segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

AMANHÃ – TERTÚLIA BD DE LISBOA (354º ENCONTRO) – CONVIDADO ESPECIAL JOSÉ DE FREITAS


AMANHÃ - 3 DE DEZEMBRO DE 2013
TERTÚLIA BD DE LISBOA 
(354º ENCONTRO)

CONVIDADO ESPECIAL JOSÉ DE FREITAS

BIOGRAFIA
JOSÉ HARTVIG DE FREITAS


Nasci em 1964 na Dinamarca, de pai português e mãe dinamarquesa. Fiz a minha escolaridade toda em francês, no Liceu Francês Charles Lepierre, em Lisboa, o que deveria ter significado uma vida dedicada à BD franco-belga, mas para azar da francofonia, aos 12 ou 13, eu e um dos meus grandes amigos descobrimos os universos de super-heróis nas revistas brasileiras da EBAL, e nunca mais deu para esquecer. Verdade seja dita, que pouco depois, nos finais dos anos 70, descobrimos também a Metal Hurlant, e na realidade nunca deixei de gostar de BD no geral, qualquer que ela fosse.

Como o que aqui interessa é um currículo bedéfilo, antes vão alguns factos da minha vida não-sequencial para estarem mais ou menos a par do resto, e passarmos ao que interessa.

Sou filho do pintor Lima de Freitas, e na realidade foi ele que incutiu em mim o gosto pela BD, pela ficção-científica e pelo fantástico, e pelo bom desenho. Cresci e aprendi a ler com as séries franco-belgas clássicas, desde Astérix aos Túnicas Azuis, passando pelo Gaston Lagaffe e pelo Spirou, e tinha à mão de semear centenas de livros da colecção Argonauta, já que foi o meu pai que ilustrou as capas desta série durante umas duas décadas.

Sou licenciado em História, tenho uma Pós-Graduação em Ciência Política e um Mestrado em Antropologia, mas tirando um par de anos como professor assistente na Faculdade (na Livre e na Nova), foram estudos que nunca me serviram para nada do ponto de vista profissional.

Sou também licenciado em Medicina Chinesa, área em que exerci há muito tempo, em meados dos anos 90, e a que voltei em 2008. Trabalho neste momento numa das maiores clínicas de acupunctura de Lisboa, não só como terapeuta mas fazendo também a gestão do dia-a-dia e do marketing.

A minha chegada à Devir, empresa em que desenvolvi a minha maior actividade ligada à banda-desenhada, teve a ver com outro hobby e paixão minha, os jogos de personagem, e nomeadamente o Dungeons & Dragons, de que fui o introdutor em Portugal. Comecei a jogar RPGs e wargames em 1980, e em 1987 iniciei um clube de jogos e uma primeira empresa ligada aos jogos. Em colaboração com a SocTip lancei a versão portuguesa do Dungeons & Dragons, que traduzi na altura, e em 1990 criei a Imperium Jogos, que se dedicava à importação e comercialização de jogos deste tipo, e que iniciou uma relação comercial com a Devir no Brasil. Embora a empresa tenha encerrado actividade em 2004, quando a Devir iniciou a sua actividade em Portugal para distribuir a versão portuguesa do jogo de cartas coleccionável Magic, foi a mim que se dirigiu, e fui sócio fundador da Devir em Portugal.

Em 1998 surgiu a oportunidade da Devir editar em Portugal as revistas da Marvel, por abandono da Abril/Controljornal. Após negociações com a Panini, detentora dos direitos para o mundo, as edições regulares começaram em 1999. Embora tenha sido eu a fazer essas negociações, só assumi a direcção das edições em meados de 2000, e pouco depois delineei um plano de edição das melhores histórias de comics de super-heróis e de banda desenhada americana, já não em formato de revista, mas em livro. Até então nunca tinha havido um editor em Portugal que se preocupasse com a qualidade das edições de super-heróis ou que visse para além do formato base das revistas e acompanhasse as transformações profundas que correram nos comics americanos durante a década anterior.

Na Devir fui responsável por cerca de sete anos de edições de banda desenhada, como uma das maiores editoras de BD em Portugal (embora ainda hoje continue a editar BD, o volume de livros lançados pela empresa diminuiu muito), e foi responsável pela edição de alguns dos maiores clássicos dos comics. Os super-heróis foram sempre uma prioridade na altura, mas editaram-se muitos outros títulos de todos os géneros, incluindo autores portugueses, com especial relevância para o José Carlos Fernandes. As melhores histórias do Demolidor, de Frank Miller, ou do Batman, como Batman Ano Um e O Regresso do Cavaleiro das Trevas, títulos como New X-Men, de Grant Morrison, Sin City, Hellboy, Hellblazer, Sandman, e muitos mais foram editados pela primeira vez neste período. Desde 2011 que reiniciei uma actividade em free-lancer como editor, tendo sido convidado para vários projectos ligados à BD, incluindo a revista dos Gormiti. Em 2012 dirigi a colecção Heróis Marvel, Séries 1 e 2, num total de 25 volumes, e em 2013 a colecção Heróis DC, Séries 1 e 2, num total de 30 volumes, para a Levoir e para o Público.

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