quinta-feira, 27 de junho de 2013

ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI NO KUENTRO (13) — AS EXPOSIÇÕES (7) — BDs DE ABRIL e o texto AMIGOS DO CNBDI (10) de José Ruy


ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI (13)
AS EXPOSIÇÕES (7)
BDs DE ABRIL
NOS 30 ANOS DO 25 DE ABRIL

O CATÁLOGO


  
  
  
  
  
  

  
  
 e etc...

Foi também editado o nº 1 do Boletim do CNBDI


Comissários
João Miguel Lameiras João Paulo Paiva Boléo

Coordenação Editorial
CNBDI - Cristina Gouveia

Produção
CMA/CNBDI

Apoio
Centro de Documentação do 25 de Abril da Universidade de Coimbra

Textos e Selecção Documental
João Miguel Lameiras João Paulo Paiva Boléo

Produção Gráfica
Estrelas de Papel, Lda.

Capa
Sobre Ilustração de Urs Landis, publicada no dossier Recherche do jornal Record, 1975 Paris

Sugestão de Catalogação: BDs de Abril, Amadora 2004

BDs de Abril: exposição 22 de Abril a 1 6 de Julho de 2004 / Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem; [Introd.] Joaduim Moreira Raposo [pref.] Maria João Bual Salvado- 1a ed. - Amadora: Câmara Municipal. CNBDI, 2004. - 48 p.: II. ; 27 cm. ISBN: 972-8284-34-9

Comissão Executiva

Cristina Gouveia (coordenação), Nelson Dona, Eduardo Conceição, José Eduardo Ferreira, Lígia Macedo e Rosário Teixeira

Cenografia
Sandra Magalhães

Agradecimentos
Anne Clement Boaventura Sousa Santos João Ramalho Santos Jorge Zentner José Carlos Fernandes Natércia Coimbra e a todos os autores que cederam material para a exposição

ALGUMAS FOTOS 








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AMIGOS DO CNBDI - 10
José Ruy

Ainda sobre o polémico (quanto a mim) «Parque BD Maurício de Sousa» na Amadora, posso tecer mais algumas considerações. A minha opinião é que esta arte narrativa (Banda Desenhada ou Histórias em Quadrinhos) não está circunscrita a fronteiras estanques, é internacional e praticamente entendida em qualquer língua, quase sem precisar da clássica tradução das legendas. Por isso fico satisfeito por a «Mônica» e a sua «Turma» terem presença na Amadora. Também gostei que o meu trabalho fosse bem recebido no Brasil, tanto no Rio de Janeiro em 1989 como em Belém do Pará, na Amazónia, em 2009 no grande Hangar dos Congressos ombreando com Maurício de Sousa. Mas uma coisa é ser-se convidado e outra é tomar o lugar que por direito devia ser ocupado pelos nacionais.

No entanto mantenho a esperança de que o meu amigo Maurício de Sousa tenha um gesto nobre, peculiar dos grandes homens (não homens grandes) e quando receber esse espaço emblemático onde funcionou durante tantos anos (os melhores?) o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, convide para um dos «seus» pavilhões, as personagens também emblemáticas de «Zé Pacóvio & Grilinho» do nosso Tiotónio.

Será uma honra para os amadorenses e para todos os fans da BD do resto do país, assistir a esse generoso gesto que os da terra não fizeram, por desconhecimento ou distração.

E a propósito dessas desconsiderações caseiras, não resisto a contar em primeira mão um episódio passado comigo e que revela bem a classe de quem cai de paraquedas neste mundo das Histórias em Quadrinhos.

Depois da importante exposição do trabalho de Eduardo Teixeira Coelho em 1998 no Festival da Amadora, haviam projetado, à minha revelia, fazer no ano seguinte uma exposição minha. Não concordei pois poderia parecer querer igualar-me ao nível do grande Mestre e decidi que isso só aconteceria alguns anos depois, se viesse a acontecer. Entretanto calhou ao Augusto Trigo expor os seus trabalhos de Quadrinhos e pinturas. Estipulara-se que o autor exposto faria parte do júri para atribuir os prémios dos concursos juvenis da modalidade e dos livros lançados nesse ano no Festival. O Augusto Trigo não gosta de ser jurado e pediu-me que tomasse o seu lugar. Embora também não me agradasse ter de decidir sobre a obra de alguém, não podia negar o pedido a um colega e amigo. Acedi, até porque nesse ano não tinha nenhuma obra minha a concurso. Fazia parte da «equipa» de trabalho, entre outros, um elemento com quem havia tropeçado negativamente uns anos antes, sem o conhecer de lado nenhum e que pondo-se em bicos de pés para se destacar, resolveu usar processos nada ortodoxos nem dignos, o que me levou a denunciar o facto, tornando-o, e a outro seu parceiro, personagens num livro meu publicado na altura. Como nunca os tinha visto resolvi dar-lhes a estatura moral demonstrada, e desenhei-os como «anões» e peço publicamente desculpa às pessoas com este problema, de os envolver na «brincadeira».

No nosso trabalho como júri fomos eliminando as obras que por comparação se iam tornando menos boas e no final da escolha ficámos com dois títulos. Nessa fase, o júri por norma vai justificando o seu voto a favor ou contra, explicando os seus motivos e esse elemento de que falo, referindo-se a um dos livros, disse que votava contra e explicou que não o tinha visto nem lido (era de BD) mas que «deveria ser igual aos outros que o autor tinha feito antes».

Calculo a expressão facial de quem me lê, e podem calcular a minha na altura. «O que o berço dá a tumba leva» ou «Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita» são dois sábios ditados populares que se aplicam a este caso. O «rapazito» não crescera nem melhorara as suas manobras. Uma apreciação cabalar que esses dois haviam escrito em 1996 sobre trabalho meu e denegrindo as editoras onde publico insinuando que deixassem de o fazer, resolveram recentemente voltar a publicá-la como coisa atual servindo-se abusivamente de um site da Bedeteca de Lisboa (antes de esta se extinguir) como se eu não tivesse publicado mais nada desde então, ignorando os 10 novos títulos. Ditam uma opinião, fazem dela lei e tornam-se os ditadores dos criticastros. Não precisam ver nem ler para votarem contra, porque para eles é tudo igual.

Desde essa altura resolvi não entrar em mais nenhum júri. Fiquei vacinado.

Naturalmente que esta «história» daria para ser contada pormenorizadamente em longas linhas de escrita, e sabem que nunca afirmo nada sem ter em mão documentação fidedigna para provar. Pode ser que um dia calhe.

As Histórias em Quadrinhos vivem de vilões e de heróis, de honestos e desonestos em confronto. O Dr. Varatojo, meu amigo de muitos anos, dizia que o que mais apreciava nos desenhos, era a identificação das personagens, em que o mau se nota à légua e o bom se distingue dos demais.

Nestes casos prefiro os que abertamente mostram o seu cinismo, pois a cara não engana e posso encará-los e enfrentá-los sem necessidade de lhes retirar a máscara.

Por isto que vos conto mostro a minha apreensão pelo aparecimento de certos paraquedistas a pousar no campo das decisões e a decidir sem conhecimentos de base, fazendo da asneira um pedestal para colocar sob o que mais lhes convirá na altura elevar.

Mas estes escritos são sobre o CNBDI e espero que este baluarte não seja atingido por tal praga.

E como sobre isso há ainda alguma coisa para contar, vamos conversando.

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