Imagem não publicada por falta de espaço - Nemo nº especial, Fevereiro de 1987
GAZETA DA BD (10)
NA GAZETA DAS CALDAS
OS FANZINES DE BANDA DESENHADA
in Gazeta das Caldas, 2 de Agosto de 2013
Se bem que já existissem fanzines nos Estados Unidos, desde Outubro de 1919 – com o “Capitain Billy’s Whiz Bang”, sob a forma de pequenas folhas de anedotas, impressas em “stencil” e distribuidas gratuitamente nos hospitais, em Minneapolis, destinadas aos veteranos feridos –, o primeiro fanzine sobre banda desenhada que apareceu intitulava-se “The Story of Superman”, um número único publicado no Verão de 1952 por Ted E. White, em Falls Church, no estado da Virgínia, E.U.A., impresso em “stencil”. Na Europa, o primeiro fanzine foi publicado em 1962 pelo então recém criado Club des Bandes Dessinées, intitulado “Giff-Wiff”, também impresso em duplicador de “stencil”.
Em Portugal considera-se que os fanzines de BD surgiram em Janeiro de 1972, com o “Argon” dirigido por Ricardo Salomão e impresso a duplicador de “stencil”, com bandas desenhadas de jovens alunos do Liceu Nacional Gil Vicente. Isto segundo a moderna acepção do que é um fanzine, uma vez que houve por cá precursores precoces (mesmo a nível mundial) desde, pelo menos 1894, como foi o caso das produções estudantis de Leal da Câmara nesse ano.
O fanzine com maior longevidade editado em Portugal tem sido o “Boletim do Clube Português de Banda Desenhada”, cujo nº1 saiu em Março de 1977, tendo sido publicado em Abril deste ano o nº 136. Existiram no entanto fanzines que ficaram na história da BD portuguesa, como o “Nemo” (1ª e 2ª séries), editado por Manuel Caldas, na Póvoa de Varzim, entre Março de 1986 e Junho de 1998, só para dar um exemplo.
Claro que a grande maioria dos autores de banda desenhada em Portugal (como de resto, um pouco por todo o mundo) iniciaram-se publicando os seus primeiros trabalhos em fanzines, normalmente produzidos por eles próprios, sobretudo com o advento da fotocópia, que tornou a reprodução mais fácil. O grande boom da produção de fanzines ocorreu nas décadas de 1980 e 1990, se bem que ainda sejam produzidos bastantes hoje em dia. Isto embora actualmente os autores prefiram participar em publicações que, apesar de amadoras, se auto-definam como “revistas independentes” e não como fanzines, ainda que tecnicamente o sejam.
Para terminar (por agora) esta breve introdução ao mundo dos fanzines, temos que referir um nome que está indissociavelmente ligado a estas publicações. Trata-se de Geraldes Lino, ele próprio editor de fanzines (ou faneditor, com se define), mas também coleccionador, possuindo eventualmente a maior colecção de fanzines do país. Lino está a ultimar nesta altura o último número da sua série “Efeméride - Heróis de Banda Desenhada no Século XXI”, que já leva cinco títulos editados, a saber: “Nemo no Século XXI” (2005), “Príncipe Valente no Século XXI” (2007), “Super Homem no Século XXI” (2008), "Tintin no Século XXI” (2009) e “Corto Maltese no Século XXI” (2012). São fanzines de grande formato (A3 ao alto), com participações de um vasto leque de autores portugueses.
Fanzine Nemo, #1 - Março de 1986
Boletim do Clube Português de Banda Desenhada, #136 - Abril de 2013
Efeméride - Heróis de Banda Desenhada no Século XXI #5 - Corto Maltese - 2012
Efeméride - Heróis de Banda Desenhada no Século XXI #6 (a sair este ano) - Mandrake, de Miguel Montenegro
Efeméride - Heróis de Banda Desenhada no Século XXI #6 (a sair este ano) - Batman, de Luís Louro
Imagem não publicada por falta de espaço - Efeméride - Heróis de Banda Desenhada no Século XXI #6 (a sair este ano) - Fantasma, de Hermínio
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