domingo, 26 de maio de 2013

GAZETA DA BANDA DESENHADA (5) – NA GAZETA DAS CALDAS – AÍ ESTÁ O IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE BEJA 2013




GAZETA DA BANDA DESENHADA (5)
NA GAZETA DAS CALDAS

Gazeta das Caldas, 24 de Maio de 2013

AÍ ESTÁ O IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE BEJA 2013

Começa no próximo dia 1 de Junho (terminará no dia 16) o 9º Festival Internacional de BD de Beja. Depois da edição de 2012 ter sido realizada com um “orçamento zero” – ou seja, sem contribuição financeira por parte da Câmara de Beja, este ano o Festival volta em grande. Isto talvez devido ao facto de estarmos em ano de eleições autárquicas, pensamos nós, porque os desígnios das Câmaras Municipais, neste país, sendo quase sempre imprescutáveis são, em vésperas de eleições, muito previsiveis.

Assim, o Festival de BD de Beja apresenta este ano 21 exposições, entre individuais e colectivas, distribuidas por 9 núcleos expositivos no centro histórico da cidade. Aqui fica o elenco das exposições: André Ferreira (Portugal), André Lima Araújo (Portugal), Andreia Rechena (Portugal), David Campos – sobre o seu livro “Kassumai” (Portugal), Francisco Paixão – Arte e História na BD (Portugal), Jean-Claude Mézières (França), João Amaral (Portugal), Jorge González (Argentina), José Ruy – Um Mestre da Banda Desenhada Portuguesa (Portugal), Pedro Zamith – “Hell Come to My World” (Portugal), Sama (Brasil), Heróis de Barro (Portugal), Gibanda: Do Paraná ao Baixo Alentejo (Brasil), Heróis da Banda Desenhada no Século XXI (Portugal), Ilan Manouach e Pedro Moura – Variações Sobre “O Anjo da História” (Grécia/Portugal), Joana Afonso e Nuno Duarte – sobre o livro “O Baile” (Portugal), João Sequeira e Miguel Costa Ferreira – sobre o livro “Psicose” (Portugal), Stan Lee – Just Imagine… Stan Lee tem 90 Anos (Estados Unidos da América), “Sakura” e “Banzai” (Japão/Portugal), Tó Trips e Pedro Gonçalves – “Dead Combo Sound Files” (Portugal), Carlos Rocha e Aida Teixeira – Vamos Aprender (Portugal), Hugo Teixeira e Vidazinha – sobre o livro “Mahou – Perdidos no Tempo” (Portugal), João Raz – Outros Mundos (Portugal), Jô Bonito e Nuno Amado – “Zakarella“ (Portugal). Tudo isto acompanhado por 16 dias de animação paralela e o grande mercado do livro na Casa da Cultura de Beja. Serão ainda anunciados os vencedores do novo galardão Prémio Profissionais de BD 2013. Jean-Claude Mézières, o autor de “Valérian”, será o convidado internacional de maior nomeada a estar presente nesta edição do Festival.

Mas o Festival de BD de Beja tem uma história que merece ser contada. Tudo começou quando Paulo Monteiro, nascido em Vila Nova de Gaia a 8 de Novembro de 1967 e licenciado em História de Arte foi parar a Beja, para ocupar um lugar na estrutura camarária que se ocupava dos Museus da cidade*. Como era um apaixonado pela banda desenhada, resolveu criar um atelier de BD – o Toupeira –, ao abrigo da iniciativa Ateliers Permanentes, promovida pela Casa da Cultura e Pelouro da Juventude de Beja, em Outubro 1996, onde alguns jovens bejenses debutaram nesta disciplina. Alguns deles vieram a tornar-se autores de banda desenhada reconhecidos a nível nacional, como Susa Monteiro, Maria João Careto, Carlos Páscoa, ou Véte.

Em 2004, no Encontro de Natal da Tertúlia BD de Lisboa, Paulo Monteiro surpreendeu toda a gente quando revelou que estava a preparar um Festival de Banda Desenhada em Beja, para começar em 2005. Ora o BDjornal nasceu precisamente em Dezembro de 2004 com um número zero experimental, e quando, em Março de 2005 nos preparávamos para lançar o BDj #1, fomos directamente a Beja, encontrando Paulo Monteiro no seu gabinete, no meio da papelada toda, a programar e a activar o primeiro Festival de BD de Beja. Com uma entrevista exaustiva sobre o assunto, o BDjornal acabou por nascer com todo o programa e sob o signo do primeiro Festival de BD de Beja – daí que estejamos indefectivelmente ligados.

Paulo Monteiro iniciou o Festival de BD, que vai fazer dez anos em 2015, mas também fundou, ao mesmo tempo, a Bedeteca de Beja – a funcionar numa das alas da Casa da Cultura de Beja –, que tem uma programação mensal intensa, com exposições, conferências e ateliers, que dinamizam a banda desenhada na capital do Alentejo, de um modo que não encontramos em mais nenhum lado neste país, o que é obra.

Claro que o Festival de Beja não consegue rivalizar com o Festival da Amadora em número de visitantes, atrai cerca de oito mil pessoas contra as cerca de trinta mil na Amadora – mas isso deve-se ao facto de Beja estar a cerca de 200 quilómetros de Lisboa e a Amadora, mesmo ao lado. No entanto, a romaria dos indefectiveis da BD (de todo o país) que vão a Beja no primeiro fim-de-semana do festival é reconfortante e revela o interesse que ele desperta.

Depois, ir a Beja para o Festival de BD, é sempre um escape à massacrante vida citadina na grande Lisboa ou Porto. Viajar pela planície alentejana, depois conviver com a gente de Beja e, para mais, falar de BD, e mais ainda desfrutar da gastronomia do Alentejo, são “andicaps” que não nos farão perder nunca nenhuma edição do FIBDB. Lá estaremos.

Quem quiser ver o início da reportagem “em directo” de Beja, no dia 1 de Junho, poderá fazê-lo no “kuentro.blogspot.com” – o blogue do BDjornal. Vemo-nos em Beja? Alguns exemplares desta edição da Gazeta das Caldas vão ser distribuídos no Festival!!!

(*) Esta afirmação, soubemos depois, não está correcta: Paulo Monteiro foi para Beja para integrar mesmo a estrutura da iniciativa Ateliers Permanentes, promovida pela Casa da Cultura e Pelouro da Juventude de Beja.

J.Machado-Dias


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