enviada pelo Bira Dantas, por e-mail (porque ele não tinha papel e queria fazer a minha caricatura no meu exemplar de Retalhos, o que não convinha). Nem precisa dizer que eu enchi o cofrinho desse pessoal, não é?

Quem também passou pelo estande do coletivo Quarto Mundo foi o professor e quadrinista Gazy Andraus, bem como o homem que mais sabe notícias de Alan Moore em todo o planeta, o José Carlos, responsável pelo site Senhor do Caos.

Rever Fabiano Barroso, Daniel Esteves, Will, Jozz, Jaum, e conhecer o Mário Cau, o Bira Dantas (que descobri que é parente meu), o Victor, o Marcus e o Guilherme foi demais!
Agora vamos falar um pouco sobre o estande mais agitado e “presepento” do FIQ, o dos Quadrinhos Dependentes, que juntou quadrinistas cariocas, capixabas, goianos e brasilienses, e que passou a vender de tudo um pouco, como os produtos do Supermercado Ferraile, action figures (eu namorei as das Tartarugas Ninjas), camisetas, e “otras cositas más”, além de organizarem pocket shows e promoções no grito. E teve até um mico meu, confundindo o Márcio Jr., da Monstro Discos e da revista Macacos, com o Rafael Grampá.

A melhor surpresa desse FIQ veio desse estande. A revista Beleléu, dos cariocas Daniel Lafayette, Eduardo Arruda, Elcerdo, Stêvz + convidados, é simplesmente candidata a melhor quadrinho independente de 2009.

Os independentes fizeram a festa total nessa sexta edição do FIQ, com direito a bolo, velinhas e bexigas coloridas. O espírito de um evento como o FIQ é esse mesmo. Você ter contato direto com a vasta produção dos quadrinistas nacionais (umas excelentes, outras nem tanto), poder trocar ideias com eles e pegar seus exemplares autografados.

Eu comprei tanta HQ pra mim que a mala ficou pequena (e nem comprei tudo o que queria) e acabei não trazendo nada pra revender na Garagem Hermética Quadrinhos (GHQ), minha comic shop, que desde meados do ano passado está funcionando apenas pela internet.

Porém, em breve, quase todos esses títulos que comprei (e que ainda estou lendo) estarão à venda .

Agradeço a todos os que estão lendo esses artigos especiais sobre a sexta edição do FIQ e espero que em 2011 mais potiguares (?) apareçam por lá.

Postado por Mauro César Bandeira






As caricaturas de todos os participantes - uma ideia interessante para os Festivais portugueses, hem?
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Blogue Interferências Inefáveis & Incendiárias, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ADULTO TAMBÉM COMPRA HISTÓRIA EM QUADRINHOS [recorte de jornal]

Histórias em quadrinhos deixaram de ser coisa de criança há muito tempo. Nos últimos anos, parece que o mercado editorial brasileiro vem acordando para essa realidade. Cada vez mais estão sendo disponibilizados, em livrarias e lojas especializadas, títulos de quadrinhos voltados para o público adulto.

Nesse caso, conteúdo "adulto" não representa necessariamente histórias recheadas de sexo e violência (embora muitas contenham esses elementos), mas sim tramas mais complexas, que vão além da atmosfera juvenil que muitos atribuem às HQs. "Umbigo Sem Fundo", de Dash Shaw, e "Jimmy Corrigan, o Menino Mais Esperto do Mundo", de Chris Ware, abordam temas difíceis, como conflitos familiares e revisão do passado, com uma profundidade que se aproxima da melhor literatura.

"Está havendo mais interesse por parte das editoras em lançar títulos voltados para um público mais maduro", explica Mitie Taketani, gerente da loja curitibana Itiban, especializada em HQs. "Os quadrinhos deixaram de ser uma forma de arte marginal e não existe mais aquele preconceito, de que HQ é coisa para criança. Existem, nesse formato, grandes autores e grandes artistas."

Liber Eugenio Paz, professor do curso de Design da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e fã de quadrinhos, explica que os títulos voltados para o público adulto muitas vezes têm como grande diferencial o preço, que ultrapassa os R$ 40. Isso porque esses livros têm muitas páginas e acabamento melhor.

"Mas o que define esses títulos não é exatamente o preço. Existem opções, como '100 Balas' e 'Ex-Machina', que são mais econômicas, com um preço inferior a R$ 20. O que define (esse mercado) é o conteúdo voltado para um público mais maduro", explica o professor.

Mitie Taketani cita que já há algum tempo editoras de médio e pequeno porte vinham lançando quadrinhos adultos. Um indicativo de que há uma demanda crescente é que a gigante Companhia das Letras criou recentemente um selo especializado em HQs, a Quadrinhos na Cia.

"A respeito de lançamentos de quadrinhos estrangeiros no Brasil, a (editora) Panini tem se dado bem com os títulos da Vertigo (selo adulto da editora DC Comics), e também sincronizando lançamentos com o mercado de cinema. A Quadrinhos na Cia também fez isso recentemente, lançando 'Scott Pilgrim'(do canadense Bryan Lee O´Malley) No Brasil para aproveitar o lançamento do filme", explica a gerente.

Mesmo em lojas não especializadas, nota-se um aumento da procura por quadrinhos adultos. A Livrarias Curitiba informou que, entre 2008 e o ano passado, as vendas desse tipo de títulos aumentaram quase 200% nas lojas da rede.

[ GALÃO, Fábio. Adulto também compra história em quadrinhos. Folha Economia, pg1. Folha de Londrina, 19/08/2010 ]

Postado por Vagner Morais (Londrina-PR)

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