ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI (25)
O BD’INFORMAÇÃO #5
e a EXPOSIÇÃO “5 ANOS DE CNBDI”
Voltamos hoje à rubrica ÀS QUINTAS FALAMOS DO CNBDI, depois de mais um AmadoraBD e outros acontecimentos. Entretanto, as coisas mudaram na Câmara Municipal da Amadora, após as Autárquicas de Outubro passado, em que Joaquim Raposo deixou de ser o Presidente da Câmara, passando o testemunho para Carla Nunes Tavares – embora, dizem (a vox populi é tramada) “quem manda continua a ser o Raposo”, veremos... (Continua no próximo capítulo)
EXPOSIÇÃO “5 ANOS DE CNBDI”
AS FOTOS
(de Dâmaso Afonso)
José Garcês, José Ruy, Pedro Mota, Joaquim Raposo (Presidente da CMA) e Cristina Gouveia (Directora do CNBDI)
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AMIGOS DO CNBDI (18)
Por José Ruy
Na última quinta-feira do mês de Fevereiro de 2012, deu-se a sessão já habitual no CNBDI, a primeira do ano, que foi dedicada à Peregrinação de Fernão Mendes Pinto. Esta obra viria a ter destaque no Festival Internacional de BD da Amadora, em outubro desse ano sendo montada neste Centro uma interessante exposição das diversas abordagens realizadas em quadrinhos ou só em ilustrações isoladas.
A diretora do CNBDI preparava assim o público para o tema que meses depois estaria com grande relevo naquele local e no Festival BD.
Acontece que quando o Fausto abordou em 1982, de maneira genial a Peregrinação, com música e poema de sua autoria, e que teve um estrondoso êxito, declarou publicamente que o motivo da sua paixão pelo tema tinha sido através da minha História em Quadrinhos que ele via em África na revista «Cavaleiro Andante». Tinha então 12 anos e desde aí ficou preso a essa fascinante narrativa. Numa entrevista, ao perguntarem como gostaria de ver a sua obra projetada num futuro, respondeu desejar vê-la realizada em filme, com a minha Banda desenhada.
A Associação de Cinema de Animação, cujo presidente era o arquiteto Alberto Salgado, interessou-se pelo projeto, mas não conseguiu apoios para as mínimas despesas, embora o seu trabalho na planificação, a intervenção do Fausto na inclusão da música e voz e a minha no retoque das vinhetas libertando-as das legendas, fosse voluntário. Ainda tentei fazer com «a prata da casa» um VHS, mas resultou de muito fraca qualidade e o sonho foi adiado.
Precisamente em 2011, com o recurso à «Handycam digital», e ao «Pinnacle», consegui essa simbiose de imagem/som com alguma qualidade. O Fausto ficou muito satisfeito, aprovou, e a diretora do Centro, sabendo da existência do videograma, pensou em utilizá-lo na sessão de «Às Quintas Falamos de BD».
O espaço no piso inferior está dividido em duas salas pelo bunker onde se guardam os originais. A sala maior, polivalente, é utilizada, além das exposições, para sessões deste género, com escolas e assitência.
Na altura estava ainda patente a exposição da vasta obra de António Gomes de Almeida, argumentista, e Artur Correia, ilustrador. Acontece que o comissário dessa exposição, dividiu a sala grande praticamente em gabinetes, para conseguir mais espaço para expor tanto material, por meio de blocos. Mas com a sua inexperiência, fixou esses blocos ao chão, cortando até a alcatifa nessas bases, em vez de os tornar amovíveis para ajustar a sala pontualmente a outros eventos, como é hábito. A projeção teve de se remediar na sala mais pequena que devido à presença do grande compositor esteve à cunha com assistentes pelas escadas de acesso.
A apresentação da sessão foi da responsabilidade da jornalista Ana Margarida Carvalho da revista Visão que havia feito pouco antes uma longa entrevista ao Fausto. Houve muitas intervenções dos presentes, onde se contavam alguns elementos da Autarquia.
Um detalhe curioso foi a presença de um jovem, João Duarte, autor de meia centena de painéis em azulejo com cenas da Peregrinação, e que eu conhecera uns bons anos antes, numa sessão sobre técnica de Histórias em Quadrinhos, em Santarém, precisamente na sala onde ele tinha patente essa exposição. É um artista de valor. Tinha uma grande admiração pelo trabalho do Fausto também sobre a Peregrinação e desejava muito conhecê-lo. Apresentei-o ao compositor, e este, agradado pelo trabalho do jovem, utilizou a sua arte para realizar as capas do seu mais recente trabalho, bem como uma banda desenhada a acompanhar o CD.
O debate prolongou-se até para além da uma hora da manhã, frente à porta do CNBDI, sempre com o acompanhamento amável da diretora. Foi um momento mágico na história do Centro Nacional de Banda Desenhada e imagem, que ficou registado em vídeo pelo operador José Eduardo.
É a compensação para os organizadores, que preferem ficar na sombra, oferecendo todo o seu esforço em prol da Banda desenhada, principalmente portuguesa, e não para promoção própria, como acontece com alguns, que até menos fazem.
O ano começara bem, tinha de ter continuidade. No mês seguinte…
(continua)
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